sábado, 14 de dezembro de 2013

Painel - Vera Magalhães

Au revoir
Dilma Rousseff disse nesta semana ao presidente François Hollande que o Brasil não comprará da França os 36 caças do programa FX-2, da Aeronáutica. O entrave para a aquisição do Rafale, fabricado por um consórico liderado pela francesa Dassault, é o preço: ele custaria o dobro dos concorrentes --o F/A-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e o sueco Gripen-NG. Na expectativa de selar o negócio, Hollande trouxe o presidente da Dassault, Éric Trappier, em sua visita ao Brasil.

Sinais trocados Surpresos, auxiliares relatam que Dilma deixara no ar que poderia decidir pelos franceses, pois acompanhou Hollande em dois eventos no Brasil, contrariando seu estilo. Mas, nas palavras de um deles, era um "gesto de consolação".

Finesse Apesar do contratempo comercial, Hollande foi cavalheiro com a brasileira: ela tropeçou ao descer uma escada ontem na Fiesp, em São Paulo, e só não caiu porque o francês a amparou.

Titular Desde junho interino, Dyogo Oliveira será efetivado como secretário-executivo do Ministério da Fazenda. A situação provisória do número dois na pasta é considerada um dos fatores de divergências que vieram à tona nas últimas semanas.

Órbita 1 A pedido de Xi Jinping, o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, foi à missa em memória de Nelson Mandela, anteontem, para conversar com o vice-presidente Michel Temer.

Órbita 2 O diplomata disse que a China fará o que for possível para antecipar o lançamento do CBERS-4 como forma de compensar falhas no CBERS-3, satélite sino-brasileiro de observação da Terra.

Tom Peemedebistas criticaram discurso de Ideli Salvatti no jantar com a bancada na residência oficial da Câmara, nesta semana. Eles classificaram a fala da ministra de "arrogante" e dúbia sobre a aliança com o partido.

Por fora Eles relatam ainda que a ministra, no dia do acordo com deputados para votar o Orçamento de 2014, falou que Dilma não aceitaria a negociação, enquanto Gleisi Hoffmann (Casa Civil) já havia confirmado para Temer e Henrique Eduardo Alves que o governo topava.

Modo Lula Além de fazer um discurso em tom popular em evento do governo ontem, em São Bernardo do Campo, Dilma recebeu em uma sala reservada representantes de ao menos dez sindicatos. Posou para fotos e abraçou costureiras e seguranças.

Vai que é sua Segundo organizadores do evento, Lula também discursaria no palanque, logo antes da presidente, mas desistiu para que Dilma fosse a protagonista.

Faltou Geraldo Alckmin (PSDB) só avisou na quinta-feira à noite que não participaria da inauguração do Hospital das Clínicas na cidade do ABC ao lado da presidente e de Alexandre Padilha (Saúde), seu adversário na eleição do ano que vem. O governo paulista deu R$ 40 milhões dos R$ 240 milhões da obra.

Trator Aécio Neves participou de café da manhã com representantes do agronegócio ontem, em São Paulo. O presidenciável tucano ouviu queixas sobre o "aparelhamento" do Ministério da Agricultura, comandado pelo peemedebista mineiro Antonio Andrade. A reclamação já havia sido endereçada a Eduardo Campos (PSB).

Duas canoas Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura de Lula que promoveu o encontro de Campos com os ruralistas, também esteve no ato do setor com Aécio. Compareceu ainda João Sampaio Filho, ex-secretário da área no governo de José Serra e atual vice-presidente da Mafrig.

Reduto Pernambuco é o único Estado do Nordeste em que a avaliação de Dilma está abaixo da do governador na pesquisa CNI/Ibope. A gestão de Campos é considerada ótima ou boa por 58% dos eleitores, contra 45% de aprovação do governo federal.

TIROTEIO

"Se alguém no governo discorda de mim, deveria sair do anonimato, e não tentar colocar palavras na boca da presidente."
DO MINISTRO GUIDO MANTEGA (FAZENDA) sobre a reação negativa de setores do governo a sua declaração sobre a economia estar com "pernas mancas".

CONTRAPONTO

O rei do camarote

Na terça-feira, o ministro José Eduardo Cardozo participou da confraternização de fim de ano dos funcionários do Ministério da Justiça no Loca como Tu Madre, restaurante em Brasília.

Questionado pelos servidores e pelos garçons se gostaria de provar o "drink que pisca", uma novidade do cardápio cuja receita incluía vodka e sucos de ameixa e pêssego, o auxiliar de Dilma Rousseff foi precavido:

--Não, obrigado, estou tomando antibióticos.

Fonte: Folha de S. Paulo

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