quarta-feira, 23 de julho de 2014

Estado do Rio tem a disputa mais acirrada para a Câmara dos Deputados

• Relação candidato/vaga é de 22,5; à Assembleia, estado só perde para o DF

Juliana Castro, Paula Ferreira e Rafaela Marinho – O Globo

RIO — No vestibular da política, o Rio tem uma concorrência acirrada. O estado apresenta a maior relação candidato/vaga do país na briga por uma vaga na Câmara dos Deputados e a segunda maior na corrida por uma cadeira de deputado estadual. A bancada federal do Rio tem 46 cadeiras que são disputadas por 1.034 candidatos. A relação candidato/vaga é de 22,5. Nenhum outro estado tem número tão alto. O levantamento foi feito pelo GLOBO com base em dados postos à disposição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) tem 70 deputados estaduais, e essas cadeiras são pleiteadas por 1.932 candidatos. A relação candidato/vaga é de 27,6, menor apenas que a do Distrito Federal, onde o índice é de 41,6. No caso do DF, a eleição é para deputados distritais, e não estaduais. Em 2010, no Rio, foram 929 postulantes ao posto de deputado federal e 1.849 ao de deputado estadual. O número de vagas continua o mesmo.

Em PE, concorrência é menor
Pernambuco tem a disputa mais tranquila para uma vaga na Câmara dos Deputados (6,8). E Sergipe é o estado com a briga menos acirrada para uma cadeira de deputado estadual (7,2). Considerando os números em todas as unidades da Federação, a relação candidato/vaga é de 16,1 para as assembleias e 13 para a Câmara.

Os dados do TSE permitem ainda traçar um perfil dos candidatos aos cargos de deputado estadual e federal. A maioria tem entre 40 e 59 anos. Os empresários são os que mais disputam a eleição deste ano. Tanto na concorrência à Câmara dos Deputados quanto para as Assembleias, a proporção é de 70% de candidatos homens e 30% de mulheres. A lei eleitoral estabelece que “cada partido ou coligação preencha o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”. Isso foi feito para estimular a participação feminina no processo eleitoral.

Ampliando a análise dos dados do TSE a todos os candidatos (Presidência, governos estaduais, Senado, Câmara e Assembleias), mais da metade (54%) não tem ensino superior completo. Ainda assim, o perfil educacional dos que disputarão o pleito está acima da média, quando comparado com a realidade da Educação no Brasil. Isso porque, no total da população brasileira, apenas 8,5% têm nível superior completo. Os níveis de instrução declarados pelos candidatos variam desde aqueles que dizem saber somente ler e escrever até os que têm diploma universitário.

11.429 têm diploma
Dos cerca de 25 mil candidatos à eleição deste ano, 254 sabem somente ler e escrever; 824 têm ensino fundamental incompleto e 1.803, completo; 782 têm ensino médio incompleto e 7.438, completo. Na graduação, 2.416 candidatos não concluíram, enquanto 11.429 terminaram a universidade.

Na disputa pela Presidência da República, nove dos 11 candidatos declararam ter ensino superior completo (81,82%). Os que, de acordo com o TSE, não têm essa formação são: Levy Fidelix, do PRTB, que diz ter ensino superior incompleto; e Zé Maria (PSTU), que declarou ter concluído o ensino médio. Todos os candidatos a vice-presidente informaram ter diploma universitário.

Entre os políticos que concorrem ao governo, a maioria (79,53%) tem diploma universitário. Não há nenhum candidato a governador que apenas saiba ler e escrever, e os que têm menor grau de instrução ocupam a faixa do ensino médio incompleto.

Na disputa pelo Senado, a maioria dos candidatos tem ensino superior completo (75,69%). Entre os candidatos que concorrem à Câmara Federal, 49,15% têm diploma universitário. O segundo maior percentual de instrução é o dos que têm ensino médio completo (31,78%). Já entre os candidatos que disputam cargo de deputado estadual, 57,29% não têm ensino superior completo.

Rio: menos de 40% dos candidatos tem curso superior
Os dados do TSE também revelaram que 62% dos candidatos do Rio não têm ensino superior completo. Entre os candidatos a governador, Lindberg Farias (PT) é o único que não possui esse grau de escolaridade. Para o Senado, Romário e Liliam Sá são os que não têm diploma de nível superior. De todos os que irão concorrer, cinco apenas leem e escrevem, três deles são do PEN.

No Rio de Janeiro, 37,67% (1.163) dos candidatos têm ensino superior completo, seguidos de 35,63% (1.100) com ensino médio concluído e 10,27% com superior incompleto. Em relação às outras faixas de escolaridade, 9,59% tem ensino fundamental completo e 3,27% incompleto, apenas 0,16% somente lê e escreve.

Para disputar o cargo de Deputado Federal, 59,9% dos candidatos não têm ensino superior. Entre os que irão concorrer no Rio, 428 têm diploma, 117 têm ensino superior incompleto, 362 tem ensino médio completo. Três candidatos apenas leem e escrevem, dois deles do Partido Ecológico Nacional (PEN), Jacinta de Lourdes e Dayse Lessa, e um do PR, Carlos José dos Reis. O restante dos candidatos se agrupa nas categorias ensino médio incompleto, ensino fundamental completo e incompleto.

Na eleição de Deputado Estadual, 64,3% não têm escolaridade superior completa. Para esse cargo, a faixa de instrução com maior número de candidatos é a de Ensino Médio Completo, com 733 nomes. Em seguida, aparecem os que têm diploma de nível superior completo, com 707 pessoas, e os de Ensino Fundamental Completo, 208 casos. Dois apenas leem e escrevem, Dauvelice Vieira (PEN) e Lela Reys (PRB).

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