terça-feira, 26 de junho de 2012

PMDB fecha aliança com PSB em Recife, isolando ainda mais o PT

Em Brasília, direção petista reafirma que Humberto Costa será candidato

Letícia Lins

BRASÍLIA E RECIFE . O PSB do governador Eduardo Campos e o PMDB do senador Jarbas Vasconcelos vão mesmo marchar juntos na eleição municipal do Recife, enfraquecendo ainda mais o PT, que rachou desde as prévias do partido e perdeu o maior aliado que tinha na Frente Popular, o PSB. Ontem, o diretório regional do PMDB divulgou nota informando que decidiu apoiar o ex-secretário de Desenvolvimento de Pernambuco Geraldo Júlio de Melo.

Com isso, o partido retirou a pré-candidatura do deputado Raul Henry (PMDB-PE), que aparecia como nome preferencial da sigla para disputar a sucessão municipal. A decisão do PMDB foi tomada depois de várias reuniões no final de semana. O senador Jarbas Vasconcelos, que faz oposição ao governo federal, vinha se aproximando de Eduardo Campos, aliado do PT nacional, desde dezembro do ano passado. Sem o PT, a reaproximação - eles foram aliados no passado - ficou mais fácil.

Enquanto PMDB e PSB se aproximavam ontem em Recife, o Diretório Nacional do PT, em Brasília, referendava o nome do senador Humberto Costa como candidato do partido à prefeitura.

Os dirigentes da legenda rejeitaram por 49 votos contra 19 o recurso do atual prefeito da cidade, João da Costa, que tentava ser candidato à reeleição. Com aval de Lula, a ala majoritária do partido havia decidido no fim de maio anular a prévia da qual João da Costa saiu vencedor e impor o nome de Humberto Costa.

Sem possibilidade de novos recursos no partido, o prefeito deixou Brasília afirmando que se sentaria com seus aliados para definir se vai entrar com um processo judicial para validar as prévias do mês passado. A medida é a última alternativa de João da Costa para tentar ser candidato.

O prefeito, no entanto, negou que vá sair do partido ou que vá apoiar outra candidatura, mas deixou claro que não deve envolver-se na campanha de Humberto Costa.

A reunião do Diretório Nacional acabou também tornando-se um palanque para críticas ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e à condução que ele tem dado às alianças de seu partido com os petistas. Assim que se concluiu a votação do recurso de João da Costa, o presidente do PT, Rui Falcão, deixou a reunião e fez uma série de críticas à forma como o PSB discutiu as alianças em Recife e Fortaleza.

Nas duas capitais, o PSB havia firmado um pré-acordo de apoio ao PT, mas acabou lançando candidato próprio após os petistas definirem nomes que desagradaram aos socialistas. Indagado se era preocupante o isolamento de Humberto Costa em Recife, Falcão atacou:

- Claro que nos preocupa. Nós preferíamos outra alternativa, mas o governador adotou uma postura contraditória com o que vinha ocorrendo até então em Pernambuco. Fiquei surpreso, porque parecia que havia outra intenção. Nós temos alianças com o PSB em outros lugares, e depois das eleições municipais vamos ver como vai ser o caminho para 2014 - reclamou Falcão.

FONTE: O GLOBO

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