quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Alckmin processa Siemens e lança suspeita sobre CBTU

Tucano diz que governo federal também deve investigar licitações

Thiago Herdy

SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu processar a multinacional alemã Siemens por prejuízos causados pela formação de cartel nas licitações do metrô. A empresa denunciou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que formava um cartel com outras empresas em cinco contratos que vigoraram de 1999 e 2009, durante os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e do próprio Alckmin.

- A Siemens é ré confessa. É evidente que o governo vai abrir um processo. E ela vai indenizar centavo por centavo. As outras empresas, (se for) concluído que participaram de um cartel, também serão processadas - disse ele, um dia após ter recebido, por decisão judicial, a investigação do Cade. Não há estimativa de quanto será cobrado.

Alckmin explicou que o processo não vai interferir na execução de outros contratos em curso da Siemens com o governo paulista. Ele sugeriu ao governo federal e outros governadores que investiguem contratos com a participação das empresas envolvidas.

- Quero recomendar aos meus colegas governadores, e ao governo federal, porque não houve cartel só em São Paulo, uma investigação rigorosa, quanto a transporte e quanto a energia - disse Alckmin.

Governador diz que anulou licitação

Em meio à guerra de pedidos de instauração de CPIs no Congresso, travada entre PT e PSDB, o tucano lançou suspeitas sobre licitações da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), vinculada ao governo federal, que teriam sido concluídas com apenas um concorrente. Ele comparou o certame com a recente anulação de compra de trens por parte do governo paulista, em função dos altos preços praticados pelos concorrentes, segundo ele.

- O governo federal acabou de comprar trem para Porto Alegre e Belo Horizonte. Quantos concorrentes? Um só. Estou citando a diferença: anulamos uma concorrência com vários licitantes. E abrimos uma concorrência pública para conseguir uma redução entre 20% e 30% agora - afirmou.

Ao ser perguntado se as empresas suspeitas de cartel financiaram sua campanha, Alckmin disse não haver correlação entre os assuntos:

- Não tem nenhuma relação uma coisa com a outra. Zero, zero, zero - respondeu. A Siemens não quis comentar a decisão do governador.

Fonte: O Globo

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