quinta-feira, 13 de setembro de 2012

OPINIÃO DO DIA – Waldemar Costa Neto: ‘o mensalão maculou a República’ (XXXIX)

O Lula estava na sala ao lado. Ele sabia que estávamos negociando número.

Waldemar Costa Neto, deputado, em entrevista à revista Época publicada em 11 de agosto de 2005.

Manchetes de alguns dos principais jornais do Brasil

O GLOBO
Eleições municipais
Marta: 'Lula é um deus; Dilma é bem avaliada, e eu tenho apelo'
Revisor condena seis de dez réus
Alimentos vão subir 10% no ano

FOLHA DE S. PAULO
Dilma não deve ‘meter o bico’ em SP, ataca Serra
Revisor de ação do mensalão condena 6 réus por lavagem
BC fala em subir parcela mínima nas faturas do cartão de crédito
Governo prepara novas regras para o seguro-desemprego
Dez empresas detêm 70% do dinheiro de publicidade de Dilma

O ESTADO DE S. PAULO
Por vaga no 2º turno, Serra e Haddad sobem o tom
Lewandowski condena seis por lavagem de dinheiro
Estudo aponta dose para pílula anti-HIV
Justiça anula escutas de operação da PF
Cai a cotação de elétricas com corte de tarifas

VALOR ECONÔMICO
Valor das elétricas na bolsa cai R$ 14 bilhões em um dia
Calote das empresas é recorde
EUA reclamam na OMC contra aumento de tarifas no Brasil
Docas pode ir à Justiça por ato de Getúlio

BRASIL ECONÔMICO
BB recebe aporte de R$ 8 bilhões do Tesouro para crédito agrícola
Governo cria rating que avalia saúde fiscal dos estados e municípios
BNDES estuda ampliação de linha de financiamento para setor elétrico

CORREIO BRAZILIENSE
Governo dá até 25% de aumento para os DAS
Um torpedo na campanha de Haddad
“Mequetrefe” opõe relator e revisor no STF

ESTADO DE MINAS
Uma avenida chamada perigo
Aumento dos royalties já está em pauta
SUS deve reconstruir seio no momento da retirada
Defensor público condenado por racismo em BH

ZERO HORA (RS)
O que exigir dos prefeitos na segurança
Bancários em greve a partir de terça-feira

JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Geraldo amplia vantagem
Luz mais barata motiva Chesf a enxugar quadro

O que pensa a mídia - editoriais dos principais jornais do Brasil

http://www2.pps.org.br/2005/index.asp?opcao=editoriais

Revisor de ação do mensalão condena 6 réus por lavagem

O ministro revisor do processo do mensalão no STF, Ricardo Lewandowski, condenou dois ex-dirigentes do Banco Rural, o empresário Marcos Valério, sua assistente e dois sócios dele por lavagem de dinheiro.

Ele divergiu de alguns pontos do voto do relator da ação, Joaquim Barbosa, e absolveu quatro réus por falta de provas

Revisor condena seis e reconhece lavagem

Lewandowski concorda com relator em questão central do mensalão e condena cúpula do Rural e Marcos Valério

Ministro vota, porém, pela absolvição de quatro réus acusados do crime e indica ponto "vago" da denúncia

Felipe Seligman, Flávio Ferreira, Márcio Falcão, Nádia Guerlenda e Rubens Valente

BRASÍLIA - O ministro revisor do processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, condenou ontem a cúpula do Banco Rural, o empresário Marcos Valério, dois ex-sócios e uma assistente e por lavagem de dinheiro. Mas divergiu em vários pontos em relação ao voto do relator Joaquim Barbosa.

No capítulo em julgamento, os ministros avaliam as provas contra dez réus. Na segunda-feira, Barbosa votara pela condenação de nove -a exceção foi a ex-executiva do Rural Ayanna Tenório.

Lewandowski votou pela absolvição de quatro por falta de provas: Ayanna, Vinícius Samarane, executivo do Rural, Geiza Dias, funcionária da agência de publicidade SMPB, e Rogério Tolentino, advogado de Valério.

O revisor reconheceu argumento do defensor de Tolentino, Rafael Soares, que foi ao microfone dizer que uma acusação citada pelo relator está sendo tratada em outra instância do Judiciário e não poderia ser levada em conta.

A acusação trata da participação de Tolentino na obtenção de um empréstimo de R$ 10 milhões no banco BMG.

O ministro chamou o ponto da denúncia sobre Tolentino de "vaga". Em resposta, Barbosa disse que revisaria "laudos e perícias" para voltar a falar sobre o tema hoje.

Relator e revisor concordaram pela condenação da sócia do Rural, Kátia Rabello, do ex-vice-presidente do banco, José Roberto Salgado, de Valério, de seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, e de Simone Reis, funcionária de Valério.

Os ministros reconheceram o ponto fundamental da denúncia, de que os recursos para pagamentos a pessoas ligadas a partidos foram sacados no Rural de forma a ocultar, dos órgãos de controle, origem e natureza.

Os advogados do Rural e do grupo de Valério voltaram ontem a negar que seus clientes tenham cometido o crime.

Salsicha

O advogado Antônio Pitombo, defensor de Enivaldo Quadrado, sócio da corretora Bônus Banval, criticou supostas fragilidades nos votos de Barbosa e Lewandowski.

Segundo ele, os ministros passam por "massacre" e, sobrecarregados, trabalham como numa "fábrica de salsichas", confiando demais no trabalho dos assessores.

"Sobre a lavagem, há coisas sendo ditas que nunca foram ditas antes [na jurisprudência], coisas erradas."

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Revisor condena seis de dez réus

Ricardo Lewandowski votou ontem pela condenação de seis dos dez réus acusados de lavagem de dinheiro, entre eles a dona do Banco Rural, Kátia Rabello, e Marcos Valério. O relator, Joaquim Barbosa, havia condenado nove. Os dois voltaram a discutir.

Lewandowski condena seis e absolve quatro

Revisor discorda de Barbosa, que havia condenado 9; demais ministros votam hoje

Carolina Brígido, André de Souza

O revisor. Lewandowski, ao inocentar Geiza, destacou "salário modestíssimo" da ex-secretária

BRASÍLIA O revisor do processo do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, votou ontem pela condenação de seis dos dez réus acusados de lavagem de dinheiro. Ele encontrou provas contra a dona do Banco Rural, Kátia Rabello; o ex-vice-presidente do Rural José Roberto Salgado; o operador do mensalão Marcos Valério; seus dois ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz; e a diretora da SMP&B Simone Vasconcelos. Mas absolveu os ex-diretores do Rural Ayanna Tenório e Vinicius Samarane, a ex-secretária Geiza Dias e o advogado Rogério Tolentino. O relator Joaquim Barbosa havia votado pela condenação de nove, absolvendo apenas Ayanna.

Para o revisor, os seis réus teriam integrado o esquema organizado por Valério e pela cúpula do Banco Rural para comprar o apoio de políticos no governo Lula. O julgamento dessa parte continua hoje, com a manifestação dos demais integrantes da Corte.

Segundo Lewandowski, ficaram comprovadas 38 operações de lavagem de dinheiro. Barbosa mencionou 46. O número é importante na hora do cálculo da pena. Para o revisor, apesar de indicar os beneficiários dos pagamentos feitos na boca do caixa, Geiza não tinha a completa noção dos ilícitos dos quais participava. Ele ressaltou que, em 1997, ela tinha salário de R$ 1.100 e, em 2004, de R$ 1.650. Na sustentação oral, o próprio advogado de Geiza referiu-se a ela como uma "funcionária mequetrefe".

- Um salário modestíssimo para quem estaria envolvido num crime econômico de alta gravidade, o crime de lavagem de dinheiro - disse o revisor.

Lewandowski inocentou Samarane porque, apesar de responsável pela fiscalização interna no banco, não haveria confirmação nos autos de que o réu tinha conhecimento do esquema. Tolentino foi inocentado pois, segundo ele, o Ministério Público Federal não havia especificado o comportamento ilegal do réu.

Segundo a denúncia, Simone Vasconcelos foi responsável por vários saques, levando dinheiro a políticos e assessores em quartos de hotel. Lewandowski rejeitou o argumento da defesa de que ela não conhecia o esquema, dizendo que "não há nada de ingenuidade" por parte da ré. Ele foi duro em relação à dona do Rural, Kátia Rabello:

- A sistemática de saques de enormes valores era tão esdrúxula, e destoava tanto dos padrões de mercado, que não é possível crer, sobretudo tendo em conta sua sistemática repetição, que tudo tenha se passado sem o conhecimento de sua presidente Kátia Rabello.

FONTE: O GLOBO

Barbosa defende afastamento de Zampronha da Polícia Federal

Delegado sugeriu exclusão de Geiza Dias do processo do mensalão

BRASÍLIA O relator Joaquim Barbosa defendeu ontem o afastamento do delegado da Polícia Federal Luiz Flávio Zampronha, que presidiu as investigações do inquérito do mensalão. Em recente entrevista, o delegado sugeriu a exclusão de Geiza Dias, ex-secretária de Marcos Valério, do processo.

Ao votar pela absolvição de Geiza, o revisor do caso, Ricardo Lewandowski, citou as declarações de Zampronha na imprensa em favor de Geiza. Barbosa classificou de bizarra a iniciativa do delegado:

- Isso é um absurdo. Em qualquer país decentemente organizado, esse delegado já estaria, no mínimo, suspenso.

