sábado, 21 de setembro de 2013

Painel - Vera Magalhães

Ligações perigosas
Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disse ontem a Dilma Rousseff que não foi ela quem indicou Idaílson Vilas Boas, ex-assessor da pasta acusado pela Polícia Federal de ser lobista de um esquema que lavou R$ 300 milhões. O padrinho do ex-assessor, demitido ontem, é Olavo Noleto, subchefe de Assuntos Federativos da secretaria de Ideli. Noleto foi citado na Operação Monte Carlo da PF, que investigou o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, mas continua no cargo até hoje.

Santinhos Foi tensa a reunião de Dilma com Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e César Borges (Transportes) sobre os próximos leilões de rodovias. A presidente reclamou da ausência de concorrentes na disputa pela BR-262 (MG-ES) na semana passada.

Deixa comigo Dilma lembrou que, quando era chefe da Casa Civil, no governo Lula, todas as concessões tiveram vários competidores. No final, anunciou que vai decidir pessoalmente as datas e quais rodovias estarão nos próximos leilões.

Pegadinha O governo acreditava que a Chevron participaria do leilão do campo de Libra, no pré-sal. A petroleira norte-americana emitiu duas vezes o boleto de R$ 2 milhões para mostrar que estava interessada, mas recuou. As gigantes do setor ficaram fora do leilão.

Ilusão Empresários que viram os cálculos do governo para o programa de concessões não têm dúvida: alguns dados foram apenas "marretados" para chegar ao número que o Planalto queria.

Malas prontas O Ministério da Cultura concluiu as licitações referentes à Feira Literária de Frankfurt. A produção será feita pela empresa Locations & Ideas, contratada por R$ 1,5 milhão. A assessoria de imprensa ficou com a Media Consulta, por R$ 243 mil. Ambas tiveram lances abaixo do teto.

Memória O presidente da Comissão da Verdade da Câmara de São Paulo, Gilberto Natalini (PV), pedirá na segunda-feira ao secretário de Defesa Social de Minas, Rômulo Ferraz, agilidade na realização de duas novas perícias para esclarecer a morte do presidente Juscelino Kubitschek, em suposto acidente de carro em 1976.

Intervenção 1 Eduardo Campos deve acatar pedido para destituir Alexandre Cardoso do comando do PSB no Rio. O prefeito de Duque de Caxias é visto como "alma gêmea" do governador Sérgio Cabral (PMDB), que apoia a reeleição de Dilma.

Intervenção 2 Com aval de Gilberto Kassab, o PSD de Minas reorganizou sua estrutura e reduziu o poder do grupo ligado a Aécio Neves (PSDB). Alexandre Silveira deixou a secretaria-geral para integrar comissão que vai decidir as alianças para 2014.

Geopolítica Silveira é secretário do governo de Antonio Anastasia (PSDB) e trabalhava para apoiar os tucanos tanto na corrida presidencial quanto na estadual. Kassab quer fechar com o PT.

Curto-circuito De um potencial aliado do PT, descrente no potencial eleitoral de Alexandre Padilha (Saúde) em São Paulo: "Lula pode ser bom de iluminação, mas já temos postes demais''.

Guizo A visita, com direito a foto, de Aécio Neves a ACM Neto (DEM) teve como objetivo dissipar os boatos de que o prefeito de Salvador estaria propenso a apoiar a reeleição de Dilma em 2014.

Adesão O deputado Reguffe (PDT-DF) avisou à direção da Rede que vai se filiar ao partido, caso o pedido de registro da sigla seja aprovado. Assim, a sigla de Marina Silva contaria com ao menos quatro deputados federais.

Tiroteio
"Dilma ameaçou falar grosso com Obama, mas, para ter o tempo de TV do PDT, afinou diante das ameaças do ministro do Trabalho."
DO DEPUTADO MENDONÇA FILHO (DEM-PE), sobre as declarações de Manoel Dias, de que iria "tomar providências impublicáveis" caso fosse demitido.
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Contraponto

Aromaterapia

A minirreforma eleitoral ganhou o apelido de "perfumaria" de um grupo de senadores que critica as discretas mudanças nas regras das eleições. O relator Romero Jucá (PMDB-RR) disse que não se abalava com o uso do termo:

--Isso não me ofende, ao contrário. Me senti indiretamente chamado de cheiroso!

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), um dos críticos da proposta, reagiu:

--Eu não estou querendo dizer que é cheiroso, não! Digo é que se está botando perfume nas regras para que ninguém sinta o cheiro.

Com Andréia Sadi e Bruno Boghossian

Fonte: Folha de S. Paulo

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