sexta-feira, 2 de março de 2012

Resprivada do PT :: Roberto Freire

Definitivamente, a partidarização do aparelho do Estado patrocinada pelo lulopetismo teve seu ápice no Ministério da Fazenda, um terreno fértil para a realização de "malfeitos", como candidamente chama a presidente Dilma as denúncias de corrupção em seu governo, mas é muito mais amplo.

No rastro da mal explicada queda de Luiz Felipe Denucci Martins-ex-presidente da Casa da Moeda, pessoa da mais absoluta confiança do ministro Mantega, no início de fevereiro, motivada por denúncias de recebimento de propina de fornecedores do órgão por meio de duas empresas no exterior - começou-se a perceber que, por trás do ar austero das solenes questões que definem a política econômica do governo, espraiava-se uma região de sombra onde aconteciam "tenebrosas transações", como o demonstra agora a disputa entre o Banco do Brasil e a Previ, pelo que se percebe, por diferentes facções do PT.

Esta disputa, aliás, começa a revelar os meandros de uma verdadeira teia de interesses escusos e enriquecimento ilícito por parte de dirigentes do BB e da Previ envolvendo, inclusive, diretamente seus respectivos presidentes, Aldemir Bendine e Ricardo Flores.

Evidentemente, essa não é uma questão menor ou que possa ser tratada com a ligeireza com que esse governo trata os desmandos de seus altos funcionários.

Essa briga ganhou contornos maiores depois que o Ministério da Fazenda mandou o BB abrir sindicância para apurar suposto vazamento de sigilo bancário do ex-vice-presidente da área internacional da instituição, Allan Toledo. Este teria sido demitido em dezembro por supostamente estar arregimentando apoio entre empresários e políticos para assumir a presidência do BB, com apoio de Flores.

Flores é próximo de lideranças tanto do PT como do PMDB, os principais partidos da base governista. No início da semana, parlamentares do PT tentavam manter Flores no cargo. No início da tarde de quarta-feira, no entanto, petistas já admitiam que ele seria afastado por ordem do Planalto.

Note-se bem, estamos falando de um dos maiores bancos da América Latina e de um dos mais importantes fundos de pensão do país. E é dessa maneira pouco cerimoniosa, digamos assim, que se dão as mudanças na estrutura de comando de instituições de importância capital, no atual governo, sob o estrito interesse de facções e não, como seria de esperar, do interesse nacional.

Além de todo esse imbróglio, quase passou desapercebida a criação de uma diretoria na Petrobras para um "aspone" no caso, o ex-presidente do PT e ex-coordenador da campanha de Dilma, que certamente não vai ajudar em nada a sanear a empresa do descalabro que tem sido a gestão lulopetista na nossa maior estatal.

Para completar a semana, o senador Marcelo Crivella (PRBRJ), ao tomar posse como ministro da Pesca e Aquicultura, declara com certo tom de deboche que de pesca ele não sabe nem colocar a minhoca no anzol, numa demonstração clara de que o governo do PT usa e abusa do Estado para garantir o poder a qualquer custo.

Roberto Freire, deputado federal (SP) e presidente do PPS

FONTE: BRASIL ECONÔMICO

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