Gilmar Mendes reforçou a crítica e disse que Lewandowski não deveria recorrer a um recorte de jornal. Gilmar chegou a chamar de heterodoxa, ou seja, fora do padrão, a argumentação do revisor.

Lewandowski disse que não usaria a entrevista como base de sua decisão, e que tinha feito só menção ao delegado a título de exemplo. Em tom de ironia, também criticou a definição de regras para apressar o julgamento do mensalão:

- Por falar em heterodoxia, esse julgamento não é dos mais ortodoxos que já se processou neste Supremo.

- Eu não concordo - comentou Barbosa.

FONTE: O GLOBO

“Mequetrefe” opõe relator e revisor no STF

Discordância sobre a ré Geiza Dias, condenada por Barbosa e absolvida por Lewandowski, provoca bate-boca entre os dois no julgamento do mensalão

Mais condenações e bate-boca no STF

Revisor defende punições a seis pessoas por lavagem de dinheiro. Lewandowski e Barbosa divergem sobre um dos réus

Ana Maria Campos, Diego Abreu, Helena Mader

Uma discordância sobre a responsabilidade de Geiza Dias, descrita como "mequetrefe" pelo próprio advogado, em crimes de lavagem foi o motivo do último bate-boca entre o relator, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, no julgamento do mensalão. Na sessão de ontem, houve intenso embate entre os dois ministros à medida que Lewandowski defendia a absolvição da ex-secretária da SMP&B, empresa que teria sido usada no esquema. "Faça um voto sóbrio", criticou Barbosa. "Vossa Excelência está dizendo que meu voto não é sóbrio?", questionou Lewandowski.

Na sessão, Marcos Valério; dois ex-sócios dele; Simone Vasconcelos, ex-diretora administrativo-financeira da SMP&B, responsável por pagamentos a políticos; além de dois executivos do Banco Rural, Kátia Rabello e José Roberto Salgado, foram condenados por operações de lavagem de dinheiro. Os demais ministros vão votar hoje e encerrar o capítulo quatro, referente a esse crime. Ex-executiva do Banco Rural, Ayanna Tenório já tem dois votos pela absolvição, do relator e do revisor. Em seu voto, Lewandowski absolveu também Geiza, Vinícius Samarane, atual vice-presidente do Banco Rural, e o advogado Rogério Tolentino.

É aguardado hoje o voto da ministra Rosa Weber, que até agora não se pronunciou sobre o crime de lavagem. Além dos 10 réus do capítulo quatro, a magistrada vai tratar da acusação contra o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

Entrevista

A discussão entre Barbosa e Lewandowski começou quando o revisor fez referência a uma entrevista concedida pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, da Polícia Federal (PF), que presidiu o inquérito do mensalão. Lewandowski disse que Zampronha havia defendido a inocência de Geiza e citado a colaboração dela nas investigações.
Para Lewandowski, essa manifestação é relevante. Geiza não foi indiciada pela PF, mas acabou incluída na denúncia pelo Ministério Público. O relator também concluiu pela condenação. Sobre a entrevista, Barbosa disse: "Em qualquer país decentemente organizado, um delegado desses estaria no mínimo suspenso".

O ministro Gilmar Mendes também reagiu. Sustentou que considerar uma prova fora dos autos representaria um elemento "heterodoxo". Visivelmente irritado com o pronuciamento de Lewandowski sobre Geiza, Barbosa disse que o revisor transformou o voto num "jogo de intrigas".

Lewandowski ressaltou que Geiza era "subalterna", tinha um salário baixo, de R$ 1,5 mil, "como uma empregada doméstica" e não conhecia o esquema. Para o revisor, quem usa e-mails corporativos e manda beijos para interlocutores ao tratar de pagamentos de forma identificada não pode estar envolvido num esquema de lavagem.

O revisor disse "estar perplexo" com as críticas de Barbosa, mas fez questão de contemporizar para evitar um embate mais duro. "Não tenho perdido oportunidades de elogiar a clareza do seu voto", comentou Lewandowski. "Não tenho a pretensão de dar lição. É só uma segunda opinião, um segundo olhar, uma nova perspectiva", acrescentou o revisor. No fim do julgamento, sobre o "jogo de intrigas" citado por Barbosa, Lewandowski desconversou. "Ele disse isso? Não ouvi."

Desabafo no Twitter

Pelo Twitter, o delegado Luís Flávio Zampronha comentou: "Ainda bem que não estou sendo julgado pelo ministro Joaquim Barbosa, senão estaria condenado". Em seguida, o delegado apagou o tuíte. E explicou a interlocutores que não teve intenção de ofender o ministro, tampouco influenciar o julgamento do mensalão. "Foi só uma opinião." A Associação Nacional dos Delegados da PF vai divulgar nota de apoio ao delegado.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

O revisor heterodoxo - Merval Pereira

Graças à reação imediata do relator Joaquim Barbosa, não prosperou ontem a insinuação do revisor Ricardo Lewandowski de que o julgamento do mensalão estaria se desenrolando de uma maneira "pouco ortodoxa".

Como se sabe, essa é a nova versão que os petistas ligados ao ex-ministro José Dirceu estão espalhando, já para justificar uma condenação que ele próprio parece estar aguardando, segundo reportagem da "Folha de S.Paulo".

Ironicamente, foi o próprio Lewandowski que introduziu no julgamento prova hetedoroxa para justificar sua decisão de absolver a ré Geiza Dias dos Santos: uma entrevista recente do delegado Luís Flávio Zampronha, que presidiu o inquérito policial que resultou na Ação Penal 470.

Joaquim Barbosa irritou-se, chamando de "bizarra" a situação, afirmando que o delegado deveria ter sido "suspenso". E o ministro Gilmar Mendes disse que existiam provas suficientes nos autos para formar convencimento "sem que seja preciso avocar "provas" em entrevistas à imprensa". Ambos classificaram de "heterodoxa" a posição do revisor.

Foi então que Lewandowski comentou que "este não é o julgamento mais ortodoxo já realizado nesta Corte". O novo bate-boca teve origem, portanto, em uma provocação de Lewandowski, que, não recebendo apoio de qualquer dos membros do plenário, tratou de recuar e voltou aos seus longos votos, que ele insiste que está reduzindo.

Os críticos do modo como o STF está julgando o mensalão, principalmente os advogados dos réus e setores do PT, alegam que os ministros estão condenando sem provas, sem atos de ofício, levando em consideração circunstâncias e indícios que seriam "provas tênues". Mas o próprio Lewandowski está utilizando os mesmos critérios impressionistas para absolver réus. Todos os ministros alegam, inclusive o revisor, que usam dados circunstanciais para consolidar as provas que estão nos autos.

No primeiro voto pela absolvição de Ayanna Tenório, funcionária do Banco Rural, em sessão anterior, Lewandowski valorizou tanto as circunstâncias vivenciadas pela acusada que chegou a dizer que, sendo uma diretora novata, não tinha condições de recusar a assinatura de empréstimos que se mostraram fraudulentos.

Ontem mesmo ele voltou ao tema que já havia levantado no início do julgamento, quando absolveu Ayanna: a análise das denúncias à luz da frase de Ortega y Gasset "Eu sou eu e minhas circunstâncias". Segundo alegou, "a Justiça criminal é orteguiana, temos que julgar a pessoa inserida em sua situação". Com isso, ele queria dizer que suas decisões levavam em conta a situação real em que cada um dos réus se encontrava na ocasião da consumação dos crimes.

A certa altura, quando defendia a inocência de Geiza, declarou: "Muitos aqui podem estar perplexos, mas eu falo de fatos da vida&", adotando método de análise diverso do que defendeu nas primeiras intervenções, quando afirmou que só poderia se guiar pelos autos, lembrando um velho ditado jurídico que diz que "o que não está nos autos não está na vida". Em outra ocasião de seu voto de ontem, Lewandowski, mesmo depois de ter se referido à entrevista do delegado Zampronha, ressaltou que nos seus votos não levaria em consideração "nada que não esteja abrigado no conjunto que consta dos autos".

Para absolver Geiza, que exercia "mera função burocrática e subalterna", ele leu três e-mails para provar "uma certa candura dessa senhora", o que, segundo ele, é possível reconhecer-se "de maneira intuitiva, até do conhecimento humano".

Diante da risada em tom alto de Barbosa, Lewandowski chegou a comentar: "Sei que não é do agrado do ministro relator, mas são fatos da vida". A disputa entre os ministros Barbosa e Lewandowski reflete bem a tensão que existe entre duas posições que estão bastante claras até o momento. A majoritária acompanha o procurador-geral da República e o relator Barbosa, enquanto Lewandowski e Dias Toffoli permanecem em posição minoritária na maior parte das votações. Até o momento, apenas na acusação de lavagem de dinheiro contra o deputado federal João Paulo Cunha houve quatro votos de absolvição, o que permitirá que ele recorra.

As demais votações foram largamente favoráveis aos ministros que acompanham a acusação. Se permanecer desse modo, só restarão aos advogados dos réus embargos de declaração, para esclarecer pontos da decisão final.

