quinta-feira, 6 de setembro de 2012

OPINIÃO DO DIA – Rosa Weber: ‘o mensalão maculou a República’ (XXXII)

As fraudes havidas no Banco Rural não foram produto de acaso ou de falhas não intencionais, mas sim de agir criminoso deliberado.

Rosa Weber, ministra do STF em seu voto do processo do mensalão, 5/9/2012

Manchetes de alguns dos principais jornais do Brasil

O GLOBO
TCU manda invasor sair do Jardim Botânico
Maioria condena réus do Banco Rural no STF
Presa com quadrilha perde candidatura
Paes chega a 52%
Carro econômico terá IPI menor

FOLHA DE S. PAULO
Empréstimos do mensalão foram forjados, diz STF
Dilma anuncia hoje redução maior na conta de energia
Falha em site da Eletropaulo libera acesso a dados de clientes
2,8 mi consumiram cocaína nos últimos 12 meses, diz estudo

O ESTADO DE S. PAULO
Dilma quer proibir operação-padrão em greve de servidores
STF vê fraude no Rural e condena diretores
FHC entra na campanha de Serra
Por superávit, governo resgata títulos de 2035
País é o 2º mercado da cocaína no mundo

VALOR ECONÔMICO
Nova proteção tarifária atinge 4% da importação
Restrições a concessionária de ferrovias
Falta de chuvas pode atrasar o plantio de grãos

BRASIL ECONÔMICO
Dilma fecha pacote de energia e anuncia hoje a redução das tarifas
Para juristas, é preciso rever o tamanho da máquina pública
Governo quer Infraero como sócia majoritária no Galeão e em Confins
Tucanos continuam a apostar em queda de Russomanno
Ministro cobra presença brasileira nas privatizações portuguesas
Tesouro capta US$ 1,25 bilhão em bônus globais

CORREIO BRAZILIENSE
De lixo a revolução genética
Entrevista: Eliana Calmon
STF condena dois réus por gestão fraudulenta

ESTADO DE MINAS
Anatel quer mais clareza nas contas de celulares
Crack: Brasil lidera consumo
Gripe suína

ZERO HORA (RS)
RS e outros cinco Estados tentam anular aumento do piso dos professores
Quase 1 milhão buscam aumento
Estratégia federal contra gripe A revolta especialistas

JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Termina greve na UFPE
Preço de gás de cozinha sobe até 7%
Brasil é o mais atingido pelo crack no mundo
Ex-cúpula do Rural condenada pelo mensalão

O que pensa a mídia - editoriais dos principais jornais do Brasil

http://www.politicademocratica.com.br/editoriais.html

Empréstimos do mensalão foram forjados, diz STF

Seis dos dez ministros do Supremo reconheceram que houve fraude em empréstimos do Banco Rural a empresas de Marcos Valério e ao PT e decidiram condenar dois dirigentes da instituição à época do mensalão. Segundo ministros, os repasses, de R$ 32 milhões, visavam encobrir o desvio de verba para o esquema. Dinheiro que, diz a Procuradoria, foi usado para pagar políticos da base aliada

MENSALÃO - O JULGAMENTO

Maioria do STF vê fraude em empréstimos do mensalão

Seis dos 10 ministros já votaram pela condenação de ex-dirigentes do Rural

Corte entendeu que dinheiro emprestado pelo banco teve objetivo de encobrir desvio de verbas para o esquema

Felipe Seligman, Flávio Ferreira, Márcio Falcão, Nádia Guerlenda e Rubens Valente

BRASÍLIA - A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu ontem que houve fraude e simulação em empréstimos concedidos pelo Banco Rural a réus do mensalão e decidiu pela condenação dos dois principais gestores do banco à época.

Os recursos obtidos pelas empresas de Marcos Valério de Souza e pelo diretório nacional do PT foram depois usados para pagar parlamentares, diz a acusação.

Em 2003, o banco concedeu, em valores da época, R$ 29 milhões ao grupo empresarial de Valério e R$ 3 milhões ao comando do PT.

Segundo a acusação, o dinheiro privado representou uma cortina de fumaça para encobrir o desvio de recursos públicos para o esquema.

Os ministros apontaram que os empréstimos foram renovados sucessivas vezes sem pagamento e sem garantias, em desacordo com normas bancárias.

O julgamento foi suspenso quando seis ministros (Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia) já haviam votado pela condenação da ex-presidente do Rural Kátia Rabello e do ex-vice-presidente José Roberto Salgado.

O crime pelo qual os dois foram condenados é o de gestão fraudulenta de instituição financeira, cuja pena varia de três a 12 anos de reclusão. Os outros quatro ministros deverão votar na sessão de hoje.

Ontem, Cármen Lúcia disse que ficou comprovada no processo a ruptura de normas do Banco Central e do Rural.

"A gestão fraudulenta é emprestar a essas empresas [de Valério] o que não seriam, na verdade, empréstimos verdadeiros", disse. Para Fux, o Rural foi uma "verdadeira lavanderia de dinheiro" que cometeu "gestão tenebrosa".

Rosa Weber abordou a estratégia da defesa dos réus de dizer que as concessões foram autorizadas pelo ex-vice-presidente José Dumont, morto em 2004.

"Eu observo que esses crimes, ou essas irregularidades, iniciaram em 2003 mas prosseguiram no ano de 2004 e mesmo de 2005".

Toffoli afirmou que "houve vontade consciente de dolo" em relação aos empréstimos concedidos.

Cinco ministros também condenaram outro executivo do banco, Vinícius Samarane, e cinco absolveram a ex-vice-presidente Ayanna Tenório. Os ministros entenderam que ela, ao assinar a renovação de dois empréstimos, não sabia do que se tratava, "não era do ramo". Lewandowski afirmou que Ayanna agiu com "candura". Joaquim Barbosa rebateu a expressão, dizendo que ela ocupava cargo de relevo no banco.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Ministra diz que Valério fez lobby no Banco Central

Para ela, ação de empresário possibilitou empréstimos do Rural ao PT e a agências

Rosa Weber afirma que Valério também agendou encontros de dirigentes do banco com José Dirceu

BRASÍLIA - A ministra do Supremo Rosa Weber disse ontem, em seu voto, que o empresário Marcos Valério fazia "uma espécie de lobby" no Banco Central e que ele atuou para agendar reuniões do Banco Rural com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Ela mencionou o lobby ao analisar a concessão de empréstimos do Rural às empresas de Valério e ao PT.

Weber afirmou que Valério tinha "tratamento especial" no banco devido à sua "interlocução com a própria administração pública, fato admitido inclusive por Kátia Rabello", na época presidente do Banco Rural.

Para a ministra, isso torna "inverossímil" a alegação da cúpula do banco de que Valério era "cliente normal". "Parece-me evidente que dele [Valério] lançaram mão, a direção do Rural, em decorrência das boas relações por ele mantidas com o PT."

A ministra também apontou que o publicitário agendou ao menos três reuniões do Rural na Casa Civil e teria participado de pelo menos um deles ao lado de Kátia.

Em seu voto, o ministro Luiz Fux sugeriu que o Rural ajudou financeiramente o PT por meio de Valério. "Desde o início do processo foi revelado à saciedade que o núcleo financeiro deu apoio, através de um núcleo publicitário, para uma agremiação partidária", disse.

Na sessão de segunda, o ministro revisor, Ricardo Lewandowski, também mencionou a capacidade de Valério de intermediar interesses do Rural no governo federal.

Dirceu sempre negou ter conhecimento dos empréstimos concedidos ao PT e não relacionava as audiências na Casa Civil ao esquema.

As acusações contra o ex-ministro ainda não têm data para serem analisadas.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Maioria condena réus do Banco Rural no STF

Seis dos 10 ministros já votaram pela condenação dos ex-dirigentes do Banco Rural Kátia Rabello e José Roberto Salgado por gestão fraudulenta por causa de empréstimos de R$ 32 milhões ao PT e a Marcos Valério. Basta só mais um voto para condenar Vinicius Samarane, vice-presidente do banco, e para absolver a ex-diretora Ayanna Tenório pelo mesmo crime.

Maioria do STF condena 2 ex-diretores do Rural

Falta apenas um voto para a condenação do atual vice-presidente do banco; julgamento continua hoje

Carolina Brígido, André de Souza e Thiago Herdy

BRASÍLIA A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela condenação dos réus Kátia Rabello e José Roberto Salgado, ex-dirigentes do Banco Rural, pelo crime de gestão fraudulenta no processo do mensalão. O placar contabiliza ainda cinco votos a um pela condenação de Vinícius Samarane, atual vice-presidente do banco, pelo mesmo crime. Já Ayanna Tenório, ex-funcionária, tem cinco votos pela absolvição e um pela condenação.

O chamado núcleo financeiro do mensalão integrava a cúpula do Banco Rural e é acusado de conceder empréstimos fraudulentos de R$ 32 milhões ao PT e a duas agências de publicidade do operador do mensalão, Marcos Valério: a SMP&B e a Graffiti. A conclusão dessa parte do julgamento deve ocorrer hoje, com o voto de outros quatro ministros da Corte. Basta mais um voto condenando para que Samarane seja considerado culpado, e um voto pela absolvição para Ayanna ser inocentada.

