sexta-feira, 13 de julho de 2012

OPINIÃO DO DIA - A ideia de hegemonia no PCB

Os comunistas devem ser um fator por excelência unitário dentro da frente única nacionalista e democrática. Por isto, não condicionam a sua permanência na frente única à total aceitação de suas opiniões.

Os participantes da frente única poderão aceitar essas opiniões somente como resultado de sua justeza, de sua força persuasiva e, acima de tudo, da sua comprovação pela experiência política concreta.

Defendendo firmemente suas opiniões, os comunistas consideram que, se forem justas, tais opiniões acabarão sendo aceitas pelas massas e pelos aliados, vindo a prevalecer através de processos democráticos, dentro da frente única.

Os comunistas não são exclusivistas e, ao mesmo tempo que encaram com espírito autocrítico a sua própria atividade, aceitam e valorizam as opiniões corretas procedentes das outras forças da frente única.

Cf. Declaração sobre a política do Partido Comunista Brasileiro (março de 1958).

Manchetes de alguns dos principais jornais do Brasil

O GLOBO
Demóstenes já é procurador de novo, 24h após cassação
BC vê recuo no PIB e Dilma minimiza
Os transgênicos alados do sertão
Petrobras aumenta diesel nas bombas
MPs de estímulo à economia correm risco de rejeição

FOLHA DE S. PAULO
Com PIB em queda, Dilma desdenha do indicador
China cresce apenas 7,6%, o menor avanço em três anos
Pelo menos 200 foram mortos por governo sírio, dizem ativistas
Wadih Mutran diz que sorte o ajudou a dobrar o patrimônio

O ESTADO DE S. PAULO
BC aponta estagnação e Dilma minimiza PIB fraco
Mantega cobra votação de medidas
Demóstenes reassume MP com direito a licença-prêmio
Denunciadas empreiteiras de obra de Maluf
Texto-base do Código Florestal é aprovado
Petrobras reajusta preço do diesel para refinarias

VALOR ECONÔMICO
Na Vale, 55 projetos esperam licença ambiental do Ibama
Corte da TJLP traz grandes economias
Investimento vai mal no 1º semestre
Sob vaias, governo anuncia pacote de ajuda à cadeia da suinocultura
Internet grátis no celular

BRASIL ECONÔMICO
Governo vai criar a InfraeroPar para investimento em aeroportos
Os 10 anos de uma carta que começou a mudar o Brasil
Aplicação em fundos supera R$ 74 bi no ano e bate recorde
Alpargatas paralisa fábricas argentinas
Grécia não cumpre acordo, acusa FMI

CORREIO BRAZILIENSE
A fatura da degradação na Amazônia
PF apura esquema na validação de diploma médico

ESTADO DE MINAS
O fim dos privilégios
Prévia do PIB recua e revela estagnação
Medo da gripe suína aumenta busca de vacina
MP de Goiás vai investigar faltas de Demóstenes

ZERO HORA (RS)
Vírus da gripe A atinge vítimas fora de grupos de risco
O perfil do candidato a prefeito
Uma cruzada contra o sinal ruim do celular

JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Humberto segue na frente
Luz no fim do túnel na greve das federais

O que pensa a mídia - editoriais dos principais jornais do Brasil

http://www2.pps.org.br/2005/index.asp?opcao=editoriais

Com PIB em queda, Dilma desdenha do indicador

A presidente Dilma Rousseff procurou ontem tirar o foco do PIB, ressaltando que ele não é o indicador mais adequado para comparar o desempenho dos países. "Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto." A declaração veio no mesmo dia em que o BC divulgou o fraco desempenho do seu indicador de atividade econômica

Com economia em marcha lenta, Dilma diz que PIB não é tudo

Presidente afirma que país deve ser medido não pelo vaivém do indicador, mas pelo que faz por crianças e adolescentes

Fala ocorre no mesmo dia em que Banco Central aponta que atividade econômica continua estagnada

BRASÍLIA - Diante das evidências de que o crescimento econômico brasileiro neste ano não deve ficar muito acima de 2%, a presidente Dilma Rousseff procurou ontem minimizar a importância do PIB (Produto Interno Bruto), ressaltando que ele não é o indicador mais adequado para comparações internacionais.

"Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto. É a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes", afirmou, na 9ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente.

No mês passado, o tom era outro. Numa cerimônia com atletas que vão participar dos Jogos Olímpicos de Londres, Dilma chegou a dizer que o PIB deste ano vai merecer uma medalha: "Você vai ver se não vai merecer [medalha]. Nós estamos no esquentamento", disse.

O discurso de Dilma desdenhando o PIB veio em um momento em que economistas de dentro e de fora do governo têm revisado para baixo suas projeções de alta do indicador em 2012.

Em junho, o Banco Central reduziu de 3,5% para 2,5% sua estimativa. Nos bastidores, o próprio governo já trabalha com um crescimento de apenas 2% neste ano.

Divulgado ontem, o indicador de atividade econômica do Banco Central, considerado uma prévia do PIB, apontou uma queda de 0,02% em maio em relação a abril.

Apesar de o recuo ter sido menor que o esperado pelo mercado, ele sinaliza que a recuperação da atividade ainda não havia ganhado ritmo. Na comparação com maio de 2011, o indicador teve alta de 1,09%.

Ranking

As comparações do Brasil com outros países em assuntos que afetam diretamente crianças e adolescentes não mostram o país em posições mais vantajosas.

Segundo os dados do Banco Mundial, cerca de 21% dos brasileiros não têm acesso a saneamento básico adequado. O índice é pior que os de países como Costa Rica (5%), Equador (8%) e El Salvador (13%), por exemplo.

Um brasileiro que nasce hoje tem uma expectativa de vida de 73 anos. Um bebê cubano ou chileno viverá seis anos a mais, também de acordo com o Banco Mundial.

Indicadores na área da educação também apontam para um quadro desfavorável para o Brasil na comparação internacional.

A avaliação Pisa, divulgada em 2010, classificou o Brasil em 53º lugar em desempenho em leitura. No ranking de 65 países, o Brasil ficou atrás de Colômbia, Trinidad e Tobago e México.

No Congresso, o governo já afirmou que irá brecar o esforço para tentar dobrar os gastos públicos com educação em dez anos. Prevista em projeto do Plano Nacional de Educação já aprovado em comissão especial da Câmara, a meta de elevar os investimentos no setor para 10% do PIB será vetada por Dilma, caso seja aprovada pelo Congresso. O argumento é que a medida representaria um rombo nas contas públicas.

Desigualdade

No discurso de ontem, Dilma ainda destacou a importância da distribuição de renda: "O Brasil, durante muito tempo, conviveu com uma situação lamentável e terrível. Ser um país com tantas riquezas, formado por um povo tão solidário, mas que uma parte imensa da sua população estava afastada dos direitos e, sobretudo, dos benefícios dessas riquezas e de tudo que esse país pode produzir."

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

PIB: nova rodada de revisões:: Luiz Carlos Mendonça de Barros

Os empresários pisaram no freio de seus gastos em máquinas, equipamentos e instalações físicas

As instituições financeiras que acompanham de perto o pulsar da economia brasileira vêm revendo para baixo suas previsões para o crescimento do PIB em 2012.

Uma série de dados decepcionantes, divulgados nos últimos dias, provocou esse movimento. Até mesmo as vendas no varejo -embora ainda cresçam a uma taxa real de 6% ao ano- foram atingidas.

O consumo das famílias -que corresponde a dois terços do PIB- se junta assim à queda importante dos gastos das empresas com itens ligados ao investimento. Por isso essa nova onda de pessimismo com o crescimento econômico neste ano.

A média das previsões já está abaixo dos 2%, com os mais pessimistas apontando uma taxa de 1,5% como o número mais provável. As atenções dos analistas estão se voltando agora para 2013.

Se a fraqueza da economia permanecer por mais tempo, não será possível manter as previsões de crescimento econômico acima de 4% para o próximo ano. Mas essa ainda é a aposta majoritária entre as instituições financeiras e consultores independentes.

Esta primeira metade do ano tem sido um período de grande perplexidade na comunidade de economistas. Afinal, quais as causas de uma desaceleração tão rápida em um ambiente de queda vigorosa dos juros e crescimento real, acima de 10%, da massa de salários no Brasil? Como o saldo do comércio externo brasileiro - que está sofrendo com a crise internacional- tem pequena influência direta no nível de atividade econômica, temos que buscar no mercado interno as causas dessas mudanças de humor.

O primeiro e mais importante vilão está sendo certamente o investimento privado, que vem apresentando uma queda de mais de 8% nesta primeira metade de 2012.

Os empresários pisaram no freio de seus gastos em máquinas, equipamentos e instalações físicas. E não parecem dispostos a voltar às suas compras muito cedo.

Dois fatos chamam a atenção dos analistas nessa questão. De um lado o pessimismo internacional com o estado da economia mundial e a possibilidade de uma depressão econômica nos próximos meses. Do outro, as condições favoráveis para investir no Brasil, com os juros de mercado a níveis muito baixos e a existência de linhas de crédito abundantes e baratas nos bancos oficiais, principalmente no BNDES.

Mas, como ensinou Keynes, em momentos de pânico e de sumiço do chamado espírito animal das mentes dos empresários não existem estímulos que os faça mudar de atitude. E -infelizmente- essa crise de desconfiança em relação ao futuro chegou às empresas no Brasil.