FONTE: O GLOBO

Heterodoxia cá e lá - Eliane Cantanhêde

O Supremo parecia recuperado das crises, mas teve uma recaída ontem, com um novo bate-boca entre o relator Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski e uma pitada adequada de ironia por parte de Gilmar Mendes.

Segundo ele, citar entrevista de delegado a jornal em favor do réu, como fez Lewandowski, é bastante "heterodoxo". Ao que o relator reagiu: para ele, o próprio julgamento do mensalão não está sendo "dos mais ortodoxos". Uma crítica e tanto, que macula o processo.

Esse clima beligerante, com troca de ironias e acusações -ou "jogo de intrigas", como acusou Joaquim- tende a piorar quanto mais o julgamento avança, a tendência de condenações em massa se confirma, José Dirceu e José Genoino jogam a toalha e o mensalão entra definitivamente na campanha mais nervosa do país, a de São Paulo.

Como previsto, o julgamento e a eleição estão se entrelaçando. Mas as campanhas parecem tatear no escuro, pois não dá para saber ainda qual o potencial de estrago dos esquemas descritos no STF na disposição dos eleitores.

É mais razoável atribuir o fraco desempenho do PT em Recife e Belo Horizonte, por exemplo, à força dos padrinhos locais -Eduardo Campos (PSB) numa e Aécio Neves (PSDB) na outra- do que ao desgaste causado pelo mensalão em disputas com características tão peculiares como as municipais. São Paulo, porém, sempre foge aos padrões.

Com o E.T. Russomanno cristalizado na dianteira, Serra e Haddad disputam palmo a palmo quem vai para o segundo turno e entram no vale-tudo. Nesse contexto, o mensalão cai como uma luva para os ataques tucanos, mas há enormes riscos: em vez de se beneficiar, Serra pode estar reforçando o desgaste mútuo do PT e do PSDB e, assim, favorecendo indiretamente Russomanno, o "novo". Afinal, o mensalão não é exclusividade do PT.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Agenda prolongada - Tereza Cruvinel

"Quando o julgamento acabar, virão os desdobramentos jurídicos, como recursos e agravos, e pelo menos um de natureza político-parlamentar, bastante complexo, o encaminhamento, pela Câmara, do processo de cassação do deputado João Paulo Cunha"

Vai longe ainda a agenda negativa criada para o PT e aliados com o julgamento da ação penal do chamado mensalão pelo STF. Quando o julgamento acabar, virão os desdobramentos jurídicos, como recursos e agravos, e pelo menos um de natureza político-parlamentar, bastante complexo, o encaminhamento, pela Câmara, do processo de cassação do deputado João Paulo Cunha, se forem mantidas as condenações iniciais.

No Supremo, os ministros têm manifestado reservada discordância com a necessidade desse rito, pois teria o STF plena autoridade para cassar mandatos. Já o presidente da Câmara, Marco Maia, tem dito e repetido que, nos termos do artigo 55 da Constituição, caberá à Câmara decidir sobre a perda de mandato de deputados condenados em processos judiciais, sejam quais forem os crimes dos quais tenham sido acusados. "Estou apenas defendendo a observância de um preceito constitucional", tem dito ele. A disputa não deixa de ser irônica, sendo o Supremo a Corte encarregada da defesa e da interpretação da Constituição.

O artigo 55 estabelece, em seis incisos, os casos e as condições para a perda de mandato de deputados e senadores. O inciso VI refere-se ao parlamentar "que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado". Por isso, caso sejam mantidas as condenações iniciais de João Paulo, por corrupção passiva e peculato, ele terá que enfrentar o processo de cassação. O parágrafo segundo do artigo estabelece, a seguir, que nos casos de cassação previstos nos incisos I, II e VI, "a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa". Outros casos podem, segundo o parágrafo, ser decididos pela própria Mesa mas não os previstos nestes incisos, sendo que o VI refere-se à condenação judicial.

Não é preciso ser jurista para deduzir que Maia tem ou parece ter razão. E, se não bastasse o que está escrito, vale conhecer a intenção dos constituintes quando redigiram e aprovaram o artigo. Os anais da Constituinte são reveladores, como Maia tem demonstrado. O parágrafo nasceu de emenda do então deputado Antero de Barros, destacada pelo constituinte Fernando Lyra.

Ao abrir o debate, o presidente Ulysses Guimarães resumiu a questão: o texto original aprovado pelo "Centrão" (bloco conservador que passou a dominar os trabalhos) prevê que a Mesa apenas homologue a decisão do Supremo. "Mas querem os nobres autores que, havendo a sentença do Supremo, ela ainda seja suscetível de decisão por parte do plenário da Câmara ou do Senado", disse Ulysses. Coube ao então deputado Nelson Jobim, futuro ministro e presidente do Supremo, defender e explicar a emenda. Em resumo, ele disse que, se a homologação pela Mesa fosse automática, um deputado acabaria perdendo o mandato até quando condenado por delitos menores ou involuntários, como um atropelamento. "Faço um apelo aos senhores constituintes para que, em caso de condenação em ação criminal ou popular, a perda de mandato seja uma decisão soberana do plenário da Câmara ou do Senado", discursou Jobim.

Dentro de pouco tempo este assunto estará em pauta. Hoje, o STF parece não concordar que seja assim. Vamos ver se recuará.

Algumas, daqui e dali


1. Com a nomeação da senadora Marta Suplicy para o Ministério da Cultura, são seis os ministros paulistas no governo Dilma. E o PT ainda pode querer mais. Principalmente se ganhar a eleição na capital paulista.

2. Certos de que Fernando Haddad irá para o segundo turno contra Celso Russumanno, os petistas não contam com o apoio de Serra ou de Alckmin. Mas dão como certo o apoio de uma ala tucana, descendente do grupo Mario Covas.

3. Se José Serra ficar realmente fora do segundo turno paulistano, não será o fim do PSDB, mas será um tombo e tanto para a regional paulista, passando a prevalecer a ala mineira liderada por Aécio Neves. Ainda mais se ele ganhar na capital mineira com Marcio Lacerda. O eventual revés tucano em São Paulo, curiosamente, pode ter reflexos na decisão do governador pernambucano Eduardo Campos, de permanecer na coalizão petista ou partir para um voo solo já em 2014, disputando a sucessão de Dilma.

4. Em Minas, os tucanos festejam, e vão explorar na campanha, um lapso verbal do ex-presidente Lula. Em gravação de apoio ao candidato petista à prefeitura de Porto Alegre, Adão Villaverde, argumentou que era importante um alinhamento político do estado, que tem um governador petista e uma gaúcha do PT governando o país. "Nós sempre dissemos que ela é gaúcha, gosta de chimarrão e não de café com pão de queijo. Lula nos deu razão", diz o deputado tucano Marcus Pestana.

5. O ex-ministro do STJ Cesar Asfor esclarece, a propósito de nota na coluna de terça-feira. Pediu aposentadoria na semana passada por razões absolutamente pessoais, desconhecendo que seu colega Teori Zavascki fora convidado para o Supremo.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

Rodízio deletério - Dora Kramer

Se o Congresso tivesse um pingo de autonomia, de iniciativa, e de sensibilidade ao que se passa à sua volta, o assunto do momento no Poder Legislativo seria a mudança na regra de aposentadoria compulsória aos 70 anos para servidores públicos.

Se houvesse ali algum interesse em conjugar a pauta de votações com os imperativos da realidade, o tema estaria na ordem do dia.

Adormecido há seis anos na Câmara desde que o Senado aprovou proposta do senador Pedro Simon estendendo a vida útil do funcionalismo para 75 anos, o projeto de emenda constitucional adquiriu renovada relevância por obra da gritante discrepância entre as saídas dos ministros Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto e os serviços que por muito tempo poderiam ainda prestar no Supremo Tribunal Federal.

Acrescente-se o curto prazo que terá no posto Teori Zavascki, indicado aos 64 anos de idade.

Serão seis anos e nem um minuto a mais. A menos que suas excelências saiam da letargia legislativa.

Atendendo a dois pré-requisitos: deixar de lado o lobby dos interessados na alta a rotatividade da fila de acesso de advogados às vagas nos tribunais e ignorar a conveniência do governo de ter sempre vagas à mão para preencher.

O Estado paga alguém que leva tempo para se preparar para a função e, quando essa pessoa está em seu melhor momento, paga para ela se retirar e paga de novo por um substituto que levará outra vez um tempo para chegar ao nível de conhecimento adquirido pelo antecessor.

Um rodízio burro. Não fosse, sobretudo, deletério aos cofres e ao serviço públicos.

Álibi. Os elogios, reverências e expectativas positivas em relação à indicação de Teori Zavascki para o STF compõem um álibi perfeito. Isso no caso de a escolha ter sido feita com rapidez na esperança de o julgamento ser suspenso antes das condenações e do anúncio das penas.

O Planalto divulga que gostaria de vê-lo sabatinado pelo Senado só após a eleição. Mas, a visita imediata de Zavascki ao presidente da Casa e automática disposição da Comissão de Constituição e Justiça de fazer o quanto antes a sabatina contradiz essa versão.

Para todos os efeitos, o Legislativo é um poder independente. Se resolver abreviar o processo o Executivo não pode ser acusado de nada. Em tese, se o novo ministro assumisse a tempo de votar e pedisse vista do processo não daria margem a questionamentos, pois estaria certo em não julgar sem conhecer a fundo os autos.

