sábado, 26 de outubro de 2013

OPINIÃO DO DIA – Fernando Gabeira: ‘Precisamos sair dessa maré’

Estamo-nos acostumando com as chamas urbanas. Uma pedrada aqui, um coquetel molotov ali, produzimos uma rotina burocrática, sintonizada com o pântano político. Nos fronts político, social e cultural o alarme esta soando há algum tempo. Conseguimos sobreviver a uma longa ditadura militar. Será que vamos capitular diante de um governo que distribui cestas básicas e Bolsas Família?

O País foi moralmente arrasado pela experiência petista e de todos os cafajestes que o governo conseguiu alinhar. Predadores oficiais e predadores de rua se encontram nessa encruzilhada em que um profundo silêncio político se abate sobre nós, com exceção de vozes isoladas.

Precisamos reaprendera conversar, reafirmar valores políticos que não se resumem a casa e comida. Precisamos viver a vida, cuidar mais da bio que da grafia. Precisamos sair dessa maré.

Fernando Gabeira, “Biografias inacabadas”. O Estado de S. Paulo, 25 de outubro de 2013

Governo eleva para 30% limite de participação estrangeira no BB

Na gestão Lula, fatia passou de 5,6% para 20%. Ações sobem 1,16%

Geralda Doca, Lucianne Carneiro e João Sorima Neto

BRASÍLIA, RIO E SÃO PAULO- O governo ampliou o limite de participação estrangeira no Banco do Brasil (BB) de 20% para 30%. Esta é terceira elevação da fatia de investidores estrangeiros no capital do banco em governos petistas. O percentual saiu de 5,6% para 12,5%, em 2006, e para 20%, em 2009. Segundo decreto publicado ontem no "Diário Oficial da União" a medida "é do interesse do governo brasileiro"

O vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, Ivan Monteiro, disse que a ideia é dar mais liquidez às ações da instituição e, assim, assegurar ganhos aos acionistas diante das mudanças na metodologia do índice Bovespa (Ibovespa), em 2014, em que o valor de mercado das empresa ganhará maior relevância.

— Quanto maior a liquidez, mais valorização e quanto mais valorização, maior a presença (do BB) no índice da Bolsa — disse o executivo, acrescentando que a tendência é que os fundos de investimentos passem a comprar mais ações do banco.

"Banco pode precisar de capital"

O anúncio fez as ações do banco subirem ontem, na contramão do mercado. Os papéis do BB avançaram 1,16%, a R$ 28,68. Na máxima do dia chegaram a R$ 29,07, com valorização de 2,57%. No ano, os papéis do banco acumulam ganho de 20,6%. Só neste mês a valorização foi de 10,94%, enquanto o Ibovespa subiu 3,47%. Os American Depositary Receipt (ADRs), recibos equivalentes a ações negociados no mercado americano, subiam 1,81%, aUS$ 13,26 — atingindo o valor máximo do ano (R$ 28,70).

— As ações do BB reagiram positivamente, numa demonstração de que o mercado aplaudiu a medida — disse Monteiro. Segundo ele, a medida estava em estudo há seis meses, com a procura de estrangeiros por papéis do banco. Em junho, a fatia destes investidores era de 19,4%.

Recentemente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, teve que intervir para amenizar o clima de tensão entre o presidente do BB, Aldemir Bendine, e o da Caixa, Jorge Hereda. Os dois bancos têm traçado estratégias para atacar o mercado dominado pelo outro. O BB está de olho no mercado imobiliário.

Apesar dos planos de expansão, Monteiro disse que não há previsão de nova elevação do teto para estrangeiros, alegando que o Tesouro Nacional é dono de 58,31% das ações do banco e o fundo de pensão dos funcionários do BB (Previ), de 10,38%; o BNDESPar detém 0,19%, e outros 0,92% estão na Tesouraria (em poder do banco). Os 30% restantes estão diluídos entre acionistas estrangeiros (19,4%) e nacionais, sendo 5,19%, nas mãos de empresas e 5,66%, pessoas físicas.

Como o capital do BB permanece o mesmo, Monteiro explicou que não há impacto na ampliação de recursos para crédito. Reforçando o discurso da presidente Dilma Rousseff, que considerou "xenofobia" críticas ao capital externo em concessões, ele disse que o investidor estrangeiro é "muito bem-vindo" ao país.

Para o analista João Augusto Salles, do escritório Lopes Filho & Associados, a mudança abre a possibilidade de o banco buscar mais recursos:

— Não é uma coisa a curto prazo, nem para 2014. Mas a mudança abre espaço para se buscar mais recursos. Lá na frente, o banco pode precisar de capital.

Para o analista de bancos da agência Austin Rating, Luis Miguel Santacreu, a medida amplia o espaço de negociação dos papéis no exterior:

— As ações do BB ganham mais liquidez aqui e lá fora. O BB está expandindo sua atuação na América Latina e nos EUA.

Fonte: O Globo

Lucro da Petrobrás cai 39% no 3º trimestre

A Petrobrás encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 3,39 bilhões, em meio à forte pressão do descompasso entre os preços da gasolina e do diesel vendidos no País e os internacionais. A queda em relação ao mesmo período do ano passado foi de 39%. Em relação ao segundo trimestre, a redução foi de 45,3%. O resultado frustrou analistas, que previam lucro líquido de R$ 5,7 bilhões. Graça Foster destacou o impacto do aumento da defasagem em meio à grande demanda interna por combustíveis

Com defasagem no preço do combustível, lucro da Petrobrás cai 39% no 3º trimestre

Sob forte pressão do descompasso entre os preços da gasolina e diesel vendidos no País e. os preços internacionais, a Petrobrás fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 3,39 bilhões. A queda em relação ao mesmo período do ano passado foi de 39% em relação ao segundo trimestre deste ano, o tombo foi ainda maior 45,3%. O resultado frustrou as expectativas dos analistas, que previam resultado em torno de R$ 5,7 bilhões.

Na carta que acompanhou o balanço, divulgado ontem à noite, a presidente da companhia, Graça Foster, destacou o impacto do aumento da defasagem num momento de forte demanda interna por combustíveis. Para suprir o mercado de diesel, por exemplo, a estatal foi obrigada a importar o produto, a um preço mais alto, para vender no Brasil por um valor mais baixo.

Pela primeira vez, a Petrobrás deu um sinal mais fume de mudança na metodologia de aumento de gasolina e diesel. De acordo com o que foi descrito por Graça, em busca de uma "convergência de preços" aos patamares internacionais, a diretoria da estatal apresentou ao Conselho de Administração, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, "uma metodologia de precificação a ser praticada pela companhia, através da qual se tenha maior previsibilidade do alinhamento dos preços domésticos do diesel e da gasolina aos preços intemacionais".

O conselho, que se reunirá duas vezes em novembro, analisará na segunda reunião, no dia 22, os resultados das simulações feitas pelos técnicos da Petrobrás. "Ainda que tenhamos tido quatro reajustes de preço de diesel e dois de gasolina nos últimos 16 meses, totalizando 21,9% e 14,9% de aumento, respectivamente,a forte depreciacão do real verificada desde maio de 2013, chegando a 22% de desvalorização, fez com que a defasagem voltasse a crescer nos últimos meses", disse Graça, no comunicado ao mercado.

A discrepância entre os preços se reflete não apenas na receita da estatal, mas também no indicador que mede o nível de endividamento da empresa». A relação entre o endividamento líquido e o patrimônio líquido (alavancagem) no terceiro trimestre foi de 36%, acima do limite desejável que havia sido estabelecido pela companhia, com teto fixado em 35%.

Isso significa que a Petrobrás tem recorrido a uma parcela muito grande de capital de terceiros para se financiar. Essa situação tem preocupado agência de classificação de risco, como a Moody"s, que já rebaixou a nota dada à dívida de longo prazo da companhia. Medidas como essa podem representar o encarecimento do financiamento externo à Petrobrás.

O indicador de "alavancagem" ganhou importância em 2010, ano em que a estatal realizou sua megacapitalização, de mais R$ 120 bilhões. Na oportunidade, uma das razões para a operação foi justamente a preocupação de que o indicador colocasse em risco a nota de agências de rating.

Ao lado disso, a petroleira não conseguiu ainda elevar o seu patamar de produção, que manteve a estabilidade no terceiro trimestre, embora tenha apresentado avanço de 3,7% em s ;embro em relação a agosto.

Na carta aos acionistas, Graça deixou um recado ao citar empresas que atrasaram entrega de equipamentos e a dificuldade de aquisição de embarcações no Brasil.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Petistas chamam governo Dilma de 'conservador' e Temer de 'sabotador'

Embate na militância. Em encontro dos seis candidatos à presidência do partido, leilão do campo de Libra é condenado e as alianças, sobretudo com o PMDB, são questionadas; Rui Falcão, que tenta ser reconduzido ao comando, fica isolado na defesa da atual administração

Críticas ao governo Dilma Ronsseff, pregações contra a aliança com o PMDB e incon-formismo com o leilão do campo de Libra marcaram o último debate entre os seis candidatos à, presidência do PT, na noite de quinta-feira, em Brasília» O vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) chegou a ser chamado de "sabotador" por um dos concorrentes e a administração de Bílma foi definida como "conservadora" e de "instabilidade" econômica» Ao defender o governo e a parceria com o PMDB, o presidente do PT, Rui Falcão, ouviu vaias da plateia e até gritos de "pelego" vindos do fundo do auditório da Câmara Legislativa do; Distrito Federal, onde foi realizado o debate. Provável coordenador da campanha de Dilma em 2014, e candidato a novo mandato no PT, o deputado disse ter visto com "muita melancolia" os ataques à administração petista.

