domingo, 5 de maio de 2013

Dilma tem problemas para armar palanque de 2014

Temer tenta contornar resistências no PMDB, mas setores do partido defendem exame da aliança por estado

Maria Lima, Fernanda Krakovics

BRASÍLIA Ainda falta mais de um ano para o início da campanha da reeleição, em 2014, mas o PT e a presidente Dilma Rousseff já estão convivendo com enormes dificuldades para a composição do palanque eleitoral. Os problemas estão principalmente no PMDB, mas também no PDT e no PR.

Eleito como parceiro prioritário da chapa da reeleição, o PMDB do vice-presidente Michel Temer está rachado de Norte a Sul do país, com muitas dúvidas sobre ter palanque próprio ou simplesmente apoiar a presidente Dilma. Nos últimos meses, a presidente despachou Temer para uma missão delicada: percorrer os estados problemáticos para promover a reaproximação com governadores rebelados do PMDB, como André Puccinelli (MS), ou para minar possíveis palanques competitivos de adversários, como em Goiás, onde Temer atraiu para o PMDB o megaempresário José Batista Júnior, do frigorífico JBS/Friboi, afastando-o do palanque do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Situação crítica no Rio

O problema mais acirrado está no Rio de Janeiro, onde o PMDB de Sérgio Cabral não aceita o chamado palanque duplo para Dilma no estado. Cabral exige que o senador petista Lindbergh Faria renuncie à pré-candidatura para apoiar o vice-governador, Luiz Fernando Pezão.

- No Rio, ainda não arriamos a bandeira. Temos que dar tempo ao tempo - afirmou o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).

Peemedebistas que dizem que Dilma enfrenta problemas semelhantes na Bahia, no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e em Santa Catarina defendem a liberação do partido na convenção nacional que decidirá sobre a eleição presidencial de 2014. O PMDB, assim, ficaria fora da coligação formal, para ir compondo com diferentes partidos, de acordo com a realidade de cada estado, o que Temer não concorda, pois perderia seu posto.

Na Bahia, se repete a situação do Rio. O grupo dos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima não se acerta com o PT do governador Jaques Wagner e deve lançar candidatura própria. E pior, com grande possibilidade de apoiar Eduardo Campos.

Puccinelli, que sempre fez dobradinha no Mato Grosso do Sul nas últimas eleições com o PSDB, mas rompeu a aliança na disputa municipal do ano passado, indica, por enquanto, que Temer conseguiu um armistício. Depois de uma conversa franca em que o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) contou a presidente Dilma as dificuldades de composição com o PT no seu estado, ela foi a Campo Grande e prometeu investimentos bilionários ao lado do governador.

Fonte: O Globo

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