sábado, 25 de agosto de 2012

Governo ameaça grevista com reajuste só em 2014

Segundo Sérgio Mendonça, categorias têm até amanhã para aceitar proposta e serem incluídas Orçamento

Vivian Oswald, Cristiane Bonfanti e Isabel Braga

BRASÍLIA Depois de 186 reuniões que já duram cerca de 372 horas, desde o início de março, o embate entre governo e servidores federais em greve permanece, já que 28 categorias com cerca de 294 mil servidores resistem a um acordo com o governo, mas ontem, em entrevista ao GLOBO, o secretário de Relações Trabalhistas do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, deu um recado claro: as categorias que não fecharem o acordo até amanhã ficarão sem reajuste até 2014, já que o governo tem prazo até 31 de agosto para enviar a proposta do Orçamento de 2013 ao Congresso.

- Até o momento, conseguimos fechar acordo com categorias que representam mais de 40% dos servidores ativos na área de educação. Cada categoria tem o direito de avaliação, mas, se não for possível fechar um acordo, a negociação vai ser transferida para 2013, ficará para o futuro - disse.

O governo se mantém firme na proposta de 15,8% de reajuste, parcelados em três anos.

- A oferta já foi feita e não há chance de expansão. O prazo para o fim das negociações é domingo. Até segunda vamos pegar os retornos das entidades - disse Mendonça.

Ontem, o governo assinou acordo com a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), depois de ter fechado com os professores das universidades federais, que aceitaram reajuste diferenciado, de 25% a 40%.

Mas os sindicatos que representam outras categorias mantêm a mobilização e prometem encher a Esplanada dos Ministérios e intensificar as manifestações nos próximos dias.

A União das Carreiras de Estado (UCE), que reúne 22 categorias, informou que, após ouvir os sindicatos nos estados, decidiu rejeitar a proposta do governo. A UCE reúne as carreiras consideradas da elite do funcionalismo: analistas de comércio exterior, delegados da Polícia Federal, auditores fiscais da Receita e servidores do Ipea, entre outras.

Pedro Delarue, coordenador da UCE, disse que é importante que o governo não trabalhe com o dia 31 de agosto como data limite para terminar o movimento dos servidores. Delarue informou que os auditores já têm assembleia marcada para o dia 4 de setembro e previsão de paralisação nos dias 11, 12 e 13 de setembro, se as negociações fracassarem:

- Vamos levar o movimento enquanto tivermos força.

Nas assembleias da base do Sindifisco (sindicado dos auditores fiscais) nos estados, 98,6% dos presentes votaram contra a proposta do governo. Os servidores prometem continuar os protestos mesmo depois de 31 de agosto. Eles alegam que o projeto de lei pode ser modificado por meio de emendas parlamentares e querem reajuste de 30,18%.

FONTE: O GLOBO

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