Procedimentos esses que levantariam suspeitas caso o indicado fosse alguém ligado diretamente ao PT e ao Planalto. O advogado-geral da União ou o ministro da Justiça. Com a indicação de alguém com o perfil de Zavascki, se manobra houver, terá sido engendrada sob a fachada perfeita.

Não necessariamente assim ocorrerá. Mas, diante do pânico vigente nas hostes governistas com a possibilidade de ver correligionários transformados em presidiários, é uma hipótese a considerar.

Cenografia. Como atriz, Marta Suplicy é uma política exímia.

Sua simulação de surpresa com o "convite" para ocupar uma vaga na Esplanada não passaria em teste de teatro amador.

Marta não apenas trocou a ida para o Ministério da Cultura pelo apoio explícito a Fernando Haddad, cuja candidatura em maio avaliava já ter ido "por água abaixo", como combinou nomeação imediata.

Desta vez não correu o risco de ocasiões anteriores em que ficou a ver navios na hora H.

Na muda. Antes desenvoltos nas noitadas brasilienses, desde o início da fase de votações no Supremo os advogados do mensalão sumiram dos restaurantes mais visíveis do circuito do poder.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Pleito paulistano vira prioridade também para a presidente Dilma - Jarbas de Holanda

A troca – obviamente desmentida – da entrada de Marta Suplicy na campanha de Fernando Haddad pela nomeação dela para o ministério da Cultura, com a sumária demissão de Ana de Hollanda, marcou o engajamento pleno da presidente Dilma Rousseff nessa campanha. Cuja relevância e cujos riscos, para Lula e para o PT, cresceram, de um lado, pelo insucesso dos candidatos do lulopetismo nas capitais das diversas regiões do país (com exceção de Goiânia) – com destaque para os do Recife, de Fortaleza, de Belo Horizonte e até agora de Salvador -, e, de outro lado, pelo avanço do julgamento do mensalão, com efeito sobretudo em São Paulo. Relevância e riscos que tornaram a disputa na capital paulista prioritária também para a presidente Dilma, por esses mesmos motivos e em especial pelo fracasso, já praticamente inevitável, da candidatura por ela própria articulada para a prefeitura da capital mineira – a de Patrus Ananias, com o objetivo maior de derrotar o adversário à vista de 2014, Aécio Neves, patrono da do candidato à reeleição Márcio Lacerda.

Neste cenário, ela se junta a Lula e à nova ministra Marta numa intensa ofensiva para tirar Haddad do terceiro lugar na disputa paulistana, levando-o a um 2º turno contra o azarão Celso Russomanno. E para evitar o pior – sua exclusão do embate final pelo tucano José Serra. Empreitada similar à deste, que, embora mantendo o segundo lugar nas pesquisas, pode ficar fora da etapa decisiva, ultrapassado pelo petista – que seria o resultado mais negativo de sua campanha. E com a semelhança também, para os dois, quanto à improvável perspectiva de um 2º turno entre ambos, como dividendo de um desmonte da liderança de Russomanno nos 25 dias restantes de enfrentamento entre os três.

Para esse enfrentamento, a resposta que o candidato do PSDB está dando à ofensiva pró-Haddad de Lula e Dilma é a forte presença em sua propaganda eleitoral de dois apoiadores de peso – o governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente FHC. Combinada com a mistura de metas defensivas e ofensivas: reverter a elevada rejeição que segue apresentando (a pessoal e a decorrente da impopularidade do prefeito Gilberto Kassab); relacionar o adversário petista ao mensalão, evidenciar os estreitos vínculos de Russomanno com Edir Macedo e seu grupo religioso; e caracterizá-lo como um despreparado para a gestão da prefeitura de São Paulo. Caracterização também feita por Haddad por meio da advertência de que a eleição dele seria, ou será, um “perigoso salto no escuro”.

Infraestrutura. Busca de investidores mas subordinados a sócio estatal

A resistência, ou recusa, das grandes operadoras ex-ternas de terminais aeroportuárias à proposta de participarem da segunda etapa de concessões na área, que lhes foi levada daqui, expôs os limites da abertura à parceria de investidores privados na expansão e modernização de nossa infraestrutura, que a presidente Dilma resolveu adotar após reconhecer, enfim, a inexistência de re-cursos públicos suficientes para isso. Tal abertura tem uma contradição básica: busca atrair investidores – deixando para trás, ou contornando, a hostilidade a eles por parte do radicalismo petista – mas por meio de critérios que propiciem o controle estatal das associações gestoras dos vários empreendimentos, especialmente dos de maior vulto. Critérios que terminam se impondo ao fim dos projetos federais de parcerias. Seja para conter as fortes reações contrárias que eles suscitam. Seja pela sedução que o modelo chinês de capitalismo de estado segue exercendo sobre a presidente e seu entorno tecnocrático. E critérios que explicam o empenho do Palácio do Planalto para combinar a referida abertura à criação de novas estatais, como a Infrapar programada como braço executivo da Infraero para dispor do controle acionário de consórcios de concessões aeroportuárias.

Ao invés desse controle, o que o governo Dilma deve-ria fazer para respaldar a qualidade e a eficiência das parcerias na infraestrutura, bem como para prover um ambiente político e institucional favorável aos negócios, seria o revigoramento das agências reguladoras de serviços públicos. Quase todas marginalizadas e submetidas à um grosseiro aparelhamento partidário.

Jarbas de Holanda é jornalista

Marta: 'Lula é um deus; Dilma é bem avaliada, e eu tenho apelo'

Nova ministra diz que trio fará diferença na campanha de Haddad

Negativas. Marta deixou Senado e negou que ministério foi prêmio por seu apoio a Haddad:

"Quem me conhece sabe que eu não me prestaria a isso"

Maria Lima

BRASÍLIA Atropelada na sua pretensão de disputar a prefeitura de São Paulo pela presidente Dilma Rousseff e pelo ex-presidente Lula, a futura ministra da Cultura, senadora Marta Suplicy (PT-SP), não se faz de rogada e considera que poderá, agora, fazer a diferença para levar o petista Fernando Haddad para o segundo turno. A petista garantiu que vai continuar fazendo campanha para Haddad aos sábados e domingos, e mandou um recado para os adversários: o trio formado por ela, Dilma e Lula é muito forte.

- O trio Lula, Dilma e Marta é muito forte. O Lula é um deus! Dilma é bem avaliada, e eu tenho o apelo de quem fez. Então, com a entrada desse trio, vai dar certo. Eu combinei que ia entrar na hora (certa), e agora estou entrando. Russomanno tem votos um pouco dele, de petistas, de martistas, de gente insatisfeita com o Serra e de eleitores que não sabiam quem era Haddad e (Gabriel) Chalita (candidato do PMDB). Vou tentar recuperar os votos de petistas e martistas - afirmou Marta, ex-prefeita da capital.

Gastar sola de sapato

Sete meses depois de ver abortado pela cúpula petista seu projeto de tentar um novo mandato na prefeitura, Marta não só ganhou um ministério - que desejava desde o início do governo Dilma - como agora é paparicada pela mesma cúpula petista e pelo comando da campanha de Haddad para que reforce o palanque do PT na capital paulista.

Marta nega, porém, que esteja se sentindo vingada agora. Altiva, reforça ela própria a importância de sua participação na campanha do ex-ministro Fernando Haddad:

- Não passa por aí (se sentir vingada). Eu fiquei triste na hora que aconteceu e não escondi de ninguém. Sempre disse: na hora que eu achar que eu faço diferença, vou estar lá. Falei para o Haddad para primeiro gastar sola de sapato conhecendo bem a cidade, e na hora que fizer a diferença eu entro. E vi nas carreatas que já começou a fazer a diferença.

A senadora minimizou ainda as interpretações de barganha pelo cargo em troca do apoio a Haddad:

- Sempre iriam fazer essas insinuações mesmo. Mas quem me conhece sabe que eu não me prestaria a isso.

FONTE: O GLOBO

Para Aldir Blanc, saída de Ana de Hollanda foi pacto de 'toma lá da cá'

Defensor da ex-ministra, compositor vê falsidade no início da nova gestão

Luiz Fernando Vianna

Aldir Blanc foi o artista que mais se expôs na defesa da ex-ministra Ana de Hollanda. Contrário a mudanças na Lei de Direitos Autorais que - em nome da adequação às novas tecnologias - signifiquem perda de direitos adquiridos, ele vem, desde o ano passado, atacando as gestões anteriores (de Gilberto Gil e Juca Ferreira) e as campanhas contra Ana.

- A ministra Ana de Hollanda foi quem defendeu melhor o direito dos criadores brasileiros contra a turma do oba-oba, que já havia apanhado o seu pirão primeiro - afirmou.

O compositor já foi simpatizante do PT, mas há vários anos demonstra seu descontentamento com o governo federal, reforçado agora pela forma como Marta Suplicy substituiu Ana de Hollanda.

- É triste porque se trata de uma farsa. A "Suplício de uma saudade" já sabia e finge ter sido pega de surpresa. Sua gestão começa envolta em falsidade - diz ele, ao seu estilo. - A nova ministra foi nomeada porque aceitou apoiar a candidatura do (Fernando) Haddad (à prefeitura de São Paulo). Deploro esse tipo de pacto. Parece comércio entre traficantes: toma lá, dá cá.

