segunda-feira, 31 de março de 2014

Marina ainda é vista como trunfo por aliados

PSB minimiza perda perda de pontos da ex-senadora em pesquisas de opinião

Paulo Celso Pereira - O Globo

BRASÍLIA — Seis meses após formalizar a aliança com o PSB de Eduardo Campos e apesar da queda nas pesquisas, o nome da ex-senadora Marina Silva ainda é visto como o grande trunfo para tentar fazer o socialista chegar ao Palácio do Planalto. Dentro do PSB e da Rede Sustentabilidade, o discurso uníssono é de que o resultado da pesquisa Ibope feita há dez dias - que mostrou a ex-senadora com 12% das intenções de votos contra 41% da presidente Dilma Rousseff e 14% do tucano Aécio Neves - não condiz com a real capacidade dela de transferir votos para o pernambucano.

A avaliação majoritária entre os aliados próximos de Marina é de que a redução sentida desde outubro do ano passado, quando a ex-senadora figurava com 21% das intenções de voto, se deve ao fato de a população estar cada vez mais informada de que ela não será candidata à Presidência. A justificativa para Campos, por sua vez, não ter crescido em outubro - ele tinha 10% e agora, 7% - estaria na pouca exposição de mídia.

- A explicação é muito simples: as pessoas agora sabem que ela não é candidata a presidente. No caso do Eduardo, ainda não entramos na fase eleitoral. A diferença de exposição da Dilma no noticiário em relação aos outros candidatos é abissal - defende o deputado federal Alfredo Sirkis (PSB-RJ).

O primeiro passo para tentar reverter esse quadro foi a exibição do programa gratuito de TV do PSB veiculado na última quinta-feira. Ao longo de dez minutos, Marina e Eduardo apareceram lado a lado falando suas aspirações para o país e criticando o governo Dilma. O próximo será o anúncio formal da presença de Marina na vice de Eduardo Campos, previsto para o dia 14 de abril. A aposta tem justificativa, os socialistas vem fazendo pesquisas eleitorais apresentando aos entrevistados a chapa completa, com Campos e Marina e, segundo eles, nesse cenário os dois ficam à frente de Aécio.

- Não pode ser avaliado em uma pesquisa eleitoral o capital político que a Marina tem. O capital político está no discurso e na atitude dela. Todas as pesquisas que nós fazemos, com as chapas completas, têm resultados diferentes desse (do Ibope). Nossa grande vantagem sobre a Dilma e o Aécio é que temos dois candidatos numa chapa só, os outros não podem dizer isso - explica o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque.

A consolidação do nome de Marina como vice de Campos se deu no domingo passado, após uma reunião da Rede Sustentabilidade - grupo de Marina que ainda não foi formalizado como partido. Durante o encontro, foi mostrado que dos 14 problemas regionais que existiam, nove foram solucionados.

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