- A entidade bancária serviu de verdadeira lavanderia de dinheiro. (...) Nem gestão fraudulent nem gestão temerária, o crime deveria ser gestão tenebrosa, pelos riscos e pelas consequências que acarreta à economia popular - disse o ministro Luiz Fux.

O relator, Joaquim Barbosa, tinha recomendado a condenação dos quatro. Na sessão de ontem, o revisor, Ricardo Lewandowski, proferiu a segunda parte de seu voto. Na segunda-feira, ele condenara Kátia e Salgado. Ontem, ele absolveu Ayanna e Samarane por falta de provas.

O revisor lembrou que Ayanna, ex-diretora do banco, foi contratada em 12 de abril de 2004, três dias antes da morte do então presidente do Rural, José Augusto Dumont, que, segundo os autos, teria iniciado a relação financeira com Marcos Valério e o PT.

Lewandowski argumentou que a ré só havia autorizado a renovação de dois empréstimos a empresas de Valério, em documentos que contavam também com a assinatura de Salgado, seu superior.

- Ela nada mais fez do que seguir a orientação do então vice-presidente de operações, que era responsável pela área - afirmou o ministro.

Ministros seguem revisor

Sobre Samarane, Lewandowski argumentou que ele não assinou a concessão de nenhum empréstimo e tampouco autorizou a rolagem de qualquer dívida, por isso deveria ser inocentado. Para a acusação, como chefiava uma diretoria responsável pela auditoria e pela inspeção no banco, Samarane poderia ter evitado a realização das operações.

Em seguida, os ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia condenaram Kátia, Salgado e Samarane, e absolveram Ayanna pelos mesmos motivos alegados pelo revisor. Para os quatro, Samarane teve participação relevante para a renovação dos empréstimos, mesmo não assinando os documentos de renovação.

FONTE: O GLOBO

STF vê fraude no Rural e condena diretores

A acionista do Banco Rural Kátia Rabello e o ex-presidente da instituição José Roberto Salgado foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por gestão fraudulenta. Para a maioria do STF, eles simularam empréstimos e liberaram recursos para o esquema do mensalão. Até a sessão de ontem, Ayanna Tenório, ex-presidente do banco, foi absolvida por cinco ministros. Vinícius Samarane, outro dirigente do Rural, foi condenado por cinco ministros.

Maioria do Supremo vê fraude no Rural

Acionista e ex-presidente do banco foram condenados por simularem empréstimos

Felipe Recondo, Eduardo Bresciani, Ricardo Brito e Mariângela Gallucci

BRASÍLIA - A acionista do Banco Rural Kátia Rabello e o ex-presidente da instituição José Roberto Salgado foram condenados ontem pelo Supremo Tribunal Federal por gestão fraudulenta. Para a maioria do STF, eles simularam empréstimos e liberaram recursos para o esquema do mensalão.

Conforme adiantou ontem o Estado, os outros dois dirigentes do Rural suspeitos de envolvimento com o esquema, Ayanna Tenório e Vinícius Samarane, devem ter tratamento diferenciado. Ex-vice-presidente do banco, Ayanna foi absolvida por cinco ministros até a sessão de ontem. Samarane, por ora, foi condenado por cinco ministros. Mas dois deles - incluindo o relator do processo, Joaquim Barbosa - adiantaram que a pena imposta a Samarane será menor.

Kátia e Salgado já estão condenados pela maioria dos ministros por fornecer empréstimos ao PT e às empresas de Marcos Valério sem as devidas garantias, com informações falsas sobre os riscos das operações e sem cumprir normas do Banco Central. Com isso, já são sete os condenados pela Corte.

O dinheiro entregue ao PT e a Valério - R$ 32 milhões no total - serviu, conforme o Ministério Público, para alimentar o mensalão, permitir a distribuição dos recursos para parlamentares e proteger os beneficiados ao omitir informações dos órgãos de controle, como BC e Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf). Kátia e Salgado eram os principais dirigentes do Rural na época e, por isso, foram considerados responsáveis pelas fraudes.

"Mal comparando, nos crimes de guerra, em geral punem-se os generais estrategistas. Do mesmo modo, nos crimes administrativos, a culpa recai sobre seus administradores", justificou a ministra Rosa Weber.

Os empréstimos foram concedidos, conforme os ministros, sem que o banco sequer soubesse se os beneficiários - PT e Valério - teriam condições de pagá-los. E foram renovados seguidamente, sendo que o pagamento só foi cobrado quando o esquema do mensalão foi denunciado.

De acordo com a denúncia, os empréstimos feitos no Rural não seriam quitados. Em troca, a instituição receberia benefícios no governo. O MP sustentou que o Rural tinha interesses na liquidação do Banco Mercantil.

Esse argumento foi questionado pelo advogado de Salgado, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. "Tenta-se dizer, terroristicamente, que o motivo que levou o Rural a dar aqueles empréstimos foi o pote de ouro de R$ 1 bilhão se acontecesse o levantamento. O Rural não tinha gestão no Mercantil, era minoritário. Realmente dar para o PT e para Marcos Valério R$ 32 milhões para receber R$ 1 bilhão era um bom negócio. Mas isso só existe na loteria esportiva. Aqui não. Na liquidação, o Rural recebeu R$ 96 milhões, estritamente por sua participação acionária de 22%", disse.

Absolvição. Ayanna Tenório assinou duas renovações dos empréstimos. E, por isso, foi absolvida pelo revisor da ação, Ricardo Lewandowski, e por Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. O relator, Joaquim Barbosa, votou pela condenação.

Lewandowski também absolveu Samarane, atual vice-presidente do Rural. Na época dos empréstimos, afirmou o ministro, o réu não tinha poder para conceder ou vetar empréstimos - ele era superintendente de controle interno. Nesse ponto, o relator ficou isolado até a sessão de ontem. Barbosa, Rosa Weber, Fux, Toffoli e Cármen Lúcia votaram pela condenação de Samarane.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Fecha-se o cerco - Merval Pereira

No que interessa realmente à elucidação do esquema criminoso em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, começou a ser formado entendimento majoritário de que os empréstimos do Banco Rural às agências de publicidade de Marcos Valério e ao PT foram fictícios, usados para encobrir desvio de dinheiro público distribuído a políticos petistas e aliados do primeiro governo Lula, no que ficou conhecido como escândalo do mensalão.

Os únicos que discordaram dessa tese até o momento foram o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, e o ministro Dias Toffoli, que, até quando condenaram acusados de algum crime, o fizeram separando deliberadamente causa e efeito - tenho a impressão de que para, ao final, concluírem que houve mesmo apenas caixa dois eleitoral.

O ministro Dias Toffoli disse ontem, por exemplo, que a fraude do Rural aconteceu com o intuito de dar a impressão ao Banco Central de que o banco estava mais saudável do que na realidade, enquanto Lewandowski disse que o banco queria agradar a Marcos Valério, porque o considerava canal para bons negócios com o novo governo petista.

O ministro Toffoli se baseou num laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Federal para dizer que os empréstimos existiram. O relator Joaquim Barbosa esclareceu que esse laudo "foi já elaborado sobre a contabilidade fraudada".

E por isso os peritos fazem a ressalva de que não se manifestavam sobre a veracidade dos empréstimos, mas apenas sobre a formalidade.

A teoria do controle final ou funcional do fato, referida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quando fez a acusação ao ex-ministro José Dirceu de ser o "chefe da quadrilha" do mensalão, voltou a ser citada ontem por vários ministros.

Rosa Weber, por exemplo, disse que nos crimes desse tipo "é necessário verificar quem detinha o poder de mando. Mal comparando, nos crimes de guerra, punem-se os generais, os estrategistas; não os soldados".

Ela ressaltou que "o autor é o dirigente ou dirigentes que podem evitar que o fato ocorra". Diante de "empréstimos jamais cobrados, ou empréstimos concedidos ou renovados sem qualquer preocupação de garantia da liquidez", a ministra concluiu que eles eram fraudulentos.

A ministra Rosa Weber citou o fato de Marcos Valério ter sido o responsável pelo agendamento, "por pelo menos três vezes", de reuniões entre o Banco Rural e o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, das quais Kátia Rabello participou duas vezes.

Além disso, ela lembrou que Marcos Valério foi utilizado na promoção da instituição financeira junto ao Banco Central, comentando que o banco utilizava "as boas relações de Marcos Valério com o PT".

Para a ministra, "esses crimes não poderiam ser fruto do acaso, de falhas operacionais. Não se trata de pura e simples presunção, mas de compreender os fatos consoante a realidade das coisas".

O ministro Luiz Fux foi o que mais explicitou o cerne da questão, ao explicar que não estavam os ministros a discutir apenas a concessão de empréstimos: "Não, a gestão fraudulenta tem um mosaico de infrações, temos uma demonstração de que o núcleo financeiro deu apoio através de um núcleo publicitário para uma agremiação partidária."