FONTE: O GLOBO

Dilma não deve ‘meter o bico’ em SP, ataca Serra

Em sua maior ofensiva contra o PT, o candidato do PSDB à prefeitura paulistana, José Serra, associou o rival Fernando Haddad a réus do mensalão e disse que Dilma Rousseff não deve "meter o bico" em São Paulo.

Segundo o tucano, a presidente "mal conhece" a cidade e "vem dizer aos paulistas como devem votar". Ele criticou a entrega do Ministério da Cultura a Marta Suplicy (PT), após a entrada dela na campanha petista

Serra ataca Dilma e associa Haddad a réus do mensalão

Petista reage e diz que "rejeição recorde" impedirá rival de andar nas ruas

Tucano afirma que presidente "mete o bico" onde mal conhece, e sua propaganda liga rival a Dirceu, Delúbio e Maluf

SÃO PAULO - O candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, abriu ontem sua mais dura ofensiva contra o adversário Fernando Haddad, do PT.

Ele criticou a presidente Dilma Rousseff por entrar na campanha e usou comerciais de TV para ligar o petista aos colegas de partido José Dirceu e Delúbio Soares, réus do mensalão, e ao ex-prefeito Paulo Maluf (PP), que o apoia.

À noite, seu programa no horário eleitoral criticou a entrega do Ministério da Cultura a Marta Suplicy quatro dias depois de a senadora petista fazer a sua primeira aparição na campanha paulistana.

Irritado, Haddad chamou Serra de mentiroso e disse que "daqui a pouco ele não vai poder circular pela cidade" por causa de seu alto índice de rejeição.

A troca de insultos ocorreu no dia em que o Datafolha mostrou nova redução na diferença entre os dois, que oscilou de cinco para três pontos. Eles estão tecnicamente empatados e, se a eleição fosse hoje, disputariam vaga para enfrentar Celso Russomanno (PRB) no segundo turno.

Em entrevista, Serra criticou Dilma por aparecer na propaganda de Haddad e dar um ministério a Marta.

"Ela [Dilma] vem meter o bico em São Paulo, vem dizer para os paulistas como é que eles devem votar", disse. "Ela que mal conhece São Paulo vem aqui dar o seu palpite."

Na TV, um comercial tucano mostrou Haddad ao lado de fotos de Dirceu, Delúbio e Maluf. "Sabe o que acontece quando você vota no PT? Você vota, ele volta", repetiu o narrador a cada personagem.

Outra propaganda disse que Haddad chegou ao governo Lula pelas mãos de Dirceu e exibiu ato do então chefe da Casa Civil indicando o petista para posto no Ministério do Planejamento, em 2003. A propaganda não informa que a indicação para esse tipo de cargo era atribuição de rotina do titular da Casa Civil.

O episódio pode ser comparado à indicação por Serra, quando ocupou a Prefeitura de São Paulo, de Hussein Aref Saab, ex-chefe de licenciamentos investigado por sua evolução patrimonial. O tucano disse que não o conhecia e que só cumpriu a rotina ao assinar o ato.

No programa tucano, as referências ao mensalão sumiram, mas um ator disse que o PT "voltou a aprontar" com a nomeação de Marta. "Peraí: ministério como moeda de troca? E a gente paga a conta? São Paulo não é a casa da sogra pra ser usada assim."

Os ataques de Serra nos comerciais levaram Haddad a acusá-lo de "confundir, iludir e desinformar" o eleitor.

"Ele está batendo recordes atrás de recordes de rejeição. Daqui a pouco, não vai poder circular pela cidade", disse. "A baixeza de Serra é conhecida, e ele está pagando por isso. A população repudia o estilo dele de fazer política."

O índice de rejeição do tucano subiu de 42% para 46%. Haddad disse ver "um pouco de desespero" no rival.

"Não é só questão de decadência política. É um problema de estilo", disse. "Ele é useiro e vezeiro em baixar o nível. É da genética dele."

Haddad ainda fez menção velada ao fato de Serra ter renunciado à prefeitura em 2006 para concorrer ao governo do Estado, mote de sua propaganda contra o tucano.

"Sou professor universitário, tenho biografia honrada. Honrei os cargos que ocupei. Ao contrário dele, que assumiu compromissos que não honrou."

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Por vaga no 2º turno, Serra e Haddad sobem o tom

A 25 dias da eleição, tucanos e petistas elevam o tom por vaga no segundo turno. A campanha de José Serra (PSDB) vinculou o nome de Fernando Haddad ao do ex-ministro José Dirceu, acusado de ser o chefe da "quadrilha" do mensalão. Já Haddad (PT) ironizou a rejeição a Serra, dizendo que "ele não vai poder circular pela cidade". Celso Russomanno (PRB) afirma estar "feliz" com a liderança nas pesquisas.

Russomanno "feliz" vê Serra e Haddad elevarem o tom por vaga no 2º turno

Vera Rosa, Bruno Borghosian, Isadora Peron

Estratégia de campanha. Depois de ensaiarem ataques ao candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, tucano e petista, que dividem tecnicamente a segunda colocação nas pesquisas de intenção de voto, deixam adversário de lado e centram fogo um no outro

A menos de um mês da eleição que definirá o novo prefeito de São Paulo, tucanos e petistas elevam o tom na disputa por uma vaga no 2º turno. Enquanto o candidato Celso Russomanno (PRB) diz estar "feliz" com a liderança isolada nas pesquisas de intenção de voto, as campanhas de José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), que dividem tecnicamente a segunda posição, nacionalizam o duelo, prometendo lembrar até mesmo as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2010) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

"Chegou o momento de politizar a disputa", afirmou o deputado Edson Aparecido (PSDB-SP), coordenador da campanha de Serra. "A fase de discutir quem é o mais preparado, quem tem mais competência já passou."

A equipe de Haddad também decidiu, após reuniões com Lula, mesclar propostas para a cidade com "lembranças" sobre maus momentos das administrações do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e do ex-presidente FHC. A nova estratégia será posta em prática nos próximos dias.

"Serra está desesperado, mas nós não vamos apanhar calados", disse o deputado Vicente Cândido (PT-SP), um dos coordenadores da campanha de Haddad. O plano do PT é comparar os governos de Kassab com o de Marta Suplicy, que esteve à frente da Prefeitura entre 2001 a 2004 e assume hoje o Ministério da Cultura. Podem entrar no ar, ainda, peças que mencionam as privatizações e o racionamento de energia na gestão FHC.

Ao mesmo tempo, Lula e a presidente Dilma Rousseff, que ontem gravou novas mensagens de apoio a Haddad, aparecerão mais nos programas de TV do petista. "Um partido que precisa dar um ministério para Marta apoiar o candidato do seu partido vive momentos difíceis", provocou Aparecido, negando que, com a ida de Antonio Carlos Rodrigues (PR) para a vaga de Marta no Senado, o PR vá fazer corpo mole na campanha de Serra.

Mensalão. Depois de levar ao ar Fernando Henrique falando sobre o escândalo do mensalão, nos comerciais do PSDB, Serra vinculou ontem o nome de Haddad ao do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado pela Procuradoria Geral da República de ser o chefe da "quadrilha".

A inserção foi exibida um dia depois de Dirceu pregar, em seu blog, que petistas concentrem as críticas no tucano e deixem para depois o embate com o candidato do PRB. "Celso Russomanno é numa etapa seguinte", escreveu Dirceu. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, outro réu do mensalão, e o deputado Paulo Maluf (PP-SP), acusado de lavagem de dinheiro e aliado de Haddad, também aparecem na propaganda. "Sabe o que acontece quando você vota no PT?", questiona o comercial de TV de Serra. A resposta vem acompanhada da foto de Dirceu, Delúbio e Maluf: "Ele volta".

Líder das pesquisas, Russomanno assiste de camarote à briga entre o PSDB e o PT e parece não se preocupar com oscilações negativas em seu desempenho, ainda na margem de erro. "Fico muito feliz", disse o candidato do PRB, que é apoiado pela Igreja Universal. "Recebo as pesquisas com humildade, com os pés no chão e vontade de continuar trabalhando", afirmou.

Fator surpresa. O "fator Russomanno" deixa atônitas as campanhas do PT e do PSDB. Na seara tucana, a ordem é intensificar o tiroteio na direção de Haddad, com o objetivo de capturar o eleitorado "antipetista", que hoje está com o ex-deputado. A campanha de Serra evita atacar Russomanno diretamente por temer que o esvaziamento de sua candidatura beneficie mais o PT do que o PSDB.

Para conquistar esses votos, a equipe tucana adotou uma estratégia de "politização" do debate eleitoral, com reforço do discurso ligado à ética e com críticas a escândalos de corrupção que envolveram petistas. "Não se trata aqui de uma briga entre mocinhos e bandidos", rebateu Vicente Cândido. "Nós não vamos partir para agressões e baixarias, mas daremos respostas à altura."

O PT convocou reunião de sua Executiva Nacional para segunda-feira, em São Paulo, para debater as eleições municipais. Apesar de ter adotado um tom mais agressivo contra Russomanno, Haddad também decidiu poupá-lo na reta final.

