sexta-feira, 21 de junho de 2013

Dilma convoca reunião de emergência após protestos

Presidente se reunirá com principais ministros para avaliar conduta do governo e medidas como pronunciamento em rede nacional. Em vários pontos do país, manifestações começaram em paz e se encerraram com violência.

Sob chuva, milhares de pessoas foram às ruas em Porto Alegre para novo ato. Em capitais e pelo interior do Brasil, a cena se repetiu em pelo menos 100 cidades.

O Rio, que concentrou 300 mil pessoas em passeata, teve imagens marcantes de mobilização pacífica, mas também confronto de manifestantes com polícia.

Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, teve parte das vidraças quebrada e princípio de incêndio causado por coquetel molotov.

Presidente convoca reunião emergencial

Depois de acompanhar os protestos no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff decidiu convocar uma reunião de emergência para as 9h30min de hoje com seus principais ministros para discutir os efeitos das manifestações.

No encontro, a presidente avaliará relatos da extensão dos atos. A partir daí, será decidida uma nova conduta de governo, como medidas ao alcance do Ministério da Justiça e um pronunciamento oficial da presidente.

Dilma só fez uma referência pública aos protestos, na terça-feira, durante o lançamento da proposta do Código de Mineração. Disse que apoiava as manifestações pacíficas. Na hora em que Dilma deixava o Planalto, o Itamaraty era atacado pelos manifestantes. O palácio presidencial estava protegido fortemente por policiais e Exército.

Devem participar da reunião de hoje os ministros Gleisi Hoffman (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Aloizio Mercadante (Educação), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais). Há a informação de que Dilma poderia ser aconselhada a convocar o Conselho da República, um órgão para assessorar o chefe da nação em momentos de crise, presidido por ele e composto pelo vice-presidente da República, os presidentes da Câmara e do Senado e líderes da maioria e da minoria no Congresso.

Mais cedo, Dilma havia decidido cancelar a visita ao Japão na próxima semana. Ela embarcaria na segunda-feira. A presidente avaliou que não deveria sair do país neste momento de instabilidade tanto no cenário internacional quanto interno.

Ontem, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PR-PR), comandou uma reunião dos líderes partidários. “O presidente em exercício e os líderes partidários manifestam o reconhecimento da Câmara em relação às manifestações pacíficas que estão acontecendo nos últimos dias no Brasil. Este movimento da cidadania é legítimo e gera esperanças de um revigoramento republicano”, diz a nota dos parlamentares. Líder do PSB, Carlos Sampaio (SP) deixou a reunião sem assinar o texto e disse que os manifestantes não esperam nota oficial e sim “mais postura e uma pauta propositiva de matérias de interesse do povo”.

O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), se reuniu com três estudantes da Universidade de Brasília (UnB) para tentar mediar um encontro com líderes do movimento. Porém, não houve definição.

– A maior demonstração que o parlamento pode dar como casa do povo é estabelecer uma nova agenda em função das manifestações – disse Renan.

Dilma acompanhou as manifestações do Planalto e decidiu chamar os principais ministros para avaliar medidas

Fonte: Zero Hora (RS)

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