quarta-feira, 4 de julho de 2012

Adversários de Paes firmam pacto de não agressão

Levar a eleição para o segundo turno é o maior desafio da oposição no Rio. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) tem aprovação de 68%, segundo o Ibope de dezembro, e conta com 19 partidos em sua base. Os 16 minutos de propaganda eleitoral na TV que o candidato à reeleição terá supera a soma do tempo dos outros quatro candidatos.

O fato de a oposição não ter conseguido formar coalizões fortes ajuda, na avaliação do deputado federal Otávio Leite, candidato do PSDB, a chance de um deles chegar ao segundo turno. "Como são de diferentes partidos, a pulverização aumenta e, com isso, a chance de chegarmos lá", afirma.

Os candidatos de oposição não confirmam, mas nos bastidores circulam informações de um pacto de não agressão mútua. A estratégia comum é atacar as fragilidades da administração Paes.

Transporte e saúde já foram definidos por três candidatos como os principais temas da campanha.

"É importante que o Rio tenha segundo turno e debata o que as pessoas querem da cidade, da saúde, do transporte, da segurança e da cultura", diz Marcelo Freixo (PSOL). Aspásia Camargo (PV) vai centrar sua campanha em saneamento, habitação, educação e transporte. Já Otávio Leite falará de saúde, trânsito e transporte.

O deputado federal Rodrigo (DEM), assim como o pai, o ex-prefeito Cesar Maia, usa pesquisas e, segundo diz, o contato com a população para montar sua estratégia de campanha. "Estou percorrendo a cidade inteira e tendo reuniões em todas as áreas", disse Maia, para quem o prefeito tem atualmente 35% de avaliação positiva, segundo seus levantamentos. "Isso é pouco para quem está no auge do governo", diz.

Para o cientista político Ricardo Ismael, a resistência de segmentos de partidos aliados a Paes, como PT e PDT, pode atrapalhar o plano do prefeito de vencer no primeiro turno: "Existem setores do PT muito insatisfeitos com essa aliança. É prematuro dizer como vão se comportar esses eleitores à esquerda."

Além disso, diz Ismael, o governo Paes tem pouca abertura à participação social. "Essa administração mais fechada pode ser criticada pela oposição", diz.

A participação popular nas decisões da administração é uma das principais bandeiras de Freixo, que tem dito que a cidade é governada pelo interesse privado. Seu discurso tenta ainda aproximar Paes da construtora Delta, que manchou a imagem do governo Sérgio Cabral. O PSOL já conquistou o apoio de dissidentes do PDT e conta com a simpatia de parte do PT. Freixo descarta, porém, uma eventual aliança no segundo turno com os Maia ou os Garotinho.

Freixo conta ainda com apoio de tucanos. É o caso da vereadora Andrea Gouvêa Vieira. Insatisfeita com a candidatura de Otávio Leite, licenciou-se do PSDB pra fazer campanha para o candidato do PSOL, a quem atribui maior chance de levar a disputa para o segundo turno.

"Não concorri porque não houve prévia", diz Andrea. (GS e PdM)

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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