sexta-feira, 20 de junho de 2014

Lindbergh Farias diz que não irá à própria convenção

• Evento oficializará nome de senador petista ao governo do Rio

Cássio Bruno- O Globo

RIO - Não bastasse as ausências já anunciadas da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, o senador Lindbergh Farias, pré-candidato ao governo do Rio pelo PT, disse na quinta-feira que não participará da própria convenção para homologar seu nome na disputa ao Palácio Guanabara nas eleições de outubro. Segundo ele, o evento, que será realizado nesta sexta-feira, na sede do partido, no Centro, receberá tratamento de um ato formal, sem festa.

— Vamos fazer um (outro) ato na próxima semana, quando tiver fechada a chapa — justificou Lindbergh Farias, sem dar mais detalhes.

O esvaziamento da convenção de Lindbergh tem o objetivo de não agravar ainda mais a crise com o PMDB, que lançará o governador Luiz Fernando Pezão à reeleição. Recentemente, os peemedebistas fluminenses dissidentes criaram o movimento “Aezão”, contra Dilma, para dar apoio a Pezão e ao senador Aécio Neves, pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB.

No Rio, a situação política de Dilma, pré-candidata à reeleição, é delicada. A coordenação estadual da campanha da presidente quer evitar constrangimentos. A aliança nacional de Dilma tem partidos que vão lançar candidatos ao governo do estado: além de Lindbergh e Pezão, há o deputado federal Anthony Garotinho (PR) e o ex-ministro da Pesca Marcelo Crivella (PRB).

Nos bastidores, Dilma apoia Pezão e não poupa elogios ao governador em agendas públicas. O senador, no entanto, tem o aval de Lula, que manteve Lindbergh na disputa, o que irritou o ex-governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes e o presidente regional do partido, Jorge Picciani, criador do “Aezão”. O ex-presidente pedirá votos ao lado de Lindbergh nas ruas.

O evento de hoje que vai oficializar o nome de Lindbergh ocorrerá um dia antes da convenção nacional do PT, marcada para amanhã, em Brasília. No Rio, o encontro será comandado pelo presidente regional da legenda, Washington Quaquá, prefeito de Maricá:

— Não haverá um caráter político, como nos outros partidos. Vamos apenas legalizar a pré-candidatura dele.

Na pesquisa Ibope/Firjan divulgada na última terça-feira, Lindbergh aparece em quarto lugar, com 11%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, ele está tecnicamente empatado com Pezão, que registrou 13%. Garotinho é o líder com 18%. Em segundo, está Crivella, com 16.

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