sábado, 28 de dezembro de 2013

Painel - Vera Magalhães

Água morro abaixo
A ação do governo para responder a tragédias naturais, como as enchentes no sul de Minas e no Espírito Santo, virou combustível na disputa eleitoral entre PT e PSB. O partido de Eduardo Campos acusa Gleisi Hoffmann (Casa Civil) de ter segurado desde março de 2012 a edição da medida provisória que acelera o repasse de recursos para combater desastres. A ministra nega que os estudos tenham começado no ano passado e diz que foram iniciados no segundo semestre deste ano.

Ataque 1 O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), diz que Dilma Rousseff encomendou a MP após as enchentes na região serrana do Rio, no início de 2012. Em março, o ministro Fernando Bezerra (Integração), do PSB, teria enviado o estudo técnico para a Casa Civil.

Ataque 2 "A ministra Gleisi e a presidente Dilma devem uma explicação ao povo brasileiro sobre por que medida tão importante dormitou um ano e nove meses nos escaninhos da Casa Civil", diz o aliado de Campos.

Defesa 1 Gleisi Hoffmann nega que exista na Casa Civil qualquer estudo da Integração Nacional datado de 2012 sobre a MP. Segundo a ministra, o governo vem, desde 2011, agilizando o repasse de recursos antidesastres, por meio de várias medidas.

Defesa 2 Ela lista a criação do cartão que permite que prefeituras saquem em até 48 horas, sem firmar convênio, recursos para as primeiras medidas após tragédias, e a inclusão de convênios para reconstrução de cidades no RDC, o regime diferenciado de contratação.

Defesa 3 Gleisi diz, ainda, que os estudos para a nova MP, editada quinta-feira, começaram no início do segundo semestre, e que a demora de alguns meses se deveu a recomendações da Controladoria Geral da União.

Toma lá Na visita que fez ontem a Governador Valadares (MG), Dilma disse que foi à região a convite dos prefeitos, pois o governador Antonio Anastasia (PSDB) não pediu ajuda ao governo federal.

Dá cá Já aliados de Anastasia afirmam que a bacia do rio Doce, fortemente atingida pelas chuvas, foi indicada pelo governo do Estado em 2012 para receber recursos do Plano Nacional de Defesa Civil, mas não foi priorizada pelo Ministério do Planejamento.

A voz O ministro Aloizio Mercadante (Educação), cotado para assumir a Casa Civil no início do ano, ganhou na Esplanada o apelido de "Bigode Grosso", numa referência a Pedro Lima, participante do "The Voice Brasil" que tinha essa alcunha e foi para a final, mas não venceu.

Cult 1 Além da lei que regulariza o comércio ambulante de comida na cidade, o prefeito Fernando Haddad sancionou o projeto que amplia de 70% para até 100% o abatimento de imposto (ISS e IPTU) para quem patrocinar projetos culturais.

Cult 2 As condições do abatimento serão definidas por decreto. Estima-se que, caso a isenção seja total para as 24 categorias contempladas pela lei, a verba disponível chegue a R$ 800 milhões. Hoje, ela é de R$ 10 milhões.

Trégua "Parabenizo o prefeito por ter pensado mais na cidade do que nas questões partidárias", disse à coluna o vereador tucano Andrea Matarazzo, autor dos dois projetos de lei sancionados pelo prefeito petista.

A laço 1 Quase ninguém apareceu na reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente, na segunda-feira, que discutiu estudos de impacto ambiental das obras de terminais e corredores previstos no Mobilidade Urbana, projeto da prefeitura para melhorar o transporte público.

A laço 2 O quórum foi obtido no "estilo arrastão": funcionários e conselheiros foram levados ao local, de última hora, em uma van.

TIROTEIO
"A rebelião na Assembleia Legislativa do Maranhão copia a do presídio de Pedrinhas. O governo não controla nem um, nem outro."

DO DEPUTADO FEDERAL DOMINGOS DUTRA (SDD-MA), sobre a pressão de deputados estaduais por emendas, que quase travou a votação do Orçamento.

CONTRAPONTO
Sambinha da paz

No jantar de confraternização dos deputados, ficaram na mesma mesa o ruralista Alceu Moreira (PMDB-RS) e Ivan Valente (PSOL-SP). Os dois protagonizaram um bate-boca na Câmara em outubro, na votação da PEC da demarcação das terras indígenas, que quase virou pancadaria.

Em dado momento Moreira se levantou e surpreendeu ao começar a cantar músicas do repertório do sambista Martinho da Vila, acompanhado por deputados de esquerda, como Jandira Feghali (PC do B) e Jean Wyllys (PSOL), ambos do Rio. Valente não se arriscou, mas aplaudiu.

--Provou-se que quem canta os males espanta! --disse o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).

Fonte: Folha de S. Paulo

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