terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Desafetos de Dilma cotados no Congresso

A partir de fevereiro, o Congresso Nacional deve ficar sob o controle dos peemedebistas Renan Calheiros (Senado) e Henrique Eduardo Alves (Câmara dos Deputados)

BRASÍLIA - Se prevalecer a escrita, a partir de fevereiro a presidente Dilma Rousseff terá que se submeter a um Congresso que estará sob o comando de dois peemedebistas com os quais ela não teve as melhores relações até há pouco tempo: o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que pretende fazer um acerto de contas com o passado e retornar à presidência do Senado depois de renunciar em 2007, no auge do chamado "renangate", e o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que faz uma corrida de obstáculos para amarrar o apoio da maioria dos partidos e evitar um segundo turno buscado pelo azarão Júlio Delgado (PSB-MG).

A escolha dos sucessores de José Sarney (PMDB-AP) e Marco Maia (PT-RS) acontece no início de fevereiro, na volta do recesso parlamentar. Mas, enquanto Henrique e Júlio Delgado batem ponto em jantares e festas de fim de ano, Renan está discreto e só deverá oficializar a candidatura no último momento. Ele quer evitar que todas as denúncias de corrupção que motivaram sua renúncia e quase cassação do mandato em duas votações, em 2007, sejam retiradas da gaveta e voltem a esquentar o noticiário.

Depois desse escândalo, Renan ficou um tempo no ostracismo, mas foi voltando aos poucos ao comando da cena política. Ele foi acusado de receber ajuda financeira de lobistas ligados a construtoras, que teriam pago despesas pessoais, como o aluguel de um apartamento e a pensão alimentícia de uma filha com a jornalista Mônica Veloso.

No entanto, com a eleição de Sarney para a presidência da Casa, Renan se rearticulou com seu apoio e o do líder do PTB, Gim Argello (DF), e saiu das sombras. Voltou a ter o comando do PMDB e protagonizou algumas trombadas com a presidente Dilma, que tentou isolá-lo, tirando Romero Jucá (PMDB-RR) da liderança do governo e botando em seu lugar Eduardo Braga (PMDB-AM).

Mas como é quem comanda, de fato, a bancada do PMDB e de partidos da base no Senado, Renan continuou fortalecido, principalmente depois da criação da CPI de Cachoeira, quando o governo precisou do seu partido. Ele se considera, portanto, pronto para voltar ao comando do Senado, e com apoio dos governistas.

A oposição articula o lançamento de um nome da base para bater chapa com Renan. O nome mais cotado é o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que viajou para a Rússia com Dilma, no início de dezembro, o que gerou especulações na seara governista. "Renan já conversou com Sarney e com alguns amigos sobre a candidatura. Mas só vai oficializar na véspera da eleição. Ele tem o sentimento de que foi arrancado injustamente da presidência do Senado em 2007. Por isso quer o cargo de volta", conta um dos senadores peemedebistas próximos a Renan.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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