Para ele, a entidade bancária "serviu de uma verdadeira lavanderia de dinheiro para se cometer um crime que não está nem previsto na lei: deveria ser gestão tenebrosa, pelos riscos que acarreta à economia popular".

Na mesma linha, a ministra Cármen Lúcia, aceitando a tese de que os empréstimos "não seriam verdadeiros", falou sobre a importância de se definir a verdadeira razão dos empréstimos às agências SMP&B e à Graffiti e também ao Partido dos Trabalhadores, para os quais o banco desrespeitou todas as normas:

"Como as instituições financeiras atuam num sistema, tudo o que é do povo não pode ser gerido de acordo com (a decisão) de qualquer um", mas deve obedecer a normas ditadas pelo Estado para que o povo tenha confiança de deixar seu dinheiro ser gerido por uma instituição financeira.

FONTE: O GLOBO

Barbas de molho - Eliane Cantanhêde

Os réus do mensalão sumiram, mas os advogados parecem em polvorosa -e com bons motivos.

Considerados os capítulos da Câmara/BB e do núcleo financeiro, o viés do Supremo é claramente pela condenação e a ex-diretora do Banco Rural, Ayanna Tenório, é a exceção a confirmar a regra. Sua absolvição já era prevista, e ela está sendo, até aqui, a única a salvar o pescoço entre os 36 enviados para a guilhotina pela Procuradoria-Geral da República.

Quanto mais o julgamento ganha corpo, mais o enredo faz sentido: os personagens, as instituições e os crimes vão se entrelaçando e formando uma história com princípio, meio e fim, em que o Banco Rural teve um papel-chave. Tanto que os demais diretores estão sendo condenados.

Confirmado que os tais "empréstimos" ao PT e às empresas de Marcos Valério eram fictícios, comprova-se automaticamente também a existência de um esquema e leva-se à dedução seguinte: à formação de "quadrilha", como repete insistentemente o relator Joaquim Barbosa.

Esse enredo, em que uma coisa vai levando a outra, pode ser fatal para os réus do último e mais polêmico capítulo a ser julgado -o do núcleo político. Se havia uma fonte de recursos, operadores e beneficiários, fica caracterizada uma quadrilha. Alguém mandava nisso tudo.

Os ministros já deixaram evidente que a veracidade, as evidências, os testemunhos e o próprio enredo se sobrepõem à eventual falta de provas factuais, como "atos de ofício".

Nesse cenário, cai como uma luva a repatriação de US$ 6,8 milhões (R$ 14 milhões) do ex-juiz Lalau, da Suíça para o Tesouro Nacional, e o anúncio de que o ex-senador Luiz Estevão está devolvendo R$ 468 milhões aos cofres públicos, para desbloquear seus bens. É muito? Pois não faz nem cosquinha na fortuna dele.

O rigor no julgamento de poderosos e a recuperação de dinheiro desviado são novidades no Brasil. A turma deve botar as barbas de molho.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Mensalão já perto de Dirceu. E pesquisas boas para oposição, menos com Serra – Jarbas de Holanda

Ao invés de terminar numa pizza, desejada pelos réus e temida pela sociedade, o processo dos “mensaleiros” vai avançando na condenação, com reclusão, daqueles já julgados e apontando para penas similares aos integrantes do chamado núcleo político, encabeçado pelo ex-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu. O plano B da defesa, ou a verdadeira estratégia da limitação dos delitos à prática de Caixa 2, foi progressivamente in-viabilizado com o acolhimento por ampla maioria do STF das denúncias da Procuradoria Geral da República e do relatório/voto do ministro Joaquim Barbosa. Os quais – a partir de uma espécie de delação premiada do presidente do PTB, Roberto Jefferson – montaram com precisão o xadrez das ações de uma “organização criminosa” que combinou corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e gestão fraudenta de instituição financeira, com ou sem “ato de ofício”. Envolvendo recursos do Banco do Brasil, vultosos, e da Câmara dos Deputados, de par com a simulação de empréstimos privados. Ações dirigidas por um núcleo político instalado no Palácio do Planalto e na executiva nacional do PT e operadas por um núcleo financeiro liderado por Marcos Valério. Quanto à sequência do processo legal, é bem consistente a perspectiva de que condenações igualmente ou ate mais severas serão aplicadas ao núcleo político – José Dirceu e seus parceiros José Genoino e Delúbio Soares, da presidência e da tesouraria do PT.

Para além do desgaste que está gerando nas campanhas eleitorais em curso nos grandes centros urbanos, o desdobramento do processo deverá ter outra e mais relevante implicação: a queda da influência de Lula no governo e na disputa presidencial de 2014, com o progressivo descarte de seu nome como alternativa ao da sucessora Ademais de evidenciar o estreito relacionamento dele com os réus, o mensalão facilita a reavaliação negativa do custoso legado populista que seu governo deixou. No campo situacionista, a grande beneficiária desse desgaste será a presidente Dilma, inclusive nos passos que já vem dando para a troca das tradicionais lideranças paulistas do PT por gente de sua confiança. E o desagravo a Lula que ela acaba de fazer – em agressiva resposta a artigo do ex-presidente FHC intitulado “Herança pesada” – reforçou-a como principal liderança desse campo e serviu ao seu objetivo de reduzir as resistências de petistas, especialmente da CUT, a medidas de controle de parte dos efeitos de tal legado – do radicalismo grevista dos servidores públicos por mais aumentos reais e para contenção do déficit previdenciário. Medidas consideradas essenciais pela economista Dilma para que possa chegar a 2014 num cenário econômico bem melhor que o dos pibinhos de 2011 e 2012.

A oposição e Serra – No campo oposicionista, o cenário das eleições municipais nas grandes cidades segue sendo bem mais favorável do que o previsto anos atrás. O UOL destaca, hoje, que o PSDB lidera as disputas em 6 capitais, entre Manaus e Vitória, enquanto o PT só tem dois candidatos nessa situação, em Goiânia e em Rio Branco. Em Belo Horizonte mantem-se entre 15 e 20 pontos a vantagem do aliado de Aécio Neves, o candidato do PSB à reeleição Márcio Lacerda, sobre o adversário petista Patrus Ananias. Em outro pleito que ganhou dimensão nacional, o do Recife, o candidato Geraldo Júlio, da aliança do governador Eduardo Campos (muito bem avaliado pela população) com o ex-adversário Jarbas Vasconcelos, caminha para retirar a prefeitura do comando do PT. Derrota semelhante dos petistas é provável em Fortaleza, com a perspectiva de 2º turno entre o candidato do DEM, Moroni Torgan, e o do governador Cid Gomes, Roberto Cláudio. Em Salvador, ACM, do DEM, continua com grande vantagem sobre Nelson Pelegrino, do PT. Mas este quadro está sendo significativamente contraditado na capital paulista, com a perda de liderança de José Serra para Celso Russomanno, e o risco de que o tucano possa até ficar fora do 2º turno, se houver novo e maior avanço do candidato do PT, Fernando Haddad. Sua passagem à disputa final dependerá do sucesso da reorientação da campanha, com ênfase na garantia de que, eleito, cumprirá todo o mandato, e com estreita vinculação dela à boa imagem do governador Geraldo Alckmin. A um mês do 1º turno, Celso Russomanno, da coligação PRB/PTB, amplia sua dianteira na disputa, conforme o Datafolha publicado nesta quarta-feira – sobe de 31% pa-ra 35%, ao passo que Serra oscila de 22% para 21%, e Haddad cresce de 14% para 16%. Ainda há tempo para que o amplo predomínio de Serra e de Haddad no horário eleitoral “gratuito” reverta essa dianteira em favor dos dois ou de um deles. Mas, decorridas duas semanas do uso desse predomínio, Russomanno continua capitalizando o antipetismo e o desgaste de Serra com a elevada impopularidade de Gilberto Kassab e com lembrança da sua renúncia anos atrás ao cargo de prefeito logo após eleger-se. Com isso, o “azarão” Russomanno está pondo em xe-que a esperada polarização, PSDB-PT no pleito paulistano.

Jarbas de Holanda é jornalista

Prejuízo realizado - Dora Kramer

Das 26 capitais onde há eleição municipal as pesquisas mostram o PT na dianteira folgada apenas em Goiânia e com chance maior ou menor de ir ao segundo turno em outras seis.

Apesar de todos os reclamos sobre a coincidência entre o julgamento e o período eleitoral, tal placar não pode ser atribuído a prejuízos decorrentes do exame do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal.

Primeiro porque o partido do poder já entrou mal na disputa, antes do início das audiências. Em segundo lugar, porque as mexidas mais importantes nos últimos números não autorizam qualquer conexão entre uma coisa e outra.

Em São Paulo, o petista Fernando Haddad subiu significativamente ao ponto de se tornar competitivo a uma vaga no segundo turno e ainda aparecer como vencedor na simulação de uma disputa com o tucano José Serra.

Movimento registrado ainda sob o calor da condenação de João Paulo Cunha e da veemente recusa da tese do caixa 2 como argumento de defesa.

A outra alteração importante apontada nas pesquisas foi a deslanchada do candidato do PSB à prefeitura do Recife, que tirou da liderança o petista Humberto Costa. Deve-se exclusivamente ao empenho pessoal do governador Eduardo Campos.

