quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Aécio e Campos: incertezas no futuro

Líderes da oposição criticam modelo econômico adotado pelo governo

Maria Lima, Gabriela Valente, Fernanda Krakovics e Isabel Braga

BRASÍLIA- A oposição criticou duramente o governo pelo recuo da economia no trimestre. Em nota, o presidente do PSDB e presidenciável, Aécio Neves (MG), disse que o resultado “indica a permanência da desaceleração da economia e do ambiente de incerteza sobre o futuro do país” e “não há mais como terceirizar responsabilidades”.

Já o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), outro presidenciável, afirmou em nota que o Brasil atravessa uma crise de expectativas em relação à economia e isso começa a afetar o desempenho da atividade econômica. “Quando os agentes econômicos se mostram inseguros quanto ao futuro, constroem um presente ainda pior, num processo que se realimenta e é difícil de reverter”, disse Campos.

No Senado, líderes da oposição disseram que a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não têm noção da gravidade das consequências do modelo econômico adotado. — A ideia que passa é que vivemos numa casa de loucos, onde cada um diz uma coisa. Mas quando um país caminha para o descalabro, o principal sintoma é quando os governantes começam a colocar em dúvida seus órgãos e estatísticas oficiais. Isso é clássico.

É a escola Kirchner (Argentina)— afirmou o líder do PSDB, Aloysio Nunes (SP). O presidente e líder do DEM, senador José Agripino (RN), disse que mais preocupante do que o resultado é a insistência num modelo que já se mostrou ineficiente para correção de rumos: — O problema maior é que o governo não está tomando as providências que deveria.

Isso é o resultado de um modelo econômico equivocado que está mostrando os primeiros resultados agora. E o mais preocupante é a falta de soluções, o gasto público de má qualidade que não é atacado. O modelo está exaurido e faltam providências para corrigir.

‘Brasil está no caminho certo’
Já o presidente do PT, Rui Falcão, minimizou o recuo. Ele previu que o último trimestre será melhor e que o acumulado do ano e dos últimos 12 meses é positivo. — O importante é que questões fundamentais como poder aquisitivo e emprego continuam sustentados — afirmou. Também em defesa do modelo do governo, o vice presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), disse que a oposição não pode torcer contra o país, e que esse é o preço da distribuição de renda e do quase pleno emprego: — No governo do PT aconteceram as duas piores crises mundiais.

Quanto custa manter a distribuição de renda e o quase pleno emprego? É melhor crescer menos do que o sonho ou manter o povo trabalhando? O Brasil está no caminho certo.

Fonte: O Globo

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