quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Massa de inserções divide palco eleitoral entre Serra e Haddad

Nelson de Sá

SÃO PAULO - O programa eleitoral para prefeito só começa hoje, mas, repetem os marqueteiros, as inserções lançadas ontem importam mais. São elas que atingem o eleitor de guarda baixa, no intervalo da novela. O primeiro dia em São Paulo confirmou o impacto do tempo maior de Fernando Haddad e José Serra.

Foram duas mensagens definidas, para Haddad. Numa das inserções, ele deu lugar a Lula. Sorridente, saudável, o ex-presidente acrescentou a presidente Dilma Rousseff à equação eleitoral petista. Na segunda, sozinho, Haddad se apresentou como firme, "ousado", o novo.

Serra atirou para todo lado. Seu bordão ressalta "ideias novas", contra Haddad. Mas ele se apresenta como "o governador da expansão do metrô", contra as críticas sobre transporte público. Como o prefeito que fez "24 CEUs", programa associado a Marta Suplicy. Como "o senador do Plano Real", programa associado a FHC, que segue desaparecido.

Outros Serras se apresentaram, inclusive um mais popularesco, com marionetes e jingle. Em todas as inserções, agressividade nenhuma.

Nada também do prefeito Gilberto Kassab. O ex-prefeito abre sua campanha refrescando a memória de eleições passadas e buscando conter a rejeição crescente.

Serra estreou na defensiva, Celso Russomanno fez o oposto. O candidato do bispo Edir Macedo apostou na reprodução do Ibope que indicou sua virtual liderança.

Arriscou ação irregular, talvez consciente de que as primeiras duas semanas de propaganda são decisivas.

Desfilou por sua única inserção como vitorioso, cumprimentando eleitores pelas ruas, com uma única mensagem, "o povo de São Paulo já decidiu". Nas imagens, lembrou Fernando Collor de Mello, em 1989.

Correndo por fora, Chalita apelou a Geraldo Alckmin, contra Serra, e à experiência em educação, contra Haddad. Defendeu "São Paulo em primeiro lugar", contra a polarização entre PSDB e PT. Mas, até pela massa de inserções de ambos, o tucano e o petista já dividiram o palco.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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