terça-feira, 12 de novembro de 2013

Brasília-DF - Denise Rothenburg

Operação amarra-aliado
A presidente Dilma Rousseff resiste a deixar os ministros candidatos no governo até abril do ano que vem por dois motivos: primeiro, é hora de definir desde já quem estará ao lado dela na campanha pela reeleição ou prefere ficar “solto”. Além disso, será possível compensar, com cargos no primeiro escalão, aqueles a quem o PT deseja passar o trator nos estados, leia-se o PMDB do Rio de Janeiro. Falta, entretanto, combinar esse jogo com os partidos.
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O PMDB está desconfiado de que, passadas as eleições petistas, o PT fará barulho para apresentar seus candidatos nos maiores colégios eleitorais, deixando para os aliados a “periferia”. Não por acaso, os peemedebistas têm uma convenção pré-agendada para março, e os demais também estão muito insatisfeitos com a história de palanque duplo. E, sabe como é, a reforma e os compromissos de hoje em política sempre podem mudar amanhã. Se Dilma não amarrar muito bem esses barcos que a cercam, muitos deles podem seguir para outros portos.

Atenção, eleitores…
A votação do orçamento impositivo será usada para expor os petistas como aqueles que não desejam dar mais recursos para a saúde. Basta ver os alinhamentos. A Frente da Saúde deseja o “Saúde+10”, ou seja, R$ 46 bilhões. O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) tem uma emenda que acresce R$ 19 bilhões à conta. E a proposta acordada com o governo e a base fechou no acréscimo de R$ 6 bilhões.

…Isso faz mal ao PT
A votação do orçamento impositivo é aberta e os petistas se vaem obrigados a seguir o governo. Antigos aliados, entretanto, não têm a mesma obrigação. O PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, apoiou o pedido para votar a emenda Lucena hoje. Não é à toa que Lula gasta a maior saliva com aliados em busca de nomes de seu partido para concorrer ao Senado. O ex-presidente considera que, se Dilma for reeleita, terá que compensar os socialistas perdidos.

R$ 9 bilhões
É o que falta este ano para que o Ministério da Saúde feche seu orçamento. Com essa área servindo de vitrine eleitoral de Dilma e do PT em São Paulo, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, aperta dali e estica acolá para garantir os recursos

Guerrilha
Aliados de Gilberto Kassab, do PSD, espalham aos quatro ventos que o partido não suportará sozinho o desgaste causado pelo escândalo de corrupção envolvendo auditores da prefeitura de São Paulo. Outras legendas terminarão enroscadas na trama.

Ranking incômodo 1/ A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lança, no dia 20 deste mês, o guia de desburocratização para prefeitos e candidatos às eleições do ano que vem. A ideia surgiu depois que o ranking Doing Business 2014, do Banco Mundial, apontou o Brasil na 116ª posição, em 189 países, atrás de nações como Botsuana. O país da América do Sul melhor colocado é o Chile, 34º.

Ranking incômodo 2/ Para quem não viu o relatório, vale lembrar que, além da constrangedora colocação geral, o Brasil ficou em 123º no quesito facilidade em começar um negócio, em 135º na categoria “resolver insolvências” e em 80º no que se refere à proteção de investidores. Os prefeitos receberão uma cartilha do presidente da CNI, Robson Andrade (foto), para ver se ajudam a melhorar essas posições no futuro.

Not available…/ Dada a quantidade de deputados que ontem estavam com o telefone respondendo via operadora internacional, com a mensagem em inglês “o número que você ligou não está disponível no momento”, talvez o governo aposte certo de que esta semana de feriado será emendada por muitos. Vamos ver.

Presente!/ O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) não perde uma exposição do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelo país afora. Pelo visto, ele o deputado federal Luiz Pitiman (PSDB-DF) continuam na lida para ver quem consegue emplacar a candidatura de governador com as bênçãos do presidente do partido.

Fonte: Correio Braziliense

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