quarta-feira, 5 de março de 2014

Diário do Poder – Cláudio Humberto

• Dilma ainda nomeará mais 4 ministros para o STJ
Quatro ministros do Superior Tribunal de Justiça – inclusive o atual vice-presidente – vão pendurar a toga este ano, em virtude de atingirem a idade-limite de 70 anos. Com isso, a presidenta Dilma poderá escolher antes do final do mandato mais cinco ministros, e terá indicado ao longo do seu governo 15 dos 33 integrantes do STJ. Em oito anos, nos dois mandatos, o ex-presidente Lula nomeou 17 ministros para o STJ.

• Senadora Eliana
Uma das vagas a ser preenchida é a da ministra Eliana Calmon, que deixou o STJ para disputar uma vaga de senadora pela Bahia.

• Compulsória
Vão cair na compulsória, no STJ, os ministros Gilson Dipp (vice-presidente), Ari Pargendler, Sidnei Beneti, Arnaldo Esteves.

• Como Caim e Abel
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), de oposição, e o irmão governista Osmar Dias (PDT) tentam evitar o embate nas urnas. Mas está difícil.

• Alianças
Temendo a força do PT, Geraldo Alckmin (PSDB) insiste no apoio do PSB, ignorando as exigências de Marina Silva por candidatura própria.

• Senado não trabalha e ainda usufrui de diárias
O Senado é mesmo uma mãe muito generosa. Em três semanas de “trabalho”, neste ano de 2014, senadores já torraram a quantia de R$ 37,7 mil com diárias de viagens ao exterior. O senador Inácio Arruda (PCdoB), que sempre empunhou em sua trajetória a bandeira da moralidade no trato da coisa pública, é exatamente quem lidera os gastos: levou R$ 10,3 mil em diárias num passeio a Havana, Cuba.

• Vai e vem
Em 2013, o Senado registrou 156 pagamentos de diárias, em média, quase dois por senador. Os passeios nos custaram R$ 494,5 mil.

• Para quê?
Em 14 viagens ao longo de 2013, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) torrou R$ 52.689,89 com suas “missões” mundo afora.

• Militância
Já o senador Jorge Viana (PT-AC) embolsou R$ 33.589,96 em apenas seis viagens em 2013, média de quase R$ 6 mil em cada uma.

• Perderam o pudor
As cúpulas do Senado e da Câmara perderam completamente o pudor, com a decisão de trabalhar uma semana ao mês, a título de “esforço concentrado”, durante meses. Alegam ora a “Copa do Mundo”, ora a “campanha eleitoral”. Só não citam “a mais genuína malandragem”.

• Recuo forçado
O presidente do PSD, Gilberto Kassab (SP), enquadrou o líder na Câmara, Moreira Mendes (RO), que foi obrigado a pular fora do ‘blocão’ formado por siglas da base que ameaçam desafiar Dilma nas votações.

• Resolução do atraso
“Sensível” ao lobby das distribuidoras, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se apega à resolução nº 482, que proíbe cidadãos de vender, por exemplo, a energia solar que produzir em casa. Hoje, pode-se apenas ganhar desconto na conta… emitida pelas distribuidoras.

• Agenda positiva
O vice Michel Temer foi convidado pelo diretor-geral do Google, Fábio Coelho, para participar no dia 8 de maio, em São Paulo, da entrega de prêmio aos três ganhadores do programa Desafio de Impacto Global.

• Vai dar o que falar
Terminantemente contrário aos testes científicos envolvendo animais, o deputado ambientalista Ricardo Tripoli (PSDB-SP) promete gerar polêmica à frente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara.

• Nas eleições
Candidato à reeleição no DF, o governador Agnelo Queiroz (PT) vai enfrentar nas urnas os impasses com a crise da Polícia Militar, falta de medicamentos na Saúde, carência de 1,8 mil professores na Educação e greves no Transporte. A escolha não será fácil pra ninguém.

• Plano de doença
Pesquisa do Grupo Otimismo de Apoio a Portadores de Hepatite C revela que os infectados recorrem à Justiça ou ao SUS para tratamento completo. Planos negam o remédio interferon peguilhado. “Muito caro”.

• Portal da vagareza
O governo Dilma leva a sério o mantra de que “o ano só começa depois do Carnaval”: a primeira semana de março chega ao fim e nenhuma informação sobre 2014 foi inserida no Portal da Transparência.

• Pergunta em Mariel
Fidel Castro também ganhou da Adidas, sua marca favorita, uma camiseta exaltando bundas do Brasil na Copa?

Fonte: Diário do Poder

Um comentário:

Fernando Carvalho disse...

Sobre o tópico "Plano de doença". A indústria farmacêutica, herdeira do IG Farben, não tem interesse em curar doenças e sim em aumentar seus lucros. E se especializa em criar medicamentos de uso crônico para doenças crônicas. No plano tecnológico foram criados os exames clínicos "de alta complexidade" (os que detectam a hepatite tipo C). Desnecessário dizer que tais exames são caríssimos. A mesma indústria farmacêutica está se especializando nos chamados "medicamentos biológicos" igualmente caríssimos. Uma drágea desses medicamentos chega a custar R$ 50 mil (o preço de um carro). E como a Constituição de 1988 reza que "saúde é um direito do cidadão e um dever do estado". Provavelmente o lobby dos laboratórios farmacêuticos influenciaram na aprovação dessa proposta que socializa o direito à saúde num contexto de assistência farmacêutica privada com fim lucrativo. Advogados de porta de farmácia estão se especializando em processar o pobre do SUS. E os juízes apoiados na letra da carta constitucional dão ganho de causa. Resultado apenas 2% de doentes que fazem uso de medicamentos "biológicos" consomem 40% das verbas do SUS. Pensei que com a vinda dos médicos cubanos esse problema viesse à tona porque em CUBA, devido ao covarde bloqueio americano, se vira com poucas centenas de "medicamentos essenciais" e nada de "medicamentos de alto custo". Nossos "shopping centers farmacêuticos" comercializam 60 mil medicamentos. Do jeito que o Brasil precisa de uma reforma política e de uma reforma tributária, necessita urgentemente de uma reforma do sistema de saúde. Uma reforma que desmonte esse mecanismo que perpetua a doença da população e a transferência de verbas públicas para os cofres da indústria farmacêutica e os bolsos dos corruptos.