A estratégia, agora, é investir em comícios nos bairros da periferia em que Russomanno "roubou" votos do PT, como Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade, e Campo Limpo, na zona sul.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

'Dilma mal conhece São Paulo', afirma tucano

Mantendo foco no embate entre o PSDB e o PT na disputa eleitoral paulistana, o candidato tucano, José Serra, atacou ontem a entrada da presidente Dilma Rousseff na campanha do petista Fernando Haddad e a nomeação da senadora Marta Suplicy (PT) para o Ministério da Cultura.

Após participar de um evento de campanha, o tucano disse que Dilma, um dos principais cabos eleitorais de Haddad, "mal conhece São Paulo" e tenta influenciar o eleitorado.

"Ela (Dilma) vem meter o bico em São Paulo, vem dizer para os paulistanos como é que eles devem votar. Não se pode impedir isso. Mas ela, que mal conhece São Paulo, vem aqui dar seu palpite", afirmou Serra.

A presidente entrou oficialmente na campanha de Haddad na última segunda-feira. Na propaganda eleitoral petista, Dilma diz que o candidato "é a pessoa certa para comandar a transformação de que São Paulo precisa".

O tucano também ironizou a nomeação, para um ministério, da senadora e ex-prefeita Marta Suplicy, que entrou na campanha de Haddad há duas semanas.

A equipe de Serra pretende insinuar que Dilma usou um cargo do alto escalão do governo federal para beneficiar a candidatura de Haddad.

"A Marta Suplicy fez três insultos a mim e ganhou um ministério. Isso mostra que me insultar vale bastante", disse o tucano.

Marta fez críticas públicas à candidatura de Serra e ao PSDB nos eventos de que participou ao lado de Haddad. Anteontem, chamou o tucano de "mentiroso" e de "rei da embromation".

Gestão Marta. Em outra peça publicitária, a campanha de Serra tenta colar a imagem de Haddad à gestão de Marta na Prefeitura de São Paulo (2001-2004). O candidato petista foi chefe de gabinete da Secretaria de Finanças em parte da administração petista. O locutor da propaganda liga Haddad à criação de taxas municipais e, depois, ao ex-ministro José Dirceu, réu do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal.

"Haddad largou a Prefeitura e pulou para o governo federal. Foi nomeado pelo Zé Dirceu. É isso o que você quer de novo?", pergunta um locutor. A propaganda exibe uma cópia do Diário Oficial da União de junho de 2003, quando Haddad foi nomeado para o cargo de assessor especial do Ministério do Planejamento. Dirceu assina a nomeação. / B.B.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Moroni, do DEM, segue à frente em Fortaleza

Pesquisa saiu após revogação de censura imposta por juiz eleitoral

FORTALEZA e CURITIBA A terceira pesquisa Datafolha sobre as eleições em Fortaleza mostra que o candidato do DEM, Moroni Torgan, continua liderando as intenções de voto na capital cearense, apesar da aproximação do segundo e terceiro colocados. O levantamento, encomendado pelo jornal "O Povo", mostra Torgan com a preferência de 22% dos eleitores. Roberto Claudio, do PSB, tem 17% e está tecnicamente empatado com Elmano de Freitas (PT), que tem 16%, e Heitor Ferrer, do PDT, com 14%.

Renato Roseno (PSOL) chegou a 8% das intenções, seguido por Inácio Arruda (PCdoB), com 6%, e Marcos Cals, do PSDB, com 3%. Outros três candidatos não foram citados. Votos brancos e nulos somam 5% e os indecisos, 8%. A pesquisa, registrada no Tribunal Eleitoral (TRE) sob o número CE-00039/2012, foi realizada entre os dias 10 e 11 de setembro com 831 eleitores. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

O candidato do DEM também tem o maior índice de rejeição: 36%. Nesse ponto, Torgan é seguido por Elmano de Freitas, com 26%, Inácio Arruda, com 26%, e Roberto Claudio, com 20%. O candidato com menor rejeição é o pedetista Heitor Ferrer, com 10%

Após os candidatos Inácio Arruda e Renato Roseno questionarem o fato de não ter sido incluídos nas simulações do segundo turno, o juiz Mário Parente, da 114ª Zona Eleitoral, determinou a não divulgação dos dados do Datafolha. Mas ontem à noite, porém, uma decisão do TRE do Ceará liberou a divulgação.

Curitiba: nova censura

Ontem, a censura a pesquisas nas eleições em Curitiba teve mais um lance, com o pedido de impugnação de pesquisa eleitoral Ibope que seria divulgada na sexta-feira pela RPCTV, retransmissora da TV Globo. A candidatura de Rafael Greca (PMDB) protocolou representação no TRE-PR com esse objetivo. O candidato alega que o Ibope não incluiu o nome do candidato nas consultas de intenção de voto no segundo turno, segundo o advogado Marcelo Marcengo.

- A judicialização das eleições nesse aspecto é ruim, mas inevitável, pois pesquisa influencia voto - afirma Marcengo.

Anteontem, o juiz Luciano Carrasco concedeu liminar à coligação liderada pelo candidato Gustavo Fruet e proibiu a divulgação de pesquisa Datafolha/RPCTV.

O pedido de Greca será analisado pelo juiz Marcelo Walbach Silva, que na terça-feira afirmou que "a ingerência antecipada em pesquisas que sequer tiveram seus resultados divulgados se assemelha à censura prévia, tão combatida por anos e, finalmente, extirpada da vida política brasileira".

Pedidos de impugnação de pesquisas eleitorais já se tornaram rotina em Curitiba. Antes de Fruet e de Greca, o candidato Ratinho Júnior (PSC) havia questionado na Justiça outra pesquisa Ibope. A coligação de Luciano Ducci (PSB) conseguiu vetar a divulgação de pesquisas do Vox Populi, IRG e DataSenso.

- A divulgação de pesquisas idôneas é importante para o processo democrático, pois estimula a participação dos eleitores nas discussões sobre as campanhas - avalia Sandra Avi dos Santos, do Grupo de Estudos de Comunicação Política e Opinião Pública da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

FONTE: O GLOBO

Em Recife, Geraldo amplia vantagem

Geraldo amplia liderança, Daniel mantém ascensão

Quinta pesquisa JC/IPMN mostra socialista com 39% e Humberto com 22%. Tucano chega aos 15% e se aproxima de petista

A quinta rodada da pesquisa Jornal do Commercio/Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau sobre a disputa pela Prefeitura do Recife revela que o candidato do PSB, Geraldo Julio, ampliou a vantagem sobre o segundo colocado, Humberto Costa (PT), e se consolidou na liderança. Na amostragem estimulada, o socialista passou dos 34% registrados na semana passada para atuais 39% de intenções de voto. Já o índice do petista sofreu uma queda de 26% no levantamento anterior para 22%.

Mantendo a terceira posição, o candidato do PSDB, Daniel Coelho, também conseguiu ampliar seu percentual, subindo de 12% para atuais 15%, enquanto o postulante do DEM, Mendonça Filho, recuou de 9% na semana passada para 5% no levantamento atual. Os outros quatro concorrentes à prefeitura – Edna Costa (PPL), Esteves Jacinto (PRTB), Jair Pedro (PSTU) e Roberto Numeriano (PCB) – somaram 1%. Destes, apenas Jacinto já havia recebido uma pontuação maior em amostragens anteriores (2%).

No levantamento atual, o percentual de eleitores que afirmam estar dispostos a votar em branco ou anular o voto ficou em 10%, um ponto percentual a mais que na rodada anterior. Já o índice de entrevistados que não souberam ou não quiseram responder sobre a eleição se manteve nos mesmos 8% da semana passada. O IPMN ouviu 1.080 pessoas nos dias 10 e 11 deste mês. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Os índices colhidos pela pesquisa espontânea – quando o eleitor é indagado sobre o candidato de sua preferência, sem receber o auxílio de uma lista de nomes – revelam um crescimento de cinco pontos percentuais do candidato socialista em relação ao levantamento JC/IPMN da semana passada. Agora, Geraldo Julio é citado espontaneamente por 36% dos entrevistados. Seu principal adversário, Humberto Costa, perdeu algum terreno também nesse quesito, passando dos 22% da rodada anterior para atuais 20%. Seguindo a mesma linha da pesquisa estimulada, na espontânea o tucano Daniel Coelho também ampliou seu índice de citações, passando de 10% anteriores para 13%. Mendonça Filho, por sua vez, sofreu uma queda de dois pontos percentuais. Tinha 7% antes e agora aparece com 5% das citações. Declararam voto em branco ou nulo 10% dos entrevistados, enquanto 16% não souberam ou não quiseram responder à pesquisa.

Guia eleitoral

Outro item avaliado pela pesquisa JC/IPMN é a percepção do recifense sobre o guia eleitoral dos candidatos na televisão e no rádio. Apenas 13% dos entrevistados afirmaram que assistem sempre aos programas, contra 41% que admitiram não assistir nunca e 46% que assistem apenas algumas vezes. O guia de Geraldo Julio, segundo o levantamento, chamou a atenção de forma positiva para 39,8% dos eleitores, seguido pelos programas de Daniel Coelho (23,7%), Humberto Costa (21,5%) e Mendonça Filho (5,1%). Para outros 5,1%, nenhum dos guias eleitorais é positivo.

