quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Brasília-DF - Denise Rothenburg

O administrador do tempo
É página virada a ideia de que o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), teria outros planos que não o de concorrer à Presidência da República. E quem prestar atenção aos movimentos dele verá que seus passos são semelhantes àqueles que fizeram do tucano presidente da Câmara e, em seguida, governador de Minas Gerais por dois mandatos. Em todas as oportunidades, Aécio trabalhou o calendário a seu favor, deixando decantar possíveis problemas e tangenciando crises que terminam desfeitas quase que naturalmente. É o estilo do velho PSD de JK e de Tancredo Neves.
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A pré-campanha segue hoje em quatro frentes: estruturação do partido, alianças, programa e vacinas contra as apostas petistas. Tudo devagar e sempre. O gesto de inclusão do Bolsa Família como política de Estado de assistência social foi uma das tais vacinas, no sentido de tirar o impacto da versão de que a oposição não gosta do benefício. Em termos de programa, o PSDB sinaliza que, se eleito, reabilitaria o modelo de concessões em vez da partilha na exploração do petróleo em contratos futuros. No quesito partido, se encaixa a conversa com José Serra. E, por fim, a busca do DEM. Serra continuará sob os holofotes, mas o candidato é Aécio.

Conselho de Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconselhou o governador do Rio, Sérgio Cabral, a deixar o cargo apenas em março. Leitura do PMDB: Dilma não pretende colocar o peemedebista no seu primeiro escalão.

Por falar em...
Se a presidente adiar a reforma ministerial de janeiro para março vai agradar os petistas, mas descontentará grande parte do PMDB. Em especial, os senadores que não desistiram de ver o senador Vital do Rego (PB), o Vitalzinho, no cargo de ministro da Integração Nacional.

...PMDB e reforma...
O vice-presidente Michel Temer ligou, ontem à noite, de Pequim (11h da manhã, hora de Brasília), apenas para dizer que o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, não vetara o nome de Vitalzinho para o ministério de Dilma. Os dois se encontraram, mas, segundo Michel, trataram da “possibilidade de juntar os dois partidos na Paraíba”.

Versões
Às 19h, liga o ministro Aguinaldo, direto de Brasília, para reforçar o não veto, mas disse que esteve com Michel para “uma agenda de trabalho”, sobre a Baixada Santista. “Ele, conciliador, perguntou se era possível aproximar os dois partidos na Paraíba. Não passou disso”.

Moral da história
Na Paraíba, PP e PMDB seguem adversários, tal como PCdoB e PMDB do Maranhão, que dividem o setor de turismo. Os comunistas têm a Embratur, com Flávio Dino, e os peemedebistas, o ministro Gastão Vieira.

Fundo musical/ Reveladora a musiquinha de espera do escritório de Dody Sirena, empresário de Roberto Carlos: “Acabei com tudo/Escapei com vida/Tive as roupas e os sonhos/Rasgados na minha saída”. Na voz do rei, a canção Fera Ferida casa bem com os últimos acontecimentos na polêmica das biografias não autorizadas.

Madrinha/ Assim, os deputados do PP e do Pros se referiram à presença da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, na reunião de lançamento do bloco parlamentar entre os dois partidos.

Apelido/ O deputado Mário Heringer (PDT-MG) passa pelos colegas Dudu da Fonte, do PP, e Givaldo Carimbão, do Pros, e sai com esta: “Vocês criaram o bloco do gago: PPPros”. Com todo respeito.

O homem de US$ 2 bilhões/ Paraíba à parte, o vice-presidente Michel Temer (foto), volta da China na semana que vem feliz da vida como resultado da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). Tudo por causa do contrato para compra de milho brasileiro pelos chineses. “Estou levando para o Brasil R$ 4 bilhões!”, comemorou o vice. Hoje, ele permanece na China: tem encontro com o presidente Xi Jinping.

Fonte: Correio Braziliense

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