segunda-feira, 19 de maio de 2014

Grupo aponta Marina como obstáculo para apoiar Campos

• Para líderes ruralistas, Aécio é o pré-candidato que mais tem apoio e proximidade com o setor por ser mais conhecido

- O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Os três pré-candidatos à Presidência estiveram na 80.ª Expozebu, realizada no início do mês pela ABCZ, em Uberaba, no triângulo mineiro, mas apenas o pré-candidato tucano Aécio Neves e o pré-candidato do PSB Eduardo Campos aproveitaram o momento para fazer encontros com os pecuaristas. Ao discursar no evento, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada.

"O Aécio é mais próximo da gente, conhecemos bem o posicionamento dele. Precisamos conhecer melhor os outros candidatos (para decidir qual apoiar). Falta entender melhor as propostas do Eduardo Campos e as propostas da presidente Dilma para um segundo mandato", diz o presidente da Associação Brasileira dos Criados de Zebu (ABCZ), Luiz Carlos Paranhos.

Paranhos diz que o setor gostou do que ouviu de Campos, mas mantém desconfianças quanto sua companheira de chapa, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. "Campos começou a aparecer como uma pessoa competente, mas é muito questionado sobre a vice dele."

Marina, ligada a organizações ambientais que confrontam o agronegócio, é apontada também pela Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat) como a pedra no sapato de Campos. O presidente da Acrimat, José João Bernardes, afirma que a ex-senadora tem "uma visão muito limitada" do agronegócio e teria criado "embaraços burocráticos que não estavam na lei" quando ministra do Meio Ambiente. "Temos a expectativa de que mude a política do governo para o agronegócio e isso significa que é preciso mudar de presidente."

Preferido. O pecuarista mato-grossense, Estado com o maior rebanho do País, com cerca de 28,5 milhões de cabeças de gado, coloca Aécio como potencial candidato da pecuária e avalia que Campos precisa se apresentar melhor para ganhar confiança. "Eu diria que o Aécio talvez seja o candidato da pecuária por ter mais sensibilidade para a produção", diz o presidente da Acrimat. "Não conheço o Eduardo Campos e acho que ainda falta tempo para ele se tornar conhecido."

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