sábado, 21 de dezembro de 2013

OPINIÃO DO DIA - Jürgen Habermas

À medida que o sistema econômico sujeita a seus imperativos as formas de vida do lar privado e a conduta de vida dos consumidores e empregados, está aberto o caminho para o consumismo e para o individualismo exacerbado. A prática comunicativa cotidiana é racionalizada de forma unilateral num estilo de vida utilitário, esta mudança induzida pelos meios diretores para uma orientação de natureza teleológica gera, como reação, um hedonismo liberto das pressões da racionalidade. Assim como a esfera privada é solopada e erodida pelo sistema econômico, também a esfera pública o é pelo sistema administrativo. O esvaziamento burocrático dos processos de opinião espontâneos e de formação da vontade abrem caminho para a manipulação da lealdade das massas e torna fácil o desatrelamento entre as tomadas de decisão políticas e os contextos de vida concretos e formadores de identidade.

(...) No lugar da falsa consciência, nós temos hoje uma consciência fragmentada que bloqueia o iluminismo pelo mecanismo da reificação. É somente assim que as condições para a colonização do mundo da vida são dadas."

Jürgen Habermas, “A teoria da comunicação”, 1987.

BC reduz projeção de crescimento do PIB e prevê inflação acima de 5% até 2015

A presidente Dilma Rousseff ; não vai conseguir romper, no último ano de mandato, a marca de baixo crescimento e inflação acima da meta. Pelos cálculos do Banco Central apresentados ontem no Relatório Trimestral de Inflação, o primeiro ano do próximo governo também estará comprometido pela inflação.

O diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, admitiu que as estimativas da instituição estão longe de convergir para a meta oficial de 4,5%. Mesmo assim, ele disse que a equipe atua nesse sentido e avaliou que o trabalho de combate à inflação em 2013 pode ser considerado "bom".

Mais de uma dúzia de vezes o diretor enfatizou que o BC está "de olho" na inflação, um sinal mais forte de preocupação com a tendência dos preços do que o apresentado recentemente em documentos do banco. Começaram a aumentar as dúvidas no mercado de que a próxima ação do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro, será de uma elevação de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros, a Selic, para 10,25% ao ano. Muitos especialistas já falam numa alta da taxa para 10,5%.

Hamilton afirmou que o monitoramento da inflação é uma atividade cotidiana do BC. "Ela é recorrente. Faz parte de nossa atividade cotidiana nos preocupar com a inflação, mas é bom lembrar. O recorrente às vezes cai na rotina e é esquecido", afirmou. Para cumprir a tarefa, o BC atualizou ontem suas projeções. A inflação fechará 2013 em 5,8%, o ano que vem em 5,6% e 2015 em 5,3% ou 5,4%, dependendo de variáveis usadas, como câmbio e taxa de juros.

Crescimento. Já para o crescimento do produto interno bruto (PIB) em 2013, o BC revisou sua estimativa mais uma vez para baixo. A primeira avaliação, de expansão de 3,1% este ano, foi substituída por 2,7%, depois por 2,5% e agora está em 2,3%. Essa também é a taxa prevista para o período de 12 meses encerrados em setembro de 2014, às vésperas da eleição.

PIB baixo. Se a taxa de 2,3% for confirmada no fim do ano, será o PIB mais baixo em um ano eleitoral desde 1998. No ano da reeleição de Fernando Henrique, o crescimento do Brasil foi de 0,04.%. Desde então, a maior variação (7,5%) vista em um ano eleitoral foi em 2010, quando Dilma chegou ao Planalto.

Hamilton atribuiu boa parte da alta da inflação ao aumento do dólar, visto desde o ano passado. Para ele, o impacto tende a ser cada vez menor sobre a inflação, ao mesmo tempo em que a alta de juros, promovida pelo BC desde abril, ganha mais força no controle dos preços. "Vamos continuar permanentemente de olho na inflação e vamos continuar trabalhando para fazer com que a inflação no centro da meta ocorra o mais rapidamente possível."

Para o diretor, essa atuação constante de política monetária é uma prova de que o BC tem sido vigilante com a inflação e, portanto, não estaria "jogando com a sorte", como acusaram alguns críticos. Hamilton afirmou também que a inflação está recuando a uma velocidade baixa, mas disse que esse qua-, dro pode melhorar nos próximos meses. "Seria melhor que fosse mais rápido", admitiu.

Para o curto prazo, Hamilton prevê um impacto de alta sobre os preços no Brasil por causa da mudança de atuação do Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos. Com a redução da compra de títulos pelo Fed, a expectativa é que o dólar possa se valorizar um pouco mais - pelo menos, em um primeiro momento. "Isso,, em termos de inflação, pode ter impacto aqui? Certamente", previu, lembrando que a projeção para a cotação de câmbio em 2014 é de R$ 2,40.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Mesmo com desonerações, carga tributária foi recorde em 2012

No ano passado, carga tributária atingiu 35,85% do PIB, 0,54 ponto porcentual acima do registrado em 2011

Ayr Alisld

BRASÍLIA - Os cortes de impostos para estimular a economia, uma das marcas do governo Dilma Rousseff, não foram suficientes para reduzir a carga tributária, de acordo com dados divulgados ontem pela Receita Federal. O peso de impostos da União, Estados e municípios em relação ao produto interno bruto (PIB) foi equivalente a 35,85% no ano passado, ante 35,31% registrados em 2011.

De acordo "com a Receita, a alta de 0,54 ponto porcentual na carga tributária bruta de 2012 em relação a 2011 resulta da combinação dos crescimentos, em termos reais, de 1,0% do PIB e de 2,44% da arrecadação tributária nos três níveis de governo (municipal, estadual e federal) . Ou seja, a coleta de tributos cresceu mais rapidamente que a economia.

A Receita Tributária total do ano passado foi de R$ 1,574 trilhão, frente a um PIB de R$ 4,392 trilhões. De todo esse conjunto, a maior fatia, de 69,05%, ficou com a União (R$ 1,087 trilhão); uma parcela de 25,16% foi para os Estados (R$ 396 bilhões); e 5,79%, para os municípios (R$ 91 bilhões). Em 2011, a União tinha ficado com 70,05% da carga tributária bruta de R$ 1,463 trilhão, com um PIB de R$ 4,143 trilhões.

Desonerações. Segundo a Receita, a redução na participação dos tributos federais na arrecadação pode ser explicada, em parte, pelos efeitos de sucessivas desonerações ocorridas nos últimos anos. Entram nessa conta itens como redução de IPI, IOF e PIS/Cofins. Mas o maior peso foi do Gide Combustível, com estimativa de desoneração de R$ 5,632 bilhões (0,13 ponto porcentual do PIB).

A Secretaria de Política Econômica, por sua vez, informou que a carga tributária líquida de 2012 foi de 19,82%, ante 20,17% em 2011. "Essa queda, explicada pelo fato de as transferências terem crescido mais que a carga tributária bruta, se deve principalmente à ampliação da rede de proteção social no Brasil, que inclui a política de valorização do salário mínimo, que elevou o seu valor em 14,1% no ano passado em relação a 2011, e a ampliação da cobertura dos programas sociais", citou á Secretaria de Política Econômica, em nota. A carga tributária líquida é definida como o valor da totalidade dos impostos, taxas e contribuições arrecadadas pelo governo, deduzido dos subsídios ao setor privado e das transferências previdenciárias, assistenciais e subsídios, efetuadas pelo governo às famílias e às instituições privadas sem fins lucrativos, explicou a Secretaria de Política Econômica.

As Transferências para a Previdência e Assistência Social e Subsídios (Taps) em 2012 representaram 16,03% do PIB, ante 15,14% em 2011.

Diante do descompasso entre os planos de cortar impostos e o resultado abaixo do desejado no desempenho da economia, o governo informou que não pretende conceder novas desonerações de vulto no ano que vem.

Apesar de um volume maior de dinheiro nos cofres públicos, o governo não conseguirá cumprir a meta de economia para pagamento de juros da dívida neste ano, conhecida como superávit primário, definida no ano passado em 3,1% do produto interno bruto.

O não cumprimento da meta tem sido motivo de críticas do mercado financeiro e resulta em maior pressão sobre o Banco Central.

Sem ajuda do governo, resta ao Comitê de Política Monetária (Copom) elevar os juros para segurar a inflação, pressionada por desembolsos públicos.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Empregos têm o pior resultado em 10 anos

O fraco desempenho da economia está se refletindo com mais força no emprego formal. Dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, tendo como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostram que, de janeiro a novembro, foram abertas 1,546 milhão de vagas, o pior resultado para o período desde 2003. Em novembro, especificamente, o mercado absorveu, depois de descontadas todas as demissões do período, 47,4 mil trabalhadores — metade do registrado em outubro.

No mês passado, houve fechamento de postos, sobretudo na indústria de transformação: foram demitidos 34,2 mil trabalhadores. Na agricultura, os cortes atingiram 33,2 mil pessoas. Já a construção civil, que não vive um bom momento, sobretudo por causa da escassez de obras públicas, apresentou saldo negativo de 31,7 mil vagas. Em compensação, o comércio absorveu boa parte dos demitidos ao abrir, liquidamente, 103,2 mil oportunidades. O setor de serviços, por sua vez, contratou 44,8 mil.

Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, dezembro terá um resultado negativo, que vai derrubar o saldo de 1,546 milhão de vagas, mas não será tão ruim quanto o verificado no mesmo mês de 2012, quando o total de demissões surpreendeu — 503 mil postos foram fechados. "Dezembro deve ser negativo. Sempre é. Mas esperamos que o resultado não seja tão ruim quanto o verificado no ano passado", disse.

Investimentos
Na avaliação de Dias, os resultados do Caged nos últimos meses deste ano têm sido melhor que os verificados em igual período de 2012. "O mercado se mostra melhor do que no ano passado. E como a expectativa de investimento produtivos se mostra mais positiva, podemos apostar em um 2014 bem favorável", assinalou. Ele não divulgou, porém, números preliminares de dezembro, pois as empresas só enviam os dados entre os dias 1º e 7 do mês seguinte.

Conforme o ministro, a estimativa do governo é de que o saldo líquido dos empregos com carteira assinada no ano que vem, quando a presidente Dilma Rousseff tentará a reeleição, seja superior ao de 2013. "Nossa expectativa é gerar mais empregos em 2014, seguramente", destacou. O Palácio do Planalto acredita que um mercado de trabalho mais forte, mesmo com um Pibinho, manterá a sensação de bem-estar da população, fortalecendo a possibilidade de reeleição de Dilma.

Fonte: Correio Braziliense

Ministro de Dilma prevê segundo turno

Gilberto Carvalho não acredita que a presidente liquide a fatura da disputa pelo Planalto na primeira votação e sinaliza que ela deve intensificar as viagens no ano que vem

Júlia Chaib

BRASÍLIA – Após participar de uma cerimônia de Natal para os funcionários do Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou ontem não acreditar na reeleição de Dilma Rousseff em primeiro turno, na disputa do ano que vem. "Eu não tenho expectativa, não. Eu acho que vai ser uma eleição muito dura, muito suada, com muito respeito aos nossos adversários", comentou. Segundo Carvalho, o PT vai "com tudo" para a campanha nas eleições em 2014 para garantir mais quatro anos no governo, mesmo com as últimas pesquisas mostrando uma vitória de Dilma em primeiro turno. "Será uma eleição dificílima, não temos dúvida disso. Nada de salto alto", garantiu.

Apesar da preocupação do partido, o ministro disse que ainda não há um plano definido para a campanha, mas sinalizou que Dilma deve intensificar os deslocamentos às vésperas das eleições. "O que vai acontecer é que ela vai continuar a viajar bastante, primeiro, porque tem o que inaugurar, tem o que visitar, obras que estavam paradas foram retomadas, como é o caso da transposição, e outras. Viajando, além de tudo, você vê melhor as coisas", afirmou.

Carvalho fez também um balanço positivo de 2013 e evitou falar da reforma ministerial, prevista para janeiro. Ele disse que deve ficar no Planalto, mas não deu certeza. "A tendência é continuar, mas posso ser candidato a ir para casa", brincou. "Agora, vamos fazer de tudo para ganhar, porque a gente acredita, não para ficar aqui. Eu mesmo já não quero ficar aqui, 12 anos está bom demais", declarou.

O ministro disse que toda a militância do PT está engajada na reeleição da presidente. Assegurou que todos estarão unidos, mesmo que haja críticas de alguns militantes em relação a Dilma, o que, segundo ele, é "natural", dadas as limitações de um governo. Carvalho afirmou ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um papel importante no processo eleitoral e que está retornando ao trabalho cada vez mais. "A saúde dele está muito boa. Ontem, ele disse até que vai pensar em deixar a barba crescer de novo. A voz dele está a mil por hora", contou, referindo-se ao processo de recuperação do ex-presidente de um câncer na laringe diagnosticado em 2011.

Fonte: Estado de Minas / Correio Braziliense

Os petistas e a tentativa de isolar Eduardo

Estratégia é fazer com que a presidente Dilma Rousseff trate o governador sem alarde, mantendo polarização com o PSDB

Bruna Serra

A decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) de cumprir agenda em Pernambuco no final de 2013 foi planejada para ser o início de uma estratégia política desenhada para durar até o término do período de pré-campanha, em meados de junho. Pensada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo consultor de marketing eleitoral João Santana, a ideia é tratar o governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) sem alardes. A ideia é não lhe oferecer o mesmo tratamento dispensado antes da decisão de deixar a base do governo, nem como adversário. Aos petistas, interessa manter a polarização histórica com o PSDB do senador e pré-candidato Aécio Neves.

A presidente Dilma Rousseff foi, então, orientada a "dar ao governador a dimensão que ele tem", segundo revelam interlocutores. Nos bastidores, a determinação é que os petistas pernambucanos atuem de forma a explorar o perfil "irritadiço" de Campos. A cúpula do Partido dos Trabalhadores se manterá diplomática, mas sem qualquer afago ao socialista. Com isso, o PT espera diminuir o impacto das declarações de Eduardo Campos contra o governo.

Sendo assim, não se verá a ministra-chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann, dar respostas a qualquer declaração de Eduardo Campos, como já ocorreu neste fim de ano.

Na última terça-feira (17), durante o evento no Complexo Portuário de Suape, Dilma não deu "trela" a Campos. Limitou-se a citar seu nome de maneira institucional, sem qualquer menção ao trabalho desenvolvido pelo PSB em Pernambuco ou a parceria de ambos quando aliados. O governador optou por um discurso mais político, alertado ao estafe do governo federal que vai empunhar a bandeira do "fazer mais e melhor".

No dia seguinte, em entrevista à Rádio Jornal, a presidente Dilma Rousseff chegou a citar a primeira-dama do Estado, Renata Campos, como uma pessoa que "gosta muito". Renata - ao contrário do previsto - não compareceu ao evento em Suape. Sua assessoria informou que está na reta final da gravidez, por isso preferiu evitar a maratona.

O outro lado
Eduardo Campos segue a estratégia de criticar o governo federal, mas evidenciou na terça-feira que não irá polemizar com o ex-presidente Lula quando o citou em seu discurso como um "grande brasileiro". Petistas afirmam que existe a possibilidade de Dilma Rousseff voltar a Pernambuco no início de 2014, o que a levaria a protagonizar outro encontro com Campos ainda como governador, visto que ele garante que só deve se desincompatibilizar da gestão no final de abril.

Fonte: Jornal do Commercio (PE

Campos diz que ‘alianças conservadoras’ levaram governo Dilma a se transformar em ‘geleia’

Em entrevista a uma rádio, pré-candidato em 2014 sugeriu a presidente seguir bons exemplos de FH e Lula e elogia Aécio

Letícia Lins

A presidenta Dilma Rousseff e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na entrega da plataforma P-62, na terça-feira Hans Von Manteuffel / Agência O Globo
RECIFE - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência em 2014, sugeriu nesta sexta-feira que a presidente Dilma Rousseff procure se espelhar nos bons exemplos deixados para o país pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Campos, os dois souberam manter e ampliar as conquistas que receberam como heranças de governos anteriores. E afirmou ainda que o que o Brasil necessita de pessoas que possam contribuir para uma política e um país melhor, entre as quais se incluem o também presidenciável Aécio Neves (PSDB).

- A gente não pode imaginar que Aécio, ou o PSDB, seja pior do que muita gente que esteve na base de apoio ao presidente Lula - disse Campos durante uma entrevista na rádio Jornal do Commercio, o mesmo em que Dilma falou na última quarta-feira.

Campos disse também que as “alianças políticas conservadoras” levaram o governo Dilma a se transformar em “uma geleia“. O governador, no entanto, lembrou de ter dado apoio a presidente em 2010 “com a certeza de que ela manteria as conquistas do governo Lula, que tinha 80 por cento de popularidade e quando o país crescia a 7,5%”.

- Achávamos que o governo (Dilma) saberia pegar as conquistas de Lula e iria adiante, como Lula soube aproveitar as do governo Fernando Henrique. Ele soube preservar as conquistas do governo anterior, e ampliou o crédito, o emprego, a presença do ensino técnico, resgatou a indústria naval brasileira, fez uma série de iniciativas na área social e na economia que foram muito importantes para o país e o Nordeste. Achávamos que Dilma emprestaria à gestão um planejamento de longo prazo, que amadurecesse a questão do projeto estratégico para o Brasil, melhorasse a governança e ampliasse as conquistas de Lula. Mas na economia a crise de expectativa se instalou, e o Brasil começou a perder conceitos internamente e externamente. O resultado foi um pibinho (em 2012) e um crescimento baixo. Quando a gente mede os três últimos anos comparando com o que vinha, dá a metade. E isso coloca em risco nossas conquistas E justificou:

- Não é crítica pessoal, mas olhar para o futuro. Tem de se pensar no que pode ser feito de novo pelo país, mas que preserve as conquistas. Como Fernando Henrique fez (em relação ao antecessor, Itamar Franco), ao preservar a estabilidade e a democracia. Lula chegou, e muita gente não deu crédito. Mas ele também preservou a estabilidade, fez crescer a economia e colocou o país em um ciclo de inclusão social que precisa prosseguir. Se o Brasil parar a economia, do jeito que está parando, a gente vai desmanchar o que estava feito.

Na última terça-feira, Campos e Dilma participaram juntos da cerimônia de entrega da plataforma P-62, em Ipojuca (PE). No início do evento, a presidente fez questão de enaltecer a “relação fraterna” e o “alto nível das relações” que sempre pautaram a convivência dela com Campos.
Para o governador, as alianças que Dilma tem feito são ainda mais conservadoras do que as de Lula:

- O governo parte para aliança mais ampla e mais conservador ado que tinha sido feita. Esse atual (o governo) é mais conservador do que o de Lula, porque naquele havia mais gente progressista, com presença de gente que militou no campo democrático, militou na esquerda. Agora, a coisa cada vez marcha para o campo tradicional, para uma coisa que é uma geleia, um arranjo político que nada tem a ver como fôlego necessário para um ciclo novo, como o que demanda a sociedade.
O governador, que recentemente reuniu-se com o senador Aécio Neves, no Rio, lembrou que não sobe no mesmo palanque do tucano desde 1985, mas que, desde então, mantém com ele relação de respeito e entendimento político.

- Já conversei muito com Aécio, para ajudar na governança, quando Lula era Presidente. Isso é fato.Acho que tem muita gente próxima 'a campanha dele que merece muito respeito. A gente precisa fazer o encontro no Brasil das pessoas que podem contribuir para melhorar a política e por um país melhor. A gente não pode imaginar que Aécio, ou do PSDB, seja pior do que muita gente que esteve na base do Presidente Lula. Se a gente não pensa assim, não vai estar 'a altura do que a cidadania quer da política. Quer que ela melhore, e não que piore, afirmou o governador.
Campos destacou ainda que eventuais divergências com a Rede Sustentabilidade, da ex-ministra Marina Silva, não são tão grandes como se apregoa:

- Fizemos um levantamento em 20 estados e já está tudo resolvido. Qual outra aliança já está com a situação resolvida em 20 estados?

Fonte: O Globo

Governo age para evitar desgaste com protestos na Copa

Entre as ações para reduzir o impacto de manifestações está uma campanha para explicar o legado do Mundial

Na lista de obstáculos projetados para 2014, o 'risco Copa' é o que mais preocupa os estrategistas de Dilma

Natuza Nery

BRASÍLIA - Preocupados com eventuais protestos durante a Copa de 2014, articuladores do governo começaram a preparar "antídotos" para tentar evitar impacto sobre a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Dos obstáculos projetados, o chamado "risco Copa" é o que mais tem tirado o sono dos estrategistas.

Apesar de preocupações com os rumos da economia, a aposta do Planalto é que a inflação estará sob controle e o nível de desemprego, estável. A tensão maior recai justamente sobre o que o governo não controla: as ruas.

No Executivo, a ordem é evitar a "reencarnação das manifestações" deste ano, conforme definiu um auxiliar. Os protestos de junho fizeram com que Dilma perdesse 27 pontos, desabando de 57% de aprovação para 30% em apenas três semanas.

Avalia-se que a repetição de um mergulho dessa ordem pode ser fatal na campanha.

Após a queda abrupta de junho, Dilma começou, aos poucos, a mostrar recuperação, chegando em dezembro com 41% de aprovação, de acordo com o Datafolha. Mesmo assim, continua distante do seu pico de popularidade: 65% em março deste ano.

Vacinas
Na lista de antídotos está uma campanha publicitária federal explicando aos brasileiros o legado da Copa.

O governo também avalia exigir melhorias de gestão dos clubes de futebol na hora de conceder renegociações de dívidas. Os clubes queriam o perdão de dívidas previdenciárias e trabalhistas, mas, no máximo, conseguirão um refinanciamento.

A ideia é que as condições contratuais, como o tamanho das prestações, dependam do grau de contrapartidas.

O governo também deve chamar o Bom Senso Futebol Clube --movimento que pede melhorias nas condições de trabalho dos atletas-- para discutir as dívidas.

Para diminuir a resistência aos estádios, um dos deflagradores dos protestos de junho, um comitê governamental trabalha com um calendário de eventos nas arenas da Copa para que a população encare as construções como patrimônio e desfaça a ideia de que não passam de "elefantes brancos" que perderão a função após o mundial.

Pesquisas internas mostraram que, quanto mais a população tomou contato com os estádios, menores foram as resistências a eles.

Na área de segurança, já está em curso uma ação da Polícia Federal contra alguns dos agitadores das manifestações de junho, o que levará à prisão aqueles que reincidirem em depredações.

Por fim, a equipe de Dilma Rousseff fará, a partir de 2014, diagnósticos regionalizados para detectar ameaças em cada Estado.

Ontem, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse que o governo planeja enviar representantes às 12 cidades-sede para monitorar demandas de movimentos sociais.

"Vamos continuar persistindo teimosamente na atitude de dialogar, seja com quem for (...). Mesmo que os protestos ocorram, que ocorram de maneira civilizada, democrática, sem que se impeça o direito de ir e vir, sem que se impeça a festa popular."

Colaborou Tai Nalon, de Brasília

Fonte: Folha de S. Paulo

Mensalão – Petistas assediaram juiz da VEP

Depois da condenação - Romaria petista na VEP

Pelo menos duas vezes, o assédio ao magistrado ocorreu no gabinete da Vara de Execuções Penais

Vinicius Sassine

BRASÍLIA - Desde a prisão dos condenados do mensalão no Complexo da Papuda, políticos do PT passaram a procurar diretamente o juiz titular da Vara de Execuções Penais (VEP) em Brasília, Ademar Silva de Vasconcelos. Pelo menos duas vezes, o assédio ao magistrado ocorreu no gabinete da VEP. O líder do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado distrital Chico Vigilante, esteve no gabinete no início da tarde de 17 de novembro, dois dias após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, decretar a prisão dos réus.

Vigilante foi atendido pelo juiz para tratar da situação carcerária do ex-ministro José Dirceu, do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do ex-presidente do PT José Genoino.

Já o secretário de Administração Pública do governo do DF, Wilmar Lacerda, foi recebido pelo titular da VEP no início da noite da última quarta-feira. Quando presidia o PT no DF, entre 2001 e 2006, Lacerda fez saques de R$ 331 mil no Banco Rural. Ele integrou a lista de sacadores de dinheiro do esquema do mensalão, fornecida em 2005 por Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério, operador do esquema.

A ofensiva de líderes petistas também é recorrente por telefone. O governador do DF, Agnelo Queiroz, ligou para o titular da VEP depois da prisão dos colegas de partido. “Em razão do cargo que ocupa, o governador fala com o juiz da Vara Penal como fala com qualquer autoridade”, confirmou a assessoria de Agnelo. O magistrado já manifestou a colegas também ter recebido uma ligação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para tratar da condição dos presídios na Papuda. Cardozo nega. “O ministro não fez nenhuma ligação nem entrou em contato com ninguém”, disse a assessoria de Cardozo.

Vasconcelos também recebeu uma ligação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Alves disse ao GLOBO que o contato se limitou a um pedido de permissão para que a Junta Médica da Câmara examinasse o então deputado José Genoino.

— Ele estava no hospital, e só autorizavam com premissa do juiz — afirmou o presidente da Câmara.

A visita de Vigilante antecedeu a decisão de Vasconcelos sobre o destino dos réus do mensalão. No dia seguinte ao encontro, 18 de novembro, o magistrado decidiu colocar o núcleo político do mensalão numa única cela, em ala especial, no Centro de Internamento e Reeducação (CIR).

— Estive no gabinete com minha mulher e minha filha. Fui saber como estava a situação dos presos, colocados clandestinamente na Papuda. O juiz me disse que não podia fazer nada, pois esperava as guias de recolhimento por parte do presidente do STF — afirmou o deputado do PT de Brasília.

Lacerda, secretário de Agnelo, disse que a visita ao juiz teve o único objetivo de tratar de pedidos de agentes penitenciários relacionados a condições de trabalho. Também compareceram ao gabinete, segundo o secretário, representantes do sindicato dos agentes:

— O juiz mandou um ofício em setembro pedindo um cronograma de concurso público para agentes, atribuição da secretaria. Só tratamos disso e de condições de trabalho.


Os saques no Banco Rural em 2003, segundo o secretário, foram feitos para cobrir dívidas do partido:

— Quando o PT chegou ao poder, procurei Delúbio para tratar das dívidas, de cerca de R$ 1 milhão. Já apresentei todas as notas, aprovadas pelo TRE, e não respondo a processo.

O juiz titular da VEP foi afastado da condução dos processos do mensalão. Ao GLOBO, Vasconcelos disse ter o hábito de receber todos que o procuram:

— Recebo todo mundo: mulheres de presos, pobres, pardos. A VEP também tem funções administrativas e recebe autoridades. O juiz deve estar o tempo todo à disposição da sociedade.

Fonte: O Globo

Tarso cogita desistir de reeleição se não tiver apoio total de Dilma

Maior aliado da presidente, PMDB pretende ter candidato no RS

PORTO ALEGRE - O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), disse na quinta-feira que cogita não concorrer à reeleição se duas reivindicações suas não forem concretizadas.

Ele quer ser o único candidato ao governo gaúcho em 2014 apoiado pela presidente Dilma Rousseff e pleiteia a aprovação, no Congresso, de um projeto de redução de dívidas dos Estados com a União --o Rio Grande do Sul é o único Estado com dívida total acima do teto de 200%.

"Sou o representante da presidente Dilma [no Rio Grande do Sul]", declarou. A determinação do governador pode criar um embaraço para o PT. O PMDB, do vice-presidente Michel Temer, pretende lançar candidato próprio ao governo gaúcho e espera contar com a participação de Dilma na campanha.

Tarso Genro esteve com a presidente ontem, durante a inauguração de trecho de 22 km da BR-448, que liga Porto Alegre à sua região metropolitana. Três acessos à rodovia (Porto Alegre, Canoas e Esteio) ainda não estão finalizados. A obra está estimada em R$ 1,3 bilhão.

Em novembro, depois de o TCU (Tribunal de Contas da União) incluir a estrada em lista de investimentos que não deveriam mais receber recursos devido à suspeita de irregularidades, Dilma declarou ser "um absurdo" determinar a paralisação de obras.

Após a inauguração, a presidente foi para o seu apartamento na capital gaúcha.

Fonte: Folha de S. Paulo

Centrais sindicais se 'reconfiguram' para apoiar candidatos à Presidência

Ex-presidente da central, Paulinho da Força afirma que adesão a Aécio Neves em 2014 é certa

João Villaverde

BRASÍLIA - Segunda maior central do País, a Força Sindical sofreu nesta semana uma defecção que terá influência direta nos apoios das entidades de classe aos candidatos à Presidência da República no ano que vem. O tesoureiro da Força, Luiz Motta, que também preside a Federação dos Comerciários de São Paulo, vai deixar a central rumo à União Geral dos Trabalhadores, a UGT, ligada ao PSD, partido que já anunciou apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Com isso, a Força deve aderir, sem maiores resistências internas, ao projeto presidencial do senador mineiro Aécio Neves (PSDB).

Motta levará todos os 68 sindicatos da categoria em São Paulo para a UGT, o que engordará os cofres da entidade em cerca de R$ 4 milhões - dinheiro que a Força deixará de receber por não mais representar essa categoria.

Além do deputado federal e presidente do Solidariedade, Paulinho (SDD-SP), que já faz campanha para Aécio, a Força conta também com dois vice-presidentes filiados ao PSDB - Melchíades Araújo, da área de alimentação, e Antônio Ramalho, do ramo da construção civil.
Por outro lado, a UGT, que tem no presidente Ricardo Patah (PSD) um nome forte pró-Dilma, fica ainda mais próxima do governo federal e amplia o apoio do movimento sindical em favor da reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Filiação. Motta se filiou ao PTB há dois meses, partido que sinaliza se aliar a Dilma na campanha do ano que vem. Ele nutre o desejo de sair candidato a deputado federal por São Paulo no ano que vem. Patah, a quem o ex-prefeito Gilberto Kassab prometeu a mesma candidatura pelo PSD, aceitou abrir mão em prol de Motta.


A UGT deve aumentar de tamanho. Nas contas dos dirigentes da central, a entidade deve ganhar cerca de 200 sindicatos nas próximas semanas, contando os 68 sindicatos de comerciários que fazem parte da Federação dos Comerciários de São Paulo, presidida por Motta. A central vai se aproximar do poder de fogo da Força Sindical, mas ainda permanecerá como a terceira maior entidade do gênero, atrás também da Central Única dos Trabalhadores (CUT), historicamente ligada ao PT.

Lá e cá. Com 1,2 mil sindicatos e prevendo embolsar mais de R$ 30 milhões com imposto sindical no ano que vem, a UGT também vai aumentar sua musculatura política. "Nossa postura no PTB é semelhante daquela dos colegas do PSD", disse Motta ao Estado, "porque apoiamos o governador Geraldo Alckmin em São Paulo, e a presidente Dilma no campo federal".

Segundo Paulinho, que já presidiu a Força, a decisão de Motta foi "um erro grave", motivado por uma avaliação política e partidária, e não sindical. "Ele queria ser o presidente do Solidariedade em São Paulo, mas para mim a vaga deveria caber a um metalúrgico. A decisão de ir para o PTB e agora para a UGT, no campo sindical, foi um erro de cálculo", disse Paulinho, que admitiu: "a Força fica quase inteira com Aécio, agora".

A declaração de apoio da Força ao senador tucano provoca uma mudança de cenário em relação às eleições presidenciais de 2010, quando havia unidade entre as duas maiores entidades no apoio à candidatura de Dilma. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também tenta se aproximar dos sindicalistas, o que poderá dividir ainda mais o setor. Se não conseguir apoios explícitos, Campos buscará compromissos de neutralidade.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Campos trabalha para se aproximar de entidades

Provável candidato à Presidência, governador de Pernambuco deverá ter o apoio da pequena CTB no ano que vem

João Domingos e João Villaverde

BRASÍLIA - Enquanto a Força Sindical se aproxima de Aécio Neves (PSDB) e o governo federal conta com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vai se empenhar em atrair o maior número possível de sindicatos para sua provável candidatura em 2014.

De forma direta, o PSB conta com dirigentes nacionais da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), que tem cerca de 700 sindicatos e 700 mil filiados e é controlada pelo PC do B. A estratégia de Campos, segundo lideranças sindicais, está clara: tentará garantir o apoio maciço da CTB, evitar que a União Geral dos Trabalhadores (UGT) apoie a reeleição da presidente Dilma Rousseff, e ganhar a simpatia da governista CUT.

Assim, ao contrário do que ocorreu na eleição de 2010, quando o movimento sindical apoiou majoritariamente a candidata Dilma Rousseff, no ano que vem haverá uma divisão das centrais sindicais, com apoio distribuído para os três principais candidatos. "A grande novidade é que a presidente Dilma Rousseff não terá mais a unanimidade do movimento sindical ao seu lado", adverte o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força.

"Está tudo rachado", resumiu Paulinho. Presidente nacional do Solidariedade (SDD) e figura influente na Força Sindical, ele garante que essa entidade está "quase inteira" com Aécio, embora Eduardo Campos tenha apoio dos sindicalistas da central na Bahia e em Pernambuco.

O caminho de Campos na UGT é mais simples, embora ele tenha de enfrentar a grande influência, no grupo, do ex-prefeito Gilberto Kassab, que está com Dilma. Dois vice-presidentes da UGT são filiados ao PPS, que declarou apoio a Campos e Marina Silva, rompendo uma aliança histórica com o PSDB e o DEM.

Bandeiras. A Força Sindical tem entre suas bandeiras principais, além da redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário, que reduz as aposentadorias dos que recebem acima de um salário mínimo de benefício. O PSB também defende a revisão do fator previdenciário.
"Esse é um assunto que tem de ir para a mesa de negociação. O trabalhador não pode bancar a conta sozinho, enquanto o governo desonera setores da produção e a folha de pagamento e deixa tudo nas costas dos peões", afirmou o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS). Para o deputado tucano Marcus Pestana (MG), um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves, é importante contar com o movimento sindical ao lado do candidato, mas é preciso ter o cuidado de não aparelhar as centrais. "Não fazemos como o PT, que transforma os sindicatos em aparelhos do partido", afirmou ele.

Fonte: O Estado de S. Paulo

O peso da Copa no bolso

Para BC, Mundial e Olimpíadas elevarão inflação em 2 pontos percentuais ao longo de 10 anos

Gabriela Valente

BRASÍLIA - A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 contribuirão para pressionar os preços no Brasil. Em estudo divulgado ontem, o Banco Central (BC) estimou, pela primeira vez, o impacto dos grandes eventos esportivos no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, usado nas metas de inflação do governo). E concluiu que o Mundial e os Jogos vão elevar em dois pontos percentuais o IPCA ao longo de 10 anos. Os cálculos do BC levam em consideração o período entre 2007, data em que foi anunciado que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de Futebol de 2014, e um ano após a realização dos Jogos Olímpicos de 2016, ou seja, 2017, quando a pressão dos eventos se dissiparia.

“Megaeventos esportivos, como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo de Futebol, podem ter impactos significativos na economia do país anfitrião”, diz o texto do BC. “Enquanto o evento em si tem duração de algumas semanas, os preparativos têm início vários anos antes e envolvem investimentos que podem ter efeitos econômicos de longo prazo.”

Impacto maior no Brasil
Segundo o estudo, o comportamento dos preços no Brasil será pior do que o visto em outros países que sediam grandes eventos esportivos, porque, aqui, haverá a coincidência de duas grandes competições em um curto período de tempo. Normalmente, os países que recebem um evento têm um impacto que chega a um ponto percentual na inflação.

O estudo sobre o impacto das competições nos preços foi divulgado ontem, junto com o relatório trimestral de inflação, que traçou um cenário um pouco mais pessimista para a economia brasileira neste e no próximo ano. Segundo o relatório, o Brasil não deve avançar no crescimento em 2014 e ainda terá de lidar com uma inflação persistente nos próximos dois anos. A projeção do Banco Central para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) neste ano caiu de 2,5% para 2,3%, ritmo que deve ser mantido até o terceiro trimestre do ano que vem. Já o IPCA deve encerrar o ano em 5,8%. Em 2014, último ano do governo Dilma, o IPCA cairia para 5,6% nas previsões do BC, e chegaria a 5,4% em 2015, longe do centro da meta, que é de 4,5% ao ano. O relatório, na visão de analistas, sugere que a autarquia pode subir mais os juros do que o previsto pelo mercado.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC já elevou a taxa básica de juros Selic por seis vezes seguidas. A última elevação foi de meio ponto percentual, para 10%.
A palavra “convergência” para a meta de 4,5% foi retirada do texto do relatório. Mas o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, reforçou que o BC permanecerá de olho no combate à inflação:

— Está bastante claro, mas vou ajudar vocês dessa vez. Isso quer dizer que o Copom vai permanecer de olho no combate à inflação. (...) O cenário mais provável não aponta essa convergência (para o centro da meta), o que não implica que não seria possível. Vamos aguardar. Eu entendo sim que esse quadro pode mudar para melhor, pode se tornar mais benigno. Projeção não é promessa. É projeção — disse.

O mercado viu nas declarações do diretor do BC um recado de que os juros subirão por mais tempo:

— Acho que o Carlos Hamilton deixou claro que o aumento (de juros) de janeiro não será o último, porque o BC está realmente preocupado e prefere já fazer o ajuste no primeiro trimestre, que promete ser o mais tenso do ano — analisou o economista-chefe da corretora Gradual, André Perfeito, que mesmo antes do relatório trimestral de inflação, divulgado ontem, já previa mais duas altas de juros.

Segundo o economista-chefe do Credit Suisse, Nilson Teixeira, o BC foi mais duro no discurso agora e, com isso, aumentou a probabilidade de um ciclo de aperto maior do que era esperado antes: mais uma alta de 0,25 ponto percentual na reunião de janeiro, quando os juros básicos chegariam a 10,25% ao ano.

“O relatório de inflação veio um pouco mais hawkish do que o documento anterior, sinalizando que o ciclo de aperto adicional em 2014 pode ser de uma magnitude maior ou mais prolongado do que o que está incorporado em nosso cenário”, avaliou o economista em comunicado.Hawkish (falcão em inglês), no jargão dos economistas, significa uma postura mais dura na condução da política monetária.

Risco de 27% de não cumprir meta
Dentro das previsões divulgadas ontem, o Banco Central trabalha com uma probabilidade de 27% de não conseguir manter a inflação dentro do limite de dois pontos de tolerância da meta de inflação, ou seja, 6,5% tanto para 2014 quanto para 2015.

No relatório, o BC defendeu mais uma vez que o governo faça uma economia para pagar juros que impeça o crescimento da dívida pública. E aposta que a política fiscal caminha para essa neutralidade.

No curto prazo, o BC está mais pessimista em relação ao crescimento. E a agropecuária é a responsável. A estimativa para expansão do setor caiu de 10,5% para 7,3% e o setor de serviços deve crescer apenas 2%. A aposta anterior era de 2,3%. Essas reduções neutralizaram o otimismo em diversos outros setores, como indústria, consumo das famílias e do governo e para o investimento. A indústria, por exemplo, conta com o câmbio mais favorável, a redução de custos por causa da folha de pagamentos e a desaceleração da alta do custo de mão de obra.

Fonte: O Globo

Pressões políticas - Merval Pereira

O Plano Nacional de Educação (PNE), projeto de lei enviado ao Congresso em dezembro de 2010, somente em 2014 deverá ser aprovado, já que retornou à Câmara após diversas mudanças no Senado.

Considerado “uma das últimas oportunidades para tentar diminuir a distância que nos separa de tantos outros países do mundo" por Jorge Werthein, sociólogo e educador argentino, ex-representante da Unesco nos Estados Unidos e no Brasil, ele sofreu modificações para atender a pressões políticas da base governista que prejudicaram sua eficácia, na opinião de diversos educadores.

É, na prática, um exemplo típico do que Werthein chama a atenção: a educação é prioritária nos discursos políticos, mas não nas ações públicas. Na Comissão de Educação do Senado, com a relatoria do senador Álvaro Dias, do PSDB, foram aprovadas nada menos que 101 mudanças, das quais 47 foram rejeitadas pelo autor do substitutivo afinal vitorioso, senador Vital do Rêgo, do PMDB, que teve o apoio do relator de plenário, Eduardo Braga, também do PMDB.

O projeto que o Executivo enviou ao Congresso não quebrava qualquer paradigma, o que era claramente insuficiente para o salto educacional de que necessitamos, mas foi alterado em um ponto essencial: os 10% do PIB como parâmetro de gastos.

A Comissão de Educação do Senado resolveu refazer o projeto e apresentou modificações substantivas, que foram vetadas pelo senador Vital do Rêgo. A mais importante delas, para Ilona Becskeházy, pesquisadora de políticas públicas educacionais, ex-dirigente da Fundação Lemann e comentarista de educação da rádio CBN, foi a meta de alfabetização dos alunos apenas a partir dos 8 anos de idade nos primeiros anos de vigência do plano, quando a proposta correta seria alfabetizar aos 6 anos como regra o mais rapidamente possível, porque a não alfabetização é que tira os alunos da escola mais para a frente.

O projeto governista suprimiu também todas as referências específicas de qualidade, que tratam da matemática, das instalações prediais, e a que propõe identificar e ajudar os 250 municípios com pior desempenho.

Todas as referências específicas a padrões de qualidade deveriam ser mantidas, na opinião majoritária dos especialistas. Para Ilona Becskeházy, quanto mais especificar, melhor, ou, pelo menos, estabelecer que deverá ser especificado em breve, como currículo e notas do Pisa.

A maior polêmica são todas as estratégicas e metas/estratégias relacionadas a: a) volume (recurso público para o setor público e suplementação da União para quem não tiver recursos para atingir os padrões de qualidade específicos determinados pelo CAQ (Custo Aluno/Qualidade) e na renovação do Fundeb; b) alocação de recursos (estabelecer e implementar o CAQ urgentemente a fim de definir para onde vão os recursos novos e priorizar a formação docente em cursos presenciais diurnos, em período integral e gratuitos; c) mecanismo de responsabilização de quem não cumprir o PNE, tanto em relação a insumos como em relação a resultados.

Na opinião de Ilona Becskeházy, não se pode gastar mais sem antes estabelecer o CAQ. Primeiro, o padrão alto, depois formar capital humano no setor e, depois, começar a gastar. “Ninguém tem coragem de propor o CAQ e a formação de professores antes dos 10% do PIB.”

Segundo Ilona Becskeházy, em educação, assim como nas políticas públicas em geral, os países passam por quatro ciclos, que se repetem como uma espiral: massificação/expansão das matrículas; fluxo de alunos até a conclusão da etapa obrigatória; estabelecimento de padrões novos; e, por fim, implementação efetiva dos padrões estabelecidos.

“Ainda não conseguimos nem manter a massificação até o ensino médio, lutamos com o fluxo porque os alunos são analfabetos ou ignorados por seus professores, morremos de medo de padrões claros e não temos a menor noção de como implementar nada direito". (Amanhã, a alfabetização)

Fonte: O Globo

Ideia de jerico - Fernando Rodrigues

Estudei jornalismo na Inglaterra nos anos 80 e me assustei com uma das disciplinas: taquigrafia. É que ao pedir emprego, os repórteres ingleses precisavam colocar no currículo quantas palavras conseguiam anotar por minuto.

Não sei como é hoje, mas à época era proibido qualquer tipo de gravação em certos lugares públicos na Inglaterra. Na Câmara dos Lordes, nem pensar. O jornalista se virava rabiscando o máximo que conseguia no menor tempo possível.

Fracassei em "shorthand" (taquigrafia, em inglês). Não enxerguei uso na técnica. Preferi ficar com o meu sistema próprio de garatujas que só eu entendo. Além disso, embora muito mais atrasado do que a Inglaterra, o Brasil já não tinha a péssima tradição de proibir repórteres de usar gravadores no Congresso e em vários locais públicos. Bastava gravar.

Esse é um bom costume. Há por aqui o registro eletrônico de sessões do Congresso, de falas presidenciais e de sessões do Poder Judiciário.

É evidente que juízes estranharam e ainda se incomodam com a TV Justiça. Mas é um avanço institucional enorme permitir aos cidadãos de todo o país ter acesso a julgamentos, ao vivo e em cores. Há um valor pedagógico em disseminar na sociedade como se dá a prática do direito.

Só que agora um deputado do PT acaba de apresentar um projeto de lei propondo o fim das transmissões das sessões do STF. O objetivo é evitar a exposição das "entranhas da Justiça" que são "mostradas com sensacionalismo exacerbado por parte de alguns ministros em particular".

Regressiva e inconstitucional (com um Poder interferindo em outro), a proposta talvez não devesse ser assunto aqui. Como no Brasil há às vezes raios em céu azul, é melhor registrar para que, se o retrocesso vier, ninguém possa alegar ter sido apanhado de surpresa. E fica outra vez confirmado o triste axioma da democracia local: toda vez que um deputado tem uma ideia o Brasil piora.

Fonte: Folha de S. Paulo

A piloto de caças suecos – Luiz Carlos Azedo

É pouco provável que 36 aviões possam trazer grandes ganhos eleitorais a Dilma Rousseff, mas a decisão da compra dos caças nesta semana reduz a pressão dos militares contra o Palácio do Planalto. Se não dá votos, pelo menos não os tira e, por tabela, ainda diminui a pecha pouco favorável da presidente de ser centralizadora e indecisa. Assim, o anúncio da aquisição das aeronaves foi também eleitoreira, pois.

Reportagem de Paulo de Tarso Lyra e de Leandro Kleber, do Correio, revela que Dilma decidiu anunciar a compra dos aviões suecos da Saab antes do fim do ano para evitar críticas dos partidos e dos negociadores internacionais. Como não precisa pagar um centavo até o fim do mandato, a presidente apenas anunciou a compra, que será paga a partir de 2015. Nada poderia ser mais simples.

Havia uma clara pressão da cúpula militar para o fim de uma novela que se arrastava desde 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. Depois, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, fez demagogia e ensaiou o cancelamento do programa com o argumento de que o dinheiro da compra dos caças seria transferido para o Fome Zero. Como era de se esperar, Lula recuou, abrindo oficialmente o lobby de fabricantes internacionais: a norte-americana Boeing, a francesa Dassault, além da Saab.

Apostas
Ao longo de 12 anos, a Dassault e a Boeing apareceram como favoritas em algum momento. No caso da francesa, Lula chegou a anunciar que tinha escolhido o Rafale. A empresa norte-americana, por sua vez, ganhou força nas mesas de apostas nos últimos dois anos, antes de ser descartada com as denúncias de espionagem dos Estados Unidos contra o Brasil. Não ficaria bem para Dilma escolher a tecnologia da terra de Obama, of course.

Do ponto de vista diplomático, Dilma foi habilidosa. Avisou ao presidente francês François Hollande antes de anunciar a decisão pelo jato sueco. E deixou assessores divulgarem que não fez questão de comunicar o fato aos norte-americanos, em resposta à espionagem feita pela Agência Nacional de Segurança (NSA), dos EUA. Seria uma resposta brasileira à altura da covardia dos arapongas.

Outra reportagem do Correio, assinada pelo repórter Paulo Silva Pinto, mostra que o movimento de Dilma é quase uma encenação dentro de um amplo cenário diplomático e comercial. É que, no fim das contas, a vitória dos caças suecos na concorrência aberta pelo governo não deixa de ser a vitória também dos norte-americanos por causa de dois fatores simples de explicar a partir de um comentário de um funcionário de alto escalão brasileiro, dito na condição de anonimato.

Durante evento promovido para funcionários do Brasil e da França, em meados deste mês, por causa da visita de Hollande, um servidor brasileiro revelou o lobby norte-americano contra o Rafale: "Eles chegaram a dizer: se não quiserem levar o F/A-18 (o caça dos Estados Unidos), escolham o Gripen". Do lado dos americanos, amargar a derrota para os franceses não seria fácil. É que a Boeing considera a Dassault uma concorrente direta, ao contrário da empresa sueca, vista como jogadora de menor porte.

Além disso, parte das peças do Gripen é produzida nos Estados Unidos, como, por exemplo, a turbina. Assim, na real, Dilma apenas fez um jogo de cena ao tentar mostrar que escanteou os Estados Unidos. O Planalto sempre soube que o resultado favorável aos suecos não seria algo muito dramático para o governo Obama. A presidente se comporta de forma rápida, tal qual uma pilota de caças. Resta rezar para que ela não torne a metáfora real e, depois da motocicleta, queira pegar carona no Gripen.

Lamento
Depois das mortes de Dominguinhos, Carlos Fernando e Lou Reed, 2013 ainda teve tempo de levar o rei Reginaldo Rossi. Não foi um ano dos mais fáceis, mesmo. Um ano que parece não gostar de música.

Fonte: Correio Braziliense

Mandela e o mensalão - Guilherme Fiuza

A frase que resume os dez anos de reinado do oprimido no Brasil foi dita pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no processo do mensalão: “Se o Mandela ficou 27 anos preso, eu suportarei também.”

Nelson Mandela tinha acabado de morrer, e já era contrabandeado pelo herói mensaleiro. Os oprimidos de gravata sugam o que podem, até a memória alheia. Não se pode esquecer que, em sua propaganda eleitoral, Dilma Rousseff confiscou a identidade de Norma Bengell, usando uma foto da atriz na passeata de 1968 em sua apresentação biográfica. No dia seguinte ao brado de João Paulo Cunha, Dilma estava no Congresso do PT que apoiou os mensaleiros condenados. A presidente repetiu, com a ajuda de Lula, o já famoso gesto do braço erguido com o punho cerrado — inaugurado por Dirceu e Genoíno na chegada à prisão. Não se sabe bem o que significa aquela mão fechada. Há quem diga que é um aviso de que não vão devolver o que roubaram.

Como pode a presidente da República participar de um comício em defesa de corruptos condenados e presos? Um comício onde um partido político censura a mais alta corte da Justiça, com pesados ataques ao seu presidente? Dilma pode. Assim como o mensaleiro João Paulo pode se comparar a Mandela e, em seguida, dizer “longe de mim me comparar a Mandela”. Pode também distribuir centenas de exemplares de uma revista inocentando a si mesmo, e se declarar ofendido quando a imprensa pergunta quem pagou aquilo. Num país saudável, João Paulo Cunha viraria piada e Dilma Rousseff teria de prestar esclarecimentos no Congresso Nacional sobre seu gesto favorável a criminosos. Mas no Brasil a moral virou geleia.

Tanto que, no embalo do espírito natalino, virou moda entre a elite culta defender José Genoíno. Vozes intelectualizadas se erguem para avisar que o ex-presidente do PT, condenado e preso, não ficou rico e vive até hoje modestamente. Os samaritanos não chegam a dizer que o mensalão não existiu, mas dizem que a biografia de Genoíno é ótima e ele é cardíaco. Bradam que é um absurdo estigmatizar como bandido um cara tão legal.

Não é preciso dizer mais nada para explicar o Brasil de hoje. Um indivíduo condenado como partícipe do maior assalto aos cofres públicos da história da República encontra, entre vozes supostamente respeitáveis, uma espécie de anistia informal. Estava no bando mensaleiro, mas leva uma vida franciscana. Se meteu nesse rolo, mas é gente boa. Note-se que essas pessoas de bem não chegam ao delírio petista de afirmar que qualquer um dos mensaleiros seja inocente. Apenas se mostram indignadas com o fato de um sujeito bacana como Genoíno (condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha) ser tratado como criminoso. Está inaugurada a figura do infrator bonzinho.

Possivelmente Genoíno não tramaria o valerioduto, exatamente por sua boa índole. Mas então deveria, em vez de assinar a papelada suja de Valério, ter se demitido imediatamente da presidência do PT. Não o fez porque já havia transformado a política em emprego, assim como o exército de companheiros medíocres que tomaram o Brasil de assalto como meio de vida. E não largarão o osso em 2014, justamente porque os brasileiros honestos são indulgentes com o infrator bonzinho.

No mesmo congresso partidário em que Dilma participou do desagravo aos mensaleiros, Lula deu mais uma aula de princípios. O oráculo afirmou que a imprensa (sempre ela) exagerou no caso do emprego de José Dirceu. Um sujeito condenado por desviar uma montanha de dinheiro público consegue, na prisão, salário de 20 mil reais como gerente de um hotel que tem um “laranja” entre seus donos. Mais impressionante: esse condenado que não disfarça suas ótimas relações com o submundo é apoiado em público pelo ex-presidente e sua preposta que governam o país. E o país, ato contínuo, avisa que vai reeleger o bando em primeiro turno.

Pensando bem, com um salvo-conduto desses, piratear Nelson Mandela e Norma Bengell está barato. Jesus Cristo não escapa.

Enquanto isso, na realidade tediosa dos que não têm os punhos cerrados em direção ao céu, o Brasil bate mais um recorde: maior rombo nas contas externas em mais de 50 anos. Uma bobagem, puro preconceito contra o governo popular: os investidores estão fugindo do Brasil só porque o governo petista mente sobre suas contas, tenta esconder a inflação comprimindo tarifas e comprometendo empresas como a Petrobras, diz coisas desencontradas sobre política monetária, abandona a infraestrutura e fatura com a selva tributária, fazendo o risco Brasil disparar. Tudo inveja da ascensão terceiro-mundista, diria o saudoso Hugo Chávez.

Agora há uma corrente do PT defendendo apoio formal aos métodos boçais dos black blocs. Medida desnecessária. Os métodos do partido destroem com muito mais eficácia.

Fonte: O Globo

A desinflação interrompida - Claudia Safatle

Governo crê no controle de preços e duvida dos juros

A taxa média anual de inflação do início do regime de metas, em 1999, para cá é de 6,63%. Foi de 8,77% no último mandato de FHC, caiu para 5,78% nos oito anos de Lula e subiu para 6,01% nos três anos do governo de Dilma Rousseff. Os cálculos consideraram variação de 5,7% para o IPCA deste ano. O IPCA-15 de 0,75%, divulgado ontem, porém, colocou em risco o compromisso do BC de entregar, este ano, um índice menor do que os 5,84% de 2012 e renovou dúvidas sobre a proximidade do fim do processo de elevação dos juros.

Ao longo desses anos, em apenas três o IPCA ficou abaixo da meta de 4,5%: 2006 (3,14%), 2007 (4,46%) e 2009 (4,31%). Cada período teve suas crises ou choques de oferta que dificultaram a convergência da inflação para a meta. O início do regime, em junho de 1999, foi precedido de forte crise cambial em uma economia ainda em condições precárias e abalada por uma sequência de crises externas. O último ano de FHC foi marcado por turbulências derivadas de temores eleitorais. Em 2008 e 2009, Lula viu a pior crise financeira mundial pós-29 e Dilma pegou o repique dessa crise em 2011/12, além de um choque de preços dos alimentos em 2012.

Não desprezível foi, também, o papel da valorização da taxa de câmbio para a política anti-inflacionária desde o Plano Real.

Sob uma perspectiva histórica, houve sucesso inegável no combate à inflação. Entre 1986 e 1994, a taxa média anual era de 842,5%. De 1995 a 2003, caiu para 9,1% e de lá para cá, para 5,5%. Sob a ótica das escolhas das políticas governamentais, o trabalho poderia ter sido melhor.

A desinflação avançou de forma razoável até 2006, com um tropeço aqui, outro acolá. Havia, inclusive, a esperança de reduzir a taxa para 3,25% em 2003 traduzida em metas que são estabelecidas todos os anos para dois anos à frente. Há nove anos, porém, a meta está estável em 4,5%.

Quando todo o mercado, em 2006, projetava a redução da meta de inflação para 4% para 2008, o Conselho Monetário Nacional (CMN), presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, manteve-a em 4,5%. Perdeu-se, ali, uma chance de ouro de prosseguir na desinflação. O processo foi interrompido.

Nunca mais ouviu-se falar em redução da meta até que, no início deste mês, em café da manhã com empresários em São Paulo, o ministro da Fazenda disse, pela primeira vez desde que assumiu em março de 2006, que "nos próximos dez anos, é possivel que o centro da meta inflacionária, atualmente de 4,5%, seja reduzido para 4%, desde que haja uma redução do grau de indexação da economia, que ainda possui um elevado grau de inércia inflacionária, e incrementos de produtividade".

Sempre há uma explicação para a inflação alta no Brasil e é pouca a vontade política de concluir a estabilização que começou há 20 anos. Isso exigiria um esforço fiscal mais prolongado e juros para segurar a demanda. Supondo que combater a inflação compromete o crescimento, os últimos governos se acomodaram em uma meta frouxa, que, com a margem de tolerância, pode variar entre 2,5% e 6,5%.

Mais recentemente o teto de 6,5% passou a ser meta. A presidente, em novembro, escreveu no Twitter que "o país manterá, pelo décimo ano consecutivo, a inflação abaixo da meta de 6,5% anuais". Há um pressuposto, formulado por alguns economistas do governo, de que o brasileiro tolera bem uma taxa de inflação de 6% ao ano.

Para uma economia saudável e crescimento sustentável é fundamental ter uma inflação baixa e controlada, onde o movimento de elevação dos preços em geral não compromete o planejamento das empresas e das famílias, não é fator de corrosão dos salários nem um elemento de incerteza que deprime os investimentos. Esse é o caminho para se chegar a uma taxa "neutra", que aqui nem é parte da discussão.

Ao fim do terceiro ano do governo Dilma Rousseff a inflação ainda ocupa o centro das preocupações. Resgatou-se, na área econômica, uma forma anacrônica de represá-la: o controle de preços. Os preços administrados (energia, derivados de petróleo, tarifas de ônibus) tiveram aumento este ano de pouco mais de 1% enquanto que os livres subiram sete vezes mais. Desses, os preços dos serviços continuam em ritmo galopante pressionados pelo pleno emprego.

A prática do controle prosseguirá no ano eleitoral de 2014. Esta semana a Aneel adiou para 2015 o início da bandeira tarifária, que seria usada como mecanismo de reajuste das contas de luz. No meio oficial acredita-se mais em controle de preços do que na eficácia da política monetária para conter a inflação.

Só recentemente o governo passou a atribuir alguma importância, também, a questões de valor intangível, como expectativas, confiança, credibilidade. As duras circunstâncias enfrentadas este ano, das manifestações populares de protesto ao baixo crescimento econômico e a descrença e mau humor dos investidores externos e internos, teriam forçado essa compreensão.

As expectativas para os próximos quatro anos, coletadas pelo Focus, continuam desancoradas. O mercado estima inflação média de 5,6% até 2017 e crescimento médio de 2,6%.

Por todas as razões - e a inflação sempre pune mais os mais pobres - os governos deveriam ter mais ambição no combate à inflação. Embora Mantega tenha condicionado a redução da meta num prazo longínquo a progressos na desindexação da economia, o mais provável é que seja exatamente o contrário: só será possível desindexar a economia quando a inflação for baixa o suficiente para permitir que os contratos possam ser livremente negociados e não automaticamente atrelados a algum índice.

Fonte: Valor Econômico

Longe do centro – Miriam Leitão

O Relatório de Inflação é um deserto de estilo. É documento áspero, repetitivo, enfadonho. Não o atravesso por prazer, mas lá está a visão do Banco Central sobre como está e como ficará a economia. O que o BC nos informou ontem é que a inflação não volta para o centro da meta (4,5%) nem ao final do primeiro ano do próximo mandato. E que o país continuará crescendo pouco.

E mais: disse que nunca antes na história desse real — moeda a duras penas conquistada — a inflação de preços administrados pelo governo foi tão baixa. Ela está em 0,95% ou 2,55 pontos percentuais abaixo do que estava há um ano. Ou seja, neste ano o governo forçou mesmo a mão para reprimir os preços que ele controla. Atenção, leitor, essa é a minha tradução livre das sisudas palavras que estão no longo texto. O BC projeta inflação de 5,8% para 2013; 5,6% em 2014; e 5,4% em 2015.

Há trechos inteiros que se repetem nesses documentos. Um deles é o alerta do órgão de que inflação alta por muito tempo tira o horizonte “das firmas e famílias”. Não é nada bom para a economia. E por isso ele ficará “vigilante”. Mas a impressão que se tem é que, para o BC, se houver uma escadinha como ele prevê, cada ano uma inflação um tiquinho menor do que no ano anterior, já está mais do que bom. O ponto que parece esquecido nos últimos anos é que a meta é 4,5% e desde agosto de 2010 os preços não ficam nesse patamar. Estão sempre acima.

O BC acha que mundo vai crescer mais no ano que vem, que o real vai se desvalorizar e que isso “milita no sentido de tornar a dinâmica da demanda externa mais favorável ao crescimento da economia brasileira”. Eu também estranhei a palavra “milita” usada nesse contexto, mas o que eles querem dizer é que o Brasil vai exportar mais no ano que vem e que isso vai ajudar o crescimento.

Ainda bem, porque se militasse no sentido contrário estaríamos em apuros. Em 2013, o Brasil teve uma forte piora das suas contas externas. E o próprio BC fala disso. O texto lembra que houve reversão na balança comercial. O Brasil tinha superávit há anos e passou a ter déficit este ano e aumentaram as despesas com viagens e transportes. O déficit externo, em 12 meses, somando todos os itens, fechou outubro em US$ 82 bilhões. Isso é US$ 30 bilhões a mais do que em outubro do ano passado. No ano que vem, o BC está mais otimista nesse ponto: acha que o programa de concessões, o aumento das exportações e outras mudanças vão reduzir esse déficit.

O mercado interpretou o Relatório de Inflação como mais um sinal de que o ciclo de alta dos juros está perto do fim. Mas há quem ache que isso pode mudar ao longo do ano que vem, dependendo do comportando do câmbio e dos seus impactos sobre os preços no país.

Segundo o Banco Central “está em curso mudança na composição da demanda agregada”: o consumo vai continuar crescendo, mas com menos ímpeto, e os investimentos vão aumentar. Ele disse isso, mas no parágrafo seguinte já diz que a demanda interna está “robusta” e as famílias terão ganhos de renda. Tomara que sim, mas isso não combina com consumo menor, ou seja, a tal mudança na composição da demanda agregada. O BC ainda não disse qual sua projeção para o ano de 2014 fechado, mas adiantou que até o terceiro trimestre a alta do PIB será de apenas 2,3%, em 12 meses. Se o ritmo for o mesmo até o final do ano, o governo Dilma chegará ao fim com uma alta média de apenas 2,07% ao ano. A mais baixa desde a implementação do plano Real.

Fonte: O Globo

Geração de emprego no ano até novembro é a pior em dez anos, aponta Caged

De janeiro a novembro, foram criados 1,546 milhão de novos empregos formais, queda de 12,6% ante mesmo período de 2012

Geração de vagas cresce 3% em novembro, com 47,5 mil vagas, quase a metade do total de postos de emprego criados em outubro

Flávia Pierry

BRASÍLIA – A geração de postos formais de empregos acumulada neste ano, de janeiro a novembro, é a pior desde 2003, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No ano, foram criados 1,54 milhão novos postos de trabalho, uma queda de 12,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando haviam sido geradas 1,77 milhão de vagas. O resultado acumulado é o menor para o período desde 2003, quando haviam sido criadas 1,116 milhão de vagas.

Em novembro, a geração de postos de trabalho formalizados cresceu 3,02%, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, com 47.486 vagas novas criadas, já descontando os postos de trabalho que foram fechados no mês. Em novembro do ano passado, foram geradas 46.095 vagas.
Na comparação com outubro, a geração de vagas caiu quase pela metade. Em outubro, haviam sido geradas 94.893 empregos.

Segundo o MTE, o total de admissões em novembro atingiu 1,618 milhão e o de desligamentos alcançou 1,570 milhão.

Em novembro, o setor de Comércio teve saldo positivo na geração de vagas, com 103.258 postos novos, descontando as demissões, e o de Serviços, com 44.825 postos. Na Indústria de Transformação foram fechados 34.266 postos de trabalho no mês passado, e o MTE credita esse resultado a fatores sazonais, com a produção para o final do ano já entregue ao comércio.

Na Agricultura foram fechados 33.183 postos, também por motivos sazonais. Na Construção Civil, 31.770 postos foram fechados, o que o MTE avalia que se deve a fatores climáticos e encerramento de várias obras.

Por estado, o MTE destacou o estado do Rio de Janeiro entre os que mais geraram novas vagas no mês passado, com 16.985 postos; o Rio Grande do Sul gerou 10.443 postos e Santa Catarina, 9.638 postos.

Sergipe teve geração recorde para meses de novembro, com 3.059 novas vagas. Mas nos seguintes estados o fechamento de vagas superou a geração: Minas Gerais (11.942 vagas a menos), Goiás (8.397 postos), Mato Grosso (5.204 postos) e São Paulo (3.751 postos).

Fonte: O Globo

Brasília-DF - Denise Rothenburg

Mercadante 2018
Há quem vislumbre a possível transferência de Aloizio Mercadante da Educação para a Casa Civil como um nome a ser incluído nas possibilidades de aposta do PT de São Paulo no quesito candidato a presidente da República. A preços de hoje, nada indica que Lula será o candidato mais adiante, nem que Fernando Haddad emplacará no futuro. Tampouco pode-se prever que Alexandre Padilha, hoje pré-candidato ao governo de São Paulo, estará pronto para concorrer à Presidência. Mercadante é hoje um sobrevivente do grupo paulista que ascendeu com Lula e sucumbiu na esteira do mensalão. Portanto, já está na hora de ele entrar nessa fila. Afinal, se tem algo que o PT paulista não deseja é dar lugar de candidato a presidente a representantes de outros estados, ainda que petista.
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Quem defende Mercadante, entretanto, relata o perigo da maldição que pesa sobre aqueles que ocupam a Casa Civil pensando em ocupar o principal gabinete do Palácio do Planalto. No PT, os dois que planejavam esse jogo sucumbiram, José Dirceu, no governo Lula, e Antonio Palocci, no começo da gestão de Dilma. A única que deu certo foi Dilma Rousseff, que chegou ali sem querer nada que não fosse ajudar Lula e terminou dona do gabinete presidencial.

É o cara
Na sua movimentação pela Casa Civil, Mercadante conquistou o PMDB. O líder peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha, tem dito em conversas reservadas que o ministro ajudou a debelar a crise aberta a partir da MP dos Portos. Ali, PMDB e governo ficaram em campos opostos e o partido rompeu com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Depois, quem reassumiu as negociações palacianas com o partido foi a ministra Gleisi Hoffmann.

É o outro cara
Apesar dos atributos de Mercadante, se depender da torcida da ministra Gleisi, o seu sucessor será o secretário executivo da Previdência, Carlos Gabas. O motivo é um só: Gabas é a certeza de continuidade de toda a equipe da Casa Civil. Com Mercadante, muda a maioria.

Entre altos & baixos...
Apesar das turbulências, o ano termina bem para a cúpula da Petrobras. Graça Foster e o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, dividem o 10º lugar na lista dos 100 personalidades mais influentes do setor naval no mundo. A lista é elaborada pela influente revista britânica Lloyds List.

...Estão todos bem
Em 2012, Foster e Machado ocupavam a 17ª posição. Hoje, o Brasil é a quarta maior carteira de petroleiros e a terceira de embarcações do mundo. Só o Programa de Modernização da Frota (Promef) representa investimentos de R$ 11,2 bilhões, com encomendas de 49 navios e 20 comboios hidroviários a estaleiros nacionais, até 2020.

CURTIDAS
Diz o ditado/ Ao comentar os planos de Luiz Inácio Lula da Silva, de obrigar Eduardo Campos a permanecer todo o tempo de campanha em Pernambuco, o senador Rodrigo Rollemberg é direto: "Pau que dá em Chico, dá em Francisco. Se ele ficar lá, não terá como alavancar Dilma em outros estados".

Desta vez.../ Ives Gandra acompanhava o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, na visita ao Supremo Tribunal Federal, quando, de repente, cruza com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (foto, à direita). "Ives, a gente sempre em lados diferentes. E eu sempre ganho!", brincou Haddad. Menos de 24 horas depois, a sequência de vitórias teria fim, com a decisão do Supremo de manter a liminar que impede o aumento do IPTU em São Paulo.

Docinha/ A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon promete incrementar os jantares do PSBV. No primeiro encontro que manteve com representantes do partido em Brasília, ela chegou com a sobremesa e ganhou fãs. Encomendas virão.

Os tenores/ Nas festas de fim de ano dos congressistas, o senador Waldemir Moka (PMDB-MT) e os deputados Alceu Moreira (PMDB-RS) e Chico Alencar (Psol-RJ) foram as revelações musicais. Substituem assim o ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro, que raramente frequenta as festividades parlamentares.

Fonte: Correio Braziliense

Painel - Vera Magalhães

De cabelo em pé
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) para viajar na noite de quarta-feira ao Recife, onde, no dia seguinte, submeteu-se a uma cirurgia para implantar 10 mil fios de cabelo. É a segunda vez neste ano que Renan usa avião da FAB para fins particulares. Em junho, foi a Trancoso (BA) para o casamento da filha do colega Eduardo Braga (PMDB-AM). Depois que esta coluna revelou o fato, reembolsou R$ 32 mil à União.

Outro lado Procurada pela coluna, a assessoria de imprensa do presidente do Senado não se manifestou sobre o uso da aeronave. A agenda oficial publicada no site da Casa não registra compromissos do peemedebista na capital pernambucana.

Tônico 1 Antes de viajar para a cirurgia anticalvície, Renan gravou pronunciamento para a TV, em que faz balanço positivo do primeiro ano de sua gestão na Casa.

Tônico 2 Na mensagem, o congressista anuncia que o Senado economizou cerca de R$ 260 milhões em 2013. Ele pretende entregar um cheque simbólico ao Executivo nesse valor. Não se sabe se também vai reembolsar o novo voo.

Bedel Renan telefonou ontem para senadores que estarão de "plantão" durante o recesso parlamentar, entre 24 de dezembro e 2 de fevereiro. Confirmou os locais onde eles devem estar e os telefones em que poderão ser encontrados.

De casa O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que estuda solicitar intervenção federal nos presídios do Maranhão, tem entre seus principais conselheiros o procurador Nicolao Dino, irmão de Flávio Dino, candidato de oposição à família Sarney ao governo do Estado.

Caos No ano, 50 presos já morreram no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Nesta semana um conflito levou à morte de 5 detentos, 3 deles decapitados.

Limbo Conselheiros de Fernando Haddad (PT) apontam que a decisão da Justiça de barrar o aumento do IPTU força a Prefeitura de São Paulo a "cometer uma ilegalidade". A lei 15.044/2009 obriga o município a reajustar a Planta Genérica de Valores, que baliza o imposto.

Preparando... O PT e a gestão Haddad pretendem retomar a discussão sobre o reajuste do IPTU só em 2014. A ideia é usar as redes sociais para tentar provar que o projeto, sustado, beneficiava a população de baixa renda.

... terreno Já o PSDB, que também entrou com ação contra o aumento do tributo, mas foi ofuscado pela Fiesp de Paulo Skaf, vai usar a internet para tentar assumir protagonismo do caso.

Bumbo Dirigentes tucanos criticam o uso de recursos da entidade presidida pelo pré-candidato do PMDB ao governo paulista para veicular comerciais na TV sobre a suspensão do reajuste.

Resta... Guardado por Dilma Rousseff para seu último ano de mandato, o programa de apoio a mulheres vítimas de violência sexual e agressões será instalado em todo o país, exceto Pernambuco, Estado governado por Eduardo Campos (PSB), seu provável rival em 2014.

... um O programa Casa da Mulher vai reunir num só local delegacia especializada no atendimento à mulher, vara de Justiça, defensoria pública, promotoria e equipe psicossocial. O projeto será desenvolvido em parceria com governos estaduais, prefeituras e o Judiciário.

Sem espaço Segundo o Planalto, o governo de Pernambuco informou que não tinha nenhum local disponível para instalar o programa.

TIROTEIO
"Se Haddad tivesse tanta garra para melhorar a cidade quanto tem para brigar pelo IPTU, São Paulo se tornaria a cidade dos sonhos."
DO DEPUTADO DUARTE NOGUEIRA, presidente do PSDB-SP, sobre a tentativa frustrada de Fernando Haddad (PT) de reajustar o IPTU de São Paulo em 2014.

CONTRAPONTO
Excursão de fim de ano

O presidente da Embratur, Flávio Dino (PC do B-MA), foi ao Senado na última semana para apresentar estatísticas sobre o impacto do turismo sobre o comércio das cidades brasileiras. Ao citar exemplos de locais beneficiados, brincou com o aliado Inácio Arruda (PC do B-CE):

--Se o turista compra um suco na Volta da Jurema, depois vai aos bares de Iracema e, no dia seguinte, vai ao Beach Park e, no terceiro dia, ao Centro de Convenções... Fiz um comercial bacana do Ceará agora! --disse Dino.

--Se ele for parar em Lençóis, no Maranhão, então está feito! --devolveu Arruda para o maranhense.

Fonte: Folha de S. Paulo