Causa mais plausível do desempenho aquém do razoável para o PT nas capitais parece ser a perda gradativa do eleitorado urbano, instruído e politizado, hoje acentuadamente substituído pela clientela dos programas sociais.

Nessa mudança de perfil haveria, sim, uma conexão com o mensalão. Não por causa do julgamento, mas pelo fato de ser o registro mais visível do conjunto da obra desde que o PT decidiu trocar a defesa da ética na política pela bandeira da permissividade no trato do aparelho estatal.

Para 2013. Se a presidente Dilma Rousseff levou seis meses para indicar Rosa Weber ao Supremo em condições, digamos, normais de temperatura, não seria lógico pensar que indique substituto para a vaga do ministro Cezar Peluso no meio da confusão.

Ainda que o fizesse, o nome teria de passar pelo crivo do Senado em "recesso" eleitoral até meados de outubro quando o julgamento, se não tiver acabado, terá ido longe demais para aceitar o embarque de novatos.

Vencidos. A decisão sobre a metodologia da imputação de penas evidentemente será do colegiado, mas o presidente do STF, Ayres Britto, antes do início do julgamento manifestava o seguinte entendimento a respeito: quem acompanha o relator pela condenação tende a acompanhá-lo também na chamada "dosimetria".

Na visão dele, quem opta pela absolvição ficando vencido ainda assim precisaria escolher uma punição. Pela lógica escolheria a pena mínima.

Exéquias. Na falta de empenho para dar às investigações o rumo que naturalmente deveriam tomar diante das evidências de que a construtora Delta funcionava como uma espécie de "valerioduto" para os negócios do bicheiro Carlos Cachoeira, a CPI preferiu suspender os trabalhos até outubro.

A justificativa não poderia ser mais capenga: evitar a influência dos "humores eleitorais" nos trabalhos da comissão.

Quais humores mesmo andam a influir no silêncio exagerada e placidamente consentido aos depoentes e na ausência de produtividade no exame de documentos que já mostram a existência de um grande esquema de transferência de recursos decorrentes de contratos governamentais a empresas fantasmas de Cachoeira?

As eleições transcorrem numa dimensão e a CPI em outra completamente diferente. A suspensão dos trabalhos nada mais é que a assinatura do recibo de pagamento da (conveniente) cerimônia do adeus à chance de o Legislativo seguir o Judiciário na trilha da intolerância à corrupção.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Como Lula passou de protetor a protegido - Cristian Klein

Os anos Dilma Rousseff têm sido caracterizados pela queda inédita das taxas de juros e uma administração de coloração tecnocrática, mas ainda não representaram uma grande inovação. A margem de manobra da presidente é menor depois da conquista da estabilidade econômica, na era Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e do avanço social ocorrido no período de seu padrinho político Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dilma precisa de uma marca. Até agora tem sido ela mesma, com o estilo duro, o temor que desperta nos assessores mais próximos e as demissões em série que levaram à queda de quase uma dezena de ministros. Neste ano, Dilma estava um tanto quieta e faltava esbravejar com alguém. Sobrou para Fernando Henrique.

O tucano levou um pito da presidente por ter criticado em artigo a "herança pesada" que Lula teria legado para ela. O assunto é um nhenhenhém, como diria o próprio FHC, em torno do qual ele e Lula já debateram muito publicamente. A novidade é a resposta de Dilma e seu tom "overreacting".

Estratégia de fortalecer Dilma a põe em novo patamar

A reação desperta um monte de interpretações, mas nenhuma deveria partir da premissa de que o exagero foi resultado da emoção. Para uma atitude desta magnitude, em meio às eleições municipais e com os riscos envolvidos à imagem da presidente, há pouco de impulso e muito de cálculo político.

Dilma iniciou seu governo estabelecendo justamente um contraponto em relação ao padrinho. Lula, nos dois mandatos, sempre esteve às rusgas com FHC. Mas a presidente aproximou-se do tucano, conferiu-lhe um tratamento especial e até enviou-lhe carta elogiosa no aniversário de 80 anos. Era uma amizade republicana, a despeito das diferenças ideológicas e partidárias que Dilma sabia existir.

O que mudou, então?

A discussão sobre heranças malditas ou benditas poderia ter continuado entre dois velhos ex-presidentes. Lula já recuperou a voz para correr o país, subir palanques e dar declarações de apoio a seus candidatos a prefeito. Poderia muito bem ter respondido. Dilma, no entanto, comprou a briga com FHC. Houve senso de oportunidade.

O efeito simbólico é imediato. Lula, de uma hora para outra, passou de protetor a protegido. A estratégia de fortalecimento da imagem presidencial pôs Dilma em novo patamar. O bate-boca é com FHC, mas o subproduto principal é o deslocamento de Lula como o peão do jogo.

Não é pouco, uma vez que ainda há dúvidas sobre quem será o nome do PT na eleição de 2014: se criador ou criatura.

O panfleto de Dilma foi eminentemente político. Contrasta com sua atuação discreta, voltada para o gabinete. Aos poucos, a presidente amplia seu espaço, além da técnica, e entra no campo político - o que parece mostrar sua disposição de tentar um novo mandato.

O duelo com Fernando Henrique é a segunda grande intervenção da presidente que claramente dispensa a participação do padrinho. A primeira foi na troca de comando de líderes do governo no Congresso, em fevereiro, quando suas decisões ainda eram vistas como dependentes de conversas com Lula. Foi uma prova de autonomia no trato com as raposas do Legislativo. Agora, Dilma mostra independência para liderar a luta partidária/eleitoral.

Se quiser a reeleição, Dilma precisará dominar o território e andar com as próprias pernas. Precisará falar a seu partido e aos que dão sustentação ao governo, muitos descontentes com seu estilo.

Para sua legenda, a bronca em Fernando Henrique soa como música ou, ao menos, mea culpa. Dilma tem se aproximado de uma agenda muito mais tucana - privatizações, retaliação às greves do funcionalismo - do que das preferências dos petistas. Se um partido pode ser dividido em três - filiados/simpatizantes; direção; e governo/face pública-, Dilma sabe que precisará contar com o engajamento dos dois primeiros em seu projeto.

Para os aliados, o passa-fora no tucano é um aviso de que a presidente está à frente do debate e que uma romaria queremista em torno de Lula tende a ser inócua.

A ação atinge vários objetivos ao mesmo tempo. Dilma se aproveita dos reveses de Lula e da oposição. O ex-presidente tem posto à prova nestas eleições sua sagacidade política e sua popularidade. Em São Paulo, a candidatura do ex-ministro Fernando Haddad avança menos do que o esperado depois de iniciada a campanha na TV. Lula não repete o que fez em 2010, com a transferência de votos para Dilma. Na batalha no Recife, está em desvantagem no duelo de padrinhos. O até pouco tempo desconhecido candidato do governador Eduardo Campos, Geraldo Julio, ambos do PSB, ultrapassou como foguete o senador Humberto Costa, apoiado pelo ex-presidente.

Para petistas que concorrem nas capitais, é a presença de Dilma que surge agora como esperança para inverter o quadro desfavorável. Em apenas duas destas 26 cidades, Goiânia e Rio Branco, há um candidato do PT na liderança.

A oposição - especialmente o PSDB, que lidera em seis - não vai mal nos municípios, mas seus caciques nacionais tropeçam, de um jeito ou de outro. O libelo de Fernando Henrique, cujo governo foi tão renegado por seu partido, surge no momento em que o senador mineiro Aécio Neves é filmado trôpego num boteco carioca e o ex-governador José Serra cai na tabela da disputa pela Prefeitura de São Paulo.

FHC também teve senso de oportunidade. Quis reafirmar sua liderança e ser lembrado como principal face pública do PSDB e da oposição. Só não contava com o chega-pra-lá da "muy leal e amiga" presidente da República.

Se os atuais anos ainda não têm uma grande marca, os últimos dias, no melhor estilo Dilma, representaram tempos de violência para velhos caciques. A presidente rebate o octogenário FHC; Eduardo Campos atropela o sexagenário Lula; São Paulo vira as costas para o septuagenário José Serra.

Enquanto isso, a novidade Celso Russomanno (PRB), que diz não querer briga com ninguém, conquista o eleitorado paulistano, para desespero de ambas as partes, de tucanos e petistas.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

Nau paulistana - Tereza Cruvinel

"Para não falar do passado mais remoto, quando um governador alardeava o "rouba, mas faz", nos tempos mais recentes a cidade mais rica e cosmopolita do Brasil fez escolhas eleitorais desconcertantes"

A cidade de São Paulo, que nos deu Adoniram Barbosa, entre outros sambistas, nunca mereceu o epíteto de "túmulo do samba". Mas merece, e como, ser chamada de vitrine da irracionalidade política ou das escolhas insensatas. São Paulo é pródiga em zebras eleitorais. Para não falar do passado mais remoto, quando um governador alardeava o "rouba, mas faz", nos tempos mais recentes a cidade mais rica e cosmopolita do Brasil fez escolhas eleitorais desconcertantes. No alvorecer democrático de 1985, ressuscitou Jânio Quadros e derrotou Fernando Henrique na disputa pela prefeitura. Elegeu Paulo Maluf e permitiu que este tirasse um sucessor estranho à política, Celso Pitta, do bolso de seu colete. Agora, Celso Russomanno, do pequeno PRB, está na liderança isolada da disputa pela prefeitura, deixando para trás os candidatos do PSDB e do PT, José Serra e Fernando Haddad, que vivem uma situação de empate técnico. Embora esteja na política há alguns anos, Russomanno também é um "outsider" no sistema, e alvo de denúncias que, até agora, não barraram sua ascensão. Aparentemente, o eleitorado está dizendo que se cansou de José Serra e não embarcou na proposta de renovação lançada pelo PT, na pessoa do ex-ministro Haddad.

