sexta-feira, 22 de março de 2013

A guerra pelo comando do PT

Rachas internos do partido passam a ser expostos com a formalizações de candidatura para a presidência da legenda

Karla Correia

A corrente petista Mensagem ao Partido deve formalizar hoje a candidatura do deputado Paulo Teixeira (SP) à presidência da legenda, na eleição interna que acontece em novembro deste ano. A coincidência entre o início da próxima gestão e o ano da campanha da presidente Dilma Rousseff pela reeleição tende a acirrar a disputa e evidencia, desde já, os rachas internos.

Sem alarde, outras correntes petistas, situadas mais à esquerda no espectro intrapartidário, já negociam nos bastidores o lançamento de outras candidaturas para fazer frente ao atual comandante da sigla, Rui Falcão, que disputará a reeleição como representante da ala majoritária do PT, reunindo as tendências Construindo um Novo Brasil (CNB), Novo Rumo e Partido de Lutas e Massas, e com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Integrante da corrente Novos Rumos, Falcão assumiu a presidência do partido em abril de 2011 no lugar de José Eduardo Dutra. Um dos principais interlocutores de Dilma no início do governo, Dutra derrotou José Eduardo Cardozo - atual ministro da Justiça e outro conselheiro frequente da presidente - no processo de eleição direta (PED) de 2009.

Teixeira deve ser apenas o primeiro candidato a despontar como oposição a Falcão. Comandante da corrente Militância Socialista, Renato Simões é cotado para disputar o cargo no PED marcado para 6 de novembro. A tendência Articulação de Esquerda trabalha pelo nome de Valter Pomar para o comando do PT. Já a Movimento PT, à qual pertencem a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), estuda lançar a deputada Fátima Bezerra (RN) para a disputa.

A candidatura de Paulo Teixeira reunirá a Mensagem ao Partido, comandada pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, à Democracia Socialista. As duas correntes já disputaram duas vezes consecutivas o PED com de Eduardo Cardozo. Foram derrotadas nas duas vezes pela CNB. Principal líder da Mensagem, Tarso Genro assumiu a presidência do PT em 2005, logo depois do escândalo do mensalão, adotando um discurso de defesa da refundação do partido.

Na disputa oito anos depois, Teixeira evita fazer qualquer menção ao mensalão e coloca a reeleição de Dilma como projeto fundamental da legenda. “Para essa eleição, a principal proposta será a apresentação de um programa que dê suporte à campanha de Dilma Rousseff pela reeleição”, diz Teixeira. “As duas correntes têm dado contribuições valiosas à trajetória do PT e acredito que este seja o momento para que essas contribuições sejam reconhecidas pelo partido”, afirma o deputado.

Em um momento em que o PT busca “virar a página” em relação ao mensalão e ao julgamento da Ação Penal 470, no Supremo Tribunal Federal (STF), o discurso da tendência adota contornos mais suaves. Mudanças drásticas, como as defendidas por Tarso Genro em 2005, também não fazem parte da plataforma de Teixeira, que apoia bandeiras já tradicionais do partido, como a reforma política e a regulamentação de um controle social para os meios de comunicação.

Revista britânica elogia Aécio

The Economist, uma das principais revistas da Inglaterra, sugeriu em reportagem desta semana, que a eleição do senador Aécio Neves (PSDB-MG), em 2014, seria uma alternativa para melhorar a economia brasileira. A publicação afirma que, ao assumir o governo de Minas Gerais, em 2002, ele encontrou o estado à beira da falência, com um deficit de R$ 940 milhões, mas formou um grupo de gestão que conseguiu reverter a situação. Entre outras coisas, a revista também assinala que Aécio fundiu secretarias para poder administrar melhor. Entretanto, a The Economist considera que o PSDB, partido pelo qual ele foi eleito e ajudou a eleger seu sucessor, é considerado elitista. “A dose do remédio de Minas pode ser boa para o Brasil, se os sintomas não piorarem rapidamente”, diz a revista.

Fonte: Correio Braziliense

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