terça-feira, 13 de novembro de 2012

Prefeitos em Brasília para pressionar Dilma

Encontro convocado pela Confederação Nacional dos Município espera reunir três mil prefeitos hoje na Capital Federal, para protestar contra a queda no repasse do FPM

BRASÍLIA - Cerca de 3 mil dos 5.565 prefeitos do País se encontrarão hoje, em Brasília, numa mobilização para chamar a atenção da presidente Dilma Rousseff para a crise financeira dos municípios. De acordo com os prefeitos, a crise foi provocada pela queda de arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), motivada pela isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a indústria automobilística e de linha-branca.Os prefeitos querem um bônus compensatório para as perdas - como fez o governo Lula em 2008 -, além da sanção presidencial do projeto, já aprovado pela Câmara, que redistribui, de forma mais igualitária, os royalties da exploração do petróleo. Atingidos pela pior seca nos últimos 50 anos, os municípios localizados no semiárido também vão pregar a adoção de medidas emergenciais para o enfrentamento da estiagem.

O encontro foi convocado pela Confederação Nacional dos Município (CMN) e a pauta de reivindicações foi entregue em outubro à ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que fixou o dia 13 de novembro como prazo para dar uma resposta aos prefeitos.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, disse que espera uma compensação do governo que evite o enquadramento dos gestores na Lei de Responsabilidade Fiscal. "O que queremos é que o governo restitua os repasses aos municípios o que fez da renúncia fiscal do IPI e da Cide, além de pagar os restos das obras em andamento", afirmou.

Antes mesmo da manifestação dos prefeitos, senadores aliados da presidente Dilma fizeram apelos ontem para que o governo apresente medidas de socorro financeiro às prefeituras. Com o discurso de que mais de dois mil prefeitos podem levar o carimbo de fichas-sujas se não fecharem as contas antes de deixarem os mandatos em dezembro, os parlamentares pedem que o Palácio do Planalto anuncie medidas de compensação aos municípios.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator do Orçamento de 2013, disse que os municípios estão sobrecarregados e precisam ser compensados pela desoneração do IPI. "Na hora que o governo faz desoneração, 50% é bancada por Estados e municípios que já contavam com esses recursos em seus orçamentos, ficando em deficit e não cumprindo a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal)", disse o senador.

Pela lei, os prefeitos que não fecharem as contas até o final do mandato, ou que deixarem dívidas para seus sucessores, são enquadrados pela LFR - com penalidades que vão de multa à reclusão. Consequentemente, também recebem o rótulo de fichas-sujas.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que vai apresentar projeto para que os prefeitos em final de mandato não sejam enquadrados na Lei da Ficha Limpa se os débitos forem provocados pela União. Ela afirma que, no Rio Grande do Sul, 395 prefeitos vão virar fichas-sujas e deixar débitos para os seus sucessores.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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