Por outro lado, ao opinarem sobre a percepção negativa dos programas, 25,9% dos entrevistados apontaram o de Humberto, contra 16% que não citaram nenhum programa e 10,3% que indicaram o guia de Geraldo. O programa de Edna Costa é avaliado negativamente por 6,5%, o de Esteves Jacinto por 5,5% o de Daniel por 4,9% e o de Jair Pedro por 4,4%. O guia de Roberto Numeriano foi o que recebeu a menor avaliação negativa, 2,1%.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Rodrigo Maia ataca Paes e diz que há manipulação dos dados da educação

Em sabatina ao GLOBO, candidato se irrita ao ser questionado sobre o pai, Cesar Maia

RIO — O candidato a prefeito do Rio, Rodrigo Maia (DEM), disse, nesta quarta-feira durante sabatina do jornal O GLOBO, que a Assembleia Legislativa do Rio “ocupou” o governo do estado com a eleição do governador Sérgio Cabral (PMDB) e fez duras críticas à política de educação e transporte do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

O deputado federal é o terceiro entrevistado na série organizada pelo jornal com os postulantes à prefeitura. Para o democrata, Paes “não fala com a verdade” ao dizer que acabou com a reprovação automática e, que às escolas da rede municipal, há uma determinação para metas para o mínimo de aprovação na rede.

Índice de rejeição

Na última pesquisa, o senhor tem 42% de rejeição. A que atribui índice tão alto?

Não sou analista de pesquisa. Há outras pesquisas que mostram um dado diferente. Se há rejeição cabe a mim mostrar as minhas ideias, que tenho condição de ir para o segundo turno. Também faço pesquisa. E, baseado nas minhas pesquisas e agendas de ruas, não tenho dúvida de que o eleitor que tem como referência a minha história de 14 anos como deputado, como a da Clarissa, do Garotinho e do Cesar Maia, que ele estará nesta reta final sendo informado sobre quem é o candidato que representa nosso lado, as pessoas que mais precisam, os bairros que estão abandonados.

Não vinculou essa rejeição a suas propostas?

O que quero é tratar das minhas propostas. Tudo que acontece na minha eleição é responsabilidade minha. Escolhi minha candidata à vice. A campanha é de responsabilidade minha e, parte, da Clarissa. As decisões finais são sempre minhas. O senhor está desconfortável na campanha? O prefeito já foi seu aliado, e o senhor está junto de quem já foi adversário...
Estou muito confortável nesta eleição. Tenho o prazer muito grande de estar fazendo campanha com a Clarissa. Ando com ela todo o dia. Meu material tem a cara dela ao meu lado. Agora, é uma aliança menor do que a deles, claro. A política implementada no Rio de Janeiro, a partir de 2006, é uma política que, pela primeira vez, a Assembleia Legislativa assume o comando do Estado do Rio de Janeiro. A partir de 2006, com a vitória do Sérgio Cabral, a Assembleia assume o estado. E essa política de ocupação dos partidos políticos gera uma eleição de muita dificuldade para quem está na oposição. São 17 minutos de televisão contra 3 minutos e 40 segundos do segundo tempo, que é o meu. Então, claro que é uma eleição difícil, mas não tenho nenhum problema de estar ao lado da Clarissa. E não tem nenhum problema de ser o adversário do Eduardo. Não se esqueçam que quem trocou de lado, quem trocou de ideias não fui eu.

O senhor não vincula sua rejeição ao Cesar Maia e ao Garotinho?

Não me neguei a mostrar ninguém. Disse, desde o início, que o Cesar Maia e o Garotinho iam aparecer no meu programa eleitoral. Eles são partes da aliança e vão aparecer dando suporte à nossa aliança. Cesar Maia já apareceu no meu programa na área da Educação, onde os servidores o têm como referência. Garotinho vai entrar no programa falando dos projetos sociais. Mas o candidato sou eu. Não estou aqui para ser candidato terceirizado. Ninguém vota em candidato terceirizado. Vou repetir o que falei no debate da TV: Rodrigo Maia 25, Cesar Maia 25.111. São pessoas diferentes.

Mas o senhor é o candidato dele...

Não vou negar o meu passado e aquilo que o Cesar Maia acertou e aquilo que acreditamos. Que um legado importante foi abandonado pelo Eduardo, vamos tratar disso.

Por exemplo?

Já fiz um programa sobre o Favela Bairro e vou fazer um sobre Remédio em Casa. Fiz um sobre Educação voltado para os servidores, onde temos uma base eleitoral muito forte. Agora, tenho que ter minhas ideias. Seu for ficar repetindo, não precisava fazer campanha.

Aprovação automática

O senhor é contra a aprovação automática?

Olha, vamos deixar uma questão clara sobre a aprovação automática: a aprovação automática no Rio não acabou. Vou mostrar para vocês como ela não acabou nem no segundo, nem no primeiro ciclo.

Mas o senhor acabaria com ela?

Acho que da forma que foi implementada foi um erro. Você gerou um atrito com pais e professores. Então, este é um tema que está fora da minha agenda. Minha agenda hoje para a Educação passaria pelo o que foi mais importante, que foi o que o Cesar Maia fez, a valorização do magistério. Posso deixar com vocês um documento da Secretaria de Educação, a aprovação automática, agora, é indireta: “Definindo-se uma meta de 8% para os anos iniciais e de 16% para os finais no terceiro bimestre, a que distância sua unidade escolar está dessas metas?”Está aqui (no documento): aprovação automática disfarçada do governo do Eduardo. Eles mandam uma determinação para os professores que só podem reprovar 8% no primeiro segmento e 16% no segundo. Esse debate na educação está sendo feito de forma equivocada. Estamos politizando um tema, e não há espaço para esse debate: qual o melhor sistema? A privatização? Mercado?

Mas o que o senhor faria?

Vou fazer o que a Finlândia fez na década 1970, quando passou a ser a terceira melhor do mundo. Qual é base? A valorização do servidor. Vamos trabalhar com as universidades do Rio de Janeiro, Uerj e UFRJ, para que a gente possa ter uma escola de verdade, que ensine os professores para que eles possam, depois, educar bem nossos filhos. Passa pela valorização, e não a privatização (feita) pelo Eduardo. Você pode fazer qualquer pesquisa para ver como os professores estão desmotivados. A taxa de aposentadoria aumentou na prefeitura, passou de 2% para 8%. Estamos perdendo o que é de melhor na rede pública: os professores e médicos mais preparados. Todos aqueles que têm tempo (para se aposentar) estão pedindo baixa com medo dessa política de mercado e privatizadora do governo do Eduardo na Educação e na Saúde.

Transportes

O senhor está propondo passagem de ônibus a R$ 1...

No domingo!

Isso não é demagógico?

Não vai contra porque essa ideia nós trouxemos de Curitiba.

E como o senhor vai negociar isso com as empresas de ônibus?

Vamos fazer uma auditoria muito grande nas empresas de ônibus. Pergunto a você: será que o BRT da Zona Oeste, que vai custar R$ 1 bilhão, e mais o da TransCarioca, R$ 1,3 bilhão, mas o TransOlimpíca, R$ 1 bilhão e alguma coisa, e o da TransBrasil — que espero que não saia porque ele é criminoso para o Rio, porque é concorrente com o trem e o metrô — mais o BRS... todos esses benefícios que as empresas de ônibus tiveram. Mais a alíquota do ISS que é ilegal.

E ela é ilegal desde quando?

Depois vou explicar. Outra coisa grave: o sistema de bilhetagem deveria ter sido feito por uma empresa fora das empresas de ônibus, como em Bogotá, que tem o melhor modelo de BRT. Então, todos esses benefícios que as empresas de ônibus tiveram, inclusive o ISS de 0,01%, que é ilegal porque a alíquota mínima é de 2%, isso não vai retornar nada para o cidadão? Vai ficar tudo com as empresas de ônibus? Essa discussão não vai ser feita? São R$ 4 bilhões de corredores para eles.

Mas isso foi feito para a população e não para as empresas ...

O que estou dizendo é o seguinte: o governo está investindo quase R$ 4 bilhões em linhas exclusivas para as empresas de ônibus. Acho completamente equivocado. Será que a rentabilidade delas não aumentou o suficiente para que a gente possa fazer uma auditoria na planilha de custo?

O que o senhor faria para o transporte?

Primeiro, pegaria o dinheiro da Transbrasil e colocaria no trem e no metrô.

O metro é estadual...

A prefeitura de São Paulo colocou. Pegaria esse dinheiro e colocaria parte no trem e parte no metrô. Acredito que, se a gente quer fazer uma cidade grande, de primeiro mundo, não é através de ônibus.

Daria esse recurso para metrô e trem e, ao mesmo tempo, baixaria o preço do ônibus para R$ 1?

Mas é no domingo.

Mas os senhor também falou em diminuir a tarifa para R$ 2,50...

Claro que sim. Mas eles vão ganhar R$ 4 bilhões. Se eles tivessem que construir esses corredores exclusivos, teriam que gastar isso. E eles não estão gastando nada.

Milícias e loteamentos

E as vans?

Respeitaria a lei 3.360, aprovada em 2002.

Mas muitas são dominadas por milicianos...

Problema de milicianos é da polícia. Se o miliciano continuar ocupando aquele território, vai mandar de qualquer jeito, não só em Kombi e van. Vou pedir que a Polícia Federal entre comigo nas comunidades.

Como o senhor controlaria o crescimento das favelas pacificadas, dos loteamentos irregulares?

