sábado, 7 de setembro de 2013

De volta às ruas: Exército pode usar força para proteger desfile

No Dia da Independência, segurança é reforçada pelo país; máscaras causam polêmica.

Convocação para protestos em 172 cidades está sendo feita nas redes sociais, e reivindicações vão desde melhoria dos serviços públicos até prisão de mensaleiros. Em Brasília, protestos começaram ontem.

Depois da onda de protestos de junho e julho, o Sete de Setembro terá segurança reforçada, desfiles mais curtos e uma pergunta: com ou sem máscara? No Rio, o Comando Militar do Leste, num recado aos Black Blocs, avisou que não vai tolerar ações violentas e que os militares estão aptos para fazer a autodefesa das tropas e proteger o patrimônio público. A "Operação Sete de Setembro", com manifestações de variadas correntes políticas, mais uma vez está sendo convocada nas redes sociais. No Distrito Federal, onde o desfile terá a presença da presidente Dilma, a preocupação maior é com ataques ao Congresso. Os acessos à Esplanada dos Ministérios serão fechados. Em Belo Horizonte, Brasília e Recife, o uso de máscaras está proibido. No Rio, os mascarados têm de se identificar. Em São Paulo, o uso foi liberado.

Alerta contra a violência

Segurança é reforçada para evitar que atos no Sete de Setembro acabem em vandalismo

Fábio Teixeira, Ana Cláudia Costa, Flávio Ilha, Ezequiel Fagundes, Mateus Campos, Luiza Damé, André de Souza e Sérgio Roxo

RIO, BRASÍLIA, SÃo PAULO, PORTO ALEGRE E BELO HORIZONTE- O Comando Militar do Leste (CML), num recado aos Black Blocs, avisou ontem que não vai tolerar ações violentas no Rio durante as manifestações previstas para o Sete de Setembro. Em nota, o CML informou que os militares estão aptos a realizar “ações de autodefesa da tropa de desfile e do patrimônio da União” caso haja ataques contra homens e equipamentos do Exército durante o evento, na Avenida Presidente Vargas.

Estão sendo aguardadas seis mil pessoas no desfile, entre militares, civis e ex-combatentes. Já prevendo possíveis problemas de segurança, a marcha será mais enxuta — 40% a menos de participantes — e vai durai no máximo, duas horas, em vez de três. Em Brasília, a duração do desfile também foi encurtada. Depois da onda de protestos de junho e julho, os responsáveis pela segurança tomaram medidas para tentar evitar violência e tumulto nos atos marcados para hoje.

Convocadas pela internet, manifestações estão marcadas em 172 cidades. Cerca de 410 mil pessoas haviam confirmado presença na chamada “Operação Sete de Setembro página no Facebook que registra o maior número de adesões e traz informações sobre as cidades participantes. Em Brasília, houve reforço do esquema de segurança da Esplanada dos Ministérios, onde ocorrem as comemorações do Sete de Setembro.

O temor no Palácio do Planalto cresceu depois de receber informações de uma pesquisa feita no Distrito Federal segundo a qual 80% da população apoiam as manifestações e cerca de 40% pretendem participar hoje dos protestos. O desfile terá a presença da presidente Dilma Rousseff e de autoridades dos três poderes. Cuidarão da segurança dos eventos quatro mil policiais militares, 320 bombeiros, 150 policiais civis e 110 agentes do Departamento de Trânsito do DF.

O governo do Distrito Federal estima que cerca de 150 mil pessoas circularão pela área centrai da capital federal entre o desfile de Sete de Setembro, o jogo Brasil x Austrália, no estádio Mané Garrincha, e espetáculos artísticos em comemoração ao Dia da Pátria. Anteontem, o governo do Distrito Federal (GDF) estimava que 50 mil manifestantes sairiam às ruas.

Preocupação com ataques ao Congresso

Ontem, cerca de 350 pessoas, segundo a Polícia Militar, bloquearam de manhã quatro importantes rodovias e vias expressas do DF. Os bloqueios foram interrompidos após as 11h, e seis pessoas foram presas. As reivindicações incluíam melhorias na moradia e transporte público. No Planalto, a preocupação maior é com ataques ao Congresso, especialmente após a Câmara não ter cassado o mandato do deputado-presidiário Natan Donadon (sem partido-RO).

Em Porto Alegre, o contingente será recorde, mas não foi informado o número de policiais. Em Recife e Fortaleza também houve reforço do efetivo. Em Belo Horizonte, alunos do Colégio Tiradentes e do Colégio Militar não participarão do ato. As direções das escolas vetaram a participação no evento com medo de expor seus alunos a confrontos. Em Fortaleza, o desfalque será o Colégio 7 de Setembro, que divulgou circular comunicando que não levará estudantes.

Em São Paulo, a PM reforçará o policiamento na região do Sambódromo do Anhembi, onde, entre 10h e 12h, haverá o desfile de Independência organizado pelo Exército, e na Avenida Paulista, palco tradicional de manifestações. As pessoas que forem ao desfile passarão por revista. Não será permitida a entrada com bebidas, fogos de artifício, papel, copos e garrafas. No Rio, a PM vai atuar com 1.860 policiais.

O Batalhão de Operações Especiais (Bope) ficará de prontidão no quartel e poderá ser acionado. Comandante do Estado-Maior da PM, o coronel Paulo Henrique de Moraes disse que apenas os alunos da corporação vão participar do desfile, para não prejudicar o patrulhamento. Segundo o coronel, protestos pacíficos serão permitidos, e a PM vai garantir a integridade das pessoas que pretendem assistir à parada militar na Avenida Presidente Vargas. A Avenida Rio Branco ficará livre para quem se manifestar em paz.

O patrulhamento será reforçado em pontos estratégicos, como Ponte Rio-Niterói, Câmara dos Vereadores, Assembleia Legislativa, Palácio Guanabara, sede da prefeitura e aeroportos. As vias expressas também receberão atenção especial. Helicópteros do Grupamento Aeromóvel darão apoio, gerando imagens que serão monitoradas pelo centro de controle da PM. A julgar pelas redes sociais, as manifestações levarão variadas correntes políticas à rua. Enquanto o PSOL divulgou nota convocando os militantes a se manifestar pelos “diversos anseios de militantes sociais, trabalhadores e estudantes, externados nos protestos ocorridos este ano uma página chamada Organização de Combate à Corrupção, com mais de 100 mil seguidores no Facebook, pedia “intervenção militar já’.

Fonte: O Globo

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