domingo, 21 de julho de 2013

Em carta ao PT, Dilma faz novo apelo por plebiscito

Criticada por faltar a reunião da sigla, presidente tenta desfazer mal-estar

Divididos, petistas preparam resolução que culpa partidos aliados por fracasso da reforma política

Gabriela Guerreiro e Catia Seabra

BRASÍLIA - Em carta de quatro páginas encaminhada ontem ao PT, a presidente Dilma Rousseff defendeu a realização de plebiscito para a reforma política e disse que, ao lado do ex-presidente Lula, está ouvindo a "voz das ruas" para dar respostas à sociedade brasileira.

Dilma enviou o texto para explicar por que não foi à reunião do diretório nacional da sigla, em Brasília, em que seria convidada de honra.

A ausência incomodou petistas, em especial o ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão e membro da direção do partido. Ele criticou a decisão da presidente em reunião da corrente majoritária da legenda anteontem.

"Eles [brasileiros] querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto à participação popular que só a reforma política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, poderia criar", afirmou Dilma na carta.

A presidente justificou a ausência ao dizer que, com a vinda do papa Francisco ao Brasil, precisava atender a demanda de organização e segurança do evento, que envolve "todo o governo".

No texto, a presidente usou a expressão "querida militância" e fez afago à sigla dizendo que não haverá um "Brasil efetivamente novo" sem o PT. Dilma cita Lula duas vezes na carta. Em uma delas, diz que está ao lado do ex-presidente ouvindo as ruas para "construir um Brasil cada vez melhor", listando as ações federais em resposta às ruas.

Alianças

Durante a reunião, o comando do PT responsabilizou seus partidos aliados pelo fracasso da reforma política em discussão no Congresso.

A cúpula petista elaborou resolução em que diz que o governo e a sigla tiveram que executar política de reforma "baseada em alianças cujos parceiros não se dispuseram e nem se dispõem a romper com os limites da institucionalidade conservadora". O mesmo documento propõe plano de combate à corrupção capitaneado pelo governo.

O diretório discutiu moção contra a permanência do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) na coordenação da comissão da reforma política. Manteve, contudo, por 43 votos a 27, nota de anteontem que dizia que Vaccarezza não expressa o pensamento da bancada e do partido.

Fonte: Folha de S. Paulo

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