segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Juventude dos protestos muda de ideia e procura partidos

Algumas legendas registraram um crescimento no número de filiações de jovens neste ano, mesmo com o forte sentimento de apartidarismo presente no movimento que tomou as ruas do país

Parte da juventude que negou os partidos políticos durante os protestos que invadiram o país começa a mudar de opinião. Se antes, as manifestações eram focadas justamente na crise das instituições - entre elas, os Poderes Executivo, Legislativo e até Judiciário - , hoje, alguns militantes começam a repensar a estratégia e enxergar na política tradicional o melhor caminho para a mudança. Em Pernambuco, por exemplo, partidos como o PSDB comemoram o crescimento de até 60% no quadro da juventude após os protestos. Os números só não são mais generosos do que a época da filiação do deputado estadual Daniel Coelho, que saiu do PV, ao partido.

"O movimento era realmente apartidário, tanto é que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, era apontado como um dos favoritos na corrida presidencial. Foi um movimento espontâneo, de rua, que colocou em xeque o governo da presidente Dilma Rousseff (PT)", defende Raffiê Dellon, de 22 anos, que além de ser presidente da juventude tucana no estado, é estudante do curso de administração da Fafica. Para ele, os protestos tiveram como alvo o atual governo, sendo assim, os partidos de oposição teriam mais chances de crescimento no número de filiados.

A mudança de perfil da juventude que mudou de "ideia" após os protestos ainda é algo a ser analisado. Os partidos divulgam dados “favoráveis”, apesar de não demonstrar ter o controle absoluto no número de filiados jovens. O cientista político e coordenador do curso de jornalismo da Unicap, Juliano Domingues, diz que este discurso pode ser uma ferramenta partidária para canalizar o sentimento de insatisfação demonstrado nos protestos. “Os partidos podem querer lucrar eleitoralmente com isso. E não foi só a juventude que os procurou. A gente pode não saber os meios, mas eles (os partidos) também podem ter abordado estes jovens naquela época”, destaca.

Fonte: Diário de Pernambuco

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