Voltaria com o Favela Bairro, que tem essa missão de reorganizar as favelas, criar infraestrutura. Foi um projeto de grande sucesso no Brasil e no mundo. No caso dos loteamentos irregulares, é o processo de regularização que já existe. De forma nenhuma vou estimular expansão de área irregular. O que queremos é, em parceria com o governo federal, ampliar o Minha Casa Minha Vida, mas com a prefeitura cumprindo seu papel. Botar não sei quantas mil moradias no Jesuítas, em Santa Cruz... Na hora em que se põe três mil pessoas numa unidade e não tem escola, sabe onde as crianças vão estudar? Na Cidade das Crianças. Por isso digo que o transporte de massa é importante. Não adianta ficar construindo moradia longe, sem transporte, sem planejamento para ter sala de aula, saúde, porque as pessoas vão voltar para a área degradada anterior.

Nova Sepetiba (do governo Garotinho) foi feita de maneira errada?

Não sei, não vou ficar discutindo Sepetiba para fazer “pegadinha". Já está feito, não vou ficar discutindo.

O que as pesquisas indicam é que as pessoas estão mais satisfeitas no momento do que há quatro anos. O senhor não percebe isso?

Não, não percebo. Acho que é um governo publicitário, que gasta milhões e milhões de publicidade junto com o governo do estado.

Não é assim em qualquer estado?

Não. O Cesar Maia gastava zero. Podem olhar as contas do governo. (O atual) É um governo publicitário. Não tem políticas de samba como foi prometido. Ilha de Segurança, portal de segurança. Não tem.

A culpa foi do Pan

Mas temos exemplos semelhantes também do Cesar Maia, de projetos que não aconteceram...

Fizemos muita coisa no governo Cesar Maia. Teve um problema depois do Pan-Americano, que concordo. Ali, teve problema no final, talvez de conservação, por causa da falta de recursos. Mas o que o Pan-Americano gerou para o Brasil? As Olimpíadas. Sem o Pan-Americano, pode perguntar ao (Carlos Arthur) Nuzman (presidente do COB) se teríamos Olimpíadas.

Todo o desgaste foi decorrente do Pan?

É o que avalio, que a conservação piorou porque foi preciso alocar recursos; o estado não colocou nenhum, e o governo federal entrou no final. Mas acho que o principal desgaste do Cesar Maia, que tenho em pesquisa, é a Cidade da Música.

Temos pergunta dos internautas Luiz Moreira Gonçalves, Rossana Pignataro e Rafael Penna, pelo Facebook, sobre projetos na área da Cultura e Cidade da Música.

Acho, não, tenho certeza que vai ser um grande equipamento para o Rio de Janeiro nos próximos anos. Infelizmente, ela, mais uma vez, fez parte de uma disputa política. Aliás, em rodas fechadas, os elogios do Eduardo à Cidade da Música não são pequenos. Não só em rodas fechadas, mas no edital que ele publicou nos últimos dias. Está aqui: “a Cidade das Artes representa um marco cultural para toda a cidade. Esse projeto inédito na América Latina foi concebido...etc.” O equipamento de cultura custou quase R$ 600 milhões. O que eu faria com a Cidade da Música? Primeiro, trabalharia com o setor privado, sim, mas não com OS (Organizações Sociais). Tenho certeza que muitas empresas terão interesse em operar a Cidade da Música. Será o melhor equipamento, não da América Latina, mas da América, de cultura.

Propostas para Saúde

Qual a sua proposta para a Saúde? É contra as OS (Organizações Sociais)?

Sou. Não sou contra o setor privado participar, mas o setor privado que está constituído na cidade. Se tem um hospital que tem espaço para ser utilizado, um centro cirúrgico, por exemplo, a prefeitura pode contratar esse serviço. O que não entendo é como a prefeitura faz um equipamento e o entrega a um terceiro. Acredito que, para resolver a médio e a longo prazo, passa por uma discussão ideológica. Alguns acreditam na política privatizadora do Sérgio Cabral e do Eduardo. Até o fim do mandato do Eduardo Paes, vai se gastar R$ 2,4 bilhões em OS, e a minha opinião é que o sistema de saúde piorou muito. Dois sistemas competindo um com o outro, o servidor público — que tem a experiência, que trabalha lá há 20 anos —, um ganhando R$ 2 mil e o outro ganhando R$ 10 mil. E ainda tem um terceiro sistema, que as próprias OS estão competindo entre si. Como não tem muito médico no mercado, a OS, vamos dizer, do Méier, faz leilão com a OS de Santa Cruz. Criou-se um sistema que não é gerenciável.

O que o senhor faria?

A minha proposta é que a gestão dos equipamentos seja feita por servidores públicos, da prefeitura. Temos que voltar a valorizar os profissionais. Não adianta abrir concurso do jeito que está o salário, do jeito que está a desmotivação, e ainda com um sistema paralelo de OS, que ninguém vai querer participar. O melhor modelo é que volte a ter um modelo público que permita ao Rio de Janeiro ser uma referência. Eu não acredito no modelo privado para gerir saúde, acredito no modelo público. Acho que, com a abertura de concurso, vamos dar oportunidade para os médicos e os profissionais de saúde para que participem.

Redução de impostos

Qual sua opinião sobre a redução de impostos como ISS E IPTU?

No ISS, vamos trabalhar nos setores que ainda não tiveram ISS reduzido para 2%. São áreas que têm sinergia com a cidade e com os eventos que vão chegar. Acho que, na Tecnologia da Informação, infelizmente, já perdemos para Recife uma grande base por causa do valor do ISS. Podemos pensar também em outras áreas, como o setor de saúde. Em IPTU, há algumas distorções. Como a arrecadação principal da cidade passou a ser o ISS, acho possível resolver algumas distorções, principalmente para estimular o comércio de rua. Para reduzir, é claro. No Méier, o Jardim do Méier era mais valorizado que a Dias da Cruz. Com o tempo, a Dias da Cruz ficou mais valorizada. Mas os governos continuaram cobrando IPTU mais caro no Jardim do Méier.

Tinta na caneta

Otavio Leite disse que foi um vice sem caneta. Qual será o papel da Clarissa Garotinho?

Otavio foi um grande vice e um grande deputado e é um dos melhores quadros que o Rio tem. Mas tinha a caneta um pouco mais cheia do que diz. Ele teve a secretaria de Turismo. Indicou o presidente da Riotour. Mas tinha razão. Tinha pouco poder no governo Cesar Maia. No caso da Clarissa, em todas as áreas que ela quiser ajudar. Ela é muito organizada, muito determinada. Ela pode ser secretária, coordenadora. Na área da juventude e social, com certeza vai ter um papel efetivo.

O cargo de secretário de Esporte na prefeitura é do PCdoB. No governo Garotinho foi, por muito tempo, do (deputado) Chiquinho da Mangueira. Sempre foi usado politicamente. E no seu caso?

Que seja um gestor que entenda da área de esporte. Pode ter filiação partidária, não vejo problema nisso.

E estrutura das Olimpíadas não será mudada? E os nomes?

A Maria Silvia (Bastos Marques, que comanda a Empresa Olímpica Municipal) trabalhou conosco. Se for do interesse dela continuar, não há nenhum problema. Ela é um grande quadro. Tanto que ela deu uma entrevista falando a verdade, que não há nenhum projeto executivo pronto até hoje. Só vão ficar prontos no segundo semestre de 2013. Não podemos então nem falar de valores.

Por que faltou ao trabalho? O eleitor Guilherme Augusto, via Twitter, pergunta por que o senhor faltou à votação dos royalties.

Sou deputado há 14 anos, e há 11 sou considerado um dos melhores deputados do país como representante do Rio de Janeiro. Aprovei leis importantes. Era líder do PFL quando mudamos a lei do Salário Educação e passamos a transferir para a cidade do Rio R$ 250 milhões. Ali (nos royalties)foram cinco a seis votações. E não participei só de uma. Foi uma votação que não fui de várias.

O eleitor quer saber por que o senhor não participou especificamente dessa votação.

Naquela votação, fui representar o Parlamento numa agenda externa.

Para encerrar, qual é a proposta principal do senhor para a área de sustentabilidade e ambiental na cidade do Rio?

A coisa mais importante para o Rio é o saneamento da Zona Oeste, que, infelizmente, foi prometido e não foi feito. A reestruturação da Comlurb, que é uma empresa com a cabeça da década de 90, e não de 2012. Precisa mudar sua forma de atuação e caminhar para a coleta seletiva e reciclagem. Mas, de forma urgente, o saneamento da Zona Oeste.

Um prefeito assumiu com bandeira do ordem pública e terminou no “Ilegal, e daí?". Qual vai ser a sua política na ordem pública?

Minha política é ordem pública com respeito ao cidadão. A prefeitura deve se antecipar à ocupação dos espaços para gerar o menor número possível de conflitos. O que há hoje é um excesso de repressão, o que acho equivocado. O comércio formal não pode ser competidor do informal. No informal, as pessoas têm que ter direito de trabalhar, mas de forma organizada, sem essa competição, assentando-se em áreas vazias. Mas deixar competição, de forma alguma. Nunca deixamos isso e não vamos deixar. Essa política de chegar às 17h repreendendo, batendo e perseguindo, acho um equívoco.

FONTE: O GLOBO