sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Serra critica PSDB e diz que está 'disponível para o que der e vier'

Ex-governador sinaliza que não deseja disputar vaga na Câmara

Márcio Falcão e Gabriela Guerreiro

BRASÍLIA - O ex-governador José Serra criticou ontem o PSDB e outros partidos por terem "exageradamente antecipado" o debate da sucessão de 2014 e disse que está "disponível para o que der e vier".

Apesar do nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG) estar consolidado na cúpula tucana como candidato à Presidência, Serra disse que não se aposentou: "Isso pode dar margem a outras interpretações. Estou disponível para o partido para o que der e vier".

"Eu não me aposentei da política, muito pelo contrário. Sou contra aposentadorias prematuras", disse ele em Brasília, onde fez palestra e se reuniu com senadores.

Sem espaço na legenda para disputar pela terceira vez a Presidência, Serra chegou a avaliar deixar o PSDB, mas recuou. Ele afirmou que a definição do candidato do PSDB ocorrerá somente em março.

"Acho que o PSDB exagerou na antecipação, da mesma forma que o PT e todos os outros. [...] Na verdade quem inaugurou isso no Brasil foi o Lula: a campanha precoce."

Ele rejeitou a possibilidade de uma chapa pura como vice de Aécio ou vice-versa --"não faz muito sentido"-- e sinalizou não estar disposto a tentar a Câmara: "Uma coisa é para o que der e vier, outra coisa é ser conveniente".

Serra disse que é cedo para calcular o efeito da aliança de Eduardo Campos e Marina Silva e evitou dizer se a dobradinha pode naufragar.

Disse ainda que o PSB pode estar ao lado do PSDB em alguns palanques, como São Paulo: "A tendência do PSB é compor com Alckmin".

Em palestra sobre os 25 anos da Constituição, Serra criticou o Congresso, que tem como maior bancada a "Frente Única Contra o Erário [Fuce]": "Qual é o partido mais forte do Congresso hoje? É o Fuce. Não é PT, PSDB, PMDB. Isso pega todos os partidos".

E criticou Dilma Rousseff, que recomendou que seus adversários estudem o país: "Se a presidente Dilma estudou antes, não aprendeu. Se estudou no governo, também não está aprendendo".

Fonte: Folha de S. Paulo

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