quarta-feira, 25 de junho de 2014

Movimentos de PT e PMDB loteiam Baixada, em apoio a Dilma e Aécio

• Peemedebistas vão apresentar tucano durante evento em Queimados

Juliana Castro e Marcelo Remígio – O Globo

RIO - Colégio eleitoral que reúne aproximadamente 2,7 milhões de eleitores, o segundo mais importante do estado, a Baixada Fluminense chega às vésperas do início da campanha presidencial loteada, com a disputa polarizada entre PT e PSDB. Dos 13 municípios, pelo menos oito têm prefeitos fechados com o movimento "Aezão", formado por dissidentes do PMDB que defendem o nome do candidato tucano a presidente, Aécio Neves. Já o "Dilmão", lançado por petistas e aliados em contraponto ao grupo do PMDB, já reúne cinco prefeitos - dos quais, três governam as maiores cidades em população: Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti.

Somados, os municípios com prefeitos que aderiram ao "Dilmão" representam cerca de 1,6 milhão de eleitores. Já os municípios controlados pelo "Aezão" têm, juntos, 1,1 milhão. Até agora, nenhum prefeito da Baixada declarou apoio ao candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos.

Entre os prefeitos da Baixada que aderiram ao "Aezão" estão Max Lemos (PMDB), de Queimados, e Alessandro Calazans (PMN), de Nilópolis, outros dois colégios eleitorais importantes da região. O primeiro evento de Aécio na Baixada será em Queimados, esta semana.

Integrante da coordenação de campanha de Pezão na Baixada Fluminense, o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PMDB), é um dos que defendem o voto em Dilma. No entanto, a decisão está mais atrelada a acordos regionais do que à fidelidade ao acordo nacional entre PT e PMDB:

- Meu compromisso é com Pezão e, neste momento, ele é Dilma, posição adotada pela cúpula do partido - afirma Bornier, que alerta para o crescimento de adesões de líderes políticos e comunitários ao movimento "Aezão".

À frente da pré-campanha de Dilma na Baixada, o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (sem partido), tenta reverter a expansão do "Aezão" e o assédio de peemedebistas aecistas a prefeitos, deputados e líderes comunitários. Ele busca novas adesões para o "Dilmão" e, para isso, prepara um documento com sugestões para o programa de governo da presidente Dilma, como forma de firmar um compromisso de investimentos na região e atrair mais adesões para o grupo.

Segundo Cardoso, o movimento de apoio à presidente já foi abraçado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, e pelo presidente do PDT, Carlos Lupi. Ambos ficaram descontentes com a entrada do DEM na coligação de Pezão, abrindo as portas do palanque do PMDB para Aécio. Em troca, o DEM recebeu a vaga para o Senado, a ser ocupada pelo ex-prefeito do Rio e vereador Cesar Maia, desafeto de Eduardo Paes e Carlos Lupi.

O prefeito de Duque de Caxias afirma que deputados e prefeitos estão ajudando na elaboração das sugestões para Dilma. Cardoso tem sido um dos maiores críticos do "Aezão":

- O "Dilmão" não precisa marcar ato (em referência ao almoço de lançamento do "Aezão") porque o "Dilmão" tem projeto. Tem gente que precisa marcar, nós apresentamos atos concretos - afirma Cardoso, que deixou o PSB depois de declarar que votaria em Dilma e não em Eduardo Campos.

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