segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Serra crítica Dilma na véspera de ato por Haddad


Presidente participa hoje de comício; tucano diz que ela usou o governo para ajudar a candidatura petista

O candidato tucano à Prefeitura, José Serra, afirmou que a presidente Dilma Rousseff "usou o governo" para beneficiar o candidato petista na véspera da presidente desembarcar em São Paulo para participar de comício de Fernando Haddad, candidato do PT. Serra referia-se à escolha de Marta Suplicy para ministra da Cultura logo depois de ela ter anunciado apoio ao petista.

"Nós não usamos governo para fazer aliança em eleição como o que foi feito em SP", disse Serra, que estava acompanhado do governador Geraldo Alckmin (SP). Haddad insiste nas críticas à proposta sobre tarifa de ônibus do líder das pesquisas, Celso Russomanno, que não fez campanha pública ontem em razão do nascimento de sua filha.

Em comício, Serra diz que Dilma "usa governo como propriedade privada"

Candidato tucano investe contra a presidente na véspera de sua participação em evento da campanha de Haddad em SP

Felipe Frazão e Julia Duailibi

Na véspera do desembarque da presidente Dilma Rousseff em São Paulo para participar de um comício de Fernando Haddad (PT), o candidato tucano à Prefeitura, José Serra, afirmou no domingo, 30, que ela "usou o governo" para beneficiar o candidato petista. Chegou a citar o filme O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, para atacar o fato de Haddad ser apadrinhado pela presidente e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Aqui não tem ninguém apadrinhado. O último filme que eu vi com esse título é do começo dos anos 1970, O Poderoso Chefão ("The Godfather", que significa o padrinho, em tradução literal). Não precisamos de padrinho", disse Serra durante discurso na Vila Matilde, zona leste. Ele estava acompanhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), cuja imagem é bastante usada na campanha.

Referindo-se a uma frase dita em 12 de setembro - "Dilma vem meter o bico em São Paulo" -, o tucano afirmou: "Quando eu disse que a presidente da República errou, não disse que errou porque deu palpite na eleição aqui. Ela não é de São Paulo, conhece pouco São Paulo."

No discurso, Serra também bateu no fato de a senadora Marta Suplicy (PT) ter sido nomeada para o Ministério da Cultura, antes ocupado por Ana de Hollanda, após começar a apoiar a candidatura de Haddad. "Demitir uma ministra e nomear outra ministra só para ter o apoio interno dentro do PT para um candidato a prefeito é usar governo como se fosse propriedade privada."

Dilma sobe nesta segunda-feira, 1, no palanque de Haddad às 19h na zona leste. Lula também participa do comício.

Coube ao ex-governador Alberto Goldman (PSDB) vincular Haddad - a quem chamou de rapaz "novo e engomadinho" - ao caso do mensalão, afirmando que o STF já decidiu que houve desvio de dinheiro público e que os beneficiários fazem parte da base do governo federal. "Pessoas ligadas ao atual candidato do PT", disse. "Essa semana o STF vai decidir quem foram aqueles que organizaram essa quadrilha."

O candidato petista, por sua vez, direciona suas críticas ao líder nas pesquisas, Celso Russomanno (PRB), que no domingo não teve agenda pública - na sexta-feira nasceu sua filha Katherine. Após carreata na zona leste, Haddad relacionou a proposta do adversário de criar tarifa de ônibus proporcional à distância percorrida a aumento do "desemprego na periferia". "Nenhum empregador que mora perto vai contratar alguém que mora longe. Ele vai aumentar os custos da empresa dele desnecessariamente", disse o petista, que também criticou o uso da religião na campanha.

Os tema esteve presente também no comício tucano. O vereador Gilson Barreto (PSDB) disse que Deus não vai referendar para administrar a cidade "um pastor chamado Edir (Macedo), que se intitula dono de um candidato fraco". A cúpula do PRB é formada por integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por Edir Macedo.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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