"Se Russomanno fosse um político sério, já estaria eleito, mas não creio que ele resista até o fim", diz o deputado tucano — ligado a Serra — Jutahy Magalhães. Ele informa que, segundo o tracking diário do partido, Serra parou de cair no sábado, devendo agora começar a recuperar-se. Mas, por ora, segundo as últimas pesquisas, quem está subindo, além de Russomanno, é Haddad.

Como nem os institutos podem dizer hoje qual é o teto de Russomanno, caso ele não seja alvejado por alguma denúncia de alta detonação nas próximas semanas e, pelo menos, mantenha seus índices atuais, disputará o segundo turno com Serra (em caso de recuperação) ou com Haddad (em caso de aceleração do crescimento). Se um tal quadro se configurar, deixará na saia justa o partido que chegar em terceiro lugar, seja o PT ou o PSDB. Em 1998, o PT apoiou Mário Covas contra Maluf na disputa pelo governo do estado. Em 2000, o PSDB, sob a liderança de Covas, apoiou a petista Marta Suplicy contra Maluf na disputa da prefeitura. Mas hoje, definitivamente, não há clima para a repetição dessas alianças táticas. Embora não seja fácil imaginar o PSDB ou o PT apoiando Russomanno num eventual segundo turno.

Dois juízes, dois juízos. O ministro-relator Joaquim Barbosa nunca tem dúvidas e condena no atacado, como fez com os quatro réus do Banco Rural. Até agora, absolveu apenas Luis Gushinken, que já chegou ao STF inocentado pelo procurador-geral. O ministro-revisor, Ricardo Lewandowski, seguiu Barbosa na condenação aos dois dirigentes e controladores do banco, mas absolveu dois empregados, Vinicius Samarane e Ayanna Tenório, que, a seu ver, não tinham poder decisório para conceder e renovar empréstimos tão fora do padrão. É um seguidor do princípio in dúbio pro reo. Ou seja, na dúvida, evite a injustiça decidindo a favor do acusado. A reação de Barbosa ao voto divergente do revisor quase provocou um barraco ontem. Um procura distribuir castigo. Outro, distribuir justiça.

Dilma na tela. A presidente Dilma Rousseff fala hoje à noite ao país em cadeia de rádio e televisão, pela passagem do Sete de Setembro. Fará uma avaliação da conjuntura nacional e um balanço das medidas que seu governo vem tomando em diferentes áreas. Na sexta-feira, estará no palanque da Esplanada.

No fim de semana, passará em revista as medidas que serão anunciadas na terça-feira, destinadas à redução das tarifas de energia para indústrias e residências. Nesse primeiro momento, a redução estará lastreada na desoneração de impostos e contribuições. A renovação (ou não) das concessões que vencem em 2015 não deve ser tratada neste pacote de bondade, coincidente com a reta final da campanha, embora esteja sendo preparado há algum tempo.

Já as novas concessões à iniciativa privada, na área de portos e aeroportos, devem ser anunciadas mais para o fim do mês. Segundo fontes do governo, por causa da complexidade do assunto, que ainda exige avaliações e estudos técnicos, especialmente em relação aos grandes aeroportos, como Galeão (RJ) e Confins (MG).

Trapalhada. Até agora ninguém sabe dizer quem autorizou, da parte do governo, o acordo que foi firmado com a bancada ruralista para viabilizar a votação da Medida Provisória do Código Florestal. Depois daquele bilhete da presidente para as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente), cobrando explicações, e de sua posterior desautorização do acordo, é claro que a votação marcada para ontem gorou. Diante do possível veto de Dilma, os ruralistas recolheram o trator. Agora, de duas uma. Ou Dilma recua sem recuar, aceitando uma fórmula intermediária, ou teremos um buraco negro nessa matéria. E assim, depois de termos destruído a Mata Atlântica, encolhido o cerrado e aberto clarões na Amazônia, deixaremos os rios e nascentes ao deus-dará dos grandes e dos pequenos agricultores. Mais dos últimos, que exploram 75% das terras agricultáveis do país. Na segunda-feira, os senadores Jorge Viana e Luis Henrique tentarão reabrir as negociações que literalmente empacaram.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

Dilma quer proibir operação-padrão em greve de servidores

AGU prepara projeto para normatizar paralisação; corte de ponto será permitido

Irritada com as estratégias adotadas pelos servidores federais em greve, a presidente Dilma Rousseff chancelou os primeiros pontos de um projeto de lei para disciplinar as paralisações e, entre as medidas, quer proibir a operação-padrão, informam os repórteres João Villaverde e Felipe Recondo. O ministro Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União, responsável pelas propostas do projeto de lei, diz que servidores de áreas essenciais, como médicos ou funcionários da Justiça Eleitoral em período de eleição, devem ter o direito de greve negado. O corte de ponto será permitido. A Constituição de 1988 prevê a regulamentação do tema, o que nunca foi feito. "A greve de 2012 mostrou a urgência de uma lei específica", afirma Adams. Ele caracterizou como "abusiva" e "ilegal" a prática da operação-padrão. De acordo com estimativas das centrais sindicais, mais de 250 mil servidores engrossaram as greves neste ano.

Governo prepara lei para proibir operação-padrão

A pedido de Dilma Rousseff, Advocacia-Geral da União elabora projeto para normatizar paralisações dos servidores federais

João Villaverde, Felipe Recondo

BRASÍLIA - Irritada com as táticas adotadas pelos servidores públicos em greve, a presidente Dilma Rousseff já chancelou os primeiros pontos de um projeto de lei para disciplinar as paralisações. Na versão encomendada ao ministro Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU), o expediente da "operação-padrão" será proibido.

À frente dos estudos para o desenho da nova lei, Adams afirmou ao Estado que ela deve proibir o expediente pelo qual os grevistas vão ao local de trabalho e desempenham suas funções de forma minuciosa, retardando a prestação de serviços como liberação alfandegária de mercadorias e checagem de passaportes nos aeroportos.

Além disso, Adams afirmou que servidores de áreas consideradas essenciais, como médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) ou funcionários da Justiça Eleitoral em período de eleição, devem ter o direito de greve negado. O direito a cortar o ponto será mantido, bem como a substituição de servidores federais em greve por servidores públicos de Estados e municípios.

Além da AGU, técnicos dos ministérios do Planejamento, do Trabalho e da Casa Civil estão envolvidos na discussão do projeto em Brasília. A questão sempre foi um tabu para o governo federal - a Constituição de 1988 prevê a lei, que, no entanto, nunca foi criada.

"A greve deste ano mostrou a todos no governo a urgência de uma lei específica para os servidores. Isso está na nossa agenda de curto prazo", disse Adams, um dos técnicos de maior confiança de Dilma. Adams tem participado ativamente da modelagem jurídica dos últimos pacotes de estímulo à economia e das concessões de obras de infraestrutura pelo País.

O advogado-geral da União caracterizou como "abusiva" e "ilegal" a prática da operação padrão, e citou exemplos de categorias que não podem parar. "Fala-se em greve como se fosse um valor absoluto, mas não é. O direito de greve deve permitir que o atendimento médico, por exemplo, seja negado a um cidadão? Alguém pode morrer por causa de uma greve, ou o Brasil deve ficar sem eleições? É simples: há servidores que não podem parar", disse.

De acordo com estimativas das centrais sindicais, mais de 250 mil servidores federais engrossaram as greves neste ano - pouco menos de um terço do total de 1,1 milhão de funcionários na ativa.

"Uma coisa é paralisar seu trabalho para pressionar o empregador, outra coisa é transformar uma greve num processo de paralisia do Estado e de serviços fundamentais ao cidadão", disse Adams, que foi um dos protagonistas do acirramento entre o governo federal e os sindicatos de servidores entre junho e agosto.

No auge da greve, em julho, a AGU ingressou com pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) assegurando que no mínimo 80% dos servidores da Justiça Eleitoral mantivessem o expediente normal.

Limites. Na falta de uma lei própria, o governo, desde 2009, administra a relação com os servidores por meio da lei que disciplina os limites para os trabalhadores da iniciativa privada, ancorado num entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).

"A ideia de equiparar as leis tem servido para garantir que não existe anomia, isto é, ausência de normas", disse Adams.

