sábado, 8 de março de 2014

Venezuela expulsa embaixador e outros três diplomatas panamenhos

Expulsão acontece no mesmo dia em que a OEA discutiu nova proposta do Panamá para convocar chanceleres da região com o objetivo de buscar uma saída para crise venezuelana

CARACAS - A Venezuela ordenou nesta quinta-feira a saída em 48 horas do embaixador e de outros três diplomatas panamenhos, a quem declarou persona non grata, depois de romper relações com o Panamá e pôr em suspenso o pagamento da dívida dos empresários venezuelanos com a zona franca panamenha.

- No dia de hoje (quinta-feira) recebemos uma nota da chancelaria da Venezuela que foi entregue em nossa embaixada onde declarava persona non grata quatro pessoas que trabalham em nossa embaixada e que são diplomatas na Venezuela - informou a vice-chanceler do Panamá, Mayra Arosemena.

A expulsão acontece no mesmo dia em que a Organização dos Estados Americanos (OEA) discutiu uma nova proposta do Panamá para convocar os chanceleres da região com o objetivo de buscar uma saída para a crise venezuelana.

Tal proposta provocou a ira do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que rompeu na quarta-feira relações diplomáticas, políticas e comerciais com o Panamá ao considerá-la uma ingerência que busca justificar uma intervenção externa para derrubar o seu governo.

- Nem Panamá nem seu governo pedirão desculpas por propiciar o diálogo e a paz na Venezuela. Sempre defenderemos os interesses do Panamá - respondeu nesta quinta-feira o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli.

- Agradeço às demonstrações de apoio e solidariedade à iniciativa panamenha na OEA, emitidas por cidadãos de dentro e fora do país - acrescentou Martinelli.

- Mandamos retirar nosso pessoal no dia de hoje e eles estão viajando para o Panamá amanhã (sexta-feira) - manifestou Arosemena.

Os diplomatas panamenhos expulsos são o embaixador Pedro Pereira, o encarregado de negócios Jaime Serrano e outros dois funcionários da sede diplomática.

A Venezuela é há um mês foco de protestos contra o governo de Maduro, com um saldo de 20 mortos, quase 300 feridos e dezenas de violações de direitos humanos.

Fonte: O Globo

Nenhum comentário: