quinta-feira, 11 de abril de 2013

América Latina: A China entra na campanha venezuelana

Herdeiro de Chávez quer intensificar troca de petróleo por investimentos.

China vira tema de campanha

Enquanto o presidente e candidato à reeleição Nicolás Maduro comemora negócios, a oposição critica dependência excessiva

Na campanha que colore as ruas de Caracas com a bandeira venezuelana, um elemento do outro lado do mundo ganha importância central nos debates sobre o rumo do país: a China.

A primeira recepção de Nicolás Maduro como presidente interino teve chineses como beneficiários. Ao final do evento realizado em março e transmitido com solenidade pela TV estatal, o herdeiro político de Hugo Chávez bradou:

– Com a China, sempre!

Parecia um ato corriqueiro, especialmente quando se sabe que Maduro foi chanceler no governo de Hugo Chávez. Afinal, alguma delegação deveria ser a primeira. Mas era muito mais que isso.

A China se tornou assunto da eleição presidencial marcada para domingo. De um lado, o governo assegura que a venda de petróleo (produto que representa 95% das exportações venezuelanas) em troca de investimentos chineses (especialmente destinados à área da habitação, uma bandeira chavista) é uma garantia para o país. De outro, críticos reclamam da dependência venezuelana em relação à exportação de petróleo e à parceria com a China.

Intenção é ampliar a venda de petróleo

A troca de petróleo por financiamentos é a base dessa relação. De 2008 a 2012, segundo dados do governo, a China injetou cerca de US$ 36 bilhões (R$ 71 bilhões) na economia venezuelana. Em contrapartida, a PDVSA (espécie de Petrobras venezuelana) vendeu 360 mil barris por dia (12% da produção) ao país asiático em 2012.

O intercâmbio de petróleo por empréstimos está registrado em um contrato com validade até 2020. A intenção é ampliá-lo. Um gargalo e tanto: a dívida venezuelana com a China cresce, e o petróleo serve para amortizá-la.

– A dependência em relação ao petróleo e a diminuição nos ingressos são dois problemas a serem resolvidos. Precisamos de um processo de diversificação econômica e de industrialização – diz o economista Ronald Balza.

Os investimentos conjuntos vão desde uma refinaria binacional na China, avaliada em US$ 10 bilhões, até a ampliação da produção da montadora chinesa Chery em parceria com a venezuelana ZGT.

Fonte: Zero Hora (RS)

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