O governo ainda avalia se o marco legal para greves no serviço público federal será enviado por meio de um projeto de lei pela presidente Dilma Rousseff ou se um dos vários projetos que versam sobre o assunto e estão engavetados no Congresso pode ser adaptado.

Um dos mais recentes, de autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), prevê que no máximo 50% dos servidores podem cruzar os braços para demandar aumento de salários, e nos serviços considerados essenciais pelo tucano, apenas 20% podem parar de trabalhar. O projeto de Aloysio Nunes está parado na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, cujo presidente é o senador Paulo Paim (PT-RS).

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Bancos vão entrar em greve a partir do dia 18

Os bancários decidiram, na noite de terça-feira, dia 4, que entrarão em greve a partir do próximo dia 18. A categoria participou de mais uma rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas como a proposta de aumento foi mantida em 6%, eles decidiram parar.

De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, as instituições não trouxeram novidades para a mesa de negociação.

— Foi muito ruim e frustrante. A orientação é para que todos os sindicatos façam assembleias a partir do dia 12 para que possamos parar no dia 18 — anunciou.

A categoria reivindica um reajuste salarial de 10,25 % (aumento real de 5%) e um piso nacional de R$ 2.589.

A Fenaban ofereceu também uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 90% do salário, acrescida de um valor fixo de R$ 1.484. Os trabalhadores, porém, querem o valor correspondente a três salários mais R$ 4.961 de parcela não variável.

Segundo o presidente da Contraf-CUT, o movimento deseja, ainda, a manutenção dos postos de trabalho:

— O Itaú quer cortar dez mil empregos e estamos tendo muitas demissões no HSBC — disse ele, acrescentando que há também problemas de assédio moral em todas as instituções.

FONTE: JORNAL EXTRA

Acabou o namoro do governo com a 'república sindical'

João Domingos

Pela primeira vez em quase dez anos de administração petista os sindicatos de servidores públicos tiveram de se contentar só com o que o governo quis dar de aumento até 2015. De acordo com informações de interlocutores da presidente da República, Dilma cobrava todos os dias de seus ministros atos que pusessem fim à greve que chegou a ter 350 mil adesões de 30 categorias diferentes, além de formas de enquadrar tanto a Central Única dos Trabalhadores (CUT) quanto a Confederação Nacional dos Servidores Públicos (Condsef), que juntos comandam cerca de 80% do funcionalismo.

Por inúmeras vezes Dilma disse aos ministros que não aceitava ver a CUT - braço sindical do PT - transformada em cabeça da radicalização da greve. Ela chegou a afirmar que os sindicalistas estavam fazendo "chantagem" e acusou os líderes do movimento de terem "sangue azul". Em outras palavras, os mais bem pagos. Para muitos, Dilma decretou o fim da "república sindical" que reinou no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Configurando o fim do namoro do governo do PT com os sindicalistas, a CUT sabia que se não reagisse às ameaças do governo perderia bases para o PSTU e o PSOL. A Condsef, filiada à CUT, chegou a atacar a presidente numa entrevista ao Estado. "Dilma é a maior decepção de todos os tempos. Adotou uma política privatista, neoliberal, de ataque às bases sociais que elegeram seu governo", disse ao Estado Josemilton Costa, dirigente máximo da entidade.

Para ele, na relação com os sindicalistas e com os movimentos sociais, Dilma e Lula estão a uma distância de centenas de anos-luz. "O presidente Lula reconheceu que foi eleito pelos movimentos sociais e não pela elite. Dialogava com esses setores. A presidente Dilma, ao contrário, rejeita os movimentos sociais. Ela acha que foi eleita pelo Grupo Gerdau, pelo empresário Abílio Diniz, pelos banqueiros", afirmou Josemilton. Dilma terá o troco, aposta ele. "Na próxima eleição Dilma terá uma surpresa muito forte com o resultado das urnas."

De origem sindical, Lula não só conhecia pessoalmente a maioria dos dirigentes sindicais, como chamava para si boa parte das demandas dos funcionários públicos e dos trabalhadores urbanos e rurais. Lula costumava convidar alguns desses dirigentes para jogar futebol da Granja do Torto, com eles participava de churrascos e conversava sobre o fim dos anos 1970, quando juntos comandaram grandes greves no ABC.

Dilma, ao contrário, nunca teve convivência com os sindicalistas. Originária do movimento guerrilheiro urbano, sua atividade política legal começou no PDT, partido que a princípio foi rejeitado pela elite sindical, parte do clero e intelectuais que formaram o PT. A presidente da República só veio a se filiar ao PT em 2001, quando Lula já tinha participado de três eleições para a Presidência - e perdido todas elas. Veio a vencer as de 2002 e de 2006.

A presidente da República tem ainda uma forma diferente de conviver com os movimentos sociais. O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) está orientado a passar uma mensagem de Dilma: ela não autorizará mais assentamentos em que a comunidade viva como favelados. "É um absurdo que os assentamentos sejam incluídos entre os setores mais pobres do campo, quando poderiam ter infraestrutura e suporte técnico para plantar e ter lucros", recomendou a presidente.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Dilma: 'Ninguém tem o direito de questionar minha fidelidade'

Presidente diz ter tido surpresa com artigo de FH sobre herança de Lula

Maria Lima, Tatiana Farah

BRASÍLIA e SÃO PAULO - Se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a cúpula do PSDB ficaram surpresos com a veemência da presidente Dilma Rousseff ao responder o artigo tratando da "herança pesada" que teria recebido do ex-presidente Lula, ela também se mostrou surpresa com o que considerou "um avanço de sinal" na relação amistosa dos dois.

Em conversa com o senador Jorge Viana (PT-AC) e o governador do Acre, Tião Viana, terça-feira, Dilma lembrou que tinha construído uma boa relação com Fernando Henrique, mas achou impróprio ter sua fidelidade ao governo Lula posta em dúvida.

- Olha, ninguém tem o direito de questionar meu caráter ou minha fidelidade ao governo do qual fiz parte durante oito anos como ministra das Minas e Energia e chefe da Casa Civil. Fazer crítica ao governo, pode, mas questionar minha posição, não! Sempre que acontecer isso, minha posição será muito clara: vou dizer que ninguém pode questionar minha fidelidade aos nossos governos - disse Dilma.

Ontem, Dilma viajou a São Paulo para se reunir com Lula por três horas no escritório da Presidência, na Avenida Paulista. Ela estava acompanhada do ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, e do assessor especial Marco Aurélio Garcia.

Para presidente, uso de seu nome nas críticas a Lula foi indevido

Presença em atos de campanha do PT será a partir do dia 15

Na conversa com Jorge Viana e Tião Viana, terça-feira, a presidente Dilma Rousseff deixou claro que partiu dela a decisão de responder ao que considerou uso indevido, pelo ex-presidente Fernando Henrique, de seu nome nas críticas ao ex-presidente Lula.

- Tenho construído uma boa relação com o ex-presidente Fernando Henrique, mas aí não - reclamou ela.

Segundo Jorge Viana, o PT ficou mesmo muito satisfeito com a reação de Dilma. Os petistas deram uma dimensão maior às críticas de Fernando Henrique Cardoso, porque se deram a dois anos da eleição de 2014. O PT entendeu como uma tentativa de quebrar a boa relação entre Lula e Dilma.

- A presidente Dilma tinha que melhorar a autoestima de todo mundo. Foi um discurso para dentro do PT, para os novos e para os velhos aliados, e também para a oposição - disse Jorge Viana.

Encontros a cada 20 dias

Dilma vai a São Paulo a cada 20 dias para discutir com Lula assuntos de governo e, agora, para acertar sua entrada nas campanhas municipais do PT . Além da campanha, os dois conversaram também sobre o embate com o ex-presidente.

Embora tenha ocorrido no meio da tarde de uma quarta-feira, o encontro com Lula foi considerado privado e não estava na agenda oficial da Presidência, divulgada no site do Palácio do Planalto.

Segundo Jorge Viana, Dilma só deve participar mesmo de algumas campanhas do PT a partir do dia 15 de setembro, com gravações. Não há confirmação se ela vai participar do evento de campanha de Fernando Haddad, candidato do PT a prefeito de São Paulo, no Centro de Tradições Nordestinas, na capital paulista.

Lula convidou Dilma para o encontro de Haddad com governadores da base aliada no Nordeste. Entre eles está o presidente do PSB, Eduardo Campos, de Pernambuco, em rota de colisão com os petistas.

Lula espera que Dilma participe. Ela estará em Nova York do dia 23 a 26, para participar da Assembleia Geral da ONU, e do dia 30 a 2 de outubro estará no Peru.

Dilma já fez gravações de TV para o programa eleitoral de Haddad. As gravações, comandadas pelo marqueteiro da própria Dilma, João Santana, foram em Brasília. Ontem, ela não se encontrou com Haddad, mas é esperada em atividades eleitorais para a segunda quinzena do mês, reta final da campanha.

O comando da campanha de Haddad ainda não decidiu quando serão usados os vídeos feitos por Dilma. No vídeo, Dilma destaca o trabalho de Fernando Haddad como ministro da Educação.

