sábado, 4 de maio de 2013

Após ataques, o tom conciliador de Eduardo

Governador chamou à responsabilidade governos municipais, estaduais e federal contra seca e inflação

Pedro Romero

GARANHUNS - Depois do "quem viver verá" e de afirmar que o problema da inflação não deve ser escondido pelo governo federal, o governador Eduardo Campos (PSB) adotou um discurso conciliador em seu terceiro e último dia de viagens ao interior do Estado. Dizendo-se parceiro da União e dos municípios, o presidenciável afirmou que é preciso a união de todos na luta por uma melhor convivência com a estiagem. Para o socialista, assim como a alta de preços, a seca não pode ser politizada nem partidarizada.

"É tempo de juntar forças, de unir o povo de Pernambuco e do Brasil. Essa discussão sobre a seca não deve dividir os brasileiros. Temos que firmar um compromisso de vida sobre isso. Aqui tem um governo que é parceiro do governo federal e dos municípios", destacou Eduardo Campos. O governador acrescentou que não se pode ficar jogando a responsabilidade de uns para outros. "Ficar politizando a questão da inflação é um atentado contra o Brasil", discursou o socialista, numa crítica indireta ao tucano Aécio Neves, que vem batendo no governo federal por causa dos índices de inflação.

Para Eduardo, a questão hídrica ficou muito tempo fora das discussões e só começou a ganhar importância a partir do governo do ex-presidente Lula (PT), que foi citado várias vezes em seu discurso. Lembrando o tempo do regime militar, o socialista disse que a luta contra a seca não acontecia na mesma proporção do que está sendo feita atualmente.

Segundo o governador, é importante que municípios, Estados e a União tenham plano para o semiárido que permita que o homem do campo atravesse essas estiagens. "Elas sempre virão. E é importante que o homem do campo passe por elas sem os constrangimentos que eram maiores ontem, mas que ainda existem", pontuou.

O clima amistoso do evento foi completado pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), que se derreteu em elogios ao governador. Segundo ele, Eduardo Campos será lembrado não somente pelas obras, mas por sua determinação para o trabalho e para a resolução de problemas. "Sua determinação pessoal, sua obstinação pelo trabalho, que não mede hora nem dia. Nenhum outro governador transformou tanto a paisagem social do Estado, você abriu horizontes para muitos pernambucanos", completou.

O evento em Garanhuns serviu para o lançamento de programas de convivência com a seca e assinatura de ordens de serviços para a construção de obras hídricas. Entre as ações, um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Integração Nacional para viabilizar a construção de 1.210 pequenas barragens, com capacidade para armazenar 300 mil metros cúbicos. O investimento é de R$ 100 milhões. Também foi anunciada a aração de 40 mil hectares de terra na região.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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