domingo, 20 de julho de 2014

Brasília-DF -Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Exércitos eleitorais
Pelo menos três segmentos do eleitorado preocupam o PT no sentido de buscar propagadores de campanha pelo país afora. Os médicos, os juízes e os jovens. Uma parcela expressiva dos médicos ficou contra o programa de importação de profissionais de outros países, especialmente de Cuba, para atendimento de população de baixa renda. Os juízes, por sua vez, ficaram irados com a ordem do governo para barrar a votação da emenda constitucional sobre o plano de carreira dos magistrados. E, sabe como é, juiz e médico são aquelas duas pessoas incluídas entre as mais importantes das pequenas cidades. Quanto aos jovens, foi-se o tempo em que a maioria carregava as bandeiras do PT.
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Para completar, os petistas perceberam a oposição investindo pesado nesses grupos. Ao longo da última semana, os profissionais de saúde foram tema de Aécio Neves (PSDB), ao mencionar a revisão do programa Mais Médicos. Eduardo Campos, por sua vez, além de prometer um plano de carreira federal para os médicos, mirou nos jovens ao defender o passe livre para estudantes. O PT agora tenta encontrar alguma forma de recuperar terreno nesse eleitorado, em especial, os jovens consdierados fundamentais para repicar a campanha pelo país. Até agora, ninguém falou nos juízes.

Guerra a prazo
Os governistas se preparam para, ao longo da campanha eleitoral, segurar as pontas na CPMI da Petrobras. É que, depois da quebra de sigilos bancários e telefônicos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, ninguém ficou totalmente tranquilo em relação ao que pode surgir e vazar, nem que seja apenas para criar uma cortina de fumaça no auge da eleição.

Terá desdobramentos
Esquentou o clima entre o líder do PMDB, Eduardo Cunha, e o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco. Tudo porque o deputado quer ver Moreira "mais participativo" na eleição de deputados peemedebistas e Moreira pretende se mexer apenas em relação aqueles que apoiam a reeleição da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. Essa briga vai esquentar, como tudo o que, em política, envolve poder e dinheiro. Não necessariamente nessa ordem.

O bordão de Mercadante...
Nos discursos e entrevistas, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, se mostra decidido a se referir apenas ao governo Dilma. Ressalta os feitos dos últimos quatro anos e não dos 12 anos de PT. No papel de principal nome do primeiro escalão dilmista, sua função será bater bumbo sobre as realização de Dilma e não do PT como um todo.

...Pode naufragar
Só tem um probleminha: Dilma era a gerente do governo Lula. Portanto, há quem diga que separar os dois para colocar Dilma com pouco tempo de gestão pode não colar. Afinal,
o eleitor de bobo não tem nada.

Descanso interrompido/ Diante do boato de que estava demissionário, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues, voltou correndo das férias, com os deputados servindo de padrinhos para mantê-lo no cargo. Afinal, a bancada do PTB na Câmara promete fazer campanha para a presidente Dilma Rousseff e ela precisará dos votos do partido. A esperança dos parlamentares é a de que Dilma dê esse voto de confiança aos deputados.

Por falar em campanha.../ Raramente, candidatos a presidente pisam no Acre ao longo da corrida eleitoral. Eduardo Campos, que tem a acreana Marina Silva como vice, já tem agenda marcada lá para a próxima quinta-feira. Tudo pela transferência de votos.

Tripla jornada/ O ministro de Comunicações, Paulo Bernardo, vai ficar mais tempo em Brasília durante esse período eleitoral. O motivo é a escola dos filhos. Com a mulher, a senadora Gleisi Hoffmann, dedicada à campanha para o governo do Paraná, o ministro virou "pãe", responsável por acompanhar as crianças no colégio.

Desagravo/ As notícias de que petistas cogitavam pedir o impedimento da ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes (foto), por ser mãe de candidato a presidente da República, Eduardo Campos, irritou o colegiado. Ela recebeu a solidariedade dos colegas. Ficou a impressão de que, se alguém forçar qualquer movimento contra a ministra, será pior para o governo.

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