Aliás, essa insegurança em relação ao futuro é a marca mais grave do momento em que vivemos.

Confesso a meu leitor que demorei mais do que devia para entender essa questão. Este meu erro de avaliação está certamente associado ao fato de que tenho uma posição otimista sobre as economias do mundo emergente e cínica em relação à crise na Europa.

Como já escrevi várias vezes, estou velho demais para acreditar no colapso do capitalismo, mesmo considerando os erros cometidos e que nos levaram à crise atual. Mas essa avaliação não é a opinião dominante hoje nos chamados mercados. Pelo contrário, a dinâmica dos preços dos principais ativos financeiros hoje é de que o colapso está iminente e dificilmente será evitado.

Dou um exemplo: os títulos de dez anos do Tesouro americano estão sendo negociados hoje a uma taxa de juros de 1,5% ao ano. Isso para um país que tem uma taxa de inflação histórica de 2% ao ano. Ou seja, quem está comprando esse papel está contratando uma perda de pelo menos 5% no período de seu investimento.

Por outro lado, se tomarmos uma média das previsões de lucro em 2013 para as ações do índice S&P da Bolsa de Nova York e os preços de hoje, o retorno esperado será de mais de 8% ao ano. Só a descrença em relação ao futuro, ou melhor, a certeza de que os resultados das empresas serão muito piores do que as previsões é que pode explicar essa situação esdrúxula de hoje.

Enquanto essa convicção prevalecer, os investimentos no Brasil vão continuar a deprimir nosso crescimento, não importando os estímulos que o governo colocar à disposição das empresas.

Luiz Carlos Mendonça de Barros, 69, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique Cardoso).

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

BC vê recuo no PIB e Dilma minimiza

Com a crise global, a economia brasileira encolheu 0,02% em maio, segundo o BC. Nos últimos 12 meses, o país cresceu só 1,27%. Para a presidente Dilma, o PIB não deve ser usado para medir o sucesso de uma "grande nação", mas sim a proteção a crianças e adolescentes, com ensino de qualidade. O calote fez os juros ao consumidor voltar a subir em junho

Grande nação, mas o PIB...

Índice do BC registra recuo de 0,02% em maio. Presidente diz que número não pode medir um país

Gabriela Valente, Junia Gama

BRASÍLIA e RIO - A agrura da crise internacional fez com que a economia brasileira encolhesse 0,02% em maio, segundo o indicador do Banco Central (BC) que busca antecipar o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), chamado de Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado ontem. A presidente Dilma Rousseff, no entanto, buscou minimizar o dado, afirmando que o PIB não deve ser usado para medir o sucesso de uma "grande nação". O recado foi dado durante discurso voltado para o público jovem na 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente:

- Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e adolescentes, não é o Produto Interno Bruto, é a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são as suas crianças e os seus adolescentes - disse a presidente, aplaudida pelo público.

Dilma afirmou ainda que o Brasil será um país desenvolvido quando for capaz de oferecer educação de qualidade:

- Nós temos de ter um país com jovens, adultos e crianças com grande nível de escolaridade, porque vamos disputar, sim, o que é a economia moderna, que é a economia do conhecimento, aquela que agrega valor, a internet, as tecnologias de informação. Este país vai ser um país desenvolvido quando todas as crianças deste país e seus jovens tiverem acesso à educação de qualidade.

Embora o IBC-Br tenha registrado uma ligeira queda, que representa a estagnação econômica no Brasil, o resultado foi bem recebido pelos analistas. Isso porque a expectativa era de um recuo mais forte. Desde o início do ano, o indicador do BC registrou avanço apenas em abril. Mesmo com o dado melhor do que o esperado em maio, os economistas ainda não revisaram para cima suas previsões de crescimento para este ano. Eles cobram do governo mais medidas para incentivar os empresários. Uma delas é abrir os cofres públicos para investir e fazer girar a economia, uma vez que, em uma avaliação geral, há mais espaço para novos cortes dos juros.

"Pequena queda foi um alívio"

O pessimismo que se instalou desde o início do ano sobre as expectativas para 2012 aumentou anteontem, quando o IBGE divulgou que as vendas do comércio caíram 0,8% em abril. De acordo com o economista-chefe do banco ABC, Luiz Otávio Leal, a expectativa era de queda de 0,6% do IBC-Br em maio.

- Pode parecer paradoxal, mas essa pequena queda da economia foi um alívio - afirmou Leal.

Apesar do desempenho da economia um pouco melhor que o esperado, Leal manteve sua previsão de crescimento de 0,5% no segundo trimestre e de 2% no ano. Os dados do BC, no entanto, ainda estão distantes desses números: o crescimento foi de 1,27% no período de 12 meses findo em maio. O número mostra uma desaceleração, já que o crescimento acumulado até abril foi de 1,55%.

Resultados melhores da economia, entretanto, são esperados daqui para frente, principalmente por causa da indústria, impulsionada pelo setor automotivo. Os índices de junho devem ser mais fortes, na visão dos analistas, mas não significarão uma grande aceleração da economia, já que essa maior movimentação das vendas de automóveis é uma desova de estoques que estavam encalhados, não um aumento da produção.
- Esse foi um dos reflexos das medidas tomadas pelo governo, mas, no geral, o efeito delas tem sido muito pequeno até agora - disse o economista-chefe da corretora PlanerProsper, Eduardo Velho, que aumenta o coro dos economistas que defendem um choque de investimentos públicos para reanimar a economia. - É o momento de o governo investir pesado em várias frentes. Não é sustentável apostar apenas em um setor para reativar a economia.

Ele acredita que o crescimento abaixo do potencial referenda os cortes de juros promovidos pelo BC e ainda amplia o poder de ação da autarquia, que poderá levar a taxa básica de juros (Selic) até 7% ao ano nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Hoje, a Selic está em 8% ao ano.

Ao comentar a frase da presidente Dilma, de que não se pode medir uma nação pelo PIB, o professor de Economia da UnB Roberto Piscitelli afirmou que, de fato, o indicador não é tudo, mas é o principal parâmetro da economia. Para o economista, a maior frustração com o índice divulgado ontem pelo Banco Central está no fato de que a recuperação esperada para o terceiro trimestre não está ocorrendo.

- O último a reconhecer isso, pelo menos oficialmente, é o governo.

Piscitelli destaca os recentes dados de atividade industrial e vendas no varejo, com resultados negativos ou abaixo do esperado.

- São resultados que mostram a falta de perspectiva de planejamento. Há muito tempo defendo que o incentivo ao consumo é incapaz de alavancar o crescimento. É uma política quase de toma-lá-da-cá, só que, no lugar dos políticos, estão alguns poucos setores que acabam se beneficiando. Chegou a hora de priorizar investimentos. Não acho que o governo deva reduzir despesas, mas estimular o aumento do investimento em projetos relevantes.

Colaborou Débora Diniz

FONTE: O GLOBO

Congresso precisa votar MPs, cobra Mantega

Ministro pressiona legislativo a aprovar medidas que estabelecem incentivos para a indústria e diz que é \"inconcebível\" retardar a votação em momento de crise

Renata Veríssimo, Adriana Fernandes, Eduardo Bresciani,

BRASÍLIA - Temendo perder as Medidas Provisórias que estabelecem incentivos para a indústria, o governo partiu para uma forte pressão sobre o Congresso. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu o tom da preocupação em entrevista à "Agência Estado": "É inconcebível que no momento de crise se retarde a aprovação de medidas tão importantes".

A oposição obstrui as votações das MPs do Plano Brasil Maior - a política industrial e de comércio exterior do governo - e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que pode deixar o Congresso sem recesso e fazer com que o plano de incentivo à indústria perca seu suporte legal se não for aprovado na Câmara e no Senado até 1º de agosto.

Os oposicionistas acusam o governo de usar critérios políticos e eleitorais para a liberação de emendas parlamentares. "Inconcebível é o ministro da Fazenda e o governo usarem o Orçamento como ferramenta de campanha eleitoral", rebateu o líder interino do DEM, Ronaldo Caiado (GO).

Ontem, a presidente Dilma Rousseff chamou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para discutir qual será a estratégia para evitar que as MPs caduquem.

A pressão do Executivo chegou ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que convocou os parlamentares para sessões segunda e terça-feira. Ele ameaçou cortar o ponto dos faltantes. Se a LDO for aprovada neste prazo, o Congresso entrará em recesso e as MPs teriam validade até 15 de agosto. Para o governo, porém, o importante é salvar o Plano Brasil Maior, com ou sem recesso.

Mobilização. Mantega chegou a conclamar uma "mobilização da sociedade" e fez apelos à oposição. "Talvez eles (oposicionistas) não tenham se dado conta da importância dessas matérias. São as mais importantes para o combate à crise que nós adotamos. É importante que eles se deem conta disso."

As MPs que aguardam a aprovação do Congresso promovem a desoneração da folha de pagamento para alguns setores, instituem o novo regime automotivo, desoneram investimentos, retiram limites para a renegociação de dívida bancária e reduzem juros em linhas de financiamento do BNDES.

A oposição não parece disposta a ceder e tem contado com apoio. PR, PDT, PSC e PRB ajudaram na obstrução nesta semana. Os oposicionistas dizem que a base aliada tem 400 deputados e teria condição de vencê-los se estivesse mobilizada.

