quinta-feira, 17 de abril de 2014

Cerveró diz não lembrar se conselheiros perguntaram sobre cláusulas

Em depoimento na Câmara, ex-diretor da Petrobrás ter feito uma apresentação na reunião do Conselho Administrativo sobre os principais aspectos da refinaria

Ricardo Brito e Daiene Cardoso - Agência Estado

BRASÍLIA - Durante depoimento na Comissão Parlamentar de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró afirmou na tarde desta quarta-feira, 16, não se lembrar se os integrantes do Conselho de Administração da estatal o questionaram sobre as cláusulas "put option" (de saída) e "marlim" (de rentabilidade do sócio) na reunião em que se decidiu pela compra de metade da Refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos). Segundo Cerveró, toda a diretoria participa como "convidada" das reuniões do conselho.

Em março, Estado revelou em março que a presidente Dilma Rousseff, na época presidente do conselho, admitiu não ter tido acesso, no resumo que recebeu pela diretoria sob responsabilidade de Cerveró, às duas cláusulas que embasaram a compra da metade da refinaria. Dilma disse que não aprovaria a operação se soubesse de todas as informações.

Cerveró disse ter feito uma apresentação na reunião do conselho sobre os principais aspectos da refinaria. Ele disse que não se recorda de quais perguntas ouviu no encontro, mas destacou que esse é um procedimento normal.

O ex-diretor afirmou que a Diretoria de Abastecimento, na época ocupada pelo diretor Paulo Roberto Costa, participou da operação da compra de Pasadena. Segundo Cerveró, para justificar a participação da outra diretoria, a área que ele dirigia não tem técnicos de todos os setores. Cerveró destacou que a principal atividade da diretoria que comandava era a exploração e a produção de petróleo.

"Paulo Roberto (…) participou, assim como toda a diretoria", declarou. Costa foi preso na Operação Lava Jato, da Policia Federal (PF). A ação apura, entre outras irregularidades, suspeitas de lavagem de dinheiro e supostas fraudes em contratos da Petrobrás. Há suspeita de desvio de dinheiro em proveito de políticos.

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