segunda-feira, 18 de junho de 2012

Indefinição do TSE sobre PSD tumultua chapa de Serra

Raphael Di Cunto

SÃO PAULO - A sete dias da convenção partidária para homologar o nome do ex-governador José Serra como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, os tucanos começam a semana dependendo do julgamento do tempo de televisão do PSD para definir a composição da chapa de vereadores e até a escolha do vice-prefeito.
O plano do PSDB foi atrapalhado pelos consecutivos adiamentos, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do julgamento sobre a redivisão do fundo partidário a pedido do PSD. O entendimento dos tucanos é que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) teria preferência na indicação do vice e faria menos pressão pela coligação proporcional se seu partido tivesse tempo de TV.

Isso depende, porém, de uma decisão favorável do TSE e a demora no julgamento tem atravancado as negociações com as outras legendas. Além do PSD, dois partidos exigem coligação proporcional com o partido de Serra: PR e DEM.

O PP, que impunha a mesma condição, anuncia hoje seu rumo nas eleições de outubro. A aliança com o PSDB entrou em compasso de espera na sexta-feira, depois que o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, do próprio PP, atuou para entregar um cargo-chave da pasta para o seu partido, como forma de levar o apoio da sigla para o petista Fernando Haddad.

Se o "chapão" for confirmado, sem o PP, serão 23 vereadores concorrendo à reeleição, além de uma dezena de pré-candidatos com potencial eleitoral - o PV, com seis parlamentares, é o único da aliança que não quer coligar para vereador. Avalia ter voto de legenda suficiente para fazer bancada.

O PSD, principal alvo dos demais aliados, tem buscado diminuir os atritos. Na sexta-feira foi oficializada a indicação do vereador Domingos Dissei (PSD) como conselheiro do Tribunal de Contas do Município. Outro vereador da legenda, Marcos Cintra, preferiu ficar na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.

Apesar disso, uma chapa com tantos candidatos à reeleição, analisam os contrários ao "chapão", deve elevar muito o número de votos mínimos para se reeleger. Outro problema é que cerca de 60 pré-candidatos tucanos serão impedidos de concorrer para dar lugar a outras siglas. A chapa terá, no máximo, 110 candidatos, independentemente do número de partidos que a compõem.

A pressão, avaliam tucanos, seria amenizada com o julgamento do tempo de TV do PSD, já que o partido se tornaria menos dependente dos votos obtidos pelas outras legendas da chapa. Uma cadeira a vereador é garantida por 130 mil votos. Sem tempo de TV ou coligação, ficaria mais difícil para o PSD repetir a atual bancada de 10 vereadores.

O TSE, porém, ainda não julgou sequer a redistribuição do fundo partidário, que seria usada pelos advogados do partido para acelerar a decisão sobre a propaganda partidária. Ambos são definidos com base na eleição anterior para a Câmara dos Deputados - da qual o PSD não participou, já que não existia. O partido quer receber pelos 52 deputados filiados à legenda em sua fundação, pleito cuja análise está pendente desde novembro.

Além da composição da chapa de vereadores, dessa decisão também depende a escolha do vice de Serra: se o PSD ganhar, é quase certo que a vaga fica com o ex-secretário municipal de Educação Alexandre Schneider (PSD).

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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