segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

As duas caras do sol – Graziela Melo

Sertão velho. Vida dura. Roça seca. Sol malvado. Cruel, destruidor!!! Menino com fome. Mãe do menino com fome. Pai do menino com fome. Nenhuma nuvem no céu. Só ele. O sol soberano e absoluto num imenso e fantástico espaço azul, infinito! Sede. Água longe, distante e aquele caminho comprido pra Maria pegar lá.

Bom, mas noutro canto, às vezes ele se esconde atrás daquela nuvem cinzenta que vai se desmanchando, desmanchando r as gotinhas não param de cair. De dia. De noite. Ah! Chuvinha chata, impertinente, derrubadora, destruidora, enchendo d’água tudo que é buraco. Céu fechado. Não tem sol.

E cadê o sol? Anda lá pelo sertão do cafundó do Judas, castigando tudo. Não tem pão, nem feijão nem alegria. Só fome, tristeza, João e Maria!!!

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