sábado, 23 de março de 2013

Aliados pedem cautela com os "três PSDBs"

O flerte do governador Eduardo Campos com lideranças do PSDB não é novidade. Antes de seu projeto presidencial ganhar força, era comum ver o socialista trocando afagos com o senador Aécio Neves (PSDB), do qual tornou-se possível adversário político, em 2014. Ao movimentar-se, agora, em direção a José Serra (PSDB), rival de Aécio dentro do partido, Eduardo pode aprofundar a cisão interna do PSDB. Em reserva, socialistas pedem cautela.

Correligionários de Eduardo, ouvidos pelo JC, alertam que é interessante para o governador preservar sua relação com Aécio. "Eduardo precisa dele, no mínimo, para forçar o segundo turno (em 2014)", argumenta um socialista. E mais que isso. Acredita-se que é preciso considerar a possibilidade de o senador tucano desistir da candidatura à Presidência e vir a tornar-se um aliado de peso para Eduardo. O apoio de Aécio significaria a conquista de um palanque forte no segundo maior colégio eleitoral do País, que é Minas Gerais.

Por isso, socialistas defendem que o diálogo com Serra deve ser cercado de todo o cuidado. Se não for bem trabalhada, a aproximação com o grupo de Serra pode atrapalhar não só a articulação com a ala pró-Aécio, mas também com os seguidores do atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que lidera outro bloco dentro da legenda tucana. Até que haja um desenho mais concreto da disputa presidencial, o indicativo é que o socialista se esforce para manter intacta sua boa relação com os "três PSDBs".

Em Caruaru, onde lançou ontem o Programa de Distribuição de Cana de Açúcar, Eduardo adotou tom conciliador em relação à presidente Dilma Rousseff (PT). Se já chegou a encaminhar uma carta à presidente pedindo agilidade nos repasses emergenciais para enfrentar a seca, às vésperas da nova visita presidencial ele dividiu a responsabilidade com a União. "O governo federal tem se esforçado em fazer políticas com os Estados, mas essa é a seca mais dura dos últimos 60 anos. A responsabilidade com a seca é de todo mundo: do governo estadual, federal, das entidades. Temos que ter sinergia", pontuou, de forma diplomática.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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