domingo, 27 de julho de 2014

Brasília-DF :: Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Arno, o mordomo
Exímios observadores dos movimentos do governo, os políticos perceberam que, nos últimos tempos, aumentou muito o raio de influência do secretário do Tesouro, Arno Augustin. A cada dia, ele apita mais no governo. Ultimamente, tem dito inclusive quais emendas ao Orçamento devem ser pagas, quais não. Tanto poder tem tirado o humor dos aliados e dos empresários. Agora, é Arno (e não Guido Mantega) o alvo preferencial de vários setores. Há quem diga que basta um ministro ou secretário ficar prestigiado por Dilma para cair em desgraça no meio político e empresarial.

Melhor de três
Além de continuar no comando no Planalto, os petistas não veem a hora de conquistar pelo menos um dos três principais colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais ou Rio de Janeiro. Desses três, o PT só governou o Rio e por pouco tempo. Até as pesquisas de 7 de setembro, onde o partido se sair melhor, é onde jogará suas forças. Até aqui, está difícil se segurar em qualquer um deles.

Foi ele
Nos bastidores, atribui-se ao senador Fernando Collor o movimento que retirou Eduardo Tavares da disputa ao governo de Alagoas. Tudo para dar fôlego a ex-cunhada, Tereza Collor, viúva de Pedro Collor. A ordem agora entre os tucanos é buscar um candidato a governador até a semana que vem.

Cálculo petista
Em todas as conversas sobre transferências de voto num segundo turno, os petistas têm dito duvidar que qualquer dos candidatos de oposição ao governo transfira em bloco votos para Aécio Neves, quem as pesquisas apontam como o principal concorrente de Dilma. O único que eles já viram fazer isso foi o ex-governador Leonel Brizola (PDT), em 1989, quando os eleitores pedetistas do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul migraram em peso para Luiz Inácio Lula da Silva contra Fernando Collor.

Ensaio dos debates, versão oposição
O encontro da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira é visto como o aquecimento para a temporada de debates de agosto com foco especial na economia. Aécio Neves e Eduardo Campos se preparam para dizer que o Brasil poderia ter feito mais e melhor.

Ensaio dos debates, versão situação
Dilma Rousseff dirá que a economia brasileira está melhor do que o resto do primeiro mundo graças aos esforços do governo. Centrará fogo no desemprego espanhol. Quanto à energia, jogará na roda mais uma vez aquela medida de redução das tarifas feita lá atrás. "Não fugiremos de qualquer debate. Temos argumentos para todo e qualquer tema", diz o presidente petista, Rui Falcão, no estilo "podem vir quentes que estamos fervendo".

A sem-palanque/ A presidente Dilma Rousseff não tem hoje viva alma defendendo com unhas e dentes a campanha dela em Alagoas. O candidato do PR, Benedito de Lyra, a quem todos chamam de Biu, parece hoje mais adversário do que o próprio PSDB.

Para compensar/ Diante das agruras da campanha de Dilma pelo país afora, o Ceará se mostrou um oásis. Lá, onde a pesquisa do Ibope indica recuperação, ela não pisará tão cedo.

Atrás das coxias/ Na reunião fechada da CPMI da Petrobras na última quarta-feira, os situacionistas apenas fizeram número. Perguntas foram poucas. Estão todos preocupados mesmo é com a sobrevivência eleitoral nestes 70 dias.

Terceira idade/ Candidato faz cada coisa... Veja só o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (foto), que concorre ao governo estadual. Foi parar no "baile das coroas". Os amigos dele no meio político não perderam a piada: "Ele deve ter se sentido em casa".

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