segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Dilma terá poucas obras para usar de vitrine eleitoral

Dos projetos mais importantes do PAC, apenas 16 devem ser concluídos até julho, limite para candidatos irem a eventos

Nos 45 primeiros dias de 2010, Lula já havia inaugurado 23 obras do governo federal, sendo ao menos 11 do PAC

Tai Nalon

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff terá pouco o que usar de vitrine durante a pré-campanha. Criticada pela demora do governo em entregar obras, deverá usar anúncios de investimentos e solenidades oficiais como palanque informal neste primeiro semestre. O calendário não prevê grandes projetos.

A partir de julho, quem concorre às eleições e está no cargo não mais poderá participar desses eventos. Mas a legislação não restringe a possibilidade de a presidente da República tirar proveito eleitoral das inaugurações nos primeiros seis meses do ano.

Segundo levantamento feito pela Folha, nas ações que o governo considera mais significativas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), 16 delas têm previsão de serem concluídas até julho, número reduzido se comparado com o que o Planalto tinha para mostrar em 2010.

À época, o ex-presidente Lula planejava entregar 30 obras para Dilma inaugurar, conforme previsão do PAC de 2010. Com quase o dobro das obras que tem para oferecer agora, foi nessa época que a então pré-candidata ganhou o título de "mãe do PAC".

Grandes projetos da era petista, como a usina de Belo Monte, a transposição do rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina, ficarão para um eventual segundo mandato de Dilma. Dos projetos que tentou adotar como marcas de seu governo --no setor de portos, de rodovias e ferrovias, por exemplo--, quase nada será entregue neste ano.

Dilma teve este ano 11 compromissos públicos, no Brasil e no exterior. Eventos relacionados a obras do governo federal, só foram sete --seis, se não contarmos a obra do porto de Mariel, em Cuba.
Levantamento da Folha na agenda de Lula em 2010 mostra que o ex-presidente, nos primeiros 45 dias do ano, compareceu a 23 eventos relacionados a obras do governo federal, sendo ao menos 11 de obras do PAC.

Das 16 obras federais previstas para serem concluídas até julho, seis são em Minas Gerais, terra do principal opositor de Dilma na corrida ao Planalto, Aécio Neves (PSDB). A presença de Dilma não é certa, mas muito provável.

A presidente ainda deverá inaugurar obras como os trechos finais da ferrovia Norte-Sul. Também têm previsão de conclusão neste semestre obras dos terminais de passageiros dos aeroportos de Belo Horizonte e de Manaus.

Segundo o governo, a essas ações devem ser somadas a entrega de projetos de construção de creches e pré-escolas, unidades de saúde e obras de mobilidade para a Copa do Mundo.

Apesar da lista enxuta de obras, a agenda de Dilma está cheia de compromissos públicos. Suas viagens pelo país, se não servem para inaugurações, são usadas para toda sorte de ações de governo.

Nesta semana, a presidente deve anunciar recursos para obras de mobilidade urbana em três capitais do Nordeste. Também participará da formatura de alunos do Pronatec e entregará retroescavadeiras e motoniveladoras.

Fonte: Folha Online

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