quarta-feira, 25 de julho de 2012

Candidatos no Rio unem-se contra Paes

Guilherme Serodio

RIO - Marcado pela única ausência do prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, o primeiro debate entre os candidatos à prefeitura do Rio contou com um clima amistoso.

Em pouco mais de uma hora, os seis candidatos concentraram a artilharia sobre a atual gestão e o prefeito Paes, tachado de candidato dos ricos e dos empresários.

"Nosso candidato riquinho não gosta de debater com os catadores, prefere o ar condicionado do gabinete para debater com os empresários", afirmou o candidato Rodrigo Maia do DEM diante de uma plateia composta majoritariamente por catadores de lixo. Filho de Cesar Maia, ex-prefeito da cidade por três mandatos, Rodrigo era o candidato mais conhecido do público.

Antes de falar, Marcelo Freixo (Psol) foi confundido pelos eleitores com Fernando Siqueira, do pequeno PPL. Ainda assim, foi o único a ser aplaudido várias vezes pela plateia.

O candidato do PSOL usou outra arma. Destacou a proximidade da prefeitura com a Delta e a Locanty, envolvidas em escândalos de suborno e que, segundo ele, ainda alugam carros à empresa municipal de coleta de lixo, a Comlurb. "Ou você governa para a indústria do lixo ou pensando nos catadores. Tem que dizer de que lado está", afirmou.

O acordo de não agressão parecia selado entre os dois principais opositores de Paes. Sentados lado a lado, Freixo e Maia não pareciam disputar eventual vaga no 2º turno. Trocaram comentários e sorrisos entre si e com Aspásia Camargo (PV), cujo apoio havia sido disputado por ambos.

"Ele não veio hoje e não vai vir nunca", lamentou Aspásia sobre a ausência de Paes, que não pôde cancelar compromissos, segundo sua assessoria. Com 54% de intenção de voto, Paes venceria a disputa no primeiro turno, segundo pesquisa Datafolha divulgada no último sábado. Para Aspásia, o prefeito sabe que é o alvo preferencial dos opositores.

Com 10% das intenções de votos, a segunda posição é considera "excelente" por Freixo. Para ele, o resultado demonstra que sua campanha ainda tem grande potencial para crescer. "Só 50% dos eleitores nos conhecem e apenas 14% nos conhecem bem. E nós temos o menor índice de rejeição entre os candidatos", disse.

Melhor situado entre eleitores de nível superior, Freixo vai buscar o eleitorado mais pobre, concentrado na Zona Oeste e nas favelas. No novo terreno ele encontrará o 3º colocado, Rodrigo Maia (6%). Mais popular nessa faixa de renda, Maia não pretende mudar a estratégia. "Vamos priorizar quem mais precisa", disse.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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