quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sérgio Guerra diz que mensalão não é bandeira de campanha do PSDB

Para presidente do partido, caso se tornou marca indelével do PT

Paulo Celso Pereira

BRASÍLIA - O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), negou ontem que o partido tenha usado o mensalão como algo estratégico nesta eleição municipal, mas afirmou que ele tornou-se uma marca indelével do PT. Para o tucano, que convocou uma entrevista coletiva para analisar o resultado do primeiro turno e falar da estratégia do segundo, sempre que alguém lembrar do tema mensalão, os petistas perderão votos. Mas pesquisas internas do PSDB estariam indicando que o tema mensalão não rende votos para os candidatos tucanos.

- Há a afirmação de que o PSDB quer que o mensalão interfira na política. Não é o nosso objetivo. A marca do PSDB não é o mensalão, alguém pode dizer que é o Plano Real, o ajuste fiscal e até a privatização. Mas muita gente pode dizer que a marca do PT é o mensalão - disse Guerra. - O mensalão atingiu muito o ânimo do PT, se não de forma explícita, de forma real. Não vi um PT ativo nesta campanha, militantes na rua. O PT estava cabisbaixo. Há uma coisa que não depende de nós e que já é da história, já há uma decisão do Judiciário.

Mas os ataques do tucano não se restringiram ao PT. Sérgio Guerra aproveitou também para criticar a presidente Dilma Rousseff, que liberou seus ministros a viajarem pelo país apoiando os candidatos do PT.

- A presidente Dilma faz um discurso em uma direção e a prática é outra. Ela dá licença aos ministros dela para se colocarem como cabos eleitorais sem votos. Estamos enfrentado um ambiente de pouca luz democrática, não apenas do PT, mas da presidente e do governo - atacou.

A direção nacional do PSDB tem críticas também ao rumo da campanha do principal candidato do partido neste segundo turno, o ex-governador José Serra. Sérgio Guerra alfinetou o uso do kit-gay como tema de campanha.

- Em São Paulo, a campanha resvala para elementos que não são os mais relevantes. Se vai ter ou não kit-gay, se foi mamãe que fez ou vovó que assinou. Não é esse o problema. Se o Serra tiver que ser prefeito de São Paulo, ele será porque é o melhor candidato.

Logo no início da entrevista, Guerra brincou com o secretário-geral Rodrigo de Castro (MG) sobre o assunto:

- A gente tomou uma decisão; esse negócio de igreja, a gente não discute. Rodrigo não tem preconceito nenhum, né?! No estado dele, Minas Gerais, ninguém presta atenção a isso.

Ligado a Aécio Neves, principal rival de Serra na legenda, Rodrigo respondeu:

- De jeito nenhum. A gente convive muito bem com as diferenças.

Fonte: o Globo

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