A principal reclamação é o não cumprimento de um acordo para a liberação de emendas firmado na semana passada com aval da ministra Ideli Salvatti. Os oposicionistas receberiam R$ 1,5 milhão cada, um terço do que será destinado aos governistas. Além disso, todos receberiam mais R$ 1 milhão em emendas na área da Saúde. Segundo levantamento feito por técnicos do DEM, no entanto, 13 dos 31 parlamentares não conseguiram ainda nenhum recurso. Enquanto na oposição o nível de liberação está na casa de 4% das emendas, na base governista todos os partidos têm mais de 10% e alguns estão próximos de 30%.

Os governistas dizem que os problemas são burocráticos. Argumentam que na área da saúde, por exemplo, faltam projetos para justificar os empenhos. "Mais de 80% não tem nem projetos e você precisa ainda de parecer técnico depois do projeto", diz Paulo Pimenta (PT-RS), presidente da Comissão de Orçamento. "Para a base as emendas estão saindo mais rápido. Não pode ter problema burocrático só para a oposição", rebate Felipe Maia (DEM-RN).

Colaborou Tânia Monteiro

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Medidas Provisórias: Para Freire, Congresso está criando verdadeira "desordem jurídica"

Freire critica "salada" de assuntos nas medidas provisórias

William Passos

Presidente do PPS critica texto do governo recheado de penduricalhos

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), disse nesta quinta-feira que o Congresso Nacional desrespeita Lei Complementar aprovada pelos próprios parlamentares que estabelece critérios para a elaboração de projetos, quando aceita votar medidas provisórias como a 563/12, que está na pauta de votações da Câmara.

O texto enviado pelo Executivo trata de vários temas, os mais diversos possíveis num mesmo texto. A MP em questão prevê isenção fiscal para compra de equipamentos portuários, passa pela criação de programas na área de saúde e envolve ainda temas previdenciários e benesses para a indústria automobilística.

Freire alerta que a “salada” de assuntos num mesma proposta vai contra o que determina a Lei Complementar 95, criada em 1998. O artigo 7º diz explicitamente que, com exceção dos Códigos, “cada lei tratará de um único objeto e que ela não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão”.

“O desrespeito, por reiteradas vezes, principalmente com a edição de medidas provisórias, transformadas em lei de conversão, constitui verdadeiro absurdo. Criou-se no país a desordem jurídica”, criticou.

Freire disse que a MP 563, que provocou reação da oposição e até de integrantes da própria base aliada, é uma daquelas que contribuem para desorganizar o conjuto de normas jurídicas.

“É uma via crucis para cidadãos comuns ou até especialistas procurar algo na legislação brasileira. Lamento, inclusive que a OAB não proteste contra tudo isto”, acrescentou Freire.

O presidente do PPS lembrou que está há mais de 40 anos no Parlamento e que nunca viu “uma desmoralização tão grande como esta”.

“Esta votação depõe contra aqueles que fazem o Congresso neste momento. Um governo que trata o parlamento desta forma, infelizmente, não merece respeito”, encerrou.

FONTE: PORTAL DO PPS

Voo curto:: Celso Ming

A presidente Dilma garante que o governo vai virar o jogo do sistema produtivo, hoje perdedor. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, aposta em que, até o fim do ano, o PIB do Brasil voltará à velocidade de 4% a 5% ao ano apenas em consequência do impulso proporcionado pelos sucessivos pacotes de incentivo, turbinados pela redução dos juros e pela desvalorização cambial, ambas da ordem de 20%.

Será? Como os motores da indústria e do resto da economia continuam a girar em falso, conforme ficou reforçado pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de maio, divulgado nesta quinta-feira (veja o Confira); como já há sinais de superendividamento em segmentos importantes do consumo; e como a economia global seguirá por muito tempo afundada na crise; não há elementos suficientes para acompanhar a aposta do governo.

Mas não sejamos ranzinzas. Vamos acreditar em que a presidente Dilma e o ministro Mantega têm muito mais elementos para prever melhor e para apostar na melhor opção. Isso posto, aceitemos que a projeção deles está correta e que, antes do final do ano, os indicadores apontarão para cima. Aí caberia a pergunta seguinte: esse crescimento mais vigoroso será sustentável ou tudo não passará de mais um medíocre voo de galinha?

Infelizmente, ainda não há razões para sustentar a hipótese de retomada forte. Por enquanto, o risco maior é o que foi denunciado na terça-feira pelo presidente do Goldman Sachs Asset Management, Jim O"Neill, de que os Brics possam perder o B do acróstico.

É o próprio ministro Mantega que vem sustentando que a paralisia do sistema produtivo do Brasil se deve ao agravamento da crise externa – que tem tudo para perdurar por mais alguns anos. Ela estaria amarrando os investimentos do setor privado. Ora, se o panorama econômico atual persistirá – como adverte o governo –, sua ação sobre o sistema produtivo brasileiro também.

Aos poucos vai sendo formado o consenso de que o bloqueio não está propriamente no desempenho da economia global, mas nos cada vez mais insuportáveis custos estruturais: imposto demais, energia cara demais, burocracia, infraestrutura deficiente, etc.

Isso já era assim antes e, no entanto, não foi até recentemente obstáculo suficiente para estancar o setor produtivo. Verdade. Só que é aí que entra a crise global, que baixou os preços do produto concorrente. Afora isso, em todo o mundo os governos seguem distribuindo incentivos. Os cofres estão sendo franqueados para distribuir às empresas subsídios, crédito farto e barato. E o desemprego concorre para reduzir o custo da mão de obra. Ou seja, ainda que venha respondendo com políticas protecionistas, o governo Dilma não consegue fazer o suficiente para incrementar a capacidade de competição da indústria brasileira. O setor têxtil, por exemplo, bem que vem conseguindo arrancar do governo medidas que contenham em alguma coisa a entrada do produto importado. Mas não consegue exportar nem para os sócios do Mercosul, até porque o governo vem tolerando as travas comerciais da Argentina.

Um depois do outro, analistas pedem do governo reformas estruturais. Mas a resposta obtida é essa política de puxadinhos feita de improvisações e distribuições de cala-bocas. Sem estratégia, não há voo de longo alcance.

Confira


O Índice da Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), cuja função é antecipar o comportamento do PIB, voltou a mostrar estagnação em maio. No ano (até maio) avançou apenas 0,4% e, no período de 12 meses (terminado em maio), 1,27%.

O termômetro da China. Saem nesta sexta-feira os números do desempenho do PIB da China no segundo trimestre. As estimativas são de que cresceu 7,6% em termos anuais. E nesta quinta a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, projetou crescimento de 8,0% para todo o ano.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

De olho no dinheiro:: Míriam Leitão

Os brasileiros estão entrando em terreno novo na sua relação com o dinheiro. No ano passado, foram feitas no Brasil 56 bilhões de transações financeiras. Esse mercado gigantesco tende a ficar diferente no mundo dos juros mais baixos. A grande pergunta que os investidores se farão agora é se vale a pena manter o dinheiro aplicado com a remuneração baixa. E a resposta certa é: cada um deve aumentar o esforço de poupança.

Com os juros nominais mais baixos da história recente do país, muitos investidores tenderão a considerar que não vale a pena deixar o dinheiro aplicado, mas o mais correto será fazer o oposto e aumentar o investimento. Como a remuneração será menor, para ter o mesmo ganho no futuro, o esforço presente terá que ser maior.

O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, autor do livro "O valor do amanhã", entre outros, explica que essas duas reações são racionais: sacar e gastar; ou fazer um esforço para poupar mais. Mas as consequências são também radicalmente opostas.

- É preciso saber como reage o poupador, quando os juros caem. Ele pode poupar menos. Por outro lado, se almeja uma determinada renda no futuro, terá que poupar mais agora para ter o mesmo resultado - diz o economista.

O Brasil teve durante toda a escalada inflacionária períodos de juros reais negativos, mas agora o que estão baixos são os juros nominais.

- A ilusão monetária era enorme no Brasil. Os juros perdiam da inflação, mas eles eram muito altos. Outro erro que se comete ainda hoje é deixar o dinheiro aplicado com uma remuneração baixa e ficar devendo em modalidades caras de crédito. Se for feita uma pesquisa, serão encontrados muitos casos assim, de correntista que deixa tudo - o dinheiro aplicado e a dívida - no mesmo banco. Se a pessoa for para a janela e rasgar dinheiro dá no mesmo - imagina Giannetti da Fonseca.

Será preciso saber se esse "terreno novo", na expressão do economista, está aí para ficar. Ou seja, se os juros permanecerão baixos. Ele teme que as taxas tenham que subir mais adiante por elevação da inflação, quando a economia retomar o crescimento.

Mas as quedas de agora podem ter consolidado um novo patamar mais baixo de taxa de juros. O poupador terá, então, que aprender a ficar sensível a pequenas diferenças de remuneração, da mesma forma que aprendeu a sentir as pequenas alterações na inflação.

Esse novo momento de juros menores demorou a chegar. Há 18 anos, o Brasil conseguiu vencer a superinflação e só agora os patamares de juros estão se aproximando de padrões internacionais. Por outro lado, o custo de determinadas modalidades de crédito, como cheque especial e crédito rotativo do cartão, é fora de propósito. Não há justificativa econômico-financeira para os valores cobrados. E os bancos admitem disso.

Os correntistas terão que aprender a administrar suas dívidas para manter a capacidade de pagamento, escolher modalidades mais baratas, rejeitar o superendividamento. No lado dos ativos, terão que trabalhar muito para conseguir pequenas diferenças na remuneração do capital e, assim, ter no futuro a renda que programou ter. O investidor terá que ser mais atuante; e o devedor, mais cauteloso. Tudo isso é trabalhoso e exige tempo, cálculos, conversas com gerente ou troca de banco.

Eduardo Giannetti da Fonseca acha que é preciso haver também mais transparência no custo de certos financiamentos. Pondera que não faz sentido que um bem, comprado à vista e a prazo, tenha o mesmo preço. Não é financeiramente possível no país de um dinheiro tão caro. Muito provavelmente o custo está embutido no preço, de tal forma que o consumidor leva para casa uma geladeira e paga o valor equivalente ao preço da geladeira e do forno micro-ondas também.

Nesse novo terreno dos juros baixos para os investimentos, mas taxas ainda altas nos financiamentos concedidos pelos bancos, o país precisa fazer um grande esforço de educação financeira. O Banco Central tem informações no seu site e gente pensando sobre isso. Bancos estão editando cartilhas até para crianças sobre como poupar ou usar o dinheiro. A Febraban tem um site "Meu bolso em dia", com milhões de acessos. Tem feito caravanas de serviços financeiros com show musical para atrair pessoas em áreas de periferia das grandes cidades.

Tudo isso somado tem sido insuficiente. A inadimplência aumentou muito, há famílias que estão empilhando parcelamentos de crédito. No lado dos ativos, é preciso aprender o valor das baixas remunerações, ao mesmo tempo em que se combatem taxas de administrações exageradas dos bancos.

A queda dos juros abre toda uma nova agenda de trabalho e aprendizado para os agentes financeiros e seus clientes no país que, durante tantas décadas, teve juros cronicamente altos.

Como na época da luta contra a hiperinflação, as ações individuais vão determinar o sucesso dessa nova etapa da relação do país com sua moeda conquistada há 18 anos, depois de tantos planos fracassados, sustos e até um calote. Agora, é a hora de aprender a poupar mais, porque a rentabilidade do dinheiro caiu fortemente nos últimos meses. E se tudo der certo, os juros continuarão baixos.

FONTE: O GLOBO

Soberania e crise financeira:: Tony Volpon

A natureza extrema da crise europeia advém do fato que ela mistura dois tipos de crise ao mesmo tempo: superendividamento com um suporte político inadequado para sustentar uma união monetária. A solução para a primeira crise é bem conhecida. A solução para a segunda crise é muito mais difícil e provavelmente terá um desfecho que não vai preservar a zona do euro na sua forma presente.

Hoje está claro que a raiz da crise foi um ciclo de superendividamento que muitas vezes acompanha momentos de inovação financeira. A constituição da moeda única possibilitou uma queda expressiva da percepção de risco na periferia europeia, gerando um forte fluxo de capital do rico norte do continente ao pobre sul periférico.

Toda a crise de superendividamento, algo que o Brasil já conheceu muito bem, se resolve por três mecanismos que transferem "renda" de devedores a credores na medida do possível, a saber: pagar, reestruturar ou inflacionar. Respostas distintas da política econômica ou da engenharia financeira trabalham sempre ao longo dessas três dimensões. Infelizmente, para os países da periferia, o único expediente que une estímulo com austeridade, uma forte desvalorização cambial, não está disponível. Uma desvalorização estimularia o setor exportador e também ofereceria uma maneira "politicamente correta" de diminuir o nível dos salários reais, trazendo austeridade.

Nenhum artifício ou engenharia financeira pode substituir a necessária perda de soberania nacional

Grande parte da dinâmica recessiva vista hoje na periferia europeia tem muito mais a ver com a incapacidade de se promover uma desvalorização dentro da zona do euro e muito menos com uma austeridade fiscal que foi ainda pouca implementada na prática.

Enquanto uma combinação de austeridade e estímulo cambial deve ser o suficiente para resolver a maioria dos casos de superendividamento (pensem na crise asiática de 1997), há níveis extremos que requerem reestruturação. Há, para cada sociedade, um limite político e social para a extração de recursos de devedores para credores, e são esses fatores mais do que qualquer "conta" de sustentabilidade que definem o que pode ser pago.

A experiência diferenciada entre a Latvia e a Grécia na crise atual demonstra como esses fatores influenciam a capacidade de pagamento de uma sociedade. Baixos níveis de coesão social e política combinado com endividamento para credores externos diminui a capacidade de haver pagamento sem alguma reestruturação.

Poderíamos então imaginar uma solução para a crise de superendividamento utilizando os elementos acima, essencialmente uma combinação de austeridade nos países devedores e estímulo nos países credores para facilitar a transferência de renda entre eles, com uma política monetária amplamente expansionista gerando uma combinação benéfica de desvalorização cambial para a zona como um todo e um diferencial de inflação entre o sul e o norte, gerando um ganho relativo de competitividade na periferia e assim incentivando suas exportações. A "receita" econômica e financeira, até levando em conta as restrições impostas pelas instituições europeias, não é difícil de desenhar teoricamente.

O problema é que nada disso resolve o pecado original da crise: a falta de suporte institucional e político adequado para uma moeda única. Aqui o debate se divide. De um lado aqueles na periferia advogando algum tipo de mutualização do endividamento entre países e do outro, aqueles advogando "mais Europa", ou controle centralizado de políticas fiscais e tributarias para garantir o pagamento pronto das dívidas.

Apesar de ser bastante criticada por muitos analistas, na verdade é a posição dos credores, liderados pela Alemanha, que atinge o cerne essencialmente político da crise: não há como sustentar politicamente as transferências fiscais necessárias dentro de uma moeda comum sem uma efetiva união política. Mas aqui está exatamente o problema: a Alemanha estaria disposta a bancar financeiramente uma união federativa até se essa união fosse montada dentro dos preceitos que ela defende? E os outros países estariam dispostos a enfrentar a perda de soberania que tal união implica?

Olhando para as divergências dentro da zona do euro temos que responder negativamente a ambas perguntas. A "experiência" europeia tem nos ensinado que uma moeda única não é somente um arranjo financeiro mas uma expressão de coesão política e social. Apesar da experiência com a moeda única ter se iniciado com as melhores intenções, a de trazer junto um continente que tinha visto poucos anos antes a mais devastadora guerra da história, ela falhou. Nenhum artifício ou engenharia financeira pode substituir a necessária perda de soberania nacional sem qual não há como sustentar uma moeda única. Dado a complexa interação entre elementos de mercado e da política, não é possível prever como chegaremos ao fim, mas aqui vale a regra de que ao longo do tempo aquilo que não é sustentável não se sustenta.

Tony Volpon é diretor do Nomura Securities International, Inc.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

"Não estou preocupada em eleger prefeitos e vereadores", diz Marina

Raphael di Cunto

SÃO PAULO - A ex-ministra de Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva (sem partido), candidata que obteve 20 milhões de votos na eleição para a Presidência em 2010 pelo PV, confirmou que ficará fora das campanhas majoritárias nas maiores cidades do país. "Não estou preocupada em terminar essas eleições e fazer a conta de quantos prefeitos e vereadores elegi", afirmou ontem em São Paulo.

Marina disse que fará campanha para poucos porque acha que contribuirá mais para a política assim. "Nesse momento em que muita gente vai ficar em cima do palanque, é preciso que alguém fique embaixo do palanque, do lado do eleitor", afirmou.

Para a candidata do PV, os votos conquistados em 2010 não são um "capital político" que possa ser transferido. "É um legado, que não pode ser apropriado por uma só pessoa. Os votos não eram meus, eram dos eleitores", disse a ex-senadora.

A ex-ministra reiterou que não pensa, pelo menos por enquanto, em formar um partido político e que está focada em fortalecer a plataforma Cidades Sustentáveis, da Rede Nossa São Paulo, com projetos e compromissos para os candidatos a prefeito.

Marina disse, porém, que não basta se comprometer com a agenda ambiental na época da eleição e depois não cumpri-la. "Mais do que uma adesão à plataforma, [apoiarei os candidatos que] têm um testemunho de vida, que fazem da vida a sua plataforma", afirmou.

Marina citou como possíveis candidatos que apoiará o ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa (PSB), o ex-deputado Marcio Santilli (PPS), defensor dos direitos dos povos indígenas que concorre em Assis (SP), e o médico veterinário Dr Rogério Carvalho (PSOL), em Cajamar (SP).

Segundo Marina, há ainda discussões com dois candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro: o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) ou a deputada estadual Aspásia Camargo (PV). "Tenho muito respeito pela deputada Aspásia, mas ela faz campanha com a chancela do grupo que de certa forma expurgou o legado que fomos capazes de produzir nas eleições de 2010, então há dificuldades", disse.

Em São Paulo, Marina negou apoio a todos os candidatos que tentam atrair seus eleitores. "Meu candidato em São Paulo é o Ricardo Young", afirmou a ex-ministra, que participou na noite de ontem do lançamento da candidatura de Young à Câmara Municipal de São Paulo pelo PPS. Young concorreu ao Senado em 2010 pelo PV.

A candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, foi ao evento em busca de apoio, que Marina não parecia propensa a dar. "Não vou deixar de ter o apoio por falta de ter pedido", disse Soninha.

Entretanto nem Young, que tem posição de destaque na chapa de vereadores do partido, dá destaque a Soninha em seu material - a única referência é um pequeno selo, na última página do caderno que distribuiu no evento com suas propostas.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

Lacerda começa a pedir voto amanhã

Alice Maciel

Com uma agenda morna na primeira semana de campanha, o candidato à reeleição, prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB), se inicia amanhã a pedir votos nas ruas, mas ainda sem material gráfico pronto. O rosto do político só deverá começa a aparecer pregado em muros da cidade no fim da semana que vem. Isso porque os socialistas tiveram de refazer a arte dos santinhos e cartazes, devido ao rompimento da aliança com os petistas. "As cores seriam azul e vermelha (do PSDB e PT respectivamente). Estão tendo que mudar tudo. Já tinham montado muitas peças com fotos da eleição passada, de Lacerda com Fernando Pimentel", contou uma fonte ligada às articulações da campanha.

Mesmo sem material para distribuir, o prefeito vai colocar o bloco na rua. A primeira caminhada será mais discreta. O local ainda não está definido. Uma das possibilidades que estão sendo consideradas pela coordenação é o Mercado Central. Um ato de campanha maior, com a participação da militância e das lideranças das legendas que compõem a aliança, está previsto para acontecer no fim da semana que vem.

O senador Aécio Neves (PSDB), principal cabo eleitoral de Lacerda, também deverá aparecer nesse dia. Em reunião na quinta-feira passada, depois do registro da candidatura, o tucano disse aos socialistas que seu objetivo inicial era rodar o Brasil durante o período das eleições municipais, mas que ele mudou de ideia e decidiu que vai ficar mais tempo em Belo Horizonte dando força à eleição de Lacerda.

O candidato do PSB começou a campanha pedindo às lideranças dos 19 partidos que formam sua aliança ajuda para organizar a campanha. Ele se reuniu com presidentes das legendas e com vereadores nesta semana. Na agenda do prefeito para segunda-feira está previsto um encontro com os deputados. Ele vai apresentar a equipe da campanha, pedir sugestões para o programa de governo e apoio na corrida ao governo municipal. O socialista não teve agenda de campanha ontem e não há previsão para hoje, quando ele deverá passar o dia na prefeitura.

REGIONAIS Lacerda passou o dia articulando os nomes que vão assumir o lugar dos petistas no Executivo. Dois já foram definidos: Sarid Carvalho, ligado ao PR, assumirá a Regional Venda Nova, e Luiz Otávio Caetano Fonseca, a Leste.

Conforme informações de bastidores, a regional em que o prefeito está com mais dificuldade de mexer é a Oeste, comandada pela ex-petista Neusa Fonseca.

Uma pessoa ligada a Lacerda contou que ele já convidou o vereador Ronaldo Gontijo (PPS) a assumir a liderança na Câmara Municipal. O vereador Tarcísio Caixeta (PT) renunciou à vaga na quarta-feira. Lacerda só deverá anunciar formalmente o novo nome em agosto, quando os vereadores voltam do recesso parlamentar. Outra possibilidade ventilada é de o prefeito nomear um dos atuais vice-líderes, Daniel Nepomuceno ou Bruno Miranda, para assumir o cargo deixado por Caixeta.

FONTE: ESTADO DE MINAS

Em BH, campanha oporá Dilma e Aécio

Estratégias de PSDB e PT preveem ataques; grupo de petistas defende candidatura de Patrus

Amanda Almeida

BELO HORIZONTE . A transformação da disputa pela prefeitura de Belo Horizonte no primeiro round de um possível enfrentamento entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) em 2014 não estava nos planos dos grupos ligados ao tucano e à petista. A avaliação é de que ambos acabaram perdendo uma situação confortável na capital mineira, em que, ao lado do prefeito Marcio Lacerda (PSB), concorreriam a uma reeleição sem grandes dificuldades, e se envolveram em um cenário de "tudo ou nada".

Os dois grupos vão tentar se descolar da nacionalização da campanha. Em coletiva na sexta-feira, Aécio disse que é um "equívoco" tratar a campanha como prévia de 2014. Apesar de ter pressionado Lacerda a não fazer chapa de vereadores com o PT, motivo da ruptura, o tucano não esperava que os petistas abandonassem a aliança. A intenção era diminuir a força do PT.

Aécio vai viajar pouco pelo país durante a campanha

Com a reviravolta em BH, Aécio já avisou a aliados que terá de reprogramar seu segundo semestre. A intenção dele era viajar mais pelo país, uma cobrança pública do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, para se fortalecer como candidato. Agora, terá de participar mais ativamente da campanha de Lacerda.

A estratégia de campanha passará pela tentativa de vincular o PT a uma ambição pelo poder, explorando o rompimento por uma "simples" chapa de vereadores; mostrar que Dilma apoiou o prefeito por três anos e meio; e se desvincular de 2014.

- É um erro achar que eleição municipal tem influência direta na presidencial. O PT se equivoca ao nacionalizar a campanha - diz o presidente do PSDB em Minas, Marcus Pestana, que tem repetido em discursos e entrevistas que Dilma chamou Lacerda de "um dos melhores prefeitos do Brasil" e, sendo assim, o PT só teria mudado de lado porque perderia espaço na administração, sem a proporcional.

Lacerda anunciou seu secretário de Serviços Urbanos, Pier Senesi, como coordenador de campanha. Nos bastidores, Pestana, a irmã de Aécio, Andréa Neves, e o secretário de Governo do governador Antonio Anastasia (PSDB), Danilo de Castro, farão a articulação política. O publicitário Cacá Moreno, que cuida da publicidade da prefeitura, também está na equipe.

Petistas ligados a Dilma não apostavam na ruptura

O grupo mineiro ligado a Dilma também não esperava a ruptura. A avaliação era de que não seria interessante antecipar um debate que ocorrerá em 2014. Já a ala petista ligada ao ministro Fernando Pimentel acreditava que Lacerda voltasse atrás depois que o partido anunciasse a candidatura própria. Como não ocorreu, a expectativa era de intervenção do PSB nacional. Sem o recuo do PSB e irritados com o quadro, eles articularam em plano nacional, com o ex-presidente Lula, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e Dilma, o lançamento de Patrus Ananias.

O discurso será atacar a credibilidade de Lacerda com o eleitorado, mostrando que ele rompeu um acordo, além de destacar sua semelhança a gestões tucanas e apontar programas sociais que perderam força em sua gestão. Na construção desse discurso, os petistas terão dificuldade, já que participaram de três anos e meio do governo de Lacerda. O publicitário João Santana tocará a campanha de Patrus.

FONTE: O GLOBO

Temer afaga Dilma e diz que aliança com o PT em 2014 seria algo 'natural'

Vice-presidente também abre as portas do PMDB para senadora Kátia Abreu (PSD)

Tatiana Farah

Para Temer, PT e PMDB estão irmanados em defesa do governo Dilma

SÃO PAULO. Um dia depois de receber afagos políticos da presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que o PMDB deve manter a aliança com o PT para as eleições de 2014. Ontem, em evento eleitoral em São Paulo, Temer disse que a crise petista com o PSB não deverá afetar a campanha de reeleição da presidente.

- Essas coisas, vocês sabem como é. Às vezes, se modificam de um dia para outro, mas a tendência natural é exatamente essa: manter a aliança que nós fizemos dois anos atrás - disse Temer, que também falou sobre as conversas com o presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos (PE): - É nosso colaborador, uma figura muito importante no cenário político nacional e tenho certeza de que ele estará em 2014 com os partidos que se aliaram em 2010.

Temer falou sobre a reunião que teve com Dilma anteontem, quando a presidente salientou que o PMDB é seu principal aliado:

- O que a presidente Dilma fez foi retratar o que acontece hoje em Brasília. Ela reproduziu aquilo que já vem acontecendo. O PMDB vem dando um apoio muito grande ao governo. Está irmanado com o PT e com os partidos aliados na defesa do governo.

Para o vice-presidente, a cassação do ex-senador Demóstenes Torres era esperada e é seu "direito democrático" apelar à Justiça, como anunciou o o senador cassado horas depois da votação.

- Não quero comentar o mérito, mas com tudo o que aconteceu e que foi divulgado, na verdade (a cassação) era uma questão praticamente pré-solucionada.

O vice-presidente confirmou que tem conversado com a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), de quem se diz amigo, e que as portas do partido estão abertas a ela, protagonista de um embate com o presidente e fundador do PSD, o prefeito paulistano Gilberto Kassab.

Perguntado sobre a sua participação em ato eleitoral durante o horário de expediente, prática vetada pela presidente Dilma, Temer alegou que estava em São Paulo porque tinha comparecido ao velório de um amigo, no interior do estado, na parte da manhã.

- Nós vamos fazer a campanha. Acho que a presidente Dilma também. Se for o caso, ela fará. Se for o caso.

FONTE: O GLOBO

Em Recife, petista e democrata mais rejeitados

Embora liderem as intenções de voto, Humberto Costa (PT) e Mendonça Filho (DEM) também enfrentam os maiores índices de rejeição por parte do eleitor recifense. Quando a pesquisa JC/IPMN checou os sentimentos que o eleitorado nutre por cada um dos candidatos, 15% dos entrevistados admitiram ter “medo” de que o petista venha a ser eleito prefeito da capital e 14% disseram sentir o mesmo em relação ao democrata. No polo inverso, o postulante do PRTB, Esteves Jacinto, inspira “medo” em apenas 2% dos eleitores.

Segundo o cientista político Adriano Oliveira, esse percentual de rejeição registrado por Humberto e Mendonça pode dificultar o crescimento das suas candidaturas, ou até mesmo provocar sua queda ou estabilidade, favorecendo o concorrente Geraldo Julio (PSB). “Essa rejeição significativa mostra que Humberto e Mendonça são candidatos com ‘teto’, ou seja, têm um limite de crescimento”, explica.

Humberto Costa, no entanto, lidera também todos os índices de avaliação dos sentimentos positivos do eleitor levantados na pesquisa. Para 40% dos entrevistados, o petista é o “mais preparado” para ser eleito prefeito. Mendonça vem em segundo, com 23%. Para 32%, Humberto “cumprirá as promessas feitas na campanha”, quesito no qual seu adversário do DEM teve 18% das citações.

O candidato petista também conta com a “admiração” de 35% dos eleitores recifenses, contra 21% dos que preferem Mendonça Filho. Humberto também aparece como o nome que inspira “esperança para o futuro” para 35% dos entrevistados, enquanto 20% vêem essa esperança no democrata. Por último, para 36% dos participantes da amostragem, Humberto Costa é o candidato que mais “merece” ser eleito prefeito. Outros 22%, porém, avaliam que Mendonça é o maior merecedor do cargo.

“Mesmo que o eleitor admita o preparo, o merecimento e até a esperança ou confiança em um determinado candidato, isso são sentimentos pessoais dele em relação ao candidato. Mas não significa que ele pretenda, obrigatoriamente, votar nesse candidato”, observa Adriano Oliveira.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Em Recife, gestão de Elias é modelo para Daniel

Paulo Augusto

Dois dias antes de apresentar oficialmente seu programa de governo, num ato que acontecerá sábado de manhã, no Teatro Boa Vista, o candidato do PSDB à Prefeitura do Recife, Daniel Coelho, foi até Jaboatão dos Guararapes com o intuito de conhecer mais de perto o modelo de gestão administrativa aplicado naquele município, bem como o tratamento dado ao problema do lixo no município. O tucano foi recebido, ontem, pelo prefeito e candidato à reeleição no município, Elias Gomes (PSDB).

Na sala de reuniões anexa ao seu gabinete, Elias fez uma apresentação de seu “modelo de governança” ao correligionário, explicando como teria recebido a prefeitura de seu antecessor, Newton Carneiro, e o que conseguiu fazer ao longo desses três anos e meio de gestão. Um dos pontos destacados foi a ação descentralizada, dividindo o município em sete regionais – semelhante às seis regiões político-administrativas (RPAs) do Recife –, e a redução no número de secretarias – eram 21 e hoje são oito.

Com relação à questão do lixo, o prefeito explanou sobre a universalização da coleta domiciliar, a implementação do sistema de monitoramento online, bem como o destino dos resíduos sólidos, que agora são lançados em aterro sanitário e não mais no lixão da Muribeca. No Recife, a gestão do lixo foi alvo de muita polêmica e tornou-se a primeira crise do governo João da Costa (PT), ainda nos primeiros seis meses de gestão.

Segundo Daniel Coelho, a visita foi importante por que “Jaboatão entrou num ritmo de desenvolvimento que é um exemplo para nós do PSDB”. “Essas ideias vão nos ajudar não apenas a fazer a campanha, mas a desenvolver o programa de governo que vamos apresentar no próximo sábado (amanhã)”, destacou o candidato a prefeito do Recife.

Cortesia

No final da tarde de ontem, Daniel Coelho e sua vice, Débora Albuquerque (PPS), fizeram uma visita ao Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, sendo recebidos pelo superintendente Rodolfo Tourinho, pelo conselheiro Eduardo Lemos, pelo diretor de Redação, Ivanildo Sampaio, e pelo diretor Executivo da TV Jornal, Luiz Carlos Gurgel.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

TCM questiona a licitação dos ônibus do Rio

Relatório aponta irregularidades em 33 das 41 empresas participantes da concorrência e acha indícios de formação de cartel

Luiz Ernesto Magalhães

RIO - O Tribunal de Contas do Município (TCM) identificou indícios de formação de cartel e irregularidades na documentação das empresas que disputaram e venceram em 2010 a primeira licitação pública da história da cidade para operar todas as linhas de ônibus e o bilhete único em regime de consórcio. Segundo o TCM, das 41 empresas que participaram da concorrência para operar o sistema por 20 anos — renováveis por igual período—, apenas oito teriam respeitado as normas do edital de concessão. As informações constam de um relatório do conselheiro Antônio Carlos Flores de Moraes, votado em plenário na última quarta-feira.

No voto, Flores concede 30 dias para que as secretarias municipais de Fazenda e de Transporte prestem esclarecimentos sobre os problemas apontados no documento, informando que providências serão adotadas. No entendimento do conselheiro, as 33 empresas em situação irregular deveriam ter sido excluídas da licitação. Segundo ele, os técnicos do TCM constataram diversas semelhanças entre os consórcios que participaram. Os fatos, diz o relatório, servem de “indícios à formação de cartel”.

O Rio Ônibus, sindicato que reúne as empresas dos consórcios, informou que não vai se manifestar até conhecer o teor do relatório. Por meio de nota, a Secretaria municipal de Transportes afirmou que não recebeu o documento e que as regras do edital eram claras, públicas e foram cumpridas. Também acrescentou que o edital foi aprovado pelo próprio Tribunal de Contas.

Entre os pontos destacados pelos técnicos do TCM está o fato de que as empresas vencedoras do certame já operavam no sistema antes da licitação. Além disso, o endereço oficial dos quatro consórcios era o mesmo: a sede do Rio Ônibus (Rua da Assembleia, 10, 39º andar, Centro). Mais um ponto que chamou a atenção foi que os CNPJs dos quatro grupos tinham sido abertos no mesmo dia.

Outra coincidência, diz o relatório, é que os consórcios procuraram as garantias financeiras exigidas no edital na mesma instituição bancária e no mesmo dia.

Para o TCM, uma possível formação de cartel também é suscitada quando se nota que 16 das 41 empresas inscritas participavam de mais de um consórcio. De acordo com os técnicos, o edital proibia que uma mesma empresa participasse de mais de um consórcio vencedor.

Doze pessoas são sócias em mais de uma empresa

Além disso, 12 empresários aparecem como sócios em mais de uma empresa. Apenas o empresário Jacob Barata Filho, por exemplo, figura em em sete empresas (Alpha, Ideal, Transurb, Normandy, Saens Peña, Verdun e Vila Real). Outro empresário, Álvaro Rodrigues Lopes, aparece como sócio de cinco empresas (City Rio, Algarve, Rio Rotas, Translitorânea e Andorinha). Flores observou também que o edital previa uma contrapartida financeira das empresas para a prefeitura. Mas isso não aconteceu. Os contratos de concessão foram assinados sem que as empresas pagassem qualquer valor pelos quatro lotes licitados.

O relatório indica que apenas as empresas São Silvestre, Vila Isabel, Litoral Rio, Santa Maria, A. Matias, Paranapuan, Pavunense e Jabour teriam respeitado as normas legais. O documento cita ainda uma inquérito em andamento no Ministério Público do Rio sobre o processo de licitação. O MP instaurou a investigação há quase dois anos, depois que reportagens do GLOBO mostraram que sócios de empresas em dificuldade para comprovar a regularidade com o fisco fundaram outras companhias e ganharam lotes.

A licitação realizada pela prefeitura em 2010 atraiu inicialmente mais de 40 empresas e consórcios do Rio, São Paulo, França e Argentina que se habilitaram a participar da concorrência. Mas apenas duas empresas de São Paulo apresentaram propostas para participar da disputa de alguns lotes com os grupos que já atuavam no Rio. Acabaram sendo eliminadas, entre outras razões, por terem apresentado prazo maior para a implantação do bilhete único.

Os critérios adotados para reajustar as tarifas nos últimos anos também são questionados pelo TCM. O tribunal considerou que o cálculo leva em conta o número de passageiros transportados e o custo de insumos e mão de obra. Mas não as receitas extras que os consórcios aferem com a administração de 25 terminais rodoviários e a exploração de publicidade nos coletivos. Em alguns terminais, foram abertos estabelecimentos comerciais como bares e farmácias que geram recursos para as companhias.

Outros repasses na mira do tribunal

Um outro convênio entre a prefeitura e empresas de ônibus já havia sido analisado esta semana durante a apreciação das contas da gestão do prefeito Eduardo Paes de 2011. Assinado entre a Secretaria municipal de Educação e os consórcios, ele prevê verba de R$ 50 milhões para a instalação nas escolas de um sistema eletrônico de controle de frequência e transporte para os alunos. Há uma sindicância do TCM específica sobre o assunto ainda em curso.

Mas o relatório de Flores de Moraes revela a existência de mais um processo envolvendo repasses de verba do município para os consórcios: o convênio 8/2012, assinado em fevereiro deste ano, trata de valores de R$ 55 milhões para as empresas transportarem alunos da rede pública.

A prefeitura nega qualquer irregularidade. Mas, para o conselheiro, o convênio fere a Lei de Responsabilidade Fiscal por gerar despesas que terão que ser arcadas pela próxima administração. “Assim, evidencia-se, mais uma vez, um completo desrespeito ao procedimento licitatório e à Lei Orgânica do Município que preceitua em seu artigo 403 a gratuidade aos estudantes”, afirma ele num trecho do relatório.

FONTE: O GLOBO

Sociólogos saúdam indicação de FHC para o Prêmio John Kluge

Prêmio, visto como Nobel das Ciências Humanas, reconhece capacidade do ex-presidente de juntar teoria e ação política

A indicação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para o Prêmio John Kluge - que ele recebeu anteontem, em solenidade na Biblioteca do Congresso, em Washington - foi saudada, por diferentes acadêmicos, como um "resultado natural de seu trabalho teórico e sua ação política" e "mais que merecida".

 "O Kluge é uma espécie de Nobel das Ciências Humanas", resumiu o sociólogo José de Souza Martins, para quem "é justíssima e correta" a indicação do ex-presidente - que lhe valeu um cheque de US$ 1 milhão. "Um dos requisitos para tê-lo, é que o acadêmico tenha uma obra teórica original e com repercussão prática", disse Martins. FHC é primeiro nome da América Latina a recebê-lo..

Amigo de velhos temp0s do ex-presidente, o cientista político Leôncio Martins Rodrigues observa que a escolha se deve "ao talento de Fernando Henrique, que combinou o êxito como intelectual e como político". O acadêmico "pode ficar limitado a certas atividades", prosseguiu Leôncio, mas o ex-presidente foi além: "Ele introduziu a seriedade na política brasileira."

Para Aldo Fornazieri, o premiado "é um dos principais sociólogos do País" e deu grande contribuição ao criar em seus livros a teoria da dependência nos anos 60. No terreno político, lembrou, FHC desenvolveu ideias próprias. "Acho até que ele deu um mau conselho ao pedir , que esquecessem o que ele escreveu, pois a contribuição teórica é um tipo de atividade e a política é outra". Fornazieri faz uma comparação: "Lula foi um grande político e não tem nenhuma contribuição teórica. São campos diferentes. Isso não tira a importância do que ele fez".

Dicotomia. Na aceitação do prêmio, Fernando Henrique leu, em inglês, um discurso em que mesclou memórias pessoais com sua evolução acadêmica e a carreira política. Ao longo de tantas transformações do País, sua vida consistiu - afirmou - "numa dicotomia entre a ética da responsabilidade e a ética dos valores absolutos - a do sacerdote, do profeta e do professor". Nesse processo, percebeu que "a academia e a política - a razão e a emoção - não são só complementares. Ambas são essenciais."

As estruturas sociais "são básicas para explicar a sociedade, mas não suficientes para garantir a mudança", observou ao relatar seu aprendizado com figuras como Max Weber, Durkheim, Kant, Karl Manheim, Marx, Tocqueville. "Sem levar em conta a ação humana inspirada em valores, não explicamos a dinâmica do processo histórico", advertiu. E completou: "É a vontade dos indivíduos, grupos e classes, conduzidos por valores e ideologias, que cria a oportunidade para a mudança". / G. M.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

CUT mensaleira :: Roberto Freire

A economia, após todos os pacotes de estímulo do governo, continua patinando. A previsão é que o crescimento de 2012 seja ainda menor que os 2,7% de 2011.

A arrecadação federal caiu pelo quarto mês consecutivo. A produção industrial continua em queda, tendo apresentado diminuição consistente durante os últimos quatro meses.

O recente recrudescimento da luta dos trabalhadores é fruto dos prenúncios de que a crise atingiu o mundo do trabalho.

Fruto de uma política populista, a expansão do crédito para o consumo, agravou o endividamento familiar, perigosamente.

Os professores e funcionários das universidades federais, por exemplo, paralisaram suas atividades há quase dois meses.

Os servidores públicos de diversas categorias entraram em greve ou aprovaram indicativo de greve em face da negativa de negociar até mesmo perdas inflacionárias dos últimos anos pela presidente Dilma.

O governo, num ato de força e desrespeito aos trabalhadores, simplesmente mandou cortar o ponto dos grevistas.

Nesse cenário, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do Partido dos Trabalhadores (PT), ao invés de apoiar a luta dos assalariados no enfrentamento do governo-patrão, adota posturas próprias dos pelegos que combatia antigamente e pior, prestando-se hoje, a defender os mensaleiros. O presidente da entidade, numa clara afronta à democracia e ao Estado de Direito, declarou que levará seus seguidores às ruas para defender os acusados no processo do mensalão. Os trabalhadores brasileiros mereciam melhor representação. Tenho convicção de que os trabalhadores honestos do país não concordam com seusrepresentantes e não sairiam às ruas para defender réus acusadosde corrupção na mais alta Corte de Justiça do país.

Esse distanciamento da CUT dos trabalhadores que devia representar é fruto de seu aparelhamento pelo PT, como aconteceu com praticamente todos os movimentos sociais brasileiros que foram capturados ou cooptados.

O governo do PT aprovou legislação que prevê financiamento via imposto sindical das centrais, sem que esse dinheiro tenha controle do Tribunal de Contas da União (TCU). A União Nacional dos Estudantes (UNE), há algum tempo, ganhou uma bolada para construção de uma nova sede que ainda inexiste. É por isso que não se vê a entidade defendendo os estudantes na greve das federais e não se vê a CUT defendendo os servidores públicos contra o governo.

Todos eles simplesmente materializam as palavras de Dirceu, quando disse que convocaria os movimentos sociais para defendê lo nas ruas. Como são instrumentos de poder do PT, esses movimentos estão respondendo na mesma sintonia. Ao mesmo tempo, mostra a face autoritária do PT que não respeita as instituições democráticas e quer sempre fazer valer os seus objetivos no grito. O Supremo Tribunal Federal (STF) tem se portado de maneira exemplar, mostrando que há sólidas instituições no país e que julgará o caso do mensalão com a isenção necessária. As ruas não fazem parte dos autos.

O patético envolvimento da CUT é apenas o reflexo de algo mais grave e profundo, um processo de esvaziamento de representatividade dos movimentos sociais como mais um dos legados nefastos do governo lulopetista.

Deputado federal (SP), presidente do PPS

FONTE: BRASIL ECONÔMICO

PT desde criancinha:: Eliane Cantanhêde

Desde que a ministra Ideli Salvatti declarou que Dilma Rousseff não se meteria nas eleições municipais, a presidente não faz outra coisa. Com PT, PSB e PMDB disputando chapas e espaço a cotoveladas, ela entrou firmemente para preservar o equilíbrio do principal tripé de sustentação do governo.

Quando Dilma se reuniu com PT e PSB, dois de cada lado -os petistas Ideli e Paulo Bernardo e os socialistas Eduardo Campos e Cid Gomes-, as orelhas do PMDB arderam.

Mas, quando ela chamou em seguida PT e PMDB -Rui Falcão, presidente petista, e Michel Temer, o vice-presidente-, foram as orelhas do PSB que arderam. E muito.

Note-se que Dilma convocou o PT para as duas, mas não colocou juntos, lado a lado, olho no olho, o PSB e o PMDB. Isso sugere que: 1) Dilma tomou partido, literalmente, do PT; 2) o embate direto era entre PT e PSB, por conta de Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, mas Eduardo Campos desviou o alvo para o PMDB.

Campos só recuou por perceber que foi longe demais ao peitar o PT. Ao lançar candidato do PSB contra o petista Humberto Campos em Recife, irritou Lula. Ao fechar com o PSDB e empurrar o PT para a candidatura própria de Patrus Ananias em Belo Horizonte, pisou nos calos de Dilma.

Tão acusada de "não ser do ramo", ela foi rápida e eficaz. Chamou Temer numa segunda-feira para pedir ajuda em Belo Horizonte e, na terça, tudo estava resolvido: o PMDB retirou seu candidato, apoiou o petista Patrus e tornou a campanha mais equilibrada no Estado que, afinal, é o Estado natal da presidente.

O principal resultado dos movimentos e da ambição precoce de Eduardo Campos é que o PSB desceu e o PMDB subiu na avaliação de Dilma. Campos se afastou e Temer se aproximou mais dela.

Mas o mais importante de tudo isso é registrar que Dilma nunca foi tão petista quanto agora, apesar de não se meter, aí sim, no PT de São Paulo.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Notório cartório:: Dora Kramer

Muito admira a decisão da senadora Kátia Abreu de abrir dissidência assim como causa espanto o gesto do ex-deputado Roberto Brant de deixar o PSD em reação ao modo como o prefeito Gilberto Kassab conduz o partido.

Ambos consideraram "truculenta" a intervenção na seção mineira para propiciar o rompimento do compromisso firmado com a campanha à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e adesão à candidatura do petista Patrus Ananias.

Compararam o ato a ações de velhos coronéis, denunciaram desrespeito a políticos locais, reclamaram da ausência de diálogo, falaram em abuso de poder e, em carta enviada ao prefeito de São Paulo, qualificada pela autora como "desaforada", a senadora apontou "dano grave ao espírito do nosso partido".

Melífluo, Kassab preferiu o elogio ao confronto, reiterando voto de "respeito e admiração" à correligionária. Mas, se quisesse acirrar poderia perguntar a qual espírito partidário mesmo se referiu a senadora.

Tanto ela quanto Brant ou quem mais esteja insatisfeito com a condução que Kassab dá ao PSD sabiam muito bem onde estavam pisando quando se associaram a um projeto desprovido de sentido doutrinário, arquitetado com o explícito propósito de se inserir com rapidez no quadro partidário sob a égide do pragmatismo em sua feição mais extremada.

Aqui a cigana não enganou ninguém. Kassab nunca escondeu que criava uma legenda para dar continuidade à sua carreira política pós-prefeitura, já que via seu então partido, o DEM, como uma confederação de náufragos condenados ao abraço dos afogados.

A natureza do negócio sempre esteve muito clara: uma agremiação para servir de pau para toda obra, a depender dos interesses da ocasião. Um notório cartório no comando do qual Gilberto Kassab carimba alianças sob o único critério da obtenção da vantagem imediata.

Aderiu quem quis e não viu nada demais em migrar do dia para a noite da mais ferrenha oposição à profunda afeição ao governo federal.

Assinou embaixo quem não viu nada de esquisito no fato de o PSD ter se transformado em sublegenda de todos os governados de estado, à exceção de São Paulo e Rio Grande do Sul onde, no entanto, se abrigou em alianças para a eleição municipal de lógicas completamente díspares tanto em relação à afinidade com o PT no plano federal – ao ficar com o PSDB na capital paulista – quanto no tocante à origem da maioria centro-direitista dos sócios fundadores – ao se unir ao PCdoB gaúcho.

Não por outro motivo a não ser a ausência de balizas, o novo partido conseguiu rapidamente formar uma bancada tão robusta na Câmara que levou a Justiça a ignorar a legislação vigente e adotar uma "interpretação realista" para a concessão ao PSD de tempo de propaganda gratuita e acesso ao dinheiro do fundo partidário.

Embarcaram todos na norma pragmática de Kassab, celebrado como o mais novo gênio da raça da política nacional.

Uma vez atropelados os princípios e a prática sendo aceita como expressão de competência, reclamar agora do quê?

Queixaram-se os revoltosos de que em um ano e meio a executiva nacional não se reuniu uma única vez, que as decisões são tomadas de forma autocrática por Kassab, que não há democracia interna nem vida partidária.

Ora, uma legenda fundada nas bases em que se criou o PSD, sem a menor preocupação com o aperfeiçoamento dos costumes da nossa desgastada política, ao contrário, aprofundando todas as deformações existentes, não obedeceria mesmo aos preceitos de "lealdade e respeito" que foram infringidas no dizer da senadora Kátia Abreu.

Gilberto Kassab não cometeu infração alguma no tocante ao que se propôs. Não incorreu em desvio de rumo nem deveria surpreender ninguém. Muito menos os que viram no projeto dele uma janela de oportunidade.

Ademais, com todo respeito que merece a combatividade da senadora, considerar Gilberto Kassab "um rapaz moderno de São Paulo", francamente, não faz jus à perspicácia que sempre exibiu no exercício do mandato.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Os sem-voto:: Merval Pereira

O caso do suplente do ex-senador Demóstenes Torres, que já chega ao Senado tendo que explicar seu relacionamento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a ocultação de empresas em sua declaração de bens ao TSE, traz novamente à discussão um dos graves problemas da política brasileira.

Em qualquer reforma política que se faça, a definição do suplente de senador tem lugar destacado, pois, de um tempo para cá, ficou cada vez mais comum os suplentes assumirem o cargo, tendo havido ocasião, na legislatura anterior, em que nada menos que 1/3 das 81 vagas foi ocupado no mesmo momento por suplentes que não receberam um único voto dos eleitores.

Neste momento, com a chegada do empresário goiano Wilder de Morais, do DEM, a bancada atual do Senado contará com nada menos que 16 suplentes no exercício do mandato.

Cinco substituem senadores que viraram ministros de Dilma (como Edison Lobão, Gleisi Hoffmann, Garibaldi Alves, Crivella) e secretário estadual, caso de João Alberto, no Maranhão.

Outros sete em substituição aos que renunciaram, como Joaquim Roriz, para não ser cassado; e os outros seis para assumir governos estaduais e TCE, no caso de Marisa Serrano, no Mato Grosso do Sul.

Dois substituem senadores que morreram: Itamar Franco e Eliseu Resende, e outros dois, os que perderam mandato: Expedito Júnior (cassado pela Justiça Eleitoral em 2007) e Demóstenes Torres ontem.

Nos próximos dias, Valdir Raupp, presidente do PMDB, vai se afastar por quatro meses para cuidar da campanha, e aí teremos 17 senadores sem voto no exercício da senatoria.

Há casos de todos os tipos. Desde empresários que financiam as campanhas em troca de alguns momentos de glória até os que colocam parentes na suplência.

Bom exemplo de empresário que vira político sem receber um voto é Wellington Salgado, que reapareceu para o grande público justamente na cassação de Demóstenes Torres. Usando a prerrogativa de ter sido senador, circulava nos bastidores do Senado pedindo votos contra a cassação.

Ele faz parte da família que é proprietária da rede de ensino superior Universo (Universidade Salgado de Oliveira), que começou em São Gonçalo, no Estado do Rio, e hoje está instalada em 11 cidades do país e financiou a campanha de Hélio Costa, exercendo o mandato enquanto Costa era ministro das Comunicações no governo Lula.

Na parte familiar, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga, tem como primeira suplente sua mulher, Sandra Backsmann Braga. Na atual legislatura, Edison Lobão Filho, do PMDB do Maranhão, está senador, enquanto o pai, Edison Lobão, está ministro de Minas e Energia, e Ivo Cassol, do PR de Rondônia, tem o pai, Reditário Cassol, de suplente.

Há também diversos exemplos de acordos políticos, sendo o mais polêmico o que envolveu o ex-senador Saturnino Braga e o ex- ministro do Trabalho Carlos Lupi.

Os dois combinaram dividir o mandato, mas Saturnino, tendo saído do PDT, decidiu continuar seu mandato pelo PT, sentindo-se liberado do acordo.

Outra questão mal resolvida na prática política brasileira é a da declaração de bens dos candidatos. A maioria prefere parecer aos olhos do eleitorado como pessoa sem grandes posses, e os gastos de campanha também são escamoteados, enquanto nos Estados Unidos o peso do dinheiro é tão grande na campanha eleitoral que uma das maneiras de revelar a força de uma candidatura é anunciar quanto arrecadou em doações.

Paradoxalmente, candidatos endinheirados podem ser afastados da disputa por falta de votos, como aconteceu em 2008, do lado democrata, com o advogado John Edwards, e, do lado republicano, com o ex-governador Mitt Romney, que colocou nada menos do que US$ 35 milhões do próprio bolso na campanha frustrada.

Hoje, Romney é o candidato republicano à sucessão de Obama e está conseguindo uma arrecadação de campanha maior do que a do presidente no cargo, o que é um dos indicadores da força de sua candidatura junto ao eleitorado republicano.

No Rio, temos o caso emblemático do ex-prefeito Cesar Maia, que se apresentou como candidato a vereador declarando não ter qualquer bem. A explicação oficial é que distribuiu seus bens entre a família ao fazer 65 anos.

O suplente de Demóstenes é um dos empresários mais ricos de Goiás e foi o segundo maior doador da sua campanha em 2010, mas omitiu boa parte de seus bens na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Foi colocado na chapa por interferência do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que também o colocou na Secretaria de Infraestrutura do governador de Goiás, Marconi Perillo, fatos hoje comprovados devido à gravação de uma conversa telefônica entre os dois feita pela Polícia Federal, em que o empresário Wilder Morais agradece a Cachoeira tê-lo colocado na política.

A conversa tem como pano de fundo um desentendimento entre os dois devido ao envolvimento da então mulher do empresário, Andressa, com o bicheiro. Os dois hoje estão juntos, e Wilder virou senador.

Um dos pontos de maior apelo popular nas propostas de reforma política é a definição de suplente de senador, devido ao verdadeiro escândalo que foi, na última legislatura, quase 1/3 do Senado ter sido ocupado por suplentes sem votos.

O suplente substitui o titular em caso de afastamento temporário para ocupar outro cargo ou de licença superior a 120 dias, e sucede a ele nos casos em que se afasta definitivamente.

Há propostas que estabelecem que o suplente substitui o titular, mas não sucede a ele, ou seja, só assumiria o cargo em caso de afastamento temporário do titular, não assumindo na ocorrência de afastamento definitivo.

Nesse caso, haveria novas eleições, exceto faltando menos de 60 dias para a eleição regular, quando o suplente assumiria a cadeira até o fim do mandato.

Há também proposta que estabelece que o suplente de senador será o deputado federal mais votado do mesmo partido, e outra ainda que determina que o candidato a senador derrotado com maior votação será o suplente.

Mas o assunto voltou para as gavetas da burocracia do Congresso, e não há previsão de ser retomado.

FONTE: O GLOBO