domingo, 16 de junho de 2013

Armênio Guedes é um daqueles que brechtianamente podem ser considerados “imprescindiveis”. Francisco Inácio Almeida

Neste combate comum pelo socialismo, isto é, por uma sociedade livre, justa e solidária, torna-se cada vez mais consensual que o caminho a seguir é o que valoriza, ao mesmo tempo, a democratização societal e as formas da democracia política.

Quanto ao mais, ao lado de tantas outras forças e personalidades que também lutam, de outros modos, por níveis mais altos de civilização, deveremos considerar essenciais duas indicações que nos foram legadas por autores muito diversos. Especificamente da tradição comunista, devemos nos lembrar que cabe sempre estar à altura de fazer “a análise concreta de cada situação concreta”. Do âmbito da poesia, recordar-nos-emos invariavelmente desta poderosa sugestão: “Caminhante, não há caminho; o caminho se faz ao caminhar”.

Apesar de não estar presente de forma direta nesta coletânea, Armênio Guedes, presidente de honra da Fundação Astrojildo Pereira, foi o grande inspirador desse nosso projeto. Principal redator da histórica Declaração de Março de 1958, a qual apontava para a necessidade de superar o capitalismo no terreno da democracia, ele costuma lembrar que “o conceito de esquerda não é fixo”, ou seja, aquilo que era esquerda lá atrás pode não ser mais atualmente.

Por isso, esta coletânea é, também, uma forma de render homenagem a este velho combatente da democracia, do pensamento livre e da causa socialista entre nós. E porque sempre esteve na boa trincheira, Armênio Guedes é um daqueles que brechtianamente podem ser considerados “imprescindiveis”.

Francisco Inácio Almeida. Cf. Apresentação doa coletânea, Que é ser de esquerda hoje?, editoras Contraponto e FAP, Rio de Janeiro/Brasilia, 2013.

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