sábado, 12 de janeiro de 2013

Geap tem rombo de R$ 151 milhões e está sem diretor efetivo

Geap tem rombo de R$ 151 mi

Órgão responsável pela gestão dos convênios médicos do funcionalismo federal acumula problemas e está acéfala desde o ano passado

Antonio Temóteo

Acéfala desde novembro, quando Paulo Eduardo de Paiva Gomes da Silva foi demitido do cargo de diretor executivo apenas quatro meses após tomar posse, a Fundação de Seguridade Social (Geap) está mergulhada em uma crise sem precedentes. Os problemas na gestão do plano de saúde dos servidores públicos federais, que possui 625 mil beneficiários, vão desde um rombo de R$ 151 milhões nas contas, identificado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em auditoria preliminar feta em junho passado, até a falta de transparência e de critérios técnicos para a escolha dos dirigentes.

A queda de Paiva ocorreu depois que o Correio publicou, em 12 de agosto passado, reportagem que mostrava o suposto envolvimento dele na elevação injustificada de gastos com órteses, próteses e materiais especiais quando ainda ocupava a gerência da regional da Paraíba. A denúncia teve como base processo que descreve as infrações cometidas por Paiva entre 2010 e setembro de 2011 e que foi apresentado à então diretoria executoria do órgão em Brasília, em 27 de setembro do mesmo ano. Seis dias depois, a demissão dele foi publicada.

O relatório traz 110 casos de compras feitas pela gerência regional com indícios de irregularidade. Mesmo assim, menos de um ano após sua demissão, Paiva foi nomeado para o mais alto posto da Geap, em julho de 2012.

Com a diretoria executiva vaga, o cargo é ocupado provisoriamente desde 22 de novembro pelo diretor de Administração, Jocelino Francisco de Menezes, que acumula as duas funções.
O retrato do descaso na gestão do plano de saúde é ainda mais grave devido ao fato de a diretoria de Serviços também ser ocupada interinamente.

Procurada para esclarecer os motivos sobre a demissão de Paiva e se o escolhido para a vaga será um técnico, a Geap limitou-se a afirmar, por meio de nota, que a contratação do diretor executivo “acontece entre técnicos indicados e selecionados e sua demissão segue os critérios que norteiam a avaliação de desempenho e a apresentação de resultados”. O texto não informa se o Conselho Deliberativo da empresa analisa nomes para o posto.

Fonte: Correio Braziliense

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