terça-feira, 16 de julho de 2013

Alves dá duas vagas para o PT em grupo da reforma política

Ricardo Della Coletta

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que o PT deverá ter dois representantes no grupo de trabalho criado para elaborar, num prazo de 90 dias, uma nova proposta de reforma política para o País.

A ideia do grupo surgiu após os deputados federais enterrarem a proposta da presidente Dilma Rousseff de realizar neste ano um plebiscito sobre mudanças políticas e eleitorais para valerem já na sucessão de 2014. Ele deveria ter os trabalhos iniciados na semana passada, mas um desentendimento na bancada do PT acabou adiando sua instalação. Os deputados Cândido Vaccarezza (SP) e Henrique Fontana (RS) disputavam a vaga para coordenar o grupo. A bancada optou por Fontana, que já relatou uma pro¬posta de reforma política que acabou rejeitada, mas Henri¬que Alves acabou indicando Vaccarezza, mais ligado aos peemedebistas, para o cargo.

"(O PT) é o único partido que, por ser o maior (da Câmara:), terá dois lugares nesse grupo. Terá o representante da bancada, que eu espero que seja o Henrique Fontana, que deve interpretar o pensamento e as propostas do partido. E eu convidei o Vaccarezza para coordenar", disse Alves ao apresentar a sua "solução" para o impasse.

O presidente da Câmara afirmou que Vaccarezza não será um porta-voz das posições do partido sobre a reforma política. Além de coordenador de trabalhos, disse Alves, ele será um "mediador". "Quero que haja um coordenador, que não vai exprimir as ideias do partido, mas coordenar as tarefas, marcar as audiências e dirimir conflitos."

Como justificativa, Alves argumentou que Vaccarezza tem um bom trânsito com todos os partidos da Câmara. O peemedebista reiterou que espera instalar o grupo de trabalho hoje e que aguarda uma resposta da bancada do PT sobre se aceita ou não o modelo proposto, com dois representantes, Os petistas teriam uma reunião para discutir o assunto ainda na noite de ontem. Até a conclusão desta edição, não havia uma resposta oficial sobre a proposta do : presidente da Câmara.

Vaccarezza é contrário ao plebiscito proposto por Dilma. Já Fontana é a favor. Os colegas de Vaccarezza afirmam que Fontana é desde 2011 o relator de uma comissão da reforma política e que nunca conseguiu fazer a proposta andar por ser "inflexível". Os colegas de Fontana acusam Vaccarezza de não defender as ideias do partido.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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