sexta-feira, 4 de julho de 2014

Programa que Aécio vai apresentar à Justiça Eleitoral propõe cinco reformas

• Candidato tucano à Presidência terá site exclusivo para receber sugestões de propostas

Juliana Castro – O Globo

RIO - O programa de governo do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, vai propor cinco reformas no Estado: do serviço público, da Segurança Pública, a tributária, a política e a de infraestrutura. As diretrizes do documento foram apresentadas nesta quinta-feira por Aécio ao lado do ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia, coordenador do programa de governo que será apresentado na manhã do próximo sábado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

— O primeiro objetivo, e sentindo o que os brasileiros hoje percebem a necessidade da mudança, é a implementação de algumas reformas, reformas nucleares no Brasil — afirmou Anastasia, citando os cinco setores.

— Essas reformas, portanto, formam os pilares das diretrizes que se desdobram naturalmente para as diversas áreas de ação do governo — completou o ex-governador durante a entrevista que aconteceu no prédio que será o QG da campanha de Aécio no Rio, localizado no Leblon, na Zona Sul do Rio.

Aécio destacou que o programa de governo será construído ao longo do tempo e que as diretrizes são o início. O presidenciável afirmou que haverá um site exclusivamente para receber as propostas da sociedade.

— O que diferencia a nossa proposta é que estamos ouvindo antes de fazer. No Brasil se faz antes de ouvir - disse o tucano.

O programa de governo do presidenciável vem sendo elaborado há dois meses. Na área econômica, um dos eixos centrais, o comando ficou com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Embora critique o aumento da inflação e a estagnação do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), Aécio não detalhou como o controle seria feito porque disse que isso será discutido ao longo da campanha eleitoral.

— O Brasil vive hoje um processo de "estaginflação", estagnação do crescimento e recrudescimento da inflação. Obviamente, as medidas que serão tomadas para enfrentar essa dramática conjunção de circunstâncias serão detalhadas ao longo da campanha. Não é nosso objetivo fazer isso aqui hoje, mas é claro que queremos que o Brasil retome o crescimento em base sólida e sustentável, controle a inflação, resgate a credibilidade, sem esse exacerbado e incompressível intervencionismo do governo federal - afirmou Aécio, que chegou para a apresentação das diretrizes de seu programa de governo acompanhado de sua filha Gabriela, de 22 anos.

O mesmo tom do presidenciável foi seguido por Anastasia.

— Não é o caso ainda (de detalhar as propostas para a economia). O que o senador Aécio Neves acabou de manifestar é a luta contra a inflação, a valorização da moeda, a necessidade de termos de fato uma economia que seja robusta, uma política industrial para evitar o que está acontecendo hoje, que é a desindustrialização.

Ao final, Aécio comentou o resultado da pesquisa Datafolha, que apontou que a presidente Dilma Rousseff tem 38% das intenções de voto. O tucano ficou com 20% e o candidato do PSB, Eduardo Campos, com 9%.

— Há uma diminuição dos votos brancos e nulos, o que assegura um segundo turno e isso nos dá uma segurança muito grande. As pesquisas devem continuar preocupando a presidente da República - afirmou.

Documento com 50 páginas
O documento com as diretrizes do programa de governo de Aécio terá 50 páginas divididas em oito capítulos temáticos. O capítulo da Economia terá cerca de 15 temas com medidas mais específicas, lastreadas por uma diretriz central que é a retomada dos pilares macroeconômicos — meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário — e controle de gastos.

Os oito capítulos temáticos se dividem entre economia, cultura, políticas sociais, segurança pública, políticas para juventude, educação, saúde, meio ambiente e sustentabilidade. Aécio disse que as diretrizes não apresentarão muitos detalhes dos programas que serão implementados. Mas já adiantou que pretende manter e aprimorar programas sociais bem sucedidos da gestão petista como o Bolsa Família, Pronatec e Prouni.

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