FONTE: O GLOBO

FHC entra na campanha de Serra

O candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, vai usar depoimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na propaganda eleitoral no rádio e na TV, aumentar o número de cabos eleitorais na rua e reforçar a estratégia de colar sua imagem à do governador Geraldo Alckmin. O prefeito Gilberto Kassab (PSD) terá cada vez mais aparições marginais nos programas. As ações, definidas pela coordenação da campanha, são uma tentativa de estancar a queda nas pesquisas após o avanço de Celso Russomanno.

Serra chama FHC, aumenta presença de Alckmin e reforça campanha de rua

Julia Duailibi, Bruno Boghossian

O candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, vai usar depoimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na propaganda eleitoral no rádio e na TV, aumentar o número de cabos eleitorais na rua e reforçar a estratégia de colar sua imagem à do governador Geraldo Alckmin. Por enquanto, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) manterá aparições discretas nos programas.

As ações, definidas pela coordenação da campanha, são uma tentativa de estancar a queda nas pesquisas e fortalecer o tucano no centro expandido, onde a campanha identificou um avanço na intenção de votos do candidato do PRB, Celso Russomanno.

A declaração de apoio de FHC é parte da estratégia para minar o avanço de Russomanno e impulsionar Serra em redutos antipetistas. Ela ocorre no momento em que a presidente Dilma Rousseff prepara a entrada na campanha de Fernando Haddad (PT), com quem Serra divide tecnicamente o segundo lugar nas pesquisas.Dilma e FHC se envolveram em polêmica nesta semana - a petista respondeu duramente a um artigo publicado pelo ex-presidente no Estado, em que o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de ter deixado uma "herança pesada".

FHC gravou ontem à noite três modelos de declaração. Um deles deve ir ao ar na sexta-feira. No começo da semana, ele foi sondado por telefone por José Henrique Reis Lobo, ex-presidente do PSDB municipal, sobre a disponibilidade para gravar.

O objetivo de colocar FHC é falar diretamente com o eleitor antipetista que, agora, flerta com Russomanno. Em 2010, Serra foi criticado por setores do PSDB por não ter defendido o legado de FHC. Numa situação inversa à atual, a equipe de marketing daquela campanha queria melhorar o desempenho de Serra no eleitorado que estava satisfeito com a gestão do ex-presidente Lula, mas não com o anterior.

Ontem, Alckmin também gravou nova declaração de apoio a Serra. A campanha quer intensificar a dobradinha para absorver parte da popularidade do governador. Alckmin ainda deve protagonizar um evento no comitê da campanha na segunda-feira para estimular a militância do partido.

Já Kassab, cuja gestão é considerada ruim ou péssima por 48% dos eleitores, segundo o Datafolha, foi avisado de que aparecerá pouco na televisão.

A campanha também vai intensificar atividades nas ruas do centro expandido da capital. Na próxima semana, o número de cabos eleitorais deve aumentar de 1.500 para 2 mil. Os bairros aos quais os tucanos darão maior atenção são Vila Prudente, Aricanduva, Penha, Jaçanã, Freguesia do Ó e Butantã. Nesses locais, o PSDB venceu o PT em 2010.

Ataques. O PSDB vê hoje Russomanno como maior adversário para chegar ao segundo turno. Datafolha divulgado ontem deu 35% das intenções de voto para o candidato do PRB, ante 21% de Serra e 16% de Haddad. A equipe já estuda atacar Russomanno na TV. Os tucanos planejam exibir reproduções de reportagens publicadas em jornais que mostram supostas irregularidades da carreira política e empresarial do candidato.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Em BH, Deputados na linha de frente contra as agressões do PT

Parlamentares da coligação de Marcio Lacerda lançaram manifesto contra o que consideram mentira, má-fé e agressão por parte do candidato do PT

Isabella Souto

Deputados estaduais votados em Belo Horizonte e filiados a partidos que integram a coligação do prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição, entraram na campanha em defesa do aliado. Oito deles divulgaram ontem manifesto em que disseram ser "contra a mentira, a má- fé e a agressão" protagonizadas, segundo eles, pela equipe do principal adversário nestas eleições, o ex-ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT). Eles ressaltaram ainda que a campanha eleitoral é o momento de "respeito à cidade e aos seus moradores" e defenderam uma disputa de "alto nível" e propositiva.

No documento, os parlamentares rebateram críticas feitas pelo petista a Lacerda, como a de que o prefeito teria reduzido o número de equipes do programa Saúde da Família (PSF) e não teria criado nenhum centro de saúde, além de dificultar o uso de espaços públicos para eventos. Os deputados chamaram de mentirosas afirmações de Patrus sobre sua administração (1993–1996), como a de que teria priorizado a saúde e políticas para a juventude e feito uma revolução na educação.

O argumento dos aliados contra Patrus é de que ele enfrentou uma greve de mais de 70 dias de funcionários do Hospital Odilon Behrens, vetou o meio passe escolar e a meia-entrada para estudantes em espetáculos culturais e criou a Escola Plural, apontada pelos deputados como um "modelo pedagógico desastroso". A favor do socialista, eles sustentaram que o número de equipes do PSF passou de 513 para 578, que 34 centros de saúde foram construídos, reformados ou ampliados e ainda que a prefeitura autorizou mais de 1 mil eventos gratuitos em espaços públicos, somente no ano passado.

Sobre o fato de Patrus ter dito que durante os seis anos de gestão no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome nunca houve uma denúncia de corrupção que o envolvesse, os deputados alegaram que auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) indicou uma série de irregularidades no programa Bolsa-Família.

Para o presidente municipal do PSDB, João Leite, as últimas declarações de Patrus demonstram que a campanha adversária tem intenção de ir para o "vale-tudo" em razão da posição desfavorável nas pesquisas. Lacerda recebeu ontem o apoio de representantes dos conselhos regionais de Administração e Contabilidade, além do prêmio Guerreiro Ramos de Gestão Pública, concedido pelo Conselheiro Federal de Administração.

Outro lado O PT respondeu ao manifesto por meio de nota assinada pelo coordenador da campanha, o vice-prefeito Roberto Carvalho, garantindo que age com respeito à população, com um debate de alto nível. "Para que a população de BH possa decidir com clareza de informações os destinos da cidade, temos chamado a atenção dos eleitores para a manipulação de números, que tenta mascarar promessas não cumpridas da atual administração" , ataca. Antes de dizer que não é a aliança de Patrus que tem "medo da verdade", a nota aponta haver "verdades que não podem ser escondidas e que toda a cidade conhece", citando quatro, entre elas a criação do Movimento Fora Lacerda "para responder ao fechamento da Praça da Estação e dos espaços públicos pelo prefeito".

FONTE: ESTADO DE MINAS

Em BH, Ibope: Lacerda alcança 44% e Patrus 30%

Segundo Ibope, petista alcança 30% das intenções, contra 44% do líder

Amanda Almeida

BELO HORIZONTE - O ex-ministro Patrus Ananias (PT) cresceu sete pontos percentuais, segundo pesquisa Ibope divulgada ontem, e se aproximou do prefeito Marcio Lacerda (PSB) na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte. Em relação ao último levantamento, o candidato à reeleição perdeu dois pontos percentuais, dentro da margem de erro, mas segue na dianteira, com 44% das intenções de voto. Já o petista aparece com a preferência de 30% dos eleitores.

É a terceira pesquisa Ibope sobre a corrida à prefeitura de BH. A diferença entre os dois candidatos permaneceu praticamente estável entre o primeiro e o segundo levantamento. Feitas em 3 e 16 de agosto, as pesquisas mostravam Lacerda na frente de Patrus com 22 e 23 pontos a mais, respectivamente. Entre o atual levantamento e o anterior, a diferença caiu para 14 pontos.

O resultado sai num momento de acirramento, com participação crescente dos principais padrinhos dos dois candidatos. No comício de Patrus, o ex-presidente Lula disse que Lacerda "tem dificuldades para sorrir". E disparou críticas também ao governador Antonio Anastasia (PSDB), dizendo que se o tucano pudesse falaria que o estado está quebrado.

As declarações foram rebatidas pelo senador Aécio Neves (PSDB), que usou o mensalão para criticar o PT. Citando a condenação de um ex-dirigente do Banco do Brasil pelo STF, Aécio disse que o PT tem dificuldades de separar o público e privado, usando "empresas públicas" em seu benefício.

Dirigentes do PT avaliam que o crescimento de Patrus já é resultado do início da campanha na TV, e do eventual peso da presença de Lula. Já apoiadores de Lacerda dizem que o crescimento do petista já era esperado e apostam na estabilização do petista.

Maria da Consolação (PSOL) e Vanessa Portugal (PSTU) obtiveram, cada uma, 1% das intenções de voto. Os outros três candidatos não pontuaram. Votos brancos e nulos têm 11%. Já 13% dos entrevistados responderam que ainda não sabem em quem vão votar. Lacerda e Patrus tiveram praticamente a mesma rejeição: 20% e 19%, respectivamente. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) com o número 345/2012. Foram ouvidos 805 eleitores, entre os dias 2 e 4 de setembro.

FONTE: O GLOBO

Ibope: Paes conquista indecisos e aumenta vantagem com TV

Prefeito chega a 52%, e Freixo, a 14%; Maia, Otavio e Aspásia têm pequena variação

Cristina Tardáguila

Com um horário eleitoral de 16 minutos de duração, tecnicamente bem feito, e uma superexposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas inserções que vêm salpicando a programação de TV desde o dia 21, o prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição pelo PMDB, conseguiu capturar um terço dos eleitores indecisos e subiu cinco pontos percentuais nas últimas três semanas.

Segundo pesquisa do Ibope divulgada ontem pela TV Globo - a terceira da corrida eleitoral carioca e a primeira desde o início do programa eleitoral obrigatório de rádio e TV -, Paes tem 52% das intenções de voto e está 38 pontos percentuais à frente de Marcelo Freixo. O candidato do PSOL oscilou dois pontos para cima e se mantém em segundo, com 14% das menções.

Os demais candidatos também oscilaram dentro da margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais para cima ou para baixo. Rodrigo Maia, do DEM, foi de 5% para 3%. Otavio Leite, do PSDB, passou de 3% para 2%, e Aspásia Camargo, do PV, de 1% para 2%. Cyro Garcia (PSTU), Antônio Carlos (PCO) e Fernando Siqueira (PPL) não pontuaram no levantamento, que ouviu 1.001 eleitores entre os dias 2 e 4 deste mês e foi registrado no TRE sob o número 00074/2012.

- Esse resultado mostra o que já era esperado: que a mistura de um horário eleitoral longo e bem produzido com 29 inserções de um minuto feitas pelo Lula para o Paes na TV tem dado muito certo - afirma o cientista político Marcus Figueiredo, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp/Uerj). - Ao olharmos o total de indecisos, vemos que ele caiu de 15% para 10%, e esses cinco pontos migraram para quem? Para o prefeito.

Prefeito ainda não falou de copa e olimpíadas

Desde o início do horário eleitoral, Figueiredo coordena uma pesquisa no Doxa, laboratório do Iesp, sobre todas as inserções feitas na programação diária de TV pelos cinco principais candidatos à prefeitura do Rio. Tem todas elas gravadas numa sala em Botafogo e já constatou alguns pontos que merecem destaque.

Paes aposta todas as fichas no apoio de Lula, dando-lhe 29 minutos de TV em sete dias - quase todo o tempo de inserção de Freixo. Também investe naquilo que os cientistas políticos da Uerj vêm classificando como "inserções emotivas", aquelas que falam sobre o possível "bem-estar" no Rio após os quase quatro anos da administração Paes.

- Mas há um fato curioso: o prefeito ainda não usou nenhuma das 284 inserções analisadas para falar da Copa do Mundo ou dos Jogos Olímpicos - destaca o pesquisador Felipe Borba, membro da equipe de Figueiredo. - Isso nos surpreendeu.

No levantamento do Iesp, Rodrigo Maia aparece como o candidato que mais ataca. Mas também é o que tem menos apoio público. Das 147 inserções do DEM no Rio, entre os dias 21 de agosto e 3 de setembro (período coberto pelo estudo), 61 foram críticas diretas a Paes ou a sua administração, citando-os explicitamente.

- Ele, no entanto, é o único entre os cinco principais que não leva às inserções membros do partido ou pessoas conhecidas na cidade. Nem o pai (Cesar Maia) - destaca Borba. - Eduardo Paes tem Lula. Otavio Leite deu 15 inserções para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e 15 para o senador Aécio Neves. Freixo dá os segundos finais de cada inserção do PSOL para celebridades como o ator Wagner Moura e o cantor Chico Buarque, e Aspásia, apesar de não citar nominalmente nem contar com o apoio declarado dela, mostrou imagens da ex-ministra Marina Silva em 28 das 61 inserções que fez. Só Rodrigo Maia aparece sozinho.

Na pesquisa do Ibope divulgada ontem, o candidato do DEM é o nome de maior rejeição, com 36% das menções. Em seguida, vêm Paes, com 21%, e Aspásia, com 18%. Leite foi citado por 13% dos entrevistados e Freixo, por 11%.

Sobre o caminho que o horário eleitoral deve tomar nos próximos dias, os cientistas políticos da Uerj fazem uma previsão: os ataques devem vir à tona e aumentar.

- A tendência é que todos os candidatos, fora Freixo, partam para o tiroteio por terem muito pouco a perder - explica Figueiredo. - Deve vir muito chute de canela por aí para tentar provocar o segundo turno.

Segundo Figueiredo, Freixo ainda tem chances de provocar o segundo turno. Deveria, na avaliação dele, explorar mais na TV a imagem da ex-senadora Heloisa Helena e tentar conquistar o apoio da ex-ministra Marina Silva, que, até o momento, está em dúvida entre apoiar a ex-companheira de partido Aspásia ou o candidato do PSOL.

Nas eleições presidenciais de 2006, Heloisa Helena teve 17% dos votos válidos no município do Rio. Em 2010, Marina Silva teve 31% e ficou em segundo lugar, à frente de José Serra.

- As duas são ótimos cabos eleitorais na cidade. Isso já ficou comprovado. Outra opção é investir nos eleitores que estão com Maia e Leite, mas querem o segundo turno.

FONTE: O GLOBO

Campos: "Recife não é quintal de São Paulo"

Em comício, presidente do PSB afirma que "Recife não é quintal de São Paulo", numa crítica à candidatura petista

Governador enfatiza a independência do PSB nas eleições deste ano, mas nega rompimento com o ex-presidente

O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, disse ontem que nunca se distanciou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Horas antes, porém, Campos afirmara, em discurso de campanha, que "Recife não é quintal de São Paulo" -referindo-se à escolha do senador Humberto Costa como candidato do PT em Recife.

A afirmação de Campos sobre Lula foi feita ao ser questionado se sua participação na campanha do ex-ministro Fernando Haddad (PT), no próximo dia 16, em São Paulo, serviria para reaproximá-lo do ex-presidente.

"Só se reaproxima de quem se distancia. Nunca me distanciei do presidente Lula. Tem gente que gostaria que isso acontecesse, mas da minha parte nunca ocorreu."

As declarações expõem as nuances do discurso de Campos. Com o seu candidato a prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), ele reforça o tom de independência adotado pelo partido há três meses.

Já ao comentar o cenário nacional, diz que o rompimento entre PT e PSB em capitais como Belo Horizonte, Fortaleza e Recife não interfere na aliança entre os partidos no plano federal.

Em discurso anteontem, ao lado de Geraldo Júlio, por exemplo, Campos falava sobre a tradição das lutas libertárias do povo pernambucano quando disse que "Recife não é quintal de São Paulo".

"Recife sabe para onde quer ir", afirmou em seguida, referindo-se ao processo que levou o PSB a romper a aliança com o PT na cidade: a escolha do candidato petista, Humberto Costa, imposto pela cúpula nacional da legenda, baseada em São Paulo.

O governador alegou à época que o processo desgastou o PT, levando o partido a perder as condições de liderar a sucessão municipal. A sigla administra Recife há 12 anos.

Ao mesmo tempo, Campos, cotado para Presidência, diz apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Também afirmou ontem estar "à disposição", se Haddad quiser, para gravar depoimentos para o petista em São Paulo -o PSB integra a coligação do PT na capital paulista.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Por 2º turno no Rio, rivais atacam Paes em debate

No evento Folha/RedeTV!, milícias e alianças foram citados por adversários do prefeito

RIO - O debate promovido pela Folha e pela RedeTV! entre os cinco principais candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro tornou-se uma artilharia contra o favorito nas pesquisas, o atual prefeito Eduardo Paes (PMDB). O candidato foi criticado até mesmo quando as perguntas não eram dirigidas a ele.

Até a conclusão desta edição, Paes já havia sido questionado pelo grande número de partidos que o apoiam, pela mudança de posição em relação a antigos aliados, como ex-prefeito Cesar Maia (DEM), e por uma suposta ligação com milicianos.

Os ataques são uma tentativa dos adversários para levar a disputa ao segundo turno. Segundo a última pesquisa do Ibope no Rio, encomendada pela Rede Globo e divulgada ontem, Paes tem 52% das intenções de voto. Em segundo está Marcelo Freixo (PSOL), com 14%. Rodrigo Maia (DEM) tem 3%, Otávio Leite (PSDB), 2%, e Aspásia Camargo (PV), 2%. Nulos e em branco somaram 10% e indecisos, outros 10%.

Questionado por Freixo sobre uma reunião com pessoas que foram investigadas pela CPI das Milícias para discutir a licitação do transporte alternativo, Paes minimizou. Disse que não é obrigado a saber todos os que estão no relatório da CPI, que foi presidida por Freixo na Assembleia Legislativa do Rio.

O transporte alternativo é considerado uma das fontes de renda das quadrilhas.

Paes aproveitou para criticar o adversário, que ontem anunciou a expulsão de um candidato a vereador do PSOL citado no relatório. A expulsão ocorreu horas após a divulgação do caso.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO