terça-feira, 17 de julho de 2012

DEM descarta aderir ao PMDB, que pensa em fusão

Democratas precisam vencer eleição em pelo menos três capitais para garantir sobrevivência

Marcio Allemand

RIO - Em meio a uma onda de boatos de fusão do PMDB com outras legendas, a assessoria do DEM desmentiu na noite desta segunda-feira que estaria negociando uma provável junção com o partido do vice-presidente da República, Michel Temer. O Democratas, que desde a criação do PSD vive uma situação delicada com debandada de boa parte de seu quadro de políticos para o partido de Gilberto Kassab, e sem nenhuma prefeitura nas capitais brasileiras, tem consciência de que as próximas eleições municipais são primordiais para garantia de sobrevivência da sigla, mas afirma que nunca cogitou se unir aos peemedebistas.

- Nunca discutimos este assunto com a Executiva. Somos um partido vitorioso, de oposição e nosso projeto de governo não concorda com o PT e nem com qualquer partido que esteja com ele. Portanto, com o PMDB é que não há a menor hipótese mesmo - afirmou o vice-presidente nacional do DEM, senador José Carlos Aleluia.

Já o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, não descarta a fusão com o DEM:

- Apesar de os democratas resistirem a uma adesão com os peemedebistas, nós não descartamos adesão com partido nenhum, nem mesmo com o DEM.

Raupp afirmou ainda que as conversas sobre fusões, que começaram no final do ano passado, só se intensificaram nos últimos meses e que as negociações devem se concretizar após as eleições municipais. O senador, porém, não quis revelar com quais partidos tem negociado.

- Estamos em contato com quatro ou cinco partidos e nós, do PMDB, acreditamos que a tendência, daqui para frente, é de os partidos se fundirem, por isso iniciamos este movimento. Hoje, o Brasil tem 30 legendas e só Deus sabe como é complicado fazer alianças com tantos partidos assim - diz o senador, que também é relator da PEC do fim das coligações proporcionais.

De acordo com a assessoria do DEM, uma provável fusão com qualquer partido, e não apenas com o PMDB, desencadearia uma situação muito difícil para algumas lideranças da sigla, como Ronaldo Caiado, em Goiás, e Rodrigo Maia, no Rio de Janeiro, já que ambos poderiam até mesmo morrer politicamente.

DEM precisa vencer em pelo menos três capitais

O senador José Carlos Aleluia afirma que a perspectiva dos democaratas é de crescimento. Atualmente o partido não tem nenhuma prefeitura de capital, por isso tamanho investimento nas eleições municipais. A meta é abocanhar pelo menos três prefeituras em algumas das principais capitais do país para garantir a sobrevivência do partido.

- Em Fortaleza, Salvador e Sergipe, temos boas chances de vencer as eleições. No Rio de Janeiro e em Recife a disputa deve ser mais acirrada, mas o partido não perde o otimismo. O DEM está investindo tudo na eleição municipal e sairemos dela maiores do que quando entramos.

No PMDB a realidade é diferente e bem mais coinfortável. O partido é o que mais tem candidatos entre todas as siglas: vai disputar a prefeitura em 2.292 cidades, além das coligações em outras 1.826 para vice, totalizando 4.118 municípios, além de 41.541 candidatos a vereador em todo o Brasil. O PT vem em segundo, com 1.787 candidatos majoritários e 1640 coligações, totalizando 3.427 municípios em campanha este ano. Em terceiro vem o PSDB, com 28.556 candidatos; e em quarto vem o PSD, partido para o qual o DEM perdeu vários de seus parlamentares, e que vai disputar eleições majoritárias em 1.044 municípios.

FONTE: O GLOBO

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