"Às vezes dá a impressão de que somos oposição ao nosso governo", afirmou Falcão, que acabou aplaudido. "Devemos defender o governo da presidenta Dilma e manter a aliança com o PMDB e com os outros partidos da coligação. Qual e a política de alianças que se põe no lugar dessa?", indagou Falcão, Revoltados, petistas sc queixaram de Temer, do senador Jose Samey, do governador do Rio, Sérgio Cabral, e do vice-govemador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli todos do PMDB.

"Não concordo com a proposta de retirar Filippclli da chapa do governador Agnelo Queiroz (PT)", insistiu Falcão, favorito na disputa com o apoio da corrente Construindo um novo Brasil (CNB), majoritária no PT.

Para o deputado Paulo Teixeira (SP), candidato do grupo Mensagem ao Partido, é preciso fazer um "adensamento à esquerda" em eventual segundo mandato de Dilma e de outros governos petistas. "Não sou daqueles que quer isolar o PT, mas também não podemos dissolver o partido nas alianças", reagiu Teixeira, que é secretário-geral da sigla.

"O vice-presidente da República é um sabotador e agiu contra o plebiscito da reforma política", esbravejou Markus Sokol, candidato da corrente "O Trabalho", "Agora vão de novo se. agarrar ao órgão do PMDB para não deixar a coalizão naufragar?" No auditório cheio de cartazes contra o leilão do pré-sal : de Libra, o clima era de encontro estudantil, com torcidas organizadas, aplausos e vaias. A eleição que renovará o comando do PT está marcada para 10 de novembro, em todo o Pais, com voto dos filiados.

"Dilma privatizou rodovias, portos, aeroportos, o pré-sal e diz que não foi privatização, Não foi? Chamaram a Shell, a Total e as estatais chinesas para morder o nosso petróleo. É um processo de pilhagem", protestou Serge Goulart, candidato da "Esquerda Marxista", que defendeu a reestatização de todas as empresas privatizadas.

"Você concorda em estatizar a livraria que você tem na rua Tabatinguera, em São Paulo?", provocou Falcão, dirigindo-se ao colega, longe do microfone, com um sorriso irônico.

Piloto automático - Secretário de Movimentos Populares do PT, o deputado Renato Simões disse que a eleição de Dilma corre risco se o partido não sair do "piloto automático" na campanha. "Vivemos turbulências em junho e julho, o avião deu solavancos, subiu, desceu, agora a bonança voltou e acham que o piloto automático vai nos levar ao céu em 2014. Não será assim. Há uma crise internacional e o governo Dilma é de instabilidade econômica", afirmou Simões, que concorre pela corrente "Militância Socialista".

Na avaliação de Valter Pomar, candidato da "Articulação de Esquerda", o PT precisa mudar de tática para a eleição presidencial. "Não basta estabelecer como objetivo reeleger Dilma. É necessário criar condições para que o segundo mandato dela seja melhor do que o primeiro, assim como fizemos com Lula."

Embora a última pesquisa Ibope, realizada em parceria com o Estado, tenha indicado que Dilma venceria a d isputa no primeiro turno, se a eleição tosse hoje, Pomar foi cauteloso: "Não nos iludamos com pesquisas. A campanha de 2014 vai ser duríssima". Foi ovacionado.

Fonte: O Estado de S. Paulo

PT critica leilão de Libra

Os cinco candidatos que disputam a presidência do PT com Rui Falcão criticaram a privatização do Campo de Libra por Dilma.

Candidatos à presidência do PT condenam ‘privatização’ de Libra

Fernanda Krakovics

BRASÍLIA- No momento em que uma crise com o PMDB ameaça o apoio do principal aliado à reeleição da presidente Dilma Rousseff, os cinco candidatos que disputam a presidência do PT com o atual ocupante do cargo, Rui Falcão — cuja vitória é dada como certa — expuseram as críticas do partido ao governo. Eles condenaram o que chamaram de privatização do campo de petróleo de libra e defenderam, em debate na noite de anteontem, o rompimento com os peemedebistas e com todos os partidos considerados de "direita".

O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, foi chamado de "sabotador, e a aliança com o PMDB tachada de "balcão de negócios"

Falcão saiu em defesa da manutenção da aliança com o PMDB e foi chamado de "pelego" pela plateia que ocupava o auditório. Diante de tantas críticas ao governo Dilma, principalmente ao leilão do campo de petróleo de Libra, chamado abertamente de privatização, o presidente do PT tentou chamar o partido a si:

— Às vezes, dá a impressão de que somos oposição ao nosso governo.

O candidato mais comedido nas críticas foi o secretário-geral do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), da Mensagem ao Partido, segunda maior corrente interna:

— Precisamos adensar a aliança com partidos de esquerda e movimentos sociais. A atual direção fez alianças ao centro, e isso diminui nossa capacidade de promover mudanças.

Como exemplo de mudanças travadas pelos aliados, o candidato Markus Sokol, da corrente O Trabalho, citou a Constituinte exclusiva e o plebiscito sobre reforma política, propostos por Dilma.

— O sabotador vice-presidente Michel Temer reuniu a cúpula do PMDB no (Palácio do) Jaburu para sabotar tudo. Cinco meses depois, não tem reforma política, não tem Constituinte exclusiva. O primei; ro passo para a vitória real nas próximas eleições é romper com o PMDB. Não adianta sair separado e depois se unir no segundo turno. Não quero mais esse casamento, quero separação de corpos — disse Sokol.

A palavra "privatização" foi utilizada para se referir ao leilão de Libra.

— Não podemos ter na direção do partido um coletivo de polianas. A presidente Dilma privatizou o campo de Libra. Não foi privatizado? O campo é recurso natural, que é do Estado. Chamaram a Shell, a Total e as estatais chinesas para morder o petróleo neste processo de pilhagem — disse Serge Goulart, da corrente Esquerda Marxista.

Ele rebateu a presidente Dilma, que negou que o leilão tenha sido privatização:

— O leilão não devia ter sido realizado e é inaceitável que o governo divulgue que não foi feita privatização. É o tipo de explicação que deixa nu quem o utilizar.

Fonte: O Globo

PMDB pressiona PT a ceder nas alianças estaduais

BRASÍLIA - Principais partidos da coalizão da presidente Dilma Rousseff, PT e PMDB travam uma disputa para tentar obter uma melhor colocação nas alianças aos governos dos Estados.

Parte do PMDB do vice Michel Temer pressiona o PT a romper o cronograma que vinha traçando e apoiar seus candidatos em algumas disputas. Os principais locais de conflito são Rio, Ceará e Maranhão.

Temer acabou desmarcando uma reunião com a cúpula peemedebista após começarem a circular rumores de que um grupo pediria formalmente a realização de uma pré-convenção do partido no início do ano que vem como forma de pressionar o governo.

O objetivo da manobra seria lançar a ameaça --considerada pouco provável-- de que a convenção de junho de 2014 pode não aprovar o apoio à reeleição de Dilma. Não há nova data para a reunião entre Temer e a cúpula do partido.

Fonte: Folha de S. Paulo

PSB adia acordo com Alckmin e quer lançar ator ao governo do RJ

Eduardo Campos sonda Marcos Palmeira para candidatura

Natuza Nery e Daniel Carvalho

BRASÍLIA, RECIFE - De olho em dois dos maiores eleitorados do país, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, quer jogar para o ano que vem a definição sobre uma aliança com o PSDB em São Paulo e articula uma candidatura "pop" no Rio.

O diretório paulista do partido defende o apoio à reeleição de Geraldo Alckmin de olho em ocupar a vaga de vice na chapa tucana, mas recebeu de Campos a orientação para tirar o pé do acelerador e só retomar em 2014.

No Rio, o governador sondou o ator Marcos Palmeira para disputar o Palácio da Guanabara. Seu objetivo é lançar um nome competitivo, novo e identificado com Marina Silva, popular na capital fluminense. Palmeira ajudou a Rede na coleta de assinaturas e filiou-se ao PSB quando a ex-senadora anunciou a sua adesão ao partido de Campos.

A reportagem procurou o ator, mas não teve resposta até a conclusão desta edição.

Segundo a Folha apurou, Eduardo Campos quer ter mais clareza sobre o cenário eleitoral antes de tomar uma decisão em São Paulo. Internamente, o temor é que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) desista de disputar o Palácio do Planalto, dando lugar ao tucano José Serra.

Na avaliação do pernambucano, a mudança embolaria o acordo. Para ele, Serra dificilmente aceitaria qualquer acordo heterodoxo que dividisse a máquina partidária para ajudar um concorrente nacional. Lá atrás, quando Marina tentava erguer a Rede, Campos e Aécio chegaram discutir a conveniência de um pacto eleitoral em São Paulo.

"Conversa sempre houve, sempre vai haver. O processo decisório da questão dos arranjos políticos para palanque regional não vai ser dado até dezembro de maneira nenhuma", afirmou Campos na quinta-feira, em Recife.

A resposta deixou transparecer sua estratégia para São Paulo: "Onde já tem um caminho claro e consistente, nós estamos evoluindo. Onde há ainda dúvida de como fazer, vai esperar esse debate que nós estamos fazendo".

Defensor da chapa PSDB-PSB no Estado, o deputado Márcio França (PSB-SP), cotado para ser vice de Alckmin, ouviu de Campos que muito provavelmente precisará dele para coordenar a campanha ao Planalto.

Fonte: Folha de S. Paulo

Aécio diz que Dilma tem 'memória fraca'

Segundo senador, gestão de Lula na Presidência também não investiu em metrô das capitais brasileiras

Pedro Venceslau

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP) - Em visita ao interior de São Paulo para fazer o encerramento de um congresso com prefeitos da região noroeste do Estado, o senador Aécio Neves respondeu às críticas indiretas feitas ontem pela presidente Dilma Rousseff ao PSDB na Presidência -segundo ela, o governo "tinha que pedir autorização do FMI (Fundo Monetário Internacional) para investir", daí o fato de não colocar dinheiro em metrô.

"Dilma está com a memória fraca. Durante a gestão do presidente Lula as principais capitais do Brasil ficaram esperando recursos federais, que não vieram. Não houve um palmo de metrô em Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre. No mundo inteiro, tradicionalmente, é o governo federal que precisa apoiar as obras estruturantes. Não sei onde estão as obras que o PT fez nesses 11 anos de governo", disse o provável candidato do PSDB ao Planalto em 2014.

Também no evento, o senador tucano Aloysio Nunes (SP) foi na mesma linha." Ébom mesmo que ela não precise pedir (autorização). Se precisasse, o FMI não daria. A apreciação que o FMI tem do desempenho do governo Dilma é a pior possível."


A participação de Aécio no 7.0 Congresso de Municípios do Noroeste Paulista ocorreu dois dias depois de o ex-governador José Serra (PSDB) chegar de surpresa ao mesmo evento acompanhado apenas de um segurança e uma secretária.

Já o mineiro chegou à cidade acompanhado de um séquito formado pelas principais lideranças tucanas no Estado, entre elas vários serristas históricos.

No momento em que a cúpula nacional do PSDB toma cuidado com as palavras para evitar o acirramento entre seus dois pré-candidatos, a cúpula aecista deu uma demonstração pública de força ao levar para Olímpia junto com senador o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Samuel Moreira, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, o presidente estadual do PSDB, Duarte Nogueira, além de três secretários do governador Geraldo Alckmin-José Aníbal (Energia), Bruno Covas (Meio Ambiente) e Julio Semeghini (Planejamento),

Alckmin chegou a articular sua participação, mas desistiu para não melindrar Serra.

A comitiva de Aécio começou o roteiro em São José do Rio Preto, cidade considerada um reduto serrista, Questionado sobre as declarações recentes do ex-governador, que afirmou ser : "improvável" mas não "impossível" disputar o Palácio do Planalto, Aécio foi diplomático.

"Acho muito bom que o PSDB possa ter um quadro da qualidade de José Serra disponível para qualquer candidatura. Isso tem que ser saudado por nós, e eleve preocupar os nossos adversários, que acreditaram sempre na divisão do partido, Nós não temos a menor necessidade de antecipar a definição de candidaturas".

As declarações de Serra já eram esperadas por Aécio.

Tripé» Em suas críticas ao governo Dilma feitas nas duas visitas, o senador mineiro casou seu discurso com o da ex-ministra Marina Silva sobre o descui-; do com o "tripé econômico". "Ao administrar a economia de forma temerária, a inflação recrudesce e os pilares fundamentais da nossa economia - câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário - são colocados em risco extremo", afirmou o senador tucano.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Campos e Aécio querem apoio do PPS

Gustavo Uribe e Silvia Amorim

Em um esforço para aumentar o tempo nos palanques eletrônicos para a campanha à sucessão presidencial,PSDB e PSB iniciaram nas últimas semanas uma disputa pelo apoio do PPS, partido de oposição ao governo federal. Ontem, em viagem à capital paulista, o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, reuniu-se com o dirigente nacional do PPS, Roberto Freire, em encontro agendado no início desta semana. Em almoço, discutiram sobre a filiação de Marina Silva ao PSB e sobre os resultados da Pesquisa Ibope, divulgada na quinta-feira.

Nas últimas semanas, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, também iniciou uma ofensiva para garantir o apoio do PPS nas eleições presidenciais do ano que vem. O comando nacional tucano tem mantido conversas semanais com a direção da sigla de oposição e há expectativa de um encontro entre Roberto Freire e Aécio Neves na semana que vem, em Brasília.

O PPS era uma das legendas que disputava a filiação de Marina Silva após ter sido negado o registro para a criação da Rede. Em conversa com o GLOBO, Roberto Freire confirmou o encontro ontem com Eduardo Campos e reconheceu que um apoio do PPS ao PSB é "uma das alternativas" para as eleições do ano que vem. Segundo ele, há integrantes do partido que defendem uma candidatura própria, mas não se trata da maioria da sigla.

— Há pessoas que defendem candidatura própria. Eu posso dizer que a (opinião) majoritária está entre Aécio Neves e Eduardo Campos — disse Freire.

Ontem, em entrevista à Rádio Estadão, Eduardo Campos defendeu que, na campanha presidencial do ano que vem, seja promovido um "debate qualificado" entre os candidatos e avaliou que, na disputa eleitoral de 2010, da qual fazia parte a sua aliada Marina Silva, faltou profundidade nas discussões de temas como Educação, saneamento e moradia. Segundo ele, o resultado da Pesquisa Ibope foi positivo para o PSB e a definição de quem ocupará a cabeça de chapa na candidatura da legenda ficará para 2014.

— Nós vamos acertar um método para que, até junho, possamos ter os programas definidos para apresentarmos ao grande debate nacional que será a campanha. Diferente de 2010, em que a gente não teve um debate em profundidade sobre temas como Educação, que é estratégico para melhorar a qualidade de vida, sobre ciência e tecnologia, sobre inovação, sobre a questão do saneamento, da moradia. Esses temas serão objeto de grande reflexão — afirmou.

Em evento na capital paulista, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, avaliou que não se trata de uma "perseguição" o pedido para que o governo de Pernambuco devolva aos cofres federais recursos repassados ao Porto de Suape. Segundo ele, a cobrança é feita pelos órgãos de controle, sem relação política.

— A presidenta não tem nada a ver com essa história, é uma história que os órgãos de controle que estão trabalhando. Não esperem nunca de nenhum de nós ato persecutório ou discriminatório em relação a outro candidato.

Em viagem ao interior de São Paulo, Aécio Neves respondeu às críticas de Dilma a governos anteriores pela falta de investimentos em metrô:

— A Dilma está com a memória fraca. Durante a gestão do presidente Lula, as principais capitais do país ficaram esperando recursos, que nunca vieram. Não houve um palmo de metrô em Belo Horizonte e Porto Alegre.

Fonte: O Globo

PSDB diz que Dilma mente

Tesoureiro do partido, Rodrigo de Castro acusa presidente de anunciar investimentos em Minas que foram destinados ao metrô de São Paulo e cobra recursos para duplicar BR-381

Juliana Cipriani

O deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB) criticou ontem as visitas da presidente Dilma Rousseff (PT) a Minas Gerais – a última delas na quarta-feira em Belo Horizonte – e a acusou de "fazer política ininterruptamente" no estado, mas não resolver os problemas dos mineiros. Segundo o tucano, os R$ 5,4 bilhões que a petista disse, em entrevista à Rádio Itatiaia, ter destinado à mobilidade urbana em Minas estão sendo destinados ao metrô de São Paulo. "A presidente Dilma mente aos mineiros", afirmou.Em nota, o PSDB mineiro disse que a equipe do governo esteve duas vezes no Ministério das Cidades apresentando demandas de investimento em mobilidade no estado, de R$ 5 bilhões, e até hoje não houve resposta. "Os recursos que Dilma afirma ter destinado a Minas, na realidade, foram encaminhados para São Paulo, onde ela autorizou (ontem) R$ 5,4 bilhões, em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, para expansão de linhas do metrô da capital paulista, implantação de trem urbano para o aeroporto de Guarulhos e modernização de estações de trem metropolitano", afirma o texto do partido.

Na entrevista, Dilma afirmou que voltará à capital mineira para anunciar recursos para mobilidade que virão de um adicional de R$ 50 bilhões a um orçamento já investido de R$ 90 bilhões desde o início de sua gestão. Segundo a petista, o estado já recebeu R$ 5,4 bilhões e terá uma nova parte para "completar o metrô". Rodrigo de Castro diz que Dilma mentiu também em Itajubá, no Sul de Minas, ao dizer que investiu R$ 120 milhões em segurança pública. De acordo com o PSDB, foram R$ 14 milhões. O tucano acusa a presidente de ter "falseado" investimentos feitos em parceria com as prefeituras para construir creches.

"A presidente Dilma parece estar brincando com Minas Gerais, só que é uma brincadeira de extremo mau gosto. Durante os governos do PT, o que inclui os três anos de Dilma, o que temos visto são apenas anúncios de investimento, eles não têm se materializado", afirmou o parlamentar, que é também tesoureiro do PSDB nacional. O tucano desafiou a presidente ou qualquer outro integrante do PT a dizer quantos metros de metrô foram construídos em Belo Horizonte e na sua região metropolitana durante a gestão petista.

Castro cobrou recursos para a duplicação da BR-381, apelidada de Rodovia da Morte, que, segundo ele, teve obras anunciadas diversas vezes mas houve "erros de licitação" que levaram ao cancelamento. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), alguns trechos foram suspensos porque os valores apresentados para os percursos foram superiores ao que o governo pretende pagar. "O trânsito na capital mineira está um caos, as estradas federais matam como nunca. Esse drama se repete nas cidades médias do interior de Minas e não assistimos investimentos a do governo federal", afirmou Rodrigo de Castro.

Respeito O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), possível candidato à sucessão de Dilma, também criticou a adversária, que, segundo ele, deveria buscar reconhecimento como consequência de um trabalho pelo estado e não por inverdades. "Se não pode oferecer aos mineiros até hoje, no final do terceiro ano do seu governo, o cumprimento das promessas feitas na campanha eleitoral, a presidente poderia nos oferecer, pelo menos, o respeito e a verdade, valores importantes para toda a nossa gente", afirmou. Dilma intensificou a presença em seu estado natal no segundo semestre. Ela esteve em Belo Horizonte por duas vezes; em Varginha e Itajubá, ambas no Sul; São João del-Rei, no Campo das Vertentes; e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Fonte: Estado de Minas

Embate com o Planalto

Aécio acusa o governo federal de administrar a economia de forma temerária, com o recrudescimento da inflação

Leonardo Augusto

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), possível candidato do partido à Presidência da República em 2014, criticou ontem a condução da economia brasileira pela presidente Dilma Rousseff. O parlamentar esteve em Olímpia, no noroeste de São Paulo, para participar do encerramento de congresso de prefeitos da região. “O Brasil apostou única e exclusivamente no crescimento apenas pelo consumo, a partir da oferta de crédito extremamente ampla, e não se preocupou em dar garantias à atração de investimentos, a estabelecer regras claras, a fortalecer as agências reguladoras. Ao contrário, hoje, nós somos o patinho feio. Estamos no fim da fila”, disse o senador, se referindo aos países vizinhos.

Em outra investida contra a área econômica do governo, Aécio condenou o leilão do pré-sal, feito pelo governo. “O PT executa um software pirata porque hoje só se aproxima das teses do PSDB. É muito curioso um partido que tanto demonizou as privatizações estar fazendo, em alta escala agora, a maior privatização do Brasil com o pré-sal, com os aeroportos e ferrovias”, afirmou.

Em entrevista coletiva, ao desembarcar em São José do Rio Preto, o senador avisou que o PSDB está pronto para o embate com o PT, em todos os campos, e comparou: “Na discussão da economia, é até covardia, já que somos o partido da estabilidade, o partido das contas públicas. O PT, ao contrário, administra a economia de forma temerária, a inflação recrudesce, os pilares fundamentais — câmbio flutuante, meta de inflação e superavit primário — são colocados em risco extremo. Ele afirmou que o PSDB tem como projeto a reestatização da Petrobras, citando dados da consultoria Merryll Lynch, que diz que a Petrobras é hoje a empresa não financeira mais endividada do mundo

Em relação à Pesquisa Ibope, divulgada anteontem, que dá vitória em primeiro turno para a presidente Dilma, Aécio disse não ver alteração nos levantamentos a um ano da eleição. “As pesquisas trazem algo que ao meu ver é relevante: 60% ou mais da população brasileira não querem votar na atual presidente”, avaliou. 

Eduardo Campos
O senador evitou comentar a participação, de surpresa, do ex-governador de São Paulo, José Serra, na abertura do mesmo congresso na quarta-feira. “Acho muito bom que o PSDB possa ter uma pessoa da qualidade de José Serra disponível para qualquer candidatura. Isso deve ser comemorado por nós e deve preocupar os adversários. Não temos a necessidade de antecipar a definição de candidatura”, garantiu. A recepção de Aécio no congresso foi maior do que a registrada quando da passagem de Serra. O salão onde o senador discursou foi ampliado.

Aécio revelou manter contato com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) e defendeu que tucanos e socialistas não se ataquem. Na avaliação dele, a entrada de Campos na disputa retira do PT o discurso de comparação com o PSDB: “Aquela tentativa do PT, arcaica, atrasada, de fazer sempre uma campanha eleitoral olhando no retrovisor, olhando pra trás, tentando comparar governos diferentes em situações muito diferentes, não vai haver. Acho que a chegada do governador Eduardo Campos no embate eleitoral nos permitirá uma discussão em relação ao futuro”. O senador continuará hoje em terras paulistas, em evento do partido em Presidente Prudente.

Fonte: Correio Braziliense

Candidatos no Rio rejeitam palanque múltiplo no estado

Ideia do PT de Dilma receber todos os aliados juntos é recebida com irritação e descrédito

Cássio Bruno

A ideia de que a presidente Dilma Rousseff tenha seu próprio palanque no Rio, em 2014, e nele receba todos os seus aliados, foi recebida com ironia e irritação pelos candidatos ao governo do estado. Dilma tem quatro pré-candidatos da base à sucessão do governador Sérgio Cabral (PMDB): o senador Lindbergh Farias (PT), o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o deputado federal Anthony Garotinho (PR) e o ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB).

Lindbergh atacou os peemedebistas:

— Foi derrotada a tese do PMDB de ter um palanque único no Rio. Eles estão desgastados no meio do povo, não queriam disputar. O PMDB queria ganhar por W.O.

O senador admitiu o fato de Dilma ter quatro palanques no estado, mas não com todos os candidatos juntos.

— Não há problema algum a Dilma ter quatro palanques. Agora, todos no mesmo evento vai dar confusão. Imagina o Garotinho. Vai xingar todo mundo. Para a confusão ser ainda maior, só vão faltar os blacks blocks — brincou Lindbergh.

Pezão manteve a mesma posição do PMDB fluminense de querer exclusividade no apoio
de Dilma. Os peemebistas ainda tentam implodir a pré-candidatura de Lindbergh, apesar de Falcão já ter dito que a eleição do senador é uma prioridade para o PT. Já Garotinho é o maior desafeto político de Cabral, avalista da pré-candidatura de Pezão.

— A minha posição é a mesma. Mas está muito cedo ainda. Vamos discutir isso até a convenção, em junho do ano que vem — disse o vice-governador, descartando ter ao lado num mesmo palanque Lindbergh, Garotinho e Crivella.

Garotinho, por sua vez, lembrou que o PR ainda não tem compromisso com a reeleição de Dilma.

— Acho que você está interpretando o Rui Falcão de uma forma literal. Hoje em dia, não existe mais palanque. Existe programa de TV. Falcão quis dizer que ela estará em todos os programas de candidatos aliados. Porém, o PR ainda não fechou compromisso com a reeleição de Dilma. Isso será definido em maio do ano que vem —ressaltou Garotinho.

Procurado, Crivella não retornou.

No Rio, o PT apoia o governo Cabral, mas deverá deixar os cargos que ocupa até o fim de novembro. Para evitar constrangimentos, Dilma não subirá em palanques de nenhum candidato, segundo Rui Falcão. A presidente convidará Lindbergh, Pezão, Garotinho e Crivella para comícios dela.

— O tema será trajado após as convenções — disse Falcão, em entrevista ao portal UOL.

Fonte: O Globo

Baixa adesão não evita confronto

Mobilização nacional pelo passe livre no transporte público fica aquém do esperado. No DF, ato durou duas horas. Em São Paulo, vândalos tomaram as ruas após protesto pacífico

André Shalders, Amanda Almeida

As manifestações que acenderam o sinal de alerta dos políticos e motivaram a criação de agendas positivas no Palácio do Planalto e no Congresso em junho não tiveram a mesma força nas ruas do país ontem, dia marcado pelo Movimento Passe Livre (MPL) para protestar na Semana Nacional de Luta pelo Transporte Público. O maior ato foi em São Paulo, onde, mais uma vez, mascarados protagonizaram atos de vandalismo. Em Brasília, cerca de 60 manifestantes protestaram por cerca de duas horas, mas sem maiores transtornos além de problemas no trânsito.

Apesar do arrefecimento nos ânimos dos manifestantes em todo o país, salvo cidades pontuais, o Planalto ainda trata o tema com cuidado depois de ver a avaliação da presidente Dilma Rousseff despencar frente os protestos durante a Copa das Confederações, há quatro meses — mesmo após a recuperação na popularidade verificada nas pesquisas recentes. Em ano pré-eleitoral, a petista, pré- candidata à reeleição, continua citando o tema em discursos. Ontem, em rede social, ela escreveu: “Os movimentos de junho não foram apenas pelos 20 centavos. Foram por mais direitos”, disse, referindo-se ao aumento nas tarifas em São Paulo, que acabou revogado após os atos populares.

Embora tenha convocado manifestações em todo o país, o MPL não conseguiu adesão em muitas cidades. Em São Paulo, houve a maior concentração, com cerca de 3 mil pessoas. O ato começou pacífico, mas acabou com vandalismo e violência. À tarde, na Avenida 23 de Maio, o grupo queimou a réplica de uma grande catraca de ônibus em ato simbólico contra a cobrança de tarifas pelo transporte público. Às 20h, entretanto, os black blocs tomaram conta do movimentou e começaram a confusão.

Pelas ruas do Centro, eles quebraram terminais de ônibus e invadiram o comércio local, em especial agências bancárias. No Terminal Parque Dom Pedro II, mascarados incendiaram um ônibus e depredaram outros com extintores. Pelo menos 60 pessoas foram detidas. O comandante da Polícia Militar no Centro, Reinaldo Rossi, foi atingido por objatos atirados pelos manifestantes e sofreu uma fratura na clavícula e ferimento no crânio. Os agressores roubaram uma arma de fogo de Rossi.

Rodoviária
Em Brasília, o protesto do Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre ocorreu de forma pacífica. A manifestação começou por volta das 18h, na Rodoviária do Plano Piloto, com palavras de ordem e distribuição de panfletos aos passageiros. Ao todo, cerca de 60 pessoas participaram do protesto, segundo estimativa da Polícia Militar. Os manifestantes bloquearam temporariamente o trânsito no Eixo Monumental e no Eixão, causando lentidão no trânsito. O ato terminou por volta das 20h, com manifestantes pulando as catracas da estação central do Metrô.

Confusão entre professores no Rio
No Rio de Janeiro, onde as manifestações de junho encheram as ruas, o Movimento Passe Livre não prosperou ontem. A confusão do dia ficou por conta da assembleia dos professores da rede municipal de ensino, na qual foi decidido o fim da greve de mais de dois meses. A reunião foi tumultuada, com bate-boca e agressão física. Irritado com uma mulher que conversava durante os discursos, um professor teria reagido dando socos nela. Houve também pessoas expulsas do local após serem acusadas de serem espiões do poder público.

Fonte: Correio Braziliense

Manifesto dos Mineiros ainda vivo na democracia

Felipe Canêdo

Uma cerimônia no Palácio Tiradentes ontem, na Cidade Administrativa, marcou os 70 anos do Manifesto dos Mineiros – tido como o primeiro brado contra o Estado Novo, de Getúlio Vargas – e celebrou o lançamento de um livro comemorativo sobre o tema, contendo reprodução fidedigna do documento original, divulgado em 24 de outubro de 1943.

Familiares dos signatários e autoridades rememoraram as circunstâncias em que o texto foi escrito, em plena Segunda Guerra Mundial, sob a mão pesada da censura política imposta à imprensa e em tempos de repressão implacável comandada pela batuta de Filinto Müller (1900-1973). O manifesto foi impresso clandestinamente em Barbacena e distribuído nas principais capitais brasileiras. Ainda residente na cidade na Zona da Mata, a esposa de Achiles Maia – um dos 92 signatários e um dos responsáveis pela impressão do documento, dona Virgínia Pitanga Maia Buscacio, de 89 anos, resumiu: "Eles tiveram muita coragem para fazer o manifesto".

O governador Antonio Anastasia (PSDB) ressaltou a coragem dos que tomaram posição e não se furtaram à luta por democracia: "Mineiros ilustres resolveram arriscar, até suas vidas, para apresentar um grito de liberdade, que aliás, como o próprio manifesto evoca, é o grito de Minas Gerais". Para ele, o texto servirá sempre como inspiração "para aqueles que têm compromisso com a causa pública em Minas e no país".

Em seu discurso, Anastasia destacou o papel importante que o Estado de Minas teve fazendo frente ao arbítrio e defendendo a democracia, inclusive com a adesão de seu redator-chefe à época, Geraldo Teixeira da Costa, ao manifesto. "Ele foi um dos criadores da União Democrática Nacional (UDN), o partido que foi fundado para combater a ditadura na época", lembrou seu filho, Álvaro Teixeira da Costa, diretor-presidente o EM, que acompanhou a solenidade ao lado do filho Geraldo Teixeira da Costa Neto, diretor-executivo do jornal.

"O manifesto forneceu uma moldura institucional política partidária que deu a condução por mais pelo menos 20 anos da nossa política. As lições do manifesto falaram muito mais fundo e também inspiraram o movimento de redemocratização, em 1984 e 1985, quando Tancredo Neves capitaneou pelo Brasil afora até reestabelecermos o regime que felizmente hoje vivemos", afirmou o governador.

O presidente da Imprensa Oficial de Minas, Eugênio Ferraz, que coordenou a elaboração do livro comemorativo, apontou que o manifesto tem importância hoje para o desenvolvimento cívico, social e político do estado. "Em verdade, Minas não seria fiel a si mesma se abandonasse sua instintiva inclinação para sentir e realizar os interesses fundamentais de toda a nação", afirmou, citando um trecho do documento. A advogada Juliana Campos Horta, neta do governador Milton Campos, participou da solenidade e disse que o manifesto continua vivo e atual, "pois vivemos um momento em que a defesa das liberdades se faz importante", ela considerou.

O biólogo Mário Lúcio Brant, neto de João Eduardo Caldeira Brant e sobrinho-neto de Mário Brant, compareceu representando seu pai, Edmundo Caldeira Brant, de 92 anos, que escreveu uma carta lembrando a trajetória política do pai. No texto, ele destaca a defesa da democracia que João Edmundo fazia: "Em todas as suas cartas (ele) escrevia um bilhete: "o Brasil quer e há de ser uma democracia"", sublinhou o biólogo.

Na esteira das celebrações dos 70 anos do manifesto, hoje será lançada a medalha comemorativa, e, em 6 de novembro, os Correios lançam um selo comemorativo.

Fonte: Estado de Minas

Repercussões, expectativas e incertezas - Marco Aurélio Nogueira

Outubro ganhou especial significado com a filiação de Marina Silva ao PSB e o anúncio de que se estava ali a celebrar uma aliança política de novo tipo, com a qual se alteraria o rumo da política nacional. Por agregar duas personalidades crescidas no perímetro desenhado pelo PT ao longo das últimas décadas, a anunciada aliança pareceu prejudicar mais a candidatura governista que a oposicionista. Lula, com sua conhecida sagacidade, referendou a impressão ao dizer que recebia o anúncio da nova chapa como se fosse "um golpe no fígado" - frase que expressou uma decepção e uma confissão de que algo abalara o equilíbrio do lutador.

Os dias que se seguiram, porém, mostrariam que tudo ficaria desequilibrado. A inesperada aliança desorganizou o que parecia organizado e cercou de incertezas a disputa eleitoral de 2014. As pesquisas seguiram iguais, mas cálculos e discursos foram calibrados, especulações passaram a privilegiar outros cenários. Uma pergunta ganhou o palco: a aliança Eduardo Campos-Marina Silva terá gás, conteúdo e envergadura suficientes para mudar um jogo que parecia predefinido e assentado na polarização PT x PSDB?

A nova coligação pegou os políticos de calças curtas, desinteressados de buscar novos recursos programáticos e retóricos de campanha, acomodados no velho ramerrame de uma polarização que soa à opinião pública como eco antecipado do que já se conhece: a mesmice, o artificialismo e a inocuidade de um discurso político saturado. Diante de uma proposição que fala em "terceira via" e em "despolarizar" o ambiente, todos tiveram de retocar a maquiagem e se preocupar com o que falarão daqui para a frente.

Esse é o principal efeito, que se afirmará mesmo que Eduardo e Marina não digam nada de especial e venham a naufragar amanhã. Se antes ambos surgiam como coadjuvantes de uma nova corrida entre PT e PSDB, agora, unidos, invertem a situação: tornam-se protagonistas com razoável poder de fogo, quer para incomodar, forçar um distinto desfecho para o embate ou oferecer aos eleitores uma perspectiva de futuro.

O PSDB vem perdendo força e vigor já faz tempo. Tem pouca voz, quando comparado com anos anteriores. Pode ser recriado e readquirir vitalidade? Pode, mas não será fácil, pois a dinâmica eleitoral e as disputas que ela criará não favorecerão isso no curto prazo. Há excesso de espuma no partido, muitos atritos e desentendimentos, que travam uma retomada vencedora e a incorporação de ideário mais progressista, mais afinado com a social-democracia.

Um segundo mandato de Dilma Rousseff, por sua vez, tenderá a abrir em Brasília uma estrada de acomodação em direção ao centro, seja porque o arsenal de ideias do PT está com estoque baixo, seja porque o preço que terá de ser pago para garantir Dilma II travará qualquer reformismo que vier a ser cogitado.

Ambos os partidos - carne da mesma carne, em boa medida - estão a pagar um preço alto pela teimosia em se hostilizar reciprocamente. Funcionam como espelhos um do outro. Compõem-se com o que há de mais atrasado na cena política e ao fazerem isso deixam de combater o arcaísmo sociocultural, que em princípio deveria ser seu pior pesadelo.

Eduardo e Marina terão de mostrar nos próximos meses que podem ser um vetor alternativo. Terão de explicitar ideias, propostas, projeto e, sobretudo, convencer o eleitor de que um novo modo de fazer política e governar é de fato possível, mantidas as atuais regras do jogo. Ocuparão espaço crescente se conseguirem demonstrar que os governos anteriores (FHC, Lula, Dilma) - sem consciência de que faziam isso e sem articulação alguma entre eles - cumpriram um roteiro de realizações que precisam ser preservadas e que modelaram uma sociedade mais complexa e exigente, a qual deseja política e políticos melhores.

O surgimento de um terceiro polo de postulação democrática poderá ajudar a que emerja um debate mais qualificado e sereno entre vertentes de esquerda moderada, cada qual com sua marca, suas virtudes, seus pecados e seus compromissos. Encerrará um ciclo em que o neoliberalismo funcionava, na retórica política, como um bicho-papão, o metro que se empregava ou para justificar opções "modernas" favoráveis ao mercado, ou para atacar os adversários de uma esquerda autoconcebida como imune ao mercado. Por ter sido assim tratado no plano discursivo, o neoliberalismo não pôde ser enfrentado e derrotado na prática, dificultando a superação dialética das conquistas do período Lula e FHC.

Resta saber como o sistema assimilará a novidade. Depois da "minirreforma eleitoral", o cenário é desolador.

Há riscos e perigos no horizonte. Marina, Eduardo, PSB e Rede terão de mostrar que estão à altura da situação que criaram, aparar suas diferenças e avançar de fato em termos de definição programática. Precisarão modular as tentações personalistas e messiânicas, fazer que suas diferenças ajudem a fortalecer a unidade pretendida. Somente assim conseguirão atrair, por exemplo, os 20 milhões de votos obtidos por Marina em 2010.

E há, por fim, o perigo maior: o de a aliança não se traduzir institucionalmente, isto é, não ganhar densidade como ator político qualificado para vencer e governar. Nesse caso, flutuará como folha ao vento, atrairá eventuais desgarrados políticos sem encarnar numa criatura confiável, que traga consigo uma pedagogia democrática, desative a descrença na política, interpele o fascínio juvenil pela violência e cimente outro patamar de políticas públicas.

Se tais riscos forem contornados, a aliança tenderá a galvanizar parte importante do eleitorado. Poderá articular as elites políticas e as correntes democráticas mais expressivas em torno de um projeto de País, dando agenda e representação às ruas. Porque as ruas não estão em silêncio, não deixaram de se movimentar e deverão fazer ouvir sua voz mais à frente.

Professor Titular de Teoria Política e Diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da UNESP

Fonte: O Estado de S. Paulo

Direita e esquerda - Demétrio Magnoli

O PT é o esteio de um sistema hostil ao interesse público: a concha que protege a elite patrimonialista

Visitei Praga em 1989, às vésperas da Revolução de Veludo. Naquela cidade, "comunista" era estigma. No Brasil, a ditadura militar definiu a palavra "direita". "O cara é de direita." Impossibilitado de internar dissidentes em instituições psiquiátricas, o lulopetismo almeja isolá-los num campo de concentração virtual. No processo, devasta o sentido histórico dos termos até virá-los pelo avesso: eles é que são "de direita"; eu sou "de esquerda".

Eles financiaram com dinheiro público a bolha Eike Batista. Na fogueira do Império X, queimam-se US$ 5,2 bilhões do povo brasileiro. "O BNDES para os altos empresários; o mercado para os demais": eis o estandarte do capitalismo de Estado lulopetista. Anteontem, Lula elogiou o "planejamento de longo prazo" de Geisel; ontem, sentou-se no helicóptero de Eike para articular um expediente de salvamento do megaempresário de estimação. O lobista do capital espectral é "de direita"; eu, não.

Eles são fetichistas: adoram estatais de energia e telecomunicações, chaves mágicas do castelo das altas finanças. Mas não contemplam a hipótese de criar empresas públicas destinadas a prestar serviços essenciais à população. Na França, os transportes coletivos, que funcionam, são controlados pelo Estado. Eu defendo esse modelo para setores intrinsecamente não-concorrenciais. O Partido prefere reiterar a tradição política brasileira, cobrando de empresários de ônibus o pedágio das contribuições eleitorais para perpetuar concessões com lucros garantidos. "De esquerda"? Esse sou eu, não eles.

Eles são corporativistas. No governo, modernizaram a CLT varguista, um híbrido do salazarismo com o fascismo italiano, para integrar as centrais sindicais ao aparato do sindicalismo estatal. Eles são restauracionistas. Na década do lulismo, inflaram com seu sopro os cadáveres políticos de Sarney, Calheiros, Collor e Maluf, oferecendo-lhes uma segunda vida. O PT converteu-se no esteio de um sistema político hostil ao interesse público: a concha que protege uma elite patrimonialista. "De direita"? Isso são eles.

Eles são racialistas; a esquerda é universalista. O chão histórico do pensamento de esquerda está forrado pelo princípio da igualdade perante a lei, a fonte filosófica das lutas populares que universalizaram os direitos políticos e sociais no Ocidente. Na contramão dessa herança, o lulopetismo replicou no Brasil as políticas de preferências raciais introduzidas nos EUA pelo governo Nixon. Inscrevendo a raça na lei, eles desenham, todos os anos, nas inscrições para o Enem, uma fronteira racial que atravessa as classes de aula das escolas públicas. Esses plagiários são o túmulo da esquerda.

Eles são atavicamente conservadores. Os programas de transferência de renda implantados no Brasil por FHC e expandidos por Lula têm raízes intelectuais nas estratégias de combate à pobreza formuladas pelo Banco Mundial. Na concepção de FHC, eram compressas civilizatórias temporárias aplicadas sobre as feridas de um sistema econômico excludente. Nos discursos de Lula, saltaram da condição de "bolsa-esmola" à de redenção histórica dos pobres. Quando os manifestantes das "jornadas de junho" pronunciaram as palavras "saúde" e "educação", o Partido orwelliano sacou o carimbo usual, rotulando-os como "de direita". Eles destroem a linguagem política para esvaziar a praça do debate público. Mas, apesar deles, não desapareceu a diferença entre "esquerda" e "direita" --e eles são "de direita".

"Esquerda"? O lulopetismo calunia a esquerda democrática enquanto celebra a ditadura cubana. Fidel Castro colou a Ordem José Martí no peito de Leonid Brejnev, Nicolau Ceausescu, Robert Mugabe e Erich Honecker, entre outros tiranos nefastos. Da esquerda, eles conservam apenas uma renitente nostalgia do stalinismo. Sorte deles que Praga é tão longe daqui.

Fonte: Folha de S. Paulo

No setor externo, um desastre made in Brazil - Rolf Kuntz

A presidente Dilma Rousseff deve terminar o ano com mais um troféu econômico, o pior resultado das contas externas em mais de uma década - exportações estagnadas, importações em alta e um enorme buraco na conta corrente do balanço de pagamentos. Nos 12 meses terminados em setembro o déficit na conta corrente chegou a US$ 80,51 bilhões, equivalentes a 3,6% do produto interno bruto (PIB), informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC). No relatório recém-divulgado foram mantidas as projeções para 2013 saldo comercial de US$ 2 bilhões, déficit em conta corrente de US$ 75 bilhões (3,35% do PIB) e investimento estrangeiro direto de US$ 60 bilhões. Alguma melhora será necessária, portanto, para se chegar ao fim de dezembro com o cenário estimado pelo BC. Um quadro mais positivo, neste e no próximo ano, dependerá principalmente de uma recuperação da balança comercial e nesse quesito o País continua muito mal.

A exportação rendeu neste ano US$ 192,59 bilhões até a terceira semana de outubro, 1,1% menos que no ano passado em igual período. A importação consumiu R$ 193,19 bilhões, 8,7% mais que um ano antes, segundo os dados oficiais. O saldo acumulado em quase dez meses, US$ 605 milhões, só foi possível graças ao resultado favorável obtido nas três primeiras semanas do mês, um superávit de US$ 1 bilhão. Mas esse resultado embute uma exportação meramente contábil de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,9 bilhão. Outras plataformas foram contabilizadas nos meses anteriores, mas foram sempre vendas fictícias, vinculadas à concessão de benefícios fiscais.

Se esses números fossem eliminados, o quadro do comércio exterior brasileiro, já muito feio pelos números oficiais, seria bem menos favorável. Para acertar as contas seria também preciso, poderiam dizer os mais otimistas, eliminar as importações de combustíveis efetuadas em 2012 e registradas só neste ano graças a um arranjo especial da Petrobrás. É verdade, mas é indispensável lembrar uma diferença entre essas compras e as vendas de plataformas. Estas só ocorreram na contabilidade, mas as compras de combustíveis foram realizadas e seria necessário incluí-las nos cálculos em algum momento. Se tivessem entrado nas contas do ano passado, o superávit comercial teria ficado bem abaixo dos US$ 19,41 bilhões divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Se as projeções do BC estiverem corretas, o Brasil vai faturar neste ano US$ 241 bilhões com as vendas ao exterior. O gasto com produtos estrangeiros chegará a US$ 239 bilhões. O valor exportado será 0,6% ínenor que o do ano passado e 5,8% inferior ao de 2011. A importação terá custado cerca de 7% mais que em 2012 e 5,6%

O governo não precisa de crise internacional para estragar as contas. Ele mesmo cuida disso mais que dois anos antes. A deterioração é inegável e a causa mais importante é o enfraquecimento da indústria brasileira, por falta de investimentos, aumento de custos e dificuldade crescente para enfrentar uma disputa mais dura em mercados mais apertados. Isso vale para o mercado nacional.

As medidas protecionistas impostas pelo governo foram insuficientes para barrar o ingresso de produtos estrangeiros. Além do mais, nenhuma barreira tomaria os produtores brasileiros mais capazes de competir fora das fronteiras, mesmo em áreas antes consideradas campos de caça tranquilos, como o Mercosul e a maior parte da vizinhança. Também na região outros produtores têm conseguido ocupar espaços crescentes sem muita oposição brasileira.

Quando se aponta a piora do balanço de pagamentos - especialmente da balança comercial -, ministros costumam citar a acumulação de reservas para mostrar a segurança do setor externo. Mesmo com intervenções no mercado cambial, como reação às turbulências do meio do ano, o BC conseguiu, ; graças a uma estratégia bem desenhada, evitar a perda de moeda estrangeira e preservar mais de US$370 bilhões. Esse é, sem dúvida, um importante fator de segurança, mas de nenhum modo pode substituir a eficiência produtiva e os acordos internacionais favoráveis à expansão do comércio.

A política brasileira tem falhado nas duas frentes. A deficiência de investimentos, o desperdício de recursos, o erro na escolha de prioridades (na política educacional, por exemplo) têm dificultado ganhos gerais de produtividade. Se as concessões derem certo, a taxa de investimentos chegará a 22,5% do produto interno bruto até 2018, segundo estimativa do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Muitos países latino-americanos já estão acima desse padrão, enquanto a taxa brasileira continua oscilando entre 18% e 19%.

Como as condições de produção foram geralmente negligenciadas nos últimos dez anos, a começar pela infraes-trutura, o potencial de crescimento diminuiu, como seria previsível. Hoje esse problema é assunto da pauta internacional, pouco importando os desmentidos e espemeios do governo brasileiro.

Na outra frente, a escolha das parcerias prioritárias, também se acumularam erros desastrosos. A diplomacia comercial pôs no alto da agenda a aproximação com mercados pouco importantes, com exceção do chinês. Mas o comércio com a China virou uma relação semicolonial, com o Brasil praticamente limitado a vender commodities, em geral de pouca ou nenhuma elaboração, e a importar manufaturados.

Os imperialistas, desprezados pela diplomacia de passeata dos governos petistas, continuam como compradores relevantes de manufaturados - e poderiam comprar muito mais se tivessem sido assinados acordos de livre-comércio. Mas nem todos criticam a estratégia comercial brasileira e o desprezo petista aos grandes mercados. No caso dos chineses e outros exportadores realistas e dinâmicos, a fantasia terceiro-mundista vivida em Brasília nos últimos dez anos elimina um possível competidor de peso.

*Jornalista

Fonte: O Estado de S. Paulo

Reação sem sentido - Míriam Leitão

Esta foi uma semana dos conselhos externos. E os aconselhados reagiram muito mal. Nada do que foi dito por economistas do FMI ou analistas da OCDE é novo para quem acompanha a conjuntura econômica. A situação fiscal está se deteriorando, os indicadores, ficando mais opacos, o governo tem tomado decisões temerárias para um país que teve o passado do Brasil.

O país não é mais monitorado pelo FMI, nada deve ao Fundo. O que houve foi apenas um relatório de rotina, feito de acordo com o artigo quarto do FMI, que todo país-membro recebe. Tem cara de análise e conselho. E é. O Brasil reagiu de forma infantil, como se fosse ingerência indevida em assuntos internos. Deu respostas patéticas, como a afirmação de que essa é a opinião de técnicos e não da direção do Fundo, como se houvesse tal dicotomia entre as partes e tal autonomia técnica.

Está se formando uma convicção geral de que o Brasil tem piorado, por displicência e por avaliação inadequada do momento presente, e há alvos precisos de preocupação. Falemos do que preocupa e não preocupa.

• Bolsa Família: é elogiado como uma política eficiente que tirou milhões de uma situação de miséria. Todos sabem que há erros pontuais e que há a necessidade de que a educação de qualidade complete o serviço de transformação do quadro social brasileiro.

• Transferência aos bancos públicos: É avaliada como uma política que inicialmente contornou o colapso de crédito que houve no momento agudo da crise. O problema é que se eternizou e virou uma bola de neve.

• Alquimias contábeis: Tudo o que tira transparência dos indicadores fiscais é inaceitável. Aumenta a incerteza e dilui a confiança no país. E o governo usou e abusou desse artifício de maquiagem dos números.

• Dívida pública: dizer que ela é menor do que dos países em crise é ridículo. Equivale a uma cidade que recebeu apenas o impacto dos tremores secundários de um terremoto se vangloriar de estar menos destruída do que o epicentro. Só que uma dívida bruta de 60% do PIB é alta em qualquer país.

• Dizer que os gastos com a Previdência éstão em queda é incompreensível. Os gastos com o INSS têm tido alta contínua. De janeiro a agosto deste ano, o crescimento real das despesas foi de 6,5%. Segundo o economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, que fez a conta a pedido da coluna, houve aumento ininterrupto dessa despesa todos os anos desde 1997. No ano passado, de janeiro a agosto, foi de 7,3%, Em relação ao PIB, já é 7,2%, um número recorde. Se for incluída a Previdência do setor público, salta para 9,1%. E o Brasil é um país de jovens.

O governo pode tapar o sol com a peneira ou escolher a moda avestruz de avaliação da conjuntura. Mas na economia a conta sempre chega.

Fonte: O Globo

Muita energia, pouco resultado - Fernando Rodrigues

A presidente Dilma Rousseff trabalhou como nunca para tirar sua popularidade do atoleiro nos últimos quatro meses.

Em junho, Dilma foi à TV e falou por dez minutos. Propôs pactos para melhorar quase tudo no Brasil. Sugeriu ao Congresso uma reforma política, antecedida de um plebiscito. Começou a viajar pelo país sem parar. Lançou o programa Mais Médicos.

O PT fez propaganda na TV e turbinou a imagem de Dilma como estadista. A presidente voltou a fazer pronunciamentos em rede nacional em homenagem ao 7 de Setembro e, nesta semana, para celebrar a concessão de uma área do petróleo do pré-sal.

Se eles existem, os deuses da política também ajudaram Dilma. Um vazamento gigantesco de dados indicou que o Brasil havia sido espionado de maneira torpe pelas agências de inteligência dos EUA. A presidente brasileira surfou sobre a cabeça de seu colega norte-americano, Barack Obama. Durona, cancelou uma visita a Washington. Ganhou fartos minutos de mídia espontânea positiva nos telejornais. Para quem precisava melhorar a popularidade, um episódio assim foi quase como ganhar na Mega-Sena acumulada.

Mas qual foi o resultado? Modesto, para dizer o mínimo. Em março, o Datafolha apurou que o governo Dilma era aprovado por 65% dos eleitores. No mesmo mês, o Ibope registrava 63%. Em junho, com os protestos de rua e o mau humor geral, as taxas despencaram para 30% e 31%.

A exposição "megablaster" de Dilma em julho e agosto rendeu algum oxigênio. A aprovação do governo avançou cerca de cinco pontos percentuais. Só que parou. No último dia 11, a taxa de "ótimo" ou "bom" apurada pelo Datafolha era de 38%. Igual à do Ibope, nesta semana.

Apesar do marketing intenso, Dilma não sai do lugar há dois meses. As taxas não são ruins, decerto. Mas é um patamar temerário para quem aposta numa vitória no primeiro turno na corrida pelo Planalto em 2014.

Fonte: Folha de S. Paulo

O mundo da política na TV - Luiz Carlos Azedo

Uma das séries de televisão preferidas dos políticos brasileiros, House of Cards trata de um projeto votado de forma secreta. No Congresso Nacional, tal regra deixa o jogo parlamentar sem transparência e cruel para o eleitor, o verdadeiro dono do mandato dos deputados e senadores

Se quer saber sobre a corrupção e o mundo desleal de Washington, vá até as séries de televisão House of Cards, Homeland ou Scandal. Por mais que tudo não passe de uma provocação, algo feito simplesmente para entreter, as artimanhas políticas estão expostas no mais alto grau de realismo, sem concessões ou piedade. Sobra pouco para alguém, quase todos perdem, tirando aqueles que se vangloriam do jogo sujo, de armar trapaças e de se livrar delas a partir de estratégias montadas com dinheiro. Toda a grana que for capaz de conseguir, a partir de financiamentos privados, emendas parlamentares e guerras. A TV funciona assim como o espelho dos bastidores da capital norte-americana, que não se mostra nada diferente dos casos reais de Brasília.

House of Cards, por exemplo, é um dos programas domésticos preferidos de Dilma Rousseff e de Luiz Inácio Lula da Silva, pelo menos até onde se pode saber das atividades caseiras da presidente e do ex-presidente do Brasil. O programa, entretanto, não tem cores partidárias, é visto pelas mais diversas autoridades brasileiras. A série é um achado, impossível de ser interrompida pelo espectador até o episódio final, no caso o da primeira temporada — a segunda ainda está em processo de finalização. Apesar de não ter um herói típico, capaz de criar empatia, o personagem principal, encarnado pelo ator Kevin Space, é um gênio da politicagem. Parlamentar, estava cotado para um ministério quando foi barrado pelo presidente recém-eleito, que o deixou no Congresso, como uma espécie de líder. Os episódios mostram a vingança de Frank Underwood contra os amigos e inimigos.

Voto secreto
A primeira temporada da série apresenta uma votação secreta de um projeto sobre incentivos à criação de empregos. A partir do resultado, que “em tese” interessaria ao governo, ocorre uma sequência de acontecimentos que aqui não serão expostos em respeito a quem não viu House of Cards. O fato é que todas as maquinações, lobbies, negociações financeiras passam pelo voto secreto, que permite todos os tipos de barbaridades políticas na TV. Assim é na série norte-americana. Assim é no Brasil real, onde o sigilo ainda vigora no Congresso. São tamanhos os vícios dos nossos políticos, mas o maior talvez seja o apego à falta de transparência, ao jogo escuso, longe da luz. O voto secreto apenas reforça a covardia das decisões, protegendo os parlamentares da cobrança do eleitor, o verdadeiro dono do mandato.

O mais recente exemplo no Congresso é o caso do deputado presidiário Natan Donadon, absolvido no plenário da Câmara em agosto. Sem o voto secreto, ele não teria escapado, afinal os parlamentares não teriam coragem de liberar o colega — acusado de fraude — caso tivessem de prestar contas ao eleitor. Na Câmara Legislativa, o distrital Raad Massouh também será julgado em sigilo pelos colegas, mesmo com a Lei Orgânica do Distrito Federal estabelecendo o voto aberto. O argumento é que a decisão local, da Câmara Legislativa, difere das regras do Congresso. Uma tese fraca, segundo o ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas bem que o deputados e senadores podiam ajudar.

No plenário
Na última quinta-feira, mais um texto prevendo o fim do voto secreto andou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Tal qual um jogo de conchas — aquele em que um esperto tenta enganar um cidadão incauto ora escondendo ora mostrando uma determinada peça —, pelo menos quatro propostas sobre o fim do voto secreto tramitam no Congresso. Como existem projetos tanto na Câmara como no Senado, ora os parlamentares avançam um texto ora atrasam outro. Nesse jogo, quem sempre perde é a transparência. Na próxima quarta-feira, o projeto aprovado na CCJ do Senado tem a promessa de entrar na pauta do plenário. Aprovado, muda a Constituição e acaba de uma vez por todas com o sigilo e a covardia parlamentar. É esperar para ver.

Vale repetir: apenas o eleitor deve ter o direito do sigilo do voto. Tal prerrogativa o protege de poderosos. Os políticos não precisam de tal proteção.

Fonte: Correio Braziliense

Painel - Vera Magalhães

'Dilmalckmin'
Pesquisa qualitativa feita em São Paulo que chegou ao Planalto há algumas semanas mostra que os eleitores paulistas registram "identificação" de características de Dilma Rousseff e Geraldo Alckmin (PSDB). Uma das características apontadas em comum entre a presidente e o governador de São Paulo é a de que seriam "realizadores". Chamou atenção ainda que Paulo Skaf, candidato do PMDB ao Palácio do Bandeirantes, aparece bem posicionado no levantamento.

Vocativo Um observador notou que Alckmin, com quem Dilma esteve ontem, se refere à petista como "presidenta", enquanto muitos ministros ainda não adotam a forma preferida por ela.

Sem garoa A pesquisa levada ao Planalto diz ainda que, se o candidato a presidente pelo PSDB não for o paulista José Serra, Dilma venceria a eleição em São Paulo com grande vantagem.

RSVP Dentro da estratégia de se aproximar do PT, Dilma vai participar da posse do novo presidente do partido, que será escolhido em eleições internas em novembro.

Zen Na conversa que teve com o senador Cássio Cunha Lima (PB) sobre o palanque paulista no ano que vem, Alckmin explicou que a aliança com o PSB de Eduardo Campos é "natural", uma vez que o partido, comandado no Estado pelo deputado Márcio França, está em seu governo desde o primeiro dia.

Lado a lado Alckmin e Aécio Neves vão participar juntos de um evento no périplo do senador mineiro por São Paulo. Hoje, a dupla vai ao almoço de aniversário do deputado federal Guilherme Mussi (PP-SP), na cidade de Capão Bonito. Foram convidadas 2.000 pessoas.

Velha guarda Lula almoçou ontem com os ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e com o chefe da Casa Civil do governo do DF, Swedenberger Barbosa. Os três integravam a "cozinha" do Planalto no governo do ex-presidente.

Antecipado O almoço, que reuniu também assessores do Instituto Lula, foi uma espécie de prévia do aniversário do antecessor de Dilma, que será celebrado amanhã.

Ondas Tucanos acreditam que a disparada de Campos nas pesquisas após sua aliança com Marina Silva refluiu. Levantamento do instituto Sensus encomendado pelo PSDB mostra o pessebista com 10% e Aécio com 18%. Dilma tem 37%.

Milhagem Em seu esforço para rodar o país, José Serra pediu ajuda a parlamentares do PSDB para articularem eventos e palestras em seus respectivos Estados. Um dos alvos é o Espírito Santo.

Habitat natural Em entrevista para o documentário "Eu maior", que estreia em novembro, Marina descreve o que seria um "toque de felicidade": "Tocar sem medo o lombo do bicho-preguiça, da cabeça até o rabo. É tão fofinho", respondeu, sorrindo.

Quadro 1 Ricardo Schumann é o novo chefe de gabinete de Simão Pedro (PT) na Secretaria de Serviços paulistana. Ele foi um dos personagens do escândalo de quebra de sigilo bancário que derrubou Antonio Palocci em 2006.

Quadro 2 À época, Schumann disse à Polícia Federal que recebeu ordem do presidente da Caixa, Jorge Mattoso, para violar o sigilo do caseiro Francenildo Costa.

Visita à Folha Luiz Alberto Figueiredo, ministro das Relações Exteriores, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Nelson Antonio Tabajara de Oliveira, embaixador, e de Helena Maria Gasparian, conselheira.

Tiroteio

"Os tucanos deveriam se envergonhar dos investimentos em mobilidade. Dilma aplicou R$ 21 bilhões, e FHC, menos de R$ 5 bilhões."

DE EDINHO SILVA, deputado estadual e presidente do PT-SP, comparando gastos da gestão petista e dos governos tucanos em transporte no Estado.

Contraponto

Tudo que sei é que nada sei

A Câmara Municipal de Campina Grande (PB) discutia, no início dos anos 1960, uma questão polêmica que dividiu os vereadores. O presidente da Casa era o experiente Pedro Sabino, político da UDN com quatro mandatos, membro de uma família tradicional na cidade.

A votação empatou e coube a ele a missão, prevista no regimento, de decidir a questão.

--O que o senhor decide? --questionou um colega.

--Pois eu decido que não decido! --disse o presidente, encerrando a sessão em seguida, sem o resultado.

O episódio até hoje é citado pelos políticos do Estado.

Fonte: Folha de S. Paulo

Panorama político - Ilimar Franco

Sarney na cabeça
O PT e o comando da reeleição da presidente Dilma garantiram ao ex-presidente José Sarney alinhamento ao PMDB nas eleições do Maranhão. O martelo só será batido ano que vem, mas já há garantia de apoio ao candidato da governadora Roseana Sarney. A filiação de Domingos Dutra ao Solidariedade e a falta de apoio do PCdoB ao PT na eleição de São Luís em 2012 facilitaram as coisas.

Padrão de qualidade marineiro
Depois do deputado ruralista Ronaldo Caiado (DEM-GO), chegou a vez dos trabalhistas. O PDT, que vinha conversando com Eduardo Campos (PSB), está irritado com recentes declarações de Marina Silva país afora. Ela tem rejeitado o apoio dos pedetistas, dizendo que não representam o novo. "Não vejo como falar de nova política com o que foi feito com o PDT no plano nacional. Denúncias de corrupção que estão aí sendo investigadas" diz Marina. Áudios de entrevistas estão circulando entre os trabalhistas. Ela só dá salvo-conduto ao senador Cristovam Buarque e ao deputado Reguffe, ambos de Brasília. O presidente do PDT, Carlos Lupi, está irado.

"Todos no PT defendem candidatura própria. Tem que esperar o PED. Está todo mundo de olho na eleição interna, e ninguém quer abrir flancos que tirem votos"
Rui Falcão
Presidente do PT e deputado estadual (SP)

Veto da discórdia
Deputados da base estão irritados com o veto ao plano de carreira médica, acordo feito na Câmara e descumprido pelo Planalto. Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Darcísio Perondi (PMDB-RS) lideram as negociações para derrubá-lo.

Deu Ibope
Os tucanos estão irados com as pesquisas. Aécio Neves patina, e Eduardo Campos se aproxima. Um dos coordenadores da campanha do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (PB) apresentará projeto para que seja adotado no país o modelo americano: "Instituto que faz pesquisa para partidos e governos não pode fazer para a mídia."

Encenando dois papéis
Prefeitos estão custeando viagem e hospedagem dos agentes comunitários de saúde em Brasília para pressionar governo e Congresso pela criação de um piso salarial. Mas também telefonam para os deputados pedindo que engavetem a proposta.

Longe de uma definição
A aliança entre Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Osmar Dias (PDT), vice-presidente do Banco do Brasil, ao governo do Paraná virou incógnita. Ele não quer concorrer ao Senado para não disputar contra o irmão, Álvaro Dias (PSDB). O PT ofereceu a candidatura a vice-governador, mas Dias recusou. O PDT quer que concorra ao governo, cenário que atrapalha muito Gleisi.

Luz para todos
A presidente Dilma inaugura terça-feira o linhão de 500kV entre a Usina de Itaipu e Assunção. No evento, em Foz do Iguaçu, estará o presidente Horacio Cartes. Com a obra, o Paraguai entrará para o time dos países industrializados.

Iluminando o debate
O presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, explica que o programa Clarear, do governo estadual, não é uma forma de rebatizar o Luz para Todos, do governo federal. O Clarear é de eletrificação urbana, e não rural.

Os leitores. Mesmo fora de uso na atualidade e que tenha provocado risos no Senado, a palavra "retrocessão" usada por Guido Mantega